31 julho 2008

André de Paula sempre atencioso

. O deputado André de Paula (DEM), candidato a vice-prefeito na chapa de Mendonça Filho, com a generosidade de sempre, me telefonou hoje à tarde para desejar boa sorte na luta pela conquista de um mandato na Câmara Municipal do Recife.
. André é dos que cultivam relações de respeito e de amizade acima de diferenças políticas e ideológicas. E tem na devida dimensão a importância da pluralidade como modo de afirmar o processo democrático. Em 2005, quando o PCdoB celebrou 20 anos de reconquista da legalidade, fez-se presente ao ato político que realizamos no Centro de Convenções, em Olinda, na condição de presidente estadual do então PFL.

História: 31 de julho 1997

Plenária Fórum de São Paulo
Partidos e movimentos de esquerda da América Latina reúnem-se em Porto Alegre para participar do Fórum de São Paulo. (Vermelho http://www.ermelho.org.br/).

Coluna semanal no Portal Vermelho

Apadrinhados, padrinhos e voto
Luciano Siqueira

Os termos soam um tanto exagerados. Mas é assim que se tem tratado candidatos a prefeito e seus apoiadores mais ilustres. E a discussão, bizantina porém recorrente, tem duas vertentes: a influência efetiva do apoiador sobre o eleitor indeciso; e o direito que este ou aquele candidato teria de usar, ou não, em sua campanha a imagem influente do presidente Lula.

Coisa chata, não é? É mesmo. Pior: na peleja eleitoral que se trava nos grandes centros urbanos – a experiência tem demonstrado, com raras exceções – valem mesmo os atributos e o desempenho do candidato e a capacidade da candidatura movimentar forças políticas e setores sociais.

Cá na província pernambucana ocorre uma polêmica em torno do apoio do presidente Lula – que, deva-se reconhecer, tem lá sua influência no sentido de o eleitor identificar de que lado está o candidato a prefeito. No caso, ser percebido como do lado do presidente da República ajuda muito em cidades cuja base social e política do governo se mostra sólida. Parcelas expressivas do eleitorado se colocam em apoio a Lula na proporção em que se sentem beneficiadas pelas ações de governo – pelo incremento da economia, que por aqui tem inserido muita gente no mercado de trabalho e na esfera do consumo, e por programas sociais.

Ajuda, mas não decide. A história eleitoral do Recife, por exemplo, nas últimas três décadas revela que nenhum padrinho, por mais forte que tenha sido, jamais garantiu a eleição de apadrinhados. Em 1988, Marcus Cunha, do PMDB, tinha o apoio de duas lideranças de grande apelo popular na ocasião, o governador Miguel Arraes e o prefeito Jarbas Vasconcelos, além de quase todas as correntes de esquerda. Perdeu a prefeitura para Joaquim Francisco, do PFL (sem padrinhos) por cem mil votos de diferença.

No pleito para governador em 2002 e em 2006 não foram poucos os candidatos alinhados com o presidente Lula que fracassaram pelo Brasil a fora.

Moral da história: na hora da onça beber água, se o candidato não tiver cativado o eleitor de nada adianta ter padrinho forte.

A outra bobagem é rebelar-se contra o uso da imagem de Lula pelo oponente – que aliás acaba e franqueá-la a todos os candidatos filiados a qualquer das mais de uma dezena de partidos que constituem a chamada base aliada. Novamente o Recife como exemplo: quem é hoje mais naturalmente identificado com o presidente, João da Costa, do PT (com o apoio de partidos como o PSB, o PCdoB e o PDT, dentre outros aliados do governo federal) ou Carlos Eduardo Cadoca, do PSC, cristão-novo nas hostes governistas na Câmara dos Deputados? Claro que o primeiro. No entanto, alimenta-se bobamente a polêmica que, no mínimo, a mais do que dispersar energias, se alguma alteração produzir na cabeça do eleitor será a dúvida, beneficiando provavelmente o social-cristão.

Pode parecer óbvio, amigo. Mas em política nem sempre o óbvio é tão facilmente assimilado - mesmo por gente experiente.

Bom dia, Carlos Drummond de Andrade

Aldemir Martins/Menino
O mundo é grande

O mundo é grande e cabe
nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabe
na cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabe
no breve espaço de beijar.

Visão de mundo

Felicidade realista
Mário Quintana

A princípio bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos. Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis. Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas. E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar a luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito. É o que dá ver tanta televisão. Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Ter um parceiro constante pode ou não, ser sinônimo de felicidade. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio. Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade. Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz, mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração. Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade.
(Enviado pela amiga Kátia Simões).

30 julho 2008

História: 30 de julho de 1838

Rafael de Carvalho lança em São Luís o jornal liberal Bem-te-vi, precursor da Balaiada. Os camponeses e escravos rebeldes de 1838 no Maranhão chamarão a si próprios bem-te-vis. (Vermelho http://www.vermelho.org.br/).

Artigo de toda quarta-feira no Blog de Jamildo (JC Online)

É possível educar para o trabalho?
Luciano Siqueira

A resposta parece óbvia, mas não é. Porque há um desencontro considerável entre o ensino em nosso país, em todos os níveis, e a dura realidade na qual se inserem os jovens.

Esse desencontro se torna mais evidente agora que o Brasil dá passos significativos no sentido do crescimento econômico continuado. Faltam profissionais qualificados no mercado – de técnicos de nível médio a quadros de nível superior. Daí o esforço emergencial que instituições formadoras de mão de obra procuram realizar para atender às novas demandas. É o caso de Pernambuco, tendo em vista a rápida ampliação das oportunidades de emprego no ciclo ode crescimento que se inicia sob o impulso dos empreendimentos industriais de ponta sediados no Complexo Portuário de Suape.

No cenário brasileiro, chama a atenção o drama vivido pela juventude. Pesquisa da Organização Internacional do Trabalho (OIT) revela que dos 14,7 milhões de empregos gerados entre 1986 e 2006 no país, os jovens entre 15 e 24 anos ocuparam apenas 7,8% do total.

Diante disso, e tendo em conta microdados da Pesquisa Nacional de Domicílio (PNAD) de 2006, faz-se o perfil do jovem de 15 a 24 anos correlacionando-o com as deficiências do sistema educacional brasileiro. O baixo nível de escolaridade da maioria dos jovens os constrange a ingressarem no mercado de trabalho sem qualificação e submetidos a condições precárias.

Segundo o estudo da OIT, por aí se pode compreender as taxas de desocupação e informalidade quer atinge os jovens acima das demais faixas etárias, além dos baixos níveis de rendimento e de proteção social. Daí o paradoxo: embora passem mais tempo na escola do que os adultos, os jovens vão ao mercado de trabalho em franca desvantagem.

Onde vive a juventude brasileira? Predominantemente nos centros urbanos. Os dados disponíveis são de 2006. Do total de 34,7 milhões de jovens entre 15 e 24 anos, 28,9 milhões (83,3%) moravam em áreas urbanas e 5,8 milhões (16,7%) encontravam-se no campo.
E qual o seu perfil educacional? A desigualdade é flagrante: apenas 1,4% dos jovens rurais tinha 12 anos de estudo ou mais. Esse percentual atingia 9,8% dos jovens das cidades.

Em nosso país ainda se educa pouco e mal. Em desacordo com as necessidades reais da Nação e em sacrifício de gerações condenadas ao subemprego e à exclusão do sistema produtivo.

É sobre essa realidade que deve incidir uma ampla e ousada reforma do sistema educacional brasileiro focada na educação para o trabalho. Ou seja, para a vida. É possível? Claro que sim, desde que haja uma vontade nacional nesse sentido e decisão política firme.

Bom dia, Augusto Meyer

Gaita

Eu não tinha mais palavras,
Vida minha,
Palavras de bem-querer;
Eu tinha um campo de mágoas,
Vida minha,
Para colher.

Eu era uma sombra longa,
Vida minha,
Sem cantigas de embalar;
Tu passavas, tu sorrias,
Vida minha,
Sem me olhar.

Vida minha, tem pena,
Tem pena da minha vida!
Eu bem sei que vou passando
Como a tua sombra longa;
Eu bem sei que vou sonhar
Sem colher a tua vida,
Vida minha,
Sem ter mãos para acenar,
Eu bem sei que vais levando
Toda, toda a minha vida,
Vida minha, e o meu orgulho
Não tem voz para chamar.

Sinal de alerta

No Vermelho:
Comandante ligado à 4ª Frota visita centro militar na Amazônia
. Sem repercussão na mídia nacional, o major-brigadeiros-do-Ar, Glenn Spears, subcomandante do Comando Sul dos Estados Unidos, ao qual ficará subordinada a polêmica Quarta Frota da marinha norte-americana, passou três dias na semana passada visitando instalações militares na Amazônia. Requisitada pelo próprio governo de George Busch, a visita envolveu as instalações do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), do Comando Militar da Amazônia e do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo de Manaus (Cindacta-4).
. Num momento em que o governo brasileiro demonstra preocupação com a presença militar dos EUA nos mares da América do Sul, inclusive com pedido de explicação motivado pelo presidente Lula, é no mínimo estranho que um alto comandante militar norte-americano visite instalações estratégicas da defesa brasileira.
. Sob alegação de missão humanitária, a reativação da Quarta Frota no mês passado, causou protesto de diversos setores governamentais e da sociedade. Para analistas, a presença militar dos EUA nos mares da América do Sul e do Caribe tem nítida ligação com as recentes descobertas de petróleo na costa brasileira, a abundância dos recursos naturais, sobretudo na Amazônia, e o avanço de governos de esquerda e de centro na região.
. Estudos elaborados pelo Ministério da Defesa em conjunto com a Petrobras demonstram preocupação, no tocante a reativação da Quarta Frota, com questões relacionadas à Amazônia e a soberania brasileira sobre o Campo de Tupi, na Bacia de Campos, cujas recentes descobertas apontam para uma reserva de petróleo estimada em entre 5 bilhões a 8 bilhões de barris.

29 julho 2008

E a galinha, de onde veio?

. Taí uma notícia importante, em meio ao debate sobre economia e a peleja eleitoral. A Folha de S. Paulo informa hoje que as galinhas que vivem nas Américas, tudo indica, chegaram mesmo com os espanhóis no século 15. Uma pesquisa publicada hoje na revista "PNAS" afirma que não há indícios de que este grupo de ave teria sido introduzido antes da viagem de Colombo.
. O estudo feito com base no DNA de frangos vai contra a tese de que os primeiros espécimes da América do Sul teriam chegado passando pela Polinésia, no Pacífico, antes da colonização. Algumas raças de galinha dos Andes são tidas como "indígenas".
. Para chegar à conclusão apresentada agora, o grupo de pesquisa, liderado por Alan Cooper, da Universidade Nacional da Austrália, comparou milhares de seqüências genéticas de galináceos de diversas variedades.
. Pesquisas genéticas anteriores já haviam comprovado que os ancestrais das atuais galinhas domésticas surgiram na Ásia. Foram domesticados no mesmo continente, antes de serem levados para solo europeu. De lá, é que vieram para as Américas, com os espanhóis, tomando o caminho mais longo, afirmam os cientistas.
*
. Como a descoberta pode influenciar o preço do frango no supermercado ou alterar nossos hábitos alimentares, ninguém sabe. Mas pelo menos serve de refresco em tempo de guerra eleitoral.

Bom dia, Cecília Meireles

Matisse

Fio

No fio da respiração,
rola a minha vida monótona,
rola o peso do meu coração.

Tu não vês o jogo perdendo-se
como as palavras de uma canção.

Passas longe, entre nuvens rápidas,
com tantas estrelas na mão...

— Para que serve o fio trêmulo
em que rola o meu coração?

Usina de biodiesel

. A Petrobras continua na iniciativa para para exercer a liderança nacional na produção de biodiesel.
. Hoje inaugura a sua primeira usina de biodiesel, em Candeias, na Baha, que terá capacidade de produzir até 57 milhões de litros do produto por ano.

Interpoética avisa

Interpoética:
. Já se encontram abertas as inscrições para a Terceira Recitata – Concurso de Recital Poético do Festival de Literatura do Recife.
. A inscrição é gratuita e os candidatos podem fazê-la até o dia 10 de agosto. Neste ano existem várias modificações no edital, dentre elas a participação de dois júris: um Popular e um Especializado.
. São R$ 6.000,00 (seis mil reais) em prêmios. Clique aqui, confira o edital e se inscreva.

Polêmica estéril

. Quem é mais importante, o padrinho ou o apadrinhado? Quando se trata de disputa eleitoral, não há razão para dúvida: é o apadrinhado. Ou seja: o eleitor vota no candidato e não no padrinho.
. Se essa regra elementar fosse observada, não haveria tanta celeuma em torno do “apadrinhamento” de Lula e Eduardo Campos entre candidatos a prefeito.
. Questão de bom senso. E de respeito à inteligência do eleitor.

28 julho 2008

Quem te viu, quem te vê

. O Globo noticia hoje que o país perde anualmente cerca de R$ 160 bilhões – ou 6% do Produto Interno Bruto (PIB) – com corrupção e fraudes no governo e em empresas, segundo levantamento da consultoria KPMG.
. São os crimes de colarinho branco que, na maior parte das vezes, envolvem lavagem de dinheiro e sonegação fiscal. Segundo o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), só este ano deverão ser registradas 300 mil operações com indícios de irregularidade, um salto de 112% em relação a 2007.
. No entanto, no Senado, vozes outrora comprometidas com a luta pela democracia e contra a corrupção se insurgem contra as investigações e prisões efetuadas pela Polícia Federal contra gente graúda metida com os crimes acima mencionados. Dá pra entender?

Acompanhar para conferir

. Quando da eleição do atual presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT), que venceu Aldo Rebelo por apenas 18 votos de diferença, funcionou a todo vapor a inusitada aliança dos petistas com o que se chamava até então “banda podre” do PMDB, liderada pelo deputado Michel Temer, que havia apoiado José Serra nos dois turnos da eleição presidencial.
. Agora começam as articulações para a sucessão de Chinaglia. Os peemedebistas vão cobrar o acordo celebrado com o PT, segundo o qual abola da vez agora seria de um peemedebista para presidir a Casa.
. É acompanhar para ver se o PT será fiel à guinada que naquela ocasião deu ao centro ou se preferirá se recompor com as bancadas à esquerda.

Por que tanta surpresa?

No Vermelho:
Estadão descobre que o comunismo não acabou
. O jornal O Estado de S. Paulo, do alto de seus 133 anos e de seu imperturbável conservadorismo, descobriu na edição deste domingo (27) que o comunismo não acabou, pois o Muro de Berlim caíu mas o PCdoB ''poderá obter em outubro seu melhor desempenho eleitoral''. A matéria de Marcelo de Moraes e Luciana Nunes Leal vê boas chances para o partido em Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Aracaju e destaca também a expansão das candidaturas a vice e a vereador.
. Foto de Jo Moraes e infográfico ilustram a matéria.

Defasagem estratégica

. Estudo realizado pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior) revela que o Brasil tem, hoje, 31.118 profissionais atuando como professores de filosofia, sendo que, desse total, apenas 23% têm formação específica. Na sociologia, são 20.339 professores atuantes, sendo 2.499 licenciados (12%).
. Daí decorre que serão necessários 107.680 docentes, em cada uma das disciplinas, para atender aos 24.131 estabelecimentos de ensino médio. A oferta será obrigatória nos três anos desse nível de ensino.
. Isto porque o Congresso Nacional aprovou, no primeiro semestre, duas leis que incluem novas disciplinas nos currículos da educação básica: filosofia, sociologia e música. Especialistas em educação comemoraram a inclusão, que garante a crianças e adolescentes uma formação mais integral. Mas é preciso corrigir essa carência de professores habitados com urgência. Para que as leis aprovadas efetivamente saiam do papel.

27 julho 2008

Violência policial

. Segundo levantamento realizado pelo Ministério da Saúde (noticia o Correio Braziliense de hoje), a cada 48 horas, três pessoas são assassinadas pelas polícias Civil e Militar no Brasil. Um total de 46 mortes por mês. Ou 560 anualmente.
. O terror do extermínio comandado pelos homens fardados, entretanto, é muito maior. Isso porque os números oficiais sofrem de um mal freqüente no setor da segurança pública: a subnotificação. “É impossível identificar a totalidade dos casos, nem todos os estados informam, as metodologias de notificação variam”, explica Cristina Neme, pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência, ligado à Universidade de São Paulo.. Os números apresentados pelo Ministério da Saúde foram extraídos da base de dados mais atualizada da pasta, o Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), referente ao ano de 2006. A região com o maior índice de mortes provocadas pela polícia é a Sudeste, que registrou 490 assassinatos de civis. Famoso pela corporação que mais mata no mundo, o Rio de Janeiro respondeu por 290 ocorrências. Um pouco atrás, São Paulo fez 198 notificações. Juntos, os dois estados reúnem quase 90% dos registros nacionais daquele período.

Bom dia, Lau Siqueira


poema
não é só linguagem

é também miragem

imagem deposta
do avesso

poema
não é um único rito

um grilo
no espesso caudal
do silêncio

penso

26 julho 2008

Viagra na feira?

Ciência Hoje Online:
Cientista recomenda cautela com notícia de que a melancia teria um composto que estimula a ereção
. A sabedoria popular, muitas vezes, é a fonte em que a ciência vai buscar inspiração para algumas de suas maiores descobertas. A análise de compostos químicos utilizados tradicionalmente pela população para a cura de diversos males direciona o trabalho dos cientistas e evita gastos desnecessários com uma busca cega por substâncias farmacologicamente ativas. . Os resultados dessa procura dos cientistas, contudo, são freqüentemente divulgados pela imprensa com certa precipitação, na forma de notícias que louvam as maravilhas curativas de alimentos e bebidas empregados comumente em nosso dia-a-dia.
. Essas reportagens criam grande expectativa na população e estimulam o consumo desses produtos, o que ocasiona o aumento de seu preço, até que um novo item seja eleito como a solução para a nossa saúde. Mas como um leigo que não está afeito às descobertas científicas e aos caminhos (e descaminhos) da ciência pode distinguir entre modismos e resultados científicos realmente comprovados?
. Um exemplo típico dessa tendência foi o relato, veiculado recentemente na imprensa, de que o consumo de melancia pode render resultados similares à utilização do citrato de sildenafil, medicamento conhecido pelo seu nome comercial de Viagra e utilizado para combater a impotência sexual masculina.
. O Viagra é um dos medicamentos mais conhecidos de todos os tempos. Estima-se que quase 300 milhões desses comprimidos azuis sejam consumidos por ano em todo o mundo, o equivalente a nove por segundo! Essa droga age de forma a permitir que homens com disfunção erétil, quando estimulados sexualmente, obtenham uma ereção graças ao aumento do fluxo sangüíneo no pênis.
. Veja a matéria na íntegra http://cienciahoje.uol.com.br/124434

25 julho 2008

UBES faz sessenta anos

. Hoje é o dia da UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), fundada há sessenta anos.
. Da campanha O Petróleo é nosso, nos anos cinqüenta, às Diretas-já e o Fora Collor!, a UBES tem presença marcante na luta da juventude e do povo brasileiro.
. Em artigo no portal Vermelho, Thiago Mayworm, diretor de Políticas Institucionais da entidade, afirma que a UBES luta hoje por uma escola que, além de valorizar a cultura e a história afro-brasileira, ensine sociologia e filosofia; que garanta materiais didáticos aos estudantes, bibliotecas, laboratórios de ciências e de informática com acesso à banda larga; que seja um espaço onde a comunidade escolar (funcionários, estudantes, pais e professores) tenha o direito de eleger seu diretor e participar da gestão através dos conselhos escolares, dos grêmios estudantis e demais instrumentos de participação.
. Defende ainda uma escola que valorize o profissional de educação com salários dignos e boas condições de trabalho e que sirva ao desenvolvimento nacional e à soberania do Brasil; que esteja aberta a toda a comunidade por período integral, com atividades extracurriculares ligadas à ciência, ao lazer, ao esporte, à educação, à cultura e ao incentivo da profissionalização.

24 julho 2008

Coluna semanal no Portal Vermelho

Compromissos de vereador
Luciano Siqueira

Todo candidato necessidade sustentar um discurso – a um só tempo correto, coerente e permeado por propostas factíveis. Mais: é preciso difundi-lo em termos compreensíveis e capazes de atrair apoios e, se possível, emocionar o eleitor.

Quando se trata de candidato a presidente, governador ou prefeito o discurso se faz naturalmente abrangente. É o país, o estado ou o município a referência dos compromissos a serem assumidos perante o povo.

E quando se trata de uma candidatura a vereador? É óbvio, dirão os mais apressados; cabe enumerar duas ou três bandeiras de luta e ganhar as ruas. Óbvio, porém equivocado. Pois não basta agitar o nome e o número do candidato.

Começa que o vereador, mesmo quando eleito por uma fatia do eleitorado identificável social e geograficamente, estará na Câmara como representante de todos os munícipes – ou do povo, dos que vivem do seu trabalho. Isto significa que no exercício do mandato não poderá se negar a debater nenhum tema relativo à vida na cidade. Isso exige conhecimento dos problemas, preparação prévia.

Entretanto, não significa que o candidato se exima de apresentar uma plataforma, na qual estejam elencadas algumas bandeiras de luta, dentre as que considera mais importantes na atualidade, com as quais se identifique e que estejam em sintonia com as parcelas da população que prioritariamente deseja sensibilizar na busca do voto.

É o caso de nossa candidatura no Recife. O candidato compartilha com o prefeito (como seu vice) a gestão da cidade há quase oito anos. Tem a obrigação de discutir tudo o que lhe seja apresentado. No entanto constrói a sua plataforma seguindo os três critérios acima mencionados. Assim, tende a priorizar, de forma compactada, questões como mobilidade urbana-transporte e trânsito; desenvolvimento econômico-emprego-educação para o trabalho; cultura; segurança-direitos humanos-espaços urbanos seguros; saúde-meio ambiente-habitação. Com um adendo: o compromisso de exercer o mandato de modo participativo, submetido a prestação de contas e avaliações críticas regulares. Ou seja: um debate permeado por amplo debate de idéias.

O cronograma de campanha prevê a realização de encontros com técnicos, pesquisadores, gestores públicos, lideranças populares, empresários, gente do mundo da cultura para o debate e síntese desses conteúdos. Para que o discurso do candidato possa ganhar lastro mais consistente e seus compromissos fundamentais sejam compartilhados com apoiadores mais ativos e influentes.

Não é uma fórmula. Mas talvez seja um bom exemplo.

23 julho 2008

Artigo de toda quarta-feira no Blog de Jamildo (JC Online)

Protesto justo e oportuno
Luciano Siqueira

Desde as lides estudantis dos anos sessenta, aprendemos que não basta uma proposta ser justa; é preciso sempre perguntar se é oportuna e factível. Tão desastrado quanto levantar uma bandeira incorreta é guerrear em momento impróprio e sob circunstâncias adversas: o fracasso inevitável torna as coisas muito mais difíceis na continuidade.

Não é caso da mobilização dos trabalhadores convocada para o dia de hoje pelas centrais sindicais contra a política de juros altos, em São Paulo. O ato acontece precisamente no momento em que o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciará a decisão de sua reunião para definir a taxa básica de juros, a Selic.

Tudo indica que o Copom optará por novo aumento, ou seja, o governo seguirá contendo o crescimento da economia como modo de deter a ameaça inflacionária. Para prejuízo dos empreendedores que apostam na produção e dos trabalhadores que desejam manter e ampliar empregos.

Como se sabe, a Selic é a taxa de juros média que incide sobre os financiamentos diários com prazo de um dia útil (overnight), lastreados por títulos públicos registrados no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic). Definida a taxa Selic, a mesa de operações do mercado aberto do Banco Central procura manter a taxa diária próxima à meta.
Na prática, ao aumento da taxa Selic combinado com superávits fiscais elevados e uma política cambial nociva às exportações significa obstáculo à possibilidade do país confirmar um ciclo de crescimento estável e duradouro. E tem um risco – o de voltarmos à perniciosa equação crescimento-contração e estagnação. Péssimo para todos, bom apenas para banqueiros e especuladores que aferem tremendos lucros.

Vale anotar que nessa matéria o governo trabalha com distintos conceitos e avaliações – o do presidente Lula, que prefere a cautela conservadora; e o do vice-presidente José Alencar, contrário à política de juros elevados, que sustenta a tese de que a ameaça inflacionária não é de demanda, mas decorrente de variáveis de natureza externa, como a queda do dólar, a alta dos preços do petróleo e dos alimentos.

Pela percepção de Alencar e analistas adeptos do desenvolvimentismo, melhor seria se apostássemos no incremento da produção, utilizando todo nosso potencial produtivo e de mercado.

Infelizmente, o protesto da centrais sindicais – justo e oportuno – ainda ecoa pouco na consciência da sociedade brasileira.

22 julho 2008

Interiorização do desenvolvimento

. A informação é do Ministério do Trabalho e Emprego. Nas nove regiões pesquisadas pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o emprego no interior teve alta de 6,43%.
. O interior dos estados segue gerando mais empregos que as regiões metropolitanas . O emprego cresceu 6,43% no interior, contra 3,68% nas grandes metrópoles.
. No mês de junho, foram criados 164.650 novos postos de trabalho no interior de nove estados (PA, CE, PE, BA, MG, RJ, SP, PR e RS), ante 83.635 nas áreas metropolitanas. No acumulado do ano, já são 688.084 vagas criadas no interior, representando 50,5% do total gerado no Brasil no primeiro semestre (1,361 milhão).

Boa tarde, Waldir Pedrosa Amorim


Aldemir Martins


Como em casa

Como em casa,
na intimidade das coisas conhecidas,
não desisto
de assim andar a vida
a abraçar as flores descobertas.

Como em casa,
qualquer fogão aquece
e meu sorriso nato, mesmo ingênuo,
não esquece,
as verdades andam pelas ruas.

Como em casa,
pouco importa o frio e o quente,
a mesma alma gozosa ou penitente,
se completa nas cobertas
de almas singelas, almas ardentes.

Como em casa,
festejo o mundo,
o doce, o amargo e o permanente,
mesmo que aturdido com o efêmero,
soletre versos incontidos de loucura.

Como em casa,
trajo blusa de algodão roto, puído,
bandeira de almejada intimidade,
e, com pés desnudos em piso frio,
nego-me a estranhar o outro, os arrepios.

Como em casa
movido sou, a eternidades
e quando me catalogam de bondade
digo comigo que se enganam,
apenas sou, uma alma nua passeando.

Fragilidade explícita

. O humor do empresariado nacional oscila ao menor sinal de dificuldade. A confiança dos empresários na economia brasileira recuou no segundo trimestre do ano para 59 pontos, depois de quatro trimestres de crescimento, conforme pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
. Dados preliminares da pesquisa sobre o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) mostram que o recuo foi de três pontos percentuais em comparação a abril deste ano e de 1,3 ponto na comparação com o mesmo período de 2007.
Segundo comunicado da CNI, a confiança dos empresários decorre sobretudo da avaliação das condições atuais da economia brasileira. O Icei varia de zero a 100 pontos e é considerado positivo a partir de 50.
. As grandes empresas demonstraram o maior recuo, de 4,1 pontos, ficando em 60,3 pontos. Entre as médias empresas, o índice ficou em 57,8 pontos e as pequenas empresas registraram o menor recuo, de 1,8 ponto, com o Icei em 58,4 pontos.

Postura soberana

No Vermelho:
Doha: Brasil recusa corte de subsídios proposto pelos EUA
. Os Estados Unidos se ofereceram nesta terça-feira (22) para reduzir seus subsídios agrícolas de US$ 17 bilhões a US$ 15 bilhões anuais e assim desbloquear as negociações multilaterais da Rodada de Doha da OMC (Organização Mundial do Comércio), mas o Brasil considerou a proposta insuficiente.
. Leia a matéria na íntegra http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=40755

21 julho 2008

Ciência & soberania

Agência Carta Maior:
Apenas 30% das pesquisas sobre a Amazônia são produzidas no Brasil
. Apenas 30% das pesquisas sobre a Amazônia têm a participação de pelo menos um pesquisador com residência no Brasil. O dado foi apresentado durante a Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) por Adalberto Luís Val, do Instituto de Pesquisas da Amazônia (Inpa). “Se soberania hoje é informação, esse é o tamanho da soberania que temos sobre a região. Temos que fixar recursos humanos na Amazônia, o que vai proporcionar a retaguarda para uma ação na Amazônia confiável, justa, sustentável, que é o que precisamos”, disse o pesquisador.
. A necessidade urgente de aumentar a quantidade de doutores nas universidades dos estados que abrangem a floresta foi tema constante durante a reunião da SBPC, com um forte consenso de que essa é uma questão estratégica para o desenvolvimento do país.

Câmbio sobrevalorizado

No G1:
Dólar recua e registra menor valor desde 1999
. Divisa terminou dia cotada a R$ 1,580, com queda de 0,57%.Moeda acompanhou melhora de humor nas bolsas.
. O dólar manteve a trajetória iniciada no último pregão da semana passada e terminou as negociações desta segunda-feira (21) com recuo de 0,57%, aos R$ 1,580, menor menor valor desde janeiro de 1999.

Debate & consciência política

De Audísio Costa sobre o nosso artigo O imediato e o estratégico no debate eleitoral: A questão eleitoral constitui-se um marco de definição política de gestão, no caso do Brasil, a cada quatro anos, tanto no que se refere ao poder municipal, quantos ao estadual e federal. Na realidade é um marco de luta pelo poder. Esta luta pelo poder sempre existiu na história da humanidade. Se expressa como força política propriamente dita ou articulada como força religiosa, embora muitas vezes estão intimamente associadas.

A questão maior é o fato do debate político essencial da concepção ideológica do estado não ocorre durante o debate eleitoral e só raramente no período entre as eleições. Esta é uma fragilidade fundamental dos nossos partidos políticos. Pois o debate político tem que ser cotidiano, pois a vida é todo dia.

A prática mostra que onde existe um trabalho continuo de formação política do povo, a qual tem que estar associado à sua luta, no período eleitoral as estratégias de campanha do atual sistema burguês não funcionam. Este é um grande desafio as ser vencido pelos partidos e pelo eleitor ao votar nestas eleições. Isto porque teremos que eleger prefeito e vereador. O primeiro, prefeito, responsável pela execução das políticas de acordo com o definido nas Leis e o segundo por ter três tarefas importantes: fiscalizar as ações do prefeito, criar Leis que favoreçam a maioria da população (que é classe trabalhadora), e principalmente estar em íntima associação com o povo, para ouvindo suas angústias e necessidades, promover o debate político para explicitar as relações entre estas necessidades e o modelo político vigente. Assim, pode-se fazer valer a construção coletiva, com efetiva participação do povo, nas mudanças que se exigem na sociedade. Não adianta se votar em alguém que muito promete, mas na determinação política que estrutura o seu partido está determinado que seu compromisso não é com o povo, mas com o capital. Isto é votar para continuar na miséria. No meu entender se na prática cotidiano do mandato de vereador isto for feito as estratégias eleitorais terão que serem modificadas. Digo isto baseado na minha prática, inclusive quando fui vereador, dando continuidade a este modo de vida, de estar nas comunidades, debatendo seus problemas, fazendo sua correlação política e construindo as alternativas de soluções dos problemas com o povo. Nestas áreas a consciência política leva a população a ter uma definição do voto de forma politizada e não como conseqüência da máquina imposta pelos marqueteiros das diversas candidaturas. No meu entender esta é uma questão fundamental na construção de uma sociedade justa, fraterna e solidária que se constrói na luta do cotidiano.

Quem tem medo do debate?

De José Amaro Santos da Silva sobre o nosso artigo O imediato e o estratégico no debate eleitoral: O marqueteiro é um profissional destituído de sensibilidade. Não entende o povo, por não ser do ramo.

Vive um mundo fictício, enfurnado em salas refrigeradas, cercado de papéis, de onde formula suas teorias para levá-las ao povão, através de uma imprensa comprometida com o bem estar de uma minoria, que gosta muito de dinheiro, o que é um perigo, e, através dos meios de comunicação pagos, todos são pagos, pois, porque não se faz mais uma imprensa aberta e comprometida com o coletivo, e dessa forma, o marqueteiro inicia falações, na intenção de anestesiar o povão com falsas imagens, de quem se quer eleger.

Daí o imediatismo. A fabricação de frases de efeito. A sedução pelas cores, além de músicas exuberantes.

Quando afirmam que programas administrativos devem ficar para depois é porque visam um interesses: o poder. Isso é o que interessa.

Diante de tudo, o que fazer?

Aqueles candidatos que sabem que se deve tratar a coletividade com respeito, com dignidade tem mais que desmascarar a propaganda enganosa, defenestrando a figura do marqueteiro, esse vendedor de ilusão, aceito por determinados candidatos que são verdadeiras mentiras públicas fabricados em laboratórios.

Não há que se negar que as chamadas palavras de ordem são necessárias, mas precisa serem inteligentes e que alcancem a sensibilidade pública pelo eixo daquilo que interesse a coletividade.

Dom Helder Câmara dizia e deixou eternizada em gravação esta frase: "Vocês pensam que o povo não pensa, o povo pensa (?) !

Acredito que o tempo da massa de manobra que foi bastante usada na época da ditadura e que fez escolas por todo o Brasil, passou.

A frase: "A grande obra é cuidar das pessoas" foi positiva e não ficou somente nos discursos, pois as ações estão a olhos nus, haja vista a realidade dos antigos moraradores das palafitas. Frase que passou a incomodar os falsários da direita incrustados no DEM (O) e que até eles começaram a uzá-la de forma sub-reptícia em suas propagandas.

Portanto, a criação de frases inteligentes e dar combate aos ditos mentirosos, incumbe àqueles que têm compromisso com o coletivo, para não deixar que a falsidade venha a triunfar nessa campanha política.

20 julho 2008

Boa tarde, Marieta Borges

Meu credo de amizade

Creio na verdade do sentimento
que nasce, soberano,
e que se alimenta de tão pouco...

Creio nas possibilidades do ser humano
que se permite a entrega
aos ditames do coração.

Creio nos gestos de ternura,
nas evidências do afeto,
na coragem de anunciar-se cativo.

Creio naquele que carrega a ousadia
de confessar-se amigo, ainda que
tema as responsabilidades decorrentes.

Creio no amigo fraterno,
na minha capacidade de fazê-lo entender
a beleza da minha amizade.

Creio no amor, infinito amor do homem...
Creio no Pai, que tantas maravilhas
nos permite descobrir e compartilhar.

Creio na vida, na aventura de viver,
como predestinados caminheiros de sonhos,
abrindo sulcos na emoção de encontrar companheiros.

Creio em mim, em ti, em nós
e nessa profunda afeição
que merecemos viver, amigo!

A água que não podemos dispensar

Ciência Hoje Online:
. Em algumas regiões do Brasil, na época do inverno, ficamos várias semanas, ou até meses, sem chuvas. Nas grandes cidades, como São Paulo, onde existe muita poluição atmosférica, a falta de chuva provoca vários problemas, principalmente para as pessoas que têm alguma deficiência respiratória. A chuva ajuda a dissipar os poluentes que estão em suspensão no ar. Quando ela cai, deixa o ar mais agradável para se respirar.
. A falta de chuva também pode acarretar outros tipos de problemas. Longos períodos de estiagem podem causar escassez de alimentos e problemas na geração de energia elétrica, como os que ocorreram no Brasil em 2002. Isso porque grande parte da energia elétrica utilizada no país é produzida em usinas hidrelétricas. Rios são represados por gigantescas barragens, por onde a água acumulada desce e movimenta as turbinas das usinas, produzindo, assim, eletricidade.
. A presença de chuvas foi fundamental para o surgimento da vida na Terra. Os oceanos e rios foram formados bilhões de anos atrás, quando a temperatura do nosso planeta diminuiu e permitiu a condensação das moléculas de água. Acredita-se também que grande parte da água do nosso planeta venha do espaço, a partir da queda de diversos cometas.
. Leia a matéria na íntegra http://cienciahoje.uol.com.br/123886

18 julho 2008

Mundo rural na net

. O Ministério de Ciência e Tecnologia vai lançar, até o final de agosto, um edital para a implantação de 500 centros de inclusão digital na zona rural brasileira.
. O investimento será de R$ 25 milhões no projeto e os moradores do campo poderão usufruir do benefício a partir de outubro.
. As Regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste serão as primeiras a receber os centros, por serem as mais carentes. Cada um deles terá 12 computadores conectados à internet e capacidade para trabalhar com 300 a 400 pessoas por mês.

Capital x trabalho

. Segundo o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), o crescimento do emprego formal que se verifica atualmente no país ainda não foi capaz de reduzir substancialmente o chamado exército de reserva representado pelos trabalhadores desempregados.
. Conseqüência: o mercado continua a oferecer rendimentos mais baixos, relações de trabalho ruins e curta duração de contratos.
. De acordo com dados do Ministério do Trabalho, em junho deste ano foram criados 309.442 postos de trabalho, número recorde não apenas para o período como para todos os meses desde o início da série histórica em 2003.

Coluna semanal no Portal Vermelho

O imediato e o estratégico no debate eleitoral
Luciano Siqueira

Fosse a cidade um indivíduo sob cuidados médicos, o prognóstico não seria nada alentador: diante de um quadro clínico complexo e arriscado (são graves os impasses que vivem nossas cidades hoje), o que se vê são diagnósticos apressados e superficiais e condutas terapêuticas não raro pontuais e imediatistas.

É o que se constata no debate eleitoral que se inicia, inclusive em grandes cidades. É como se a busca do voto justificasse palavras de efeito e promessas retumbantes, em detrimento da busca de soluções reais para problemas de fundo.

Claro que isso não acontece com todos os candidatos. Mas acontece com a maioria.

Ninguém desconhece que é preciso sensibilizar amplas parcelas do eleitorado e que, para tanto, é preciso difundir duas ou três idéias-força, traduzidas em palavras de ordem, em marca desta ou daquela candidatura, para atrair simpatia e despertar emoções. Assim acontece inclusive em lutas políticas de maior envergadura, como em rupturas revolucionárias. Na velha Rússia a palavra de ordem Pão, Terra e Paz é que concentrou as energias de milhões que lograram instaurar o poder proletário no lugar do tzarismo (mas a palavra de ordem remetia ao programa socialista).

Mas daí a subestimar a necessidade de formular proposições consistentes e factíveis para os problemas que afligem a cidade há uma distância enorme. O candidato a governante tem que dizer a que veio, assumir compromissos com soluções de cunho estratégico para problemas estruturais; e, ao mesmo tempo, agitar bandeiras imediatas que não neguem esses compromissos, antes os traduzam de modo simples e compreensível por todos.

Não adianta debater agora o que o povo não entende, costumam dizer alguns dos chamados marqueteiros. Interessa, sim, conquistar o voto – em muitos casos a custa inclusive de agressões pessoais ou de promessas vãs. Plano de governo é assunto para depois, dizem.

Nada mais equivocado. Quem disse que o povo não entende, por exemplo, de um problema crucial que é a ocupação e o uso do território – motivo de conflitos cotidianos em grandes e médias cidades, tema nodal na revisão do Plano Diretor. Entende, sim. Tanto que organiza movimentos em prol da moradia e debate em fóruns diversos os impasses econômicos e jurídicos que envolvem o tema.

Eleição é, a um só tempo, conquista de postos de mando e oportunidade de elevação da consciência do povo. Sem um debate de idéias esclarecedor não se constrói base social sólida para arrostar os problemas cruciais da cidade.

Renato Rabelo: entrevista ao Avante!

No Vermelho:
. Durante viagem a Portugal, a convite do Partido Comunista Português, o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, concedeu entrevista ao jornal oficial do partido, o Avante!. Nela, Rabelo fala da conjuntura brasileira, do cenário internacional, do momento de expansão do PCdoB e das eleições de outubro. Sobre a visita, disse: “partilhamos os mesmos objetivos, os mesmos ideais, mesmo considerando a realidade própria de Portugal e do Brasil”.

17 julho 2008

Bom dia, Adalberto Monteiro

Lula Cardoso Ayres/Espírito
A felicidade

A felicidade às vezes vem vespertina
E não dura uma tarde.
A felicidade às vezes está à nossa volta
E à procura dela
Saímos pelo mundo dando voltas.

A felicidade talvez nem exista,
Talvez seja somente,
O nome de uma menina, de uma cidade.

A felicidade
É um trem que a gente espera, espera,
Ela atrasa, às vezes ela vem,
Às vezes nunca vem.

Educação em debate

. A amiga Ana Claudia Dantas informa que amanhã e sábado aconte a I Conferência Aberta de Educação na Cidade, promovida pelo Núcleo de Pesquisa de Política Educacional, Planejamento e Gestão da Educação-Centro de Educação-UFPE.
. Quem quiser participar é só se inscrever através do site www.nppge.com.br

História: 17 de julho de 1968

A desocupação da metalúrgica Cobrasma
Greve em 6 metalúrgicas de Osasco, SP, com ocupação da Cobrasma. O min. do Trabalho, cel Passarinho, intervém no Sindicato. Os operários deixam a fábrica sob a mira de metralhadoras. do Exército. (Vermelho http://www.vermelho.org.br/).

16 julho 2008

Artigo de toda quarta-feira no Blog de Jamildo (JC Online

Nem tanto o mar, nem tanto a terra
Luciano Siqueira

Imagine uma situação em que praticamente toda a mão de obra disponível, a capacidade de investimento e a matéria prima e insumos sejam totalmente utilizados. É o que os especialistas chamam de pleno emprego. Estamos perto disso? Tem gente que acha que sim, tem gente que não.

Os que avaliam que estamos próximos do estado de pleno emprego nutrem, obviamente, um otimismo incontido acerca da retomada do crescimento econômico ora em curso.

Os que pensam o contrário desconfiam da consistência dos índices atuais e da capacidade do país mantê-los.

Diz-se, por exemplo, que a nossa economia estaria num patamar superior ao seu potencial. Como assim? A utilização da capacidade instalada da indústria se aproxima do seu teto máximo, as atividades econômicas em geral se aceleram e cai rapidamente o desemprego – tudo sob o efeito direto dos investimentos estatais em serviços públicos essenciais e em infra-estrutura.

De fato, em maio, a taxa de desocupação ficou em 7,9%, o menor nível para esse mês desde 2002, desde quando houve alteração na metodologia na Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE. Ou seja: estamos próximos de alcançar a chamada "taxa natural de desemprego", que varia entre 7,4% e 8,5%, compatível com índices inflacionários suportáveis.

Ponto para quem acha que estamos nos aproximando do pleno emprego.

Mas não é certo que esse ritmo se mantenha de agora em diante. Primeiro porque já se prevê uma desaceleração do crescimento da taxa de ocupação verificada em maio (4,6% em relação ao mesmo mês em 2007) nas seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE. Segundo, porque o governo Lula ainda não conseguiu adotar uma efetiva política de desenvolvimento acelerado. O PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) está longe disso, embora ajude.

É aí que têm voz os que discordam de que estejamos próximo ao pleno emprego. Seus argumentos são sérios. O governo ainda não tem o controle direto dos fluxos de capital de curto prazo e o câmbio flutuante torna temerária toda tentativa de redução drástica dos juros (poderia provocar uma fuga de capitais). Nem dá sinais de que vá agir sobre esses dois fatores agora. Ou, melhor dizendo, se mantém numa postura conservadora, prisioneira dos condicionantes macroeconômicos neoliberais que herdou de FHC.

Que os economistas polemizem, tudo bem. A nós outros, simples mortais, cabe acompanhar os fatos (e os índices) com atenção, sem economizar otimismo nem tampouco abrir mão da velha e sábia cautela. Nem tanto o mar, nem tanto a terra.

14 julho 2008

Crise de quê?

. Na Rádio CBN, hoje pela manhã, o noticiarista, em tom grave, anuncia que o presidente Lula discutirá com sua equipe “a nova crise do governo”, motivada pelo conflito entre o juiz federal que decidiu prender o empresário Daniel Dantas e o presidente do STF, Gilmar Mauro, que o soltou.
. Só pode ser o hábito de culpar o governo Lula, todos os dias, de alguma coisa. Há que se perguntar: conflito no seio do Judiciário significa crise no Executivo?

13 julho 2008

Bom dia, Gerusa Leal

sou?

caminhando vou -
fumaça, vôo, nuvem
chuvisco de azul

nuvem de chuva
sabe-se lá porquê
dia de lua

Daniel Dantas & STF

Na Folha de S. Paulo:
Crônica de uma liberdade anunciada
FREI BETTO
Não houve surpresa. O corruptor pau-mandado disse que só a primeira instância preocupava o chefe. Dito e feito, 2 vezes

NÃO HOUVE surpresa. O corruptor pau-mandado disse com todas as letras, gravadas pela Polícia Federal, que o chefe se preocupava "apenas com o processo em primeira instância, uma vez que no STJ e no STF ele resolve tudo".

Sabia o que dizia. Dito e feito, em dose dupla. O chefe entrou na lista daqueles que, para certos ministros do STF, pairam acima da lei e reforçam a nociva cultura de que, como cantava Noel Rosa, "para quem é pobre a lei é dura", mas para quem é rico a impunidade fa(r)tura.
Vale a piada do político corrupto que surpreendeu o filho surrupiando-lhe a carteira e deu-lhe umas palmadas. "Mas você também rouba!", reagiu o menino. "Não te castigo por roubar, mas por se deixar apanhar em flagrante", retrucou o pai. Agora, nem o flagrante merece punição. Vide as imagens gravadas pela PF em que aparece a dinheirama destinada a corromper um delegado daquele órgão. O ciclo vicioso se confirma: a Polícia prende, a Justiça solta. E alguns disso se aproveitam e fogem.Ou a pena prescreve, sacramentando a impunidade e permitindo até que se candidatem a cargos públicos.

A corrupção, aliada à impunidade, de quem é filha, já indignava o autor de "A Arte de Furtar", escrito entre os séculos 17 e 18: "Se vossa casa, ontem, era de esgrimidor, como a vemos hoje à guisa de príncipe? E até vossa mulher brilha diamantes, rubis e pérolas, sobre estrados broslados? Que cadeiras são essas que vos vemos de brocado, contadores da China, catres de tartaruga, lâminas de Roma, quadros de Turpino, brincos de Veneza etc.?

"Eu não sou bruxo nem adivinho; mas me atrevo, sem lançar peneira, a afirmar que vossas unhas vos granjearam todos esses regalos para vosso corpo, sem vos lembrarem as tiçoadas com que se hão de recambiar no outro mundo. Porque é certo que vós os não lavrastes, nem os roçastes, nem vos nasceram em casa como pepinos na horta".

E aponta as ramificações do enriquecimento ilícito nas estruturas de poder: "Furtam pelo modo infinito, porque não tem fim o furtar com o fim do governo e sempre lá deixam raízes, em que vão continuando os furtos. Finalmente, nos mesmos tempos não lhes escapam os imperfeitos, perfeitos, mais-que-perfeitos e quaisquer outros, porque furtam, furtaram, furtavam, furtariam e haveriam de furtar mais, se mais houvesse".

Em "A Desordenada Cobiça dos Bens Alheios - Antiguidade e Nobreza dos Ladrões" (1619), Carlos García diz que a arte da ladroagem é superior à alquimia, pois do nada faz tudo: "Haverá maior nobreza no mundo que ser cavaleiro sem rendas e ter os bens alheios tão próprios que se pode dispor deles a seu gosto e vontade, sem que lhe custe mais que pegar-lhes?".

E denuncia o engano em que muitos vivem, "crendo que foi a pobreza a inventora do furto, não sendo outros senão a riqueza e a prosperidade".

Padre Vieira, nascido há 400 anos, alerta em seu "Sermão do Bom Ladrão" (1655): "Os outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e reinos; os outros furtam debaixo do seu risco, estes, sem temor nem perigo; os outros, se furtam, são enforcados, estes furtam e enforcam".

Sim, não temem as instâncias superiores da Justiça, pois não há o perigo de ficarem atrás das grades. Soltos, continuam a furtar o erário, e enforcam, nas negociatas, a cultura da decência, da ética e da justa legalidade.

E ainda há quem proteste por ver a mídia acompanhar as operações policiais. Quem reclama quando as viaturas cercam a favela com brucutus e "caveirões"? Reza o direito que, se o crime é clandestino, a repressão e a punição devem ser públicas, para servir de exemplo e coibir potenciais bandidos, sejam eles de chinelos de dedo ou de colarinho-branco.
Segundo Cícero, "o maior estímulo para cometer faltas é a esperança de impunidade".

Enquanto o nosso Código de Processo Penal não sofrer profundas modificações, os bandidos poderão repetir em entrevistas que só temem a Polícia, porque a Justiça é cega às suas práticas criminosas.

Talvez fosse mais sensato acatar a proposta de Capistrano de Abreu e reduzir a Constituição a dois artigos: "Artigo 1º: Todo brasileiro é obrigado a ter vergonha na cara. Artigo 2º: Ficam revogadas todas as disposições em contrário".

12 julho 2008

Bandeira branca

. Aos amigos que me escrevem reclamando da falta de notas sobre as eleições municipais aqui no blog, esclareço que assim será por respeito à legislação eleitoral (veja nota abaixo de alguns dias atrás).
. O jeito é conversar por telefone, por e-mail e pessoalmente. Como o TRE, quero bandeira branca e muita tranqüilidade.

O DNA do racismo

Ciência Hoje Online:
. Parece existir uma noção generalizada de que o conceito de raças humanas e sua indesejável conseqüência, o racismo, são tão velhos como a humanidade. Há mesmo quem pense neles como parte essencial da “natureza humana”. Isso não é verdade. Pelo contrário, as raças e o racismo são uma invenção recente na história da humanidade.
. Nas civilizações antigas não são encontradas evidências inequívocas da existência de racismo (que não deve ser confundido com rivalidade entre comunidades). É certo que havia escravidão na Grécia, em Roma, no mundo árabe e em outras regiões. Mas os escravos eram geralmente prisioneiros de guerra e não havia de maneira alguma a idéia de que eles fossem “naturalmente” inferiores aos seus senhores. A escravidão era mais conjuntural que estrutural – se o resultado da guerra tivesse sido outro, os papéis de senhor e escravo estariam invertidos.
. A emergência do racismo e a cristalização do conceito de raças coincidiram historicamente com dois fenômenos da era moderna: o início do tráfico de escravos da África para as Américas e o esvanecimento do tradicional espírito religioso em favor de interpretações científicas da natureza.
. Leia a matéria completa http://cienciahoje.uol.com.br/123264

11 julho 2008

Restrição à liberdade

No Vermelho:
Lei aprovada torna internauta um fora-da-lei, diz advogado
. Você já desbloqueou um celular para usá-lo com outra operadora? Verifica a autorização de sites antes de acessá-los? Já enviou fotos pela Internet? Atire a primeira pedra quem nunca fez nada disso (sem entrar em pequenas 'contravenções' que quase todo mundo faz como baixar músicas da Internet ou copiar um texto da Internet em seu blog, por exemplo). Com o projeto de lei aprovado nesta quarta-feira (9) no Senado, todas essas ações serão consideradas crimes com pena de prisão de até seis anos, afirma o advogado Ronaldo Lemos, coordenador do Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV (Fundação Getúlio Vargas) do Rio de Janeiro.
. "A redação da lei é muito ampla e pode abranger diversos casos. A interpretação do que é ou não crime será de um juiz criminal, acostumado a lidar com homicídios e não com tecnologia", diz Ronaldo Lemos. Segundo ele, o projeto de lei é "muito ruim" porque foi vendido como um projeto de combate à pedofilia, mas apenas um de 20 artigos trata de crimes contra a criança. "O que acontece em todo o mundo é uma regulamentação civil e o que não é controlado assim vai para a esfera criminal. O Brasil está andando no caminho contrário, criminalizando as ações", afirma.
. André Lemos, professor da Faculdade de Comunicação da UFBA e um dos idealizadores da petição contra a lei, diz que o usuário comum ficará com a sensação de ser vigiado e não saberá se o que está fazendo é legal ou não. "Por exemplo, se eu disseminar um vírus sem saber, poderei ser preso? Posso trocar arquivos entre meus pares mesmo em redes P2P (minhas fotos, minhas músicas, meus arquivos de textos) sem pedir autorização prévia? Como os provedores vão interpretar essas trocas? Posso copiar uma parte do texto de um blog e colar no meu? Ou seja, ela cria um sentimento de insegurança e de medo generalizado".

O tempo nosso de cada dia

No G1:
Não corra! Oito passos contra o estresse
Especialista americana mostra o caminho para vencermos a corrida contra o relógio.
"Quem sabe administrar seu tempo sabe administrar seu estresse", diz Karla Brandau, especialista em produtividade que presta consultoria para empresas como AT&T, Motorola e Coca-Cola. Ela propõe oito medidas para que os profissionais organizem o seu dia-a-dia e se sintam melhor física e emocionalmente. Eis os conselhos da consultora americana:
Divida suas tarefas - Faça duas listas. Uma das tarefas mais importantes que você precisa realizar na empresa, incluindo os projetos de longo prazo, e outra das que você tem condições de realizar durante o dia.
Divida seu tempo - Defina claramente um prazo para as tarefas do dia e concentre-se exclusivamente nelas. Agende igualmente um período para as reuniões, para as conversas com os colegas e para outras atividades. Ou seja, deixe um tempo para a produção e outro para a interação.
Saiba lidar com prazos - É uma regra básica. Procure realizar suas tarefas o mais cedo possível. É a única maneira de ganhar tempo extra para imprevistos - e eles sempre aparecem.
Procure fazer suas tarefas o quanto antes. É sempre bom ter tempo extra para imprevistos
Sobreviva à avalanche de e-mails - Procure respondê-los de forma objetiva e evite mandar mensagens desnecessárias. Domine os recursos da ferramenta. Você ganhará tempo.
Descanse - Procure usar o período de almoço também para o descanso. O ideal é trazer um lanche de casa, de preferência com baixa caloria. O tempo que seria gasto no restaurante pode ser usado para recuperar as forças.
Encare o trabalho adiado - Se quiser, divida-o em pequenas tarefas que podem ser realizadas por etapas, em cinco minutos. Defina um horário para lidar com os assuntos atrasados.
Saiba encerrar o dia - É fundamental, para que você seja produtivo no dia seguinte. Relacione as tarefas acabadas, tome nota do que ficou pela metade e escolha o que fazer primeiro na manhã seguinte. Limpe a mesa, coloque a papelada no devido lugar e responda a e-mails e mensagens telefônicas que havia deixado para depois.
Melhore a sua rotina - Anote o que foi motivo de estresse durante o dia e procure soluções para que esses fatores não se repitam.

Bom dia, Juareiz Correya

Limites urbanos

A insegurança bate à tua porta
Como uma venda lotérica
Um anúncio de jornal
Ou um pedido de pão

A rua te assalta
Com postes acesos
À luz do dia
E as casas não te encontram
Portas não te abraçam
Janelas não te vêem.

Ônibus e carros buzinam
Estragos desenfreados
Sobre os nervos do teu medo.

Estás só como ninguém
Crucificado na paisagem
Desaparecido na vertigem
Do passeio da tua casa à cidade
Sozinho como uma multidão cega
Perdido no teu próprio seqüestro
Sem resgates ou exigências
Como um número que não conta
Um nome que não existe.

Nanotecnologia em alta

No Valor Econômico:
A nanotecnologia entrou de vez no processo produtivo das empresas brasileiras. A Braskem desenvolveu um nanocomposto para a parte interna de tampas que ajuda na vedação. O Boticário oferece uma linha de cosméticos com nanopartículas que prometem ajudar na prevenção ao envelhecimento da pele. A Plásticos Mueller, fabricante de peças para grandes montadoras de veículos, criou uma nanoargila que substitui a fibra de vidro em algumas partes dos carros Fiat. A Incrementha, empresa de pesquisa dos laboratórios Eurofarma e Biolab, acaba de desenvolver um analgésico baseado em nanopartículas. O nanômetro tem um bilionésimo do metro.

Estatal estratégica

. A Eletrobrás, enfraquecida nos governos Collor e FHC, pode ganhar musculatura agora. O governo quer transformar a empresa na "Petrobras do setor elétrico", assumindo a liderança nas áreas de geração e transmissão de energia do país.
. Outro objetivo da megaestatal será desenvolver ações para a integração energética da América do Sul, com atuação na Bolívia, Venezuela, Argentina, Uruguai e Peru.
. O plano está pronto e deve será anunciado pelo presidente Lula nos próximos dias.
. Iniciativa correta, de sentido estratégico.

Realidade brasileira

No Vermelho:
. Em artigo, o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann, faz um paralelo entre algumas estruturas sócio-econômicas do Brasil do século 19 e do século 21. Ele aponta avanços, mas destaca certas características que ainda são mantidas, responsáveis por grande parte da desigualdade existente no país.
. Confira abaixo o texto, publicado no jornal Valor Econômico
:

Quando o perto vem de longe

O movimento republicano do final do Século 19 constituiu-se travestido na vontade de transformar profundamente o Brasil arcaico. Para isso trouxe consigo as sementes reformistas que se orientavam à alteração profunda da estrutura socioeconômica nacional herdada do antigo Império.

Na visão de Rui Barbosa, por exemplo, a superação do agrarismo anacrônico de então deveria ser acompanhada da desfeudalização da propriedade. Assim, a alteração da estrutura fundiária pressuporia a difusão de inúmeros produtores rurais, capaz de conformar uma nova e ampla base social necessária à sustentação da nova política republicana.

Da mesma forma, Joaquim Nabuco defendia ardentemente a realização de reformas coincidentes com a própria abolição da escravatura, o que permitiria a construção de uma nova e moderna ordem social no Brasil. Seu objetivo principal era a reorganização das bases de valorização do trabalho nacional necessário à consolidação da civilização brasileira assentada na ascensão dos miseráveis e ex-escravos à condição de operários no país democrático e industrial.

Por fim, em conformidade com Manuel Bonfim, o Brasil republicano deveria passar pela implementação de uma profunda reforma tributária, compatível com o fim da iniqüidade que fazia com que os pobres e os desfavorecidos concorressem com maior parte das rendas públicas arrecadadas. Uma democracia dificilmente seria plena sem a adoção majoritária do imposto progressivo ao recurso de cada contribuinte, bem como sem o seu emprego no custeio dos serviços públicos de interesse geral.

Neste começo do Século 21, o Brasil diferencia-se muito daquele do final do Século 19. Abandonou o primitivismo da estratificação social - que assegurava somente 10% da população alfabetizada e menos de 5% da população adulta participante do processo eleitoral -, bem como se situa entre as 10 maiores economias do mundo, com modernos setores produtivos identificados pelo agronegócio, petróleo, aviação, siderurgia, entre outros.

A despeito disso, a estrutura fundiária ainda guarda alguma relação como o elevado grau de concentração já expresso em 1850, quando da introdução da Lei das Terras. Com o atual avanço da internacionalização das terras, o Brasil parece redescobrir o seu passado, permitindo integrar novos ricos da financeirização em ascensão com o neoagrarismo pouco produtivo.

Também em relação ao processo de integração social percebe-se a distância que continua a separar a população branca, seja pela significativa diferenciação salarial, ocupacional, de bem-estar especialmente, do segmento não-branco. À margem da reforma social perseguida ainda no Século 19, o Brasil do início do Século 21 não consegue construir plenamente uma ordem social moderna. A estratificação social atual indica o quanto prepondera o peso de uma elite branca a desfrutar dos principais postos de direção e remuneração, após trajetória educacional dificilmente acessível aos não-brancos.

No plano tributário, os avanços se mostraram pouco efetivos, sobretudo quando se considera que no país o imposto continua a ser cobrado proporcionalmente mais dos pobres. Em 1907, por exemplo, quase três quartos do total da arrecadação provinha dos tributos indiretos, que recaem proporcionalmente mais sobre a população de baixa renda. No Brasil do início do século 21, o pobre continua a pagar quase 50% a mais de impostos que os ricos, uma vez que dois terços da arrecadação continua a derivar da tributação indireta.

Em 2006, por exemplo, os 10% mais pobres do país, com rendimento médio mensal de R$ 73, pagaram na forma de tributos quase 33% do total da renda. Já os 10% mais ricos do país, com renda média de quase R$ 4 mil mensais, contribuíram com menos de 23% do rendimento total com o sistema tributário.

Por conta disso, estima-se que a desigualdade entre o rendimento médio bruto dos 10% mais ricos e o dos 10% mais pobres chegou a 54 vezes em 2006. Já a desigualdade entre o rendimento médio líquido (após o efeito da tributação) dos 10% mais ricos e o dos 10% mais pobres alcançou a 80,5 vezes. No mesmo ano, o aumento da desigualdade entre os rendimentos médios (bruto e líquido) nos extremos da distribuição pessoal da renda no Brasil foi de 49,1%, o que indica o avanço do papel regressivo do sistema tributário nacional. Isso se torna ainda mais evidente quando se compara a evolução do grau de desigualdade entre o rendimento médio bruto e líquido dos 10% mais ricos e o dos 10% mais pobres ao longo dos anos. No ano de 1996, por exemplo, a desigualdade entre os rendimentos médios brutos dos dois decis extremos foi de 40,5 vezes (rendimento médio bruto) e de 42,9 vezes (rendimento médio líquido).

O aumento na desigualdade de renda ocasionada pelo sistema tributário no Brasil tem forte impulso a partir da elevação da carga tributária desde a década de 1990. A prevalência da iniqüidade no interior do sistema tributário pode ser alterada profundamente pelo Congresso Nacional. Essa oportunidade permitiria romper com a inércia secular que move a orientação tributária: cobrar mais de quem menos tem.

Coluna semanal no Portal Vermelho

Um nó a ser desatado
Luciano Siqueira

Começa a campanha eleitoral e as carências sociais e de infra-estrutura de nossas cidades passam a primeiro plano no discurso dos candidatos. Tanto dos que já governam ou por esses são apoiados, como dos que, na oposição, anseiam o poder local.

Não poderia ser diferente. São enormes as demandas físicas e sociais de nossas cidades, acumuladas no curso do rápido processo de urbanização ocorrido em nosso país. No início do século XX apenas 10% dos brasileiros viviam nas cidades; hoje essa população atinge os 80%. Produto direto de dois fatores entrelaçados: a industrialização, que tomou corpo a partir dos anos 30; e a ausência de uma reforma agrária distributiva, que arrostasse a praga do monopólio da propriedade territorial rural, o latifúndio.

O drama dos que saíram do campo por causa do latifúndio se estendeu à nova vida iniciada nas cidades, onde o direito a um pedaço de chão também esbarrou na controle do território nas mãos de poucos.

Com a ocupação crescente das cidades, o solo urbanizado passou a custar uma fortuna, de acesso apenas a quem pode. Os de baixa renda e de pouco poder aquisitivo gradativamente foram vítimas da segregação, condenados a se instalar em áreas periféricas desprovidas de serviços públicos e de oportunidades de emprego, e ainda obrigados a pagar caro pelo transporte de má qualidade.

Assim, a industrialização mudou o foco da riqueza da terra para as fábricas, mas o impasse fundiário urbano se manteve até hoje. E não há como promover o desenvolvimento econômico com distribuição de renda e valorização do trabalho sem superar esse impasse.

Aí é que entra a maldita correlação de forças na sociedade. O país dispõe atualmente de um instrumento legal competente para superar a questão fundiária urbana – o Estatuto da Cidade, lei federal que provê o poder público de mecanismos de intervenção sobre o território aptos a enfrentar as desigualdades em sua ocupação. Os planos diretores a que todas as prefeituras estão obrigados são a ferramenta da aplicação do Estatuto. Mas nada, ou quase nada acontece porque o poder executivo local, mesmo quando motivado para tanto, pode pouco diante da resistência oferecida pelas Câmaras de Vereadores, estas exageradamente sensíveis às pressões de quem detém o capital.

Só um movimento de âmbito nacional pela reforma, que venha do povo, inspire o governo federal e pressione os poderes executivo e legislativo locais pode resolver a parada. E esta é uma tarefa urgente de todos os que desejam uma cidade mais humana.

10 julho 2008

Bom dia, Maria Thereza Noronha

Simplicidade

O que por mar vier não sendo barco
alga coral peixe retardatário
será de mim o que deixei alhures:
praia perdida de remoto mar.

O que por ar vier não sendo asas
— aeronave ou ave migratória —
rumor será de vento nas acácias:
rota antiga de um sonho perdulário.

O que por terra vier será bem-vindo
como bem-vindas são as coisas simples,
estratégia e rotina se alternando:
legada a insanidade aos altos píncaros.

09 julho 2008

Uma armadilha para o Aedes

Ciência Hoje:
Substâncias químicas que estimulam o mosquito a colocar ovos podem ser usadas no seu combate
. A descoberta de substâncias químicas que estimulam o Aedes aegypti a colocar ovos pode auxiliar o desenvolvimento de armadilhas mais eficazes para seu monitoramento e combate. Um estudo norte-americano constatou que as fêmeas do mosquito põem mais ovos em contato com compostos produzidos por microrganismos presentes em ambientes aquáticos com folhas imersas, o que faz com que passem mais tempo nesses locais.
. O Aedes aegypti transmite a dengue e a febre amarela, doenças que são uma ameaça à saúde pública, especialmente nos países tropicais. Estima-se, por exemplo, que ocorram 51 milhões de casos de dengue anualmente no mundo. O uso de compostos que modifiquem o comportamento do mosquito, como estimulantes da postura de ovos, permitirá detectar e vigiar sua atividade em regiões endêmicas, bem como diminuir a ocorrência dessas doenças por meio da adoção de mecanismos de controle das populações do A. aegypti.
. As fêmeas do A. aegypti põem seus ovos em locais com água limpa e parada. Seu comportamento durante essa atividade é mediado por vários estímulos associados ao hábitat aquático onde a larva cresce. Estímulos visuais atraem os mosquitos, que são guiados por estímulos olfativos para locais com água. Na aterrissagem, o contato com a superfície da água estimula a colocação de ovos.
. Veja o texto completo: http://cienciahoje.uol.com.br/123222

No Blog de Jamildo (JC Online)

A persistência de um equívoco
Por Luciano Siqueira*

O equívoco é prosseguir enfrentando o chamado crime organizado através da força bruta, com confronto direto e - incrível! – desigual e desfavorável, do ponto de vista bélico e operacional, às forças policiais. É o que ocorre nas zonas conflagradas do Rio de Janeiro e se repete, guardadas as peculiaridades locais, em outras grandes e médias cidades do país.

De quem é o equívoco? Dos governos que insistem no falso caminho, da mídia que aborda os eventos criminais de maneira espetacularizada e de parcelas expressivas da opinião pública, que por conseqüência, assim pede.

Episódios dolorosos como o que vitimou o garoto João Roberto, de três anos, domingo, no Rio, quando o veículo em que trafegava com a mãe e um irmão de 9 meses, foi brutalmente alvejado por policiais militares que supostamente perseguiam criminosos, são decorrência natural desse equívoco.

O protesto do pai do garoto, em desespero, é por si mesmo revelador. “Eu sou taxista, saio aos domingos para juntar um dinheiro para fazer a festa do meu filho. Eu nunca ia imaginar que eles iam executar minha família. Um carro preto passou pela minha mulher a 'mil' quilômetros por hora, ela encostou o carro como qualquer um faria para dar a vez à policia, (mas) eles não seguiram o carro, eles pararam, fecharam a minha mulher e metralharam o carro, com uma mulher e duas crianças. Minha mulher jogou a bolsa da criança pela janela para sinalizar que havia criança no carro, mas não adiantou. Ela então saiu do carro, desesperada, se colocou entre os tiros e está cheia de estilhaços. Eu não pago os meus impostos para virem executar a minha família.”

Ninguém pode se opor à repressão ao crime. Mas a ações repressivas devem se apoiar na inteligência e dialogarem com a prevenção. Este é um dos pressupostos fundamentais do SUSP – Sistema Único de Segurança Pública – que a duras penas o governo federal vem tentando implantar desde 2003, e do qual o Pronaci - Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania – pretende ser a expressão atual.

O Pronaci busca justamente o enfrentamento à criminalidade no país articulando políticas de segurança com ações sociais; priorizando a prevenção e agindo sobre as causas que levam à violência, sem abrir mão das estratégias de ordenamento social e segurança pública. O inverso do praticado domingo no Rio de Janeiro.

Nunca é demais repetir: as políticas públicas devem ser constantemente reavaliadas frente às experiências vividas e às necessidades e expectativas da sociedade. Em matéria de segurança, a distância entre a teoria e a prática ainda é imensa; e proporcional à força com que ainda prevalecem velhos e ultrapassados conceitos.
*Vice-prefeito do Recife, escreve para o Blog às quartas.

07 julho 2008

Aviso aos navegantes

A partir de hoje,
em respeito à Resolução do Tribunal Regional Eleitoral,
não farei qualquer referência no blog às eleições de outubro.
Tratarei apenas de
arte, literatura, ciência,
cultura, economia, problemas urbanos, comportamento,
amenidades.

05 julho 2008

Mídia parcial

Na Carta Maior:
Imprensa, um semestre de imposturas
. Como esquecer a coluna de 9 de janeiro, de Eliane Catanhêde, colunista da Folha de São Paulo?: "Com sua licença, vou usar este espaço para fazer um apelo para você que mora no Brasil, não importa onde: vacine-se contra a febre amarela! Não deixe para amanhã, depois, semana que vem... Vacine-se logo!”. Gilson Caroni Filho analisa o primeiro semestre da imprensa brasileira.
. Um balanço da imprensa nos primeiros seis meses de 2008 mostra que não foi por falta de empenho que a imagem do governo não sofreu considerável desgaste. Um acompanhamento, mês a mês, da cobertura noticiosa mostra que o jornalismo de mercado, usado como controle político das elites, terminou resvalando ladeira abaixo ao continuar acreditando que dispunha de uma ilimitada capacidade prestidigitação.
. Quedas de tiragens e audiência decorreram do apego à desmesurada crença nos dispositivos que regulam a relação entre os responsáveis pela produção e difusão de informações. Em inúmeras vezes o fato concreto deu lugar à imaterialidade midiática.
. Por mais fiel que seja o leitor, por mais intensa a cumplicidade com o veículo que sistematiza sua visão de mundo, um noticiário que não guarda qualquer relação com a realidade vivida termina por explicitar excessivamente os interesses a que serve. E ao fazê-lo, termina sendo disfuncional a esses mesmos interesses. Um discurso vazio, que cai no descrédito na medida em que mais complexa se torna a sociedade para a qual é elaborado.
Ilustração: Siron Franco