31 janeiro 2010

Raiva & razão

Sugestão de domingo: Está com raiva? Mude de assunto ou deixe para discutir depois. Para não perder a razão.

Cada um no seu papel

Não cabe caracterizar o PT como simples coadjuvante do PSB no pleito de outubro. Nem aqui nem alhures. Cada partido tem um papel a cumprir. Só isso.

Desaforos em segundo plano

. Quando um não quer, dois não brigam. É o que escutamos dizer desde garotos, não é? E a vida o comprova.
. A eventual disputa Eduardo x Jarbas para governador será boa pelo confronto de projetos, que ofuscará a onda de desaforos. Podem anotar.
. Um com certeza não vai rebaixar o nível do debate. É pela diferenciação das idéias e propósitos que Eduardo consolidará a correlação de forças favorável – e vencerá.

Neoliberalismo renitente

No Vermelho, por Eduardo Bomfim:
A nova agenda neoliberal

Na medida em que a economia brasileira caminha a passos largos rumo ao patamar de um desenvolvimento comparável aos Países do primeiro mundo, considerando a afirmação do IPEA de que em 2016 alcançaremos as nações desenvolvidas, impõe-se a mesma correspondência quanto aos nossos indicadores sociais de qualidade de vida.


É correto afirmar que em primeiro lugar vem a produção da riqueza nacional. Tem sido exatamente o crescimento do produto interno bruto que através do desenvolvimento persistente, apesar da crise financeira internacional, vem possibilitando a ascensão de milhões de brasileiros às novas condições de vida bem mais elevadas.

A dinâmica da economia está permitindo a inserção de grandes contingentes de trabalhadores no mercado de trabalho formal. Há mais investimentos em infra-estrutura e em programas sociais, o que possibilita melhorias nos níveis de vida do povo brasileiro.

Por outro lado, um maior poder aquisitivo da população vem aquecendo o mercado interno, razão principal para que o Brasil não tivesse afundado com a quase totalidade dos Países na recessão profunda, através da ampliação e facilidades do crédito às amplas camadas do povo brasileiro.

Houve um claro estancamento do processo de desconstrução do Estado nacional que vinha a galope durante o período neoliberal na década de noventa. Tendência essa que só não foi mais grave em decorrência da resistência patriótica do povo brasileiro.

Mas o discurso neoliberal no Brasil e outras nações emergentes envelheceu precocemente em função das contradições surgidas na economia e na política, contrárias às necessidades reais de desenvolvimento capitalista desses Países, que não podem prescindir de um papel vigoroso dos Estados nacionais para impulsionar a dinâmica de suas economias.

Assim, é fundamental o fortalecimento das empresas estatais como alavancas poderosas a essas nações em crescimento e com largas margens de expansão. Essas foram em linhas gerais as causas principais do recuo e certa derrota da primeira ofensiva das doutrinas neoliberais nos Países emergentes.

Mas essa doutrina associada ao impulso de dominação imperial mudou a estratégia, induzindo em falsa contradição a sociedade versus o Estado, construiu uma extensa malha de ONGs, uma poderosa e bem financiada agenda de conflitos e dispersão à unidade social além de contrárias à soberania dessas nações pelo desenvolvimento econômico.

Diálogo contraditório

. De agora até junho gradativamente se intensificarão as conversações entre partidos aliados tendo em vista o pleito de outubro. Que é geral – daí a emergência de um traço característico da vida política brasileira: as tensões entre a dimensão nacio0nal e a dimensão regional do processo.
. Conciliar o interesse nacional com as disputas locais, que se dão em cada estado, nem sempre é fácil. E isso se reflete inevitavelmente na política de alianças. Caso de Pernambuco, por exemplo. Aqui o PMDB guarda léguas de distância do compromisso assumido por sua direção nacional de coligar-se com o PT e demais partidos da coalizão governista na eleição para presidente.
. O diálogo tenso, digamos, entre essas duas dimensões contraditórias se revela também em outros partidos. O que exige paciência e serenidade na construção das alianças.

29 janeiro 2010

Bate-boca longe do povo

. Pelos jornais impressos ou através de sites de relacionamento, nada dessa baboseira de farpas entre situação e oposição sensibiliza o povo, que permanece distante do bate-boca.
. No máximo satisfaz o ego dos que a esse expediente se dedicam.
. O cara escreve um desaforo, sente-se bem com isso - mas ninguém presta atenção.

28 janeiro 2010

Coluna semanal no portal Vermelho

Tapioca: ciência e arte
Luciano Siqueira


Com movimentos ágeis põe o queijo, dobra a massa, enrola numa folha de bananeira e a oferece ao freguês: - Pronto, doutor, está no ponto. E não é para me gabar não, mas duvido quem faça melhor.

A tapioqueira parece se orgulhar do que faz, com destreza e esmero. Que nem um ourives a lapidar uma pedra preciosa.

A gente saboreia a tapioca – uma delícia! – aceitando aquelas palavras como uma lição. Importa, sim, realizar cada tarefa cotidiana com cuidado. Que nem o ourives – ou a tapioqueira ciosa do seu ofício. A gente aprende durante o trivial ato de comer tapioca no Alto da Sé, em Olinda.

Pena que nem todos os comensais se dão conta disso, a maioria com aquele jeitão de turista apressado, que chega, olha em torno, consulta o guia, confere as referências da igreja e a fotografa – na mais das vezes não é bem a igreja o objeto da foto, mas os filhos, o pai, a mãe ou o casal. Para ter o prazer de chegar das férias e dizer: “tá vendo a gente aqui, por trás tem uma igreja e, não dá para ver direito, mas fizemos a foto em Olinda”.

Para eles, os turistas, experimentar a tapioca é quase uma obrigação – está no guia 4 Rodas. Nem procuram saber ao certo o que estão mastigando, muito menos se dão conta de que são servidos por uma artista – a tapioqueira -, digna representante de nossa cultura. Isso mesmo. A tapioca é coisa nossa, invenção indígena, feita com a goma da mandioca que, espalhada numa frigideira, vira uma massa tipo panqueca, arredondada, recheada com coco (ou com queijo ou que o freguês preferir).

Tapioca bem feita é produto de verdadeiro ritual, misto de ciência e arte. Não é pra qualquer um (ou uma). Como uma relação de amor, pede jeito, dengo, habilidade e impulso criativo; e se renova com o olhar, a palavra e o gesto.

Rendamos homenagem à tapioqueira. E saibamos saborear a tapioca, com ou sem recheio além do coco; com um café quente ou suco de frutas, a depender do estado de espírito do momento. Com licor também serve, ou com uma boa cachaça. Porque tapioca é um afago ao paladar e um modo de viver.

Se tem dúvida, vá ao Alto da Sé e experimente.

Preciosa fonte de informações

. Para quem pensa o país e a sua aldeia de um ponto de vista científico, o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) facilita as coisas a partir de hoje. Lança o portal Mapas IPEA, que permite aos internautas visualizar, no mapa brasileiro, diversas informações sobre os municípios do país.
. Em um só endereço você encontra informações públicas que têm como fonte ministérios e outros órgãos federais, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
. Entre os dados disponíveis, a população, a área, o Produto Interno Bruto (PIB), as rodovias, estatísticas de educação e a quantidade de servidores públicos nos municípios. Os mapas permitem ainda saber quais os municípios com acesso mais rápido a aeroportos e os que têm mais famílias em situação de pobreza.

27 janeiro 2010

Apoio a estudantes reforçado

. A informação é da Agência Brasil. Com as novas regras do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), publicadas na última semana, o Ministério da Educação (MEC) pretende chegar a 200 mil contratos por ano. Segundo a secretária de Ensino Superior, Maria Paula Bucci, em 2009 foram fechados cerca de 35 mil contratos, seis vezes menos do que a nova meta do ministério.
. O programa permite aos universitários financiar os estudos em um curso superior de instituições particulares. Entre as mudanças está a redução dos juros de 6,5% para 3,5% ao ano, inclusive para o saldo devedor de contratos antigos. O prazo para quitação da dívida, que antes era de duas vezes o período do curso, agora passa a ser de três. Ou seja: um estudante que financiou um curso com duração de quatro anos, poderá quitar seu saldo devedor com o banco em até 12 anos.
. O processo de seleção para o Fies, que antes era feito no início de cada semestre, agora poderá ser feito a qualquer momento. O estudante deve procurar uma agência da Caixa Econômica ou do Banco Brasil para efetuar o financiamento a partir de março.

25 janeiro 2010

Chile e Brasil, situações distintas

Editorial do Vermelho:
As diferenças entre Chile e Brasil
. A vitória da direita no segundo turno da eleição presidencial chilena assanhou a direita e os neoliberais brasileiros, e seus ventríloquos da mídia, que comemoram a eleição de Sebastián Piñera como a comprovação da tese de que o prestígio do presidente não se transfere para seu candidato. Lá, a presidenta Michelle Bachelet também tinha aprovação popular na casa dos 80%, mas seu candidato, o democrata cristão Eduardo Frei, ficou com apenas 48,4% dos votos, contra 51,6% dos obtidos pelo candidato da direita.
. Aquele resultado é desfavorável aos novos ventos que sopram na América do Sul, e ainda vai repercutir muito. Como reconheceu o presidente do Partido Comunista do Chile, Gullermo Teillier, a vitória de Piñera "é, sem dúvida, uma má notícia para o Chile e a América Latina".
. A repercussão dessa má notícia precisa ser avaliada com critério. Para o Chile, ela pode significar o retrocesso mesmo nos tímidos avanços sociais e políticos dos vinte anos de governos da Concertación. Foi um período de transição do fascismo pinhochetista para uma democracia severamente limitada pela Constituição imposta pelo ditador. Lá, a luta dos trabalhadores é manietada por um Código do Trabalho de 1980 (elaborado sob Pinochet, portanto), que dificulta as greves e impede a negociação de acordos coletivos. O sistema eleitoral, binominal, que favorece os grandes partidos e praticamente impede a eleição de representantes dos pequenos, dificilmente será modificado. Além disso, a punição dos crimes contra os direitos humanos cometidos contra a ditadura (prisões ilegais, tortura e assassinatos políticos) vai enfrentar grandes obstáculos, o povo mapuche (cuja luta constitui um dos grandes movimentos sociais no Chile) continuará sendo oprimido, a empresa estatal Codelco, do cobre, fica agora sob ameaça de privatização, e por aí vai.
. Leia o texto completo http://www.vermelho.org.br/editorial.php?id_editorial=656&id_secao=16

História: 25 de janeiro de 2001

Primeira edição do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, Brasil: 20 mil participantes; 4.700 delegados de 117 países, 1.870 jornalistas credenciados, 420 oficinas. De conteúdo antineoliberal, é o contraponto do Fórum "Econômico", dos ricos, em Davos. Em poucos anos, firma-se como referência. (Vermelho http://www.vermelho.org.br/).

Força ao trabalho no campo

. O Programa de Geração de Emprego e Renda Rural (Proger Rural) aplicou cerca R$ 1,38 bilhão, de julho a novembro de 2009, contra R$ 230 milhões investidos no mesmo período de 2008.
. O maior crescimento foi verificado entre os médios produtores rurais, cuja tomada de crédito foi 500% superior ao da safra passada.
. Tem a ver com a determinação do governo federal de ampliar o Proger Rural para que atendesse o maior número de beneficiários na safra 2009/2010.
. O volume de recursos programado para este período atinge R$ 5 bilhões, representando 72% a mais que na safra anterior.

Investimentos tendem a crescer

. É o que revela reportagem do Valor Econômico hoje. A demanda por crédito para investimento, que começou a se recuperar no pós-crise a partir de outubro, continua forte em janeiro.
. A tendência surpreendeu os bancos, porque janeiro costuma ser um mês de queda de negócios, em razão das férias. O Banco do Brasil, líder em repasse de recursos do BNDES, aprovou 45 projetos de médio e grande porte nos primeiros 15 dias do ano.
. O total de investimentos envolvido supera os R$ 12,4 bilhões, considerando apenas os projetos de expansão de capacidade produtiva.

24 janeiro 2010

Amanhã será outro dia

. Já estou no Recife, de volta à luta. Ainda com problemas no Outlook, mas verificando e-mails recebidos pelo portal UOL. Epa! Tem mensagens demais acumuladas.
. Comentários e referências breves ao que publiquei no Vermelho http://www.vermelho.org.br/ e no site da Revista Algomais http://www.revistaalgomais.com.br/ são expressiva maioria.
. Agora, meio-dia de domingo, vejo que tem 29 mensagens sobre “Em Ponta Negra e no bar da rua Chile” e 17 sobre “Os gordos também amam”.
. O problema de Outlook será resolvido amanhã pela manhã pelo especialista Hugo Barreto.
. Aí volto a cuidar de minha correspondência e do trabalho – que tende a ser duro a partir de agora.

Batalhas sucessivas

Sugestão de domingo: Viva intensamente a vitória alcançada. Mas não deixe de se preparar imediatamente para a batalha seguinte.

Uma crítica (insuspeita) a Serra

O articulista Clóvis Rossi, da Folha de S. Paulo, conhecido adepto das pretensões tucanas, questiona seriamente o comportamento do governador José Serra diante do desastre causado pelas chuvas na capital paulista e cidades do interior. Leia o texto:
Grande momento, reação pequena
Clóvis Rossi

SÃO PAULO - Quando comecei no "Estadão", faz já longos 45 anos, o lendário jornalista Cláudio Abramo havia saído pouco antes, mas legara uma frase que seus contemporâneos repetiam aos que chegavam: "Um grande jornal se conhece nos grandes momentos".
Pena que o governador José Serra, que conviveu com Abramo, já na Folha, não tenha aprendido a lição, aplicada à política.

Se tivesse, saberia que é justamente em um "ano anômalo", como classificou este 2010, que começa horrível, que se conhecem os grandes administradores. É verdade que as chuvas têm sido excepcionais, que a cidade cresceu de forma anárquica, que parte da população não colabora jogando lixo em tudo quanto é canto, que nem o prefeito nem o governador podem dançar a dança da chuva para que caiam menos águas ou, ao menos, que chova no mar, digamos.

Mas, dada a anomalia, que tal reagir a ela com um esquema igualmente fora do comum de defesa civil em todos os seus aspectos?

É tão difícil assim mobilizar todos os recursos da Companhia de Engenharia de Tráfego e da Polícia Militar para orientar os motoristas e tentar evitar que caiam nas ratoeiras que as chuvas armam ou para tirá-los delas?

É tão difícil assim montar frentes de trabalho emergenciais para limpar bueiros, córregos, rios, desobstruir enfim o máximo possível de pontos de alagamento? Não existem na cidade mais rica do país especialistas em emergências para montar com eles e os funcionários públicos um gabinete de crise para pronta reação?

Tanto Gilberto Kassab como Serra reagem burocraticamente, molemente, nesses "grandes momentos" - tristes, mas grandes. Não é exatamente o comportamento que se espera de quem se supõe que vai disputar uma eleição presidencial esgrimindo o bordão de gerente - e competente.

A cor do dinheiro

. Para melhor combater falsificações, o Banco Central adotará tamanhos distintos para as cédulas do Real, conforme o valor de cada uma.
. E também alterará a cor.
. Que estiver liso, mais do que nunca poderá dizer que nem vê a cor do dinheiro...

Air France esclarece, mas nem tanto

. A propósito do meu artigo “Os gordos também amam” no site da Revista Algomais www.revistaalgomais.com.br, (veja em postagem abaixo) recebo mensagem da Air France desmentindo a notícia amplamente veiculada pela imprensa de que passaria a sobretaxar em 75% do valor da tarifa aos passageiros gordos que necessitam de espaço superior ao de um assento para que possam se acomodar satisfatoriamente nas aeronaves.
. Ao contrário, diz a mensagem, a companhia “não tem qualquer intenção de obrigar passageiros obesos a pagar por um segundo assento” e a partir de 1º de fevereiro pretende “ressarcir passageiros obesos que optaram por comprar um segundo assento na Econômica, caso a cabine não esteja totalmente lotada”.
. Parece a mesma coisa, não é? De toda sorte, faço o registro. Dá pra entender? Melhor seria cobrar nada pelo segundo assento. E os gordos viajariam felizes.

Boa noite, Gerusa Leal


Menos mal

Não se meta comigo - ela disse
e maldisse o sorriso sensual
que lhe deu quando o viu sem camiseta.

É que não conhecia-lhe a faceta
que depois, sem mais tudo descobriu.

Quis mandar-lhe pra onde já se viu,
quis mas era mister reconhecer-se
nunca fora amada como tal.

Menos mal se o amor dele foi desses
que a mandado nenhum obedecesse,
ele disse - morena, não faz onda,
e meteu-se, sussurando em seu ouvido:
minha flor, no amor tudo é normal.

Água de chuva para quem quer aproveitá-la

Ciência Hoje Online:
Das nuvens para o consumidor
Embora seja inadequada para o consumo humano por causa da concentração de microrganismos e outros poluentes, a água da chuva coletada em Belo Horizonte pode ser uma alternativa viável para usos menos nobres, que não exijam água potável.
. Usar a água da chuva pode ser uma boa opção para reduzir o consumo de água. Mas, pelo menos em Belo Horizonte, essa alternativa deve ser vista com cautela. Um estudo realizado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) verificou os níveis de contaminação da água da chuva coletada na capital mineira e constatou que ela não atende aos padrões de potabilidade do Ministério da Saúde para água destinada ao consumo humano.
. Os resultados, fruto do mestrado da engenheira Manuelle Cardoso na UFMG, indicam que a água potável ainda é a melhor opção dos moradores de Belo Horizonte para escovar os dentes, cozinhar, beber ou para qualquer outra situação que envolva a ingestão do líquido.
. Mas isso não significa que a água da chuva não possa ter usos menos “nobres”, como lavar o carro, lavar roupas, regar o jardim ou lavar a calçada, o que seria uma forma de poupar esse recurso natural cada vez mais escasso.

Tendências na sucessão presidencial

No Vermelho:
Marina perde apoio e 2010 caminha para a polarização
. Desde que foi reeleito em 2006, o presidente Lula tem trabalhado para transformar a sua sucessão, que acontecerá em outubro deste ano, numa imensa enquete nacional sobre o seu governo. O sonho de Lula, e toda a energia política que ele gasta, é para que as eleições presidenciais ocorram apenas entre o seu candidato e o nome que representa a oposição, de modo a que o eleitor se veja unicamente entre duas opções: a que ratificará seu governo e a que o rechaçará, sem meios termos.
. As pesquisas eleitorais apontam, de fato, uma concentração das intenções de voto nos nomes da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, a aposta governista, e do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), o candidato oposicionista. Ainda que esse dado reforce o caráter plebiscitário desejado por Lula, o fato é que, mesmo que com chances mínimas, haverá nomes na disputa eleitoral além de Dilma e Serra.
. Leia a matéria na íntegra: http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=123050&id_secao=1

Artigo semanal no site da Revista Algomais

Os gordos também amam
Luciano Siqueira


Vejo agora na TV que empresas aéreas cobrarão 75% a mais do valor da passagem dos gordos que não conseguirem se acomodar confortavelmente no assento. A Air France parece que é a primeira a proceder assim. Em vôos internacionais e domésticos.

Sou dos que muito viajam e quase sempre não tem motivos para agradecer pelos serviços prestados pelas empresas de aviação. Começa pelo horário do embarque: se você se atrasa alguns minutos corre o risco de perder a vaga para alguém da lista de espera. Mas se o atraso é do avião, nada a fazer, você espera o tanto que for obrigado sem direito a reclamação. Quer dizer, reclamar pode – mas sem qualquer esperança de alguma consequência prática. Autêntica relação de poder em que o passageiro é o mais fraco – e nunca leva vantagem.

E os gordos, minha gente, sofrem muito. Sofrem e fazem sofrer o passageiro da cadeira ao lado – involuntariamente, coitados. Como num vôo Recife-São Paulo em que um gordo de gordura incrivelmente bem distribuída (se é que se pode avaliar assim) ocupou o assento do meio. No da janela um cidadão de aparência frágil, olhar triste, sem forças para se incomodar com alguma coisa além de suas possíveis desventuras pessoais. No do corredor, eu.

Pois bem. Faça-se justiça: bem que o gordo se esforçava para incomodar o menos possível. Isso era visível e comovente. Mal se mexia. O corpo é que atrapalhava: bíceps imensos, a barriga encostada no assento da frente, as pernas semiabertas em v. O da janela viajou o tempo todo espremido, numa espécie de camisa de força. Também não se mexia. E eu, aparentemente menos prejudicado, tentei escrever no notebook e não consegui. Ler o livro de crônicas de Drummond, nem pensar. Condenado a viajar inclinado para a direita, atrapalhando o trânsito de aeromoças e comissários de bordo, dei-me por premiado quando, apesar da escoliose momentânea, a aeronave finalmente pousou em Guarulhos.

Na saída o gordo teve a gentileza de pedir desculpas, falando baixo como quem compartilha um segredo. E eu respondi com um falso “não se preocupe, disponha sempre”, rezando entretanto para jamais encontrá-lo noutro vôo.

Agora as empresas enfrentam o problema punindo os gordos. Absurdo! Deveriam ceder um assento a mais, sem nada cobrar por fora. Afinal, ninguém é culpado por ser gordo – por mais que eles mesmos se culpem por isso.

Como a coisa vai funcionar? O gordo se denuncia antecipadamente e pede para pagar os 75% a mais? Ou passa pelo constrangimento de ser flagrado incomodando o passageiro do assento ao lado e é convidado a se retirar? Ou terá que se pesar no ato da compra da passagem?

E se o gordo viajar acompanhado? E se ela for gorda também – terão que pagar por três ou quatro assentos? Ora, gordos são apenas gordos, tem direito às coisas boas da vida, sobretudo ao amor. E a viajarem ao lado da mulher amada, abraçadinhos, mergulhados em carícias e afagos, que é o melhor jeito de viajar de avião.

Sei não. Pelo menos no Brasil a ANAC deve proibir que se punam os gordos sobretaxando a passagem aérea, como querem a Air France e outras companhias. Questão de justiça.

22 janeiro 2010

Atirando com espingarda de chumbo

. É muita presunção pensar que as palavras agressivas dos senadores Sérgio Guerra e Jarbas Vasconcelos ponham a ministra Dilma na defensiva.
. A disputa presidencial é coisa muito maior do que isso – e reclama, isto sim, o debate dos rumos do país.

Coluna semanal no portal Vermelho

Em Ponta Negra e no bar da rua Chile
Luciano Siqueira


Aconteceu poucas vezes. Inesquecíveis, todas. Ele nos levava de ônibus da Lagoa Seca, onde morávamos, até Ponta Negra, que na segunda metade dos anos cinquenta era uma praia distante. Numa parte íngreme havia um varal com calções e maiôs para aluguel, anunciados numa placa tosca, e um quadrilátero de palha para que o freguês trocasse a roupa. O banho nós – eu e Airton, o irmão mais novo – tomávamos no rasinho, envoltos na espuma espessa e abundante que nos proporcionava fantásticas aventuras imaginárias em alto mar.

Havia uma breve pausa para o lanche: pão creoulo torrado com leite de coco, trazido de casa, e refrigerante. Uma delícia! E ao final da manhã, no retorno para casa, ele nos levava a um bar da rua Chile, na Ribeira. E era ali, no bar, que invariavelmente me vinham as imagens de uma visita ao prédio central da Alfândega, num meio de semana, pela manhã, a que ele me levara. Um prédio imenso ao meu olhar de menino, gente entrando e saindo, um carneiro bem alvo preso a uma corda no pátio interno (pertencente a algum funcionário, suponho). Apertos de mão e abraços efusivos. - Olá, Renato, tudo em ordem? E esse rapazinho? - Meu filho, é o penúltimo da turma, encostado no caçula. Gosta muito de estudar.

Lembro de ter experimentado orgulho do pai respeitado e querido por muita gente, seus colegas de repartição.

No bar ele pedia uma cerveja Caracu – cerveja preta fazia bem à saúde, dizia – e guaraná Antarctica para nós dois. Num prato pequeno, queijo de coalho cortado em cubos, untado em molho inglês.

Não me recordo se ele conversava com a gente. Nem que coisas de crianças dizíamos um ao outro. Nem se demorávamos ou não no bar. Sei apenas que me sentia importante naquele ambiente frequentado por homens, onde eu era um deles, sentado à mesa redonda de mármore branco e pés de ferro. Um prazer tão imenso que ainda hoje quando vou a Natal dou um jeito de passar na Chile, no velho bairro da Ribeira, e já nem sei quantas vezes voltei à Ponta Negra (para afogar os pés na espuma da praia defronte ao morro do Careca), hoje modernamente urbanizada, muitos hotéis de luxo, turistas por toda parte.

A praia de Ponta Negra e a rua Chile me transportam à infância e afloram um quê de tristeza por tê-lo perdido tão cedo (faleceu precocemente quando eu tinha 11 anos) e por não ter conseguido lhe dizer o quanto me fazia feliz naquelas esporádicas, mas fascinantes manhãs de domingo.

E Marina?

. Agora parece fato consumado. O PV anuncia candidatura de Gabeira a governador do Rio de Janeiro, tendo um tucano como vice.
. E a quem os tucanos cariocas apoiarão para a presidência da República: Serra ou Marina?

Demo-tucanos vão reclamar

. Lei sancionada pelo presidente Lula amplia concessão da tarifa social de energia elétrica, que passa a incluir todos os beneficiários do Bolsa Família.
. A medida beneficia 8,5 milhões de famílias.
. Quer apostar que a oposição demo-tucana vai protestar alegando tratar-se de “ação eleitoreira”?

19 janeiro 2010

Greve do Outlook

. Viajo pelo litoral do Rio Grande do Norte, mas ligado no que ocorre mundo afora. E nos e-mails.
. Mas o Outlook fez greve: “Não é possível iniciar o Microsoft Office Outlook. Não é possível abrir a janela do Outlook. XML inválido; o modo de exibição não pode ser carregado.”
. (Por enquanto leio os e-mails pelo site do UOL). Alguém tem uma dica de como saio dessa? Quem me salvar ganha uma bela foto de Baia Formosa.

18 janeiro 2010

A ilusão importada do Chile

. Com a vitória do direitista Piñera no Chile, preparem-se para a enxurrada de “análises” sobre as chances de Serra no Brasil.
. O mote é a alta popularidade da presidente Michelle Bachelet, que não “transferiu” votos para Eduardo Frei. Logo, Lula no Brasil pode não garantir a vitória de Dilma.
. Sem discurso e sem proposta, a oposição demo-tucana apelará para a transposição mecânica em seus argumentos. Em vão.

17 janeiro 2010

Mundo de contrastes

Sex Shop na terra da religiosidade
. Matéria do Diário de Pernambuco, 30/08/09: "...em Abreu e Lima, 31,09% da população segue alguma das denominações evangélicas existentes. Na "Capital dos evangélicos" em Pernambuco, os nomes bíblicos tomam conta dos pontos comerciais, assim como as roupas compostas e sociais vestem seus moradores."
. Esse fenômeno de religiosidade certamente se revela maior ainda quando se acrescenta a quantidade de igrejas católicas no município.
. Surpreende, assim, que no centro de Abreu e Lima se encontre essa loja assumidamente sex shop (que fotografei com meu celular).

As voltas que o mundo deu no FSM

No Vermelho, por Eduardo Bomfim
O Fórum Social Mundial

A décima edição do Fórum Social Mundial que será realizado ao final deste mês em Porto Alegre pode ser, para além da agenda do encontro, um instrumento de reflexão ao campo progressista e transformador brasileiro sobre os caminhos de desenvolvimento econômico e social do País.

Em sua primeira versão em 2001 a conjuntura mundial ainda apresentava em toda a sua plenitude a robusta hegemonia do projeto neoliberal no mundo e no Brasil, um cenário internacional que expressava um pensamento único dominante que absolutizava o mercado e reduzia à insignificância quase absoluta o papel do Estado nacional e dos regionais.

Persistia a confusão teórica, política e ideológica entre as forças patrióticas, progressistas e defensoras de alternativas aos caminhos socialistas tanto quanto aquelas que propugnam a função estratégica do Estado como central e decisiva ao desenvolvimento soberano brasileiro.

De lá para cá as teses neoliberais foram a nocaute e a vida demonstrou que os caminhos da nação passam necessariamente pelo papel do Estado como elemento principal ao desenvolvimento econômico, como insubstituível ao combate à exclusão social, e fundamental à soberania política e territorial do País.

Mas também é verdade que quase vinte anos de predominância livre e sem amarras das doutrinas neoliberais deixaram profundas sequelas no pensamento e nas práticas sociais e econômicas em nossa sociedade, que demandará ainda um bom tempo a sua superação definitiva.

É nesse contexto que devemos analisar todas as edições do Fórum Social Mundial. No período inicial elas serviram como elemento aglutinador e canalizador de movimentos dispersos e perplexos em uma realidade mundial e nacional extremamente adversas.

Não se trata, no entanto, de um fórum desprovido de linha ideológica e teórica. Pelo contrário, existe nele uma explícita hegemonia de concepções que se posicionam abertamente contra a centralidade do Estado e da questão nacional como instrumento estratégico à emancipação do povo brasileiro.

Os partidos políticos sempre tiveram um papel periférico nas edições do fórum e em sentido inverso assumiram um conteúdo de vanguarda as redes sociais e as chamadas e muitas das vezes nebulosas ONGs.

A história mostrou, porém, que as alternativas ao neoliberalismo no mundo e na América Latina vem se processando através dos partidos políticos, do fortalecimento do Estado e na centralidade da questão nacional.

Coragem e determinação

Sugestão de domingo: Tomada a decisão, vá em frente com determinação e coragem, como quem toma remédio sem ler a bula e sem medo dos efeitos colaterais. A vida cobra caro de quem vacila diante de dificuldades momentâneas.

Boa tarde, Márcia Maia

teoria da relatividade

"ontem apenas cem corpos foram enterrados"
diz o repórter ao vivo de porto príncipe

nada de insensibilidade nenhum descaso
questão de matemática pura e simples

onde mais de cem mil morreram onde mais de
vinte e cinco mil corpos em vala comum em dois

ou três dias já foram enterrados — cem corpos
cem mortos enterrados em um dia

é dolorosamente pouco muito pouco quase nada

16 janeiro 2010

O valor de cada conquista

Dica de sábado: Valorize cada pequena grande conquista, sem se deixar embaraçar jamais com contratempos ou obstáculos menores. A vida é uma sucessão de escolhas e resultados. Demais, como diz o poeta “tudo vale a pena quando a alma não é pequena”.

Em defesa da boa cerveja

No Vermelho, por Sidney Liberal
O amargo sabor do lúpulo

Vésperas do último Natal. O físico Rogério Cezar Cerqueira Leite denunciou uma grave malandragem da cervejaria brasileira: a substituição do tradicional malte, a cevada germinada, usado nas boas cervejarias mundiais, por outros cereais germinados mais baratos. A manobra é encoberta no rótulo pelo uso do termo “cereais maltados”, ou, pior, “malte”, para designar outros cereais envolvidos. (Folha de S Paulo*, 18/12/2009).

Outra preocupação do professor emérito da Unicamp é com a utilização de lúpulo de qualidade inferior, mais barato. O lúpulo de boa qualidade é responsável pela conservação e pelas qualidades de paladar da bebida mais popular. O uso do lúpulo inferior prejudica o sabor e exige a adição de conservantes químicos. Para Cerqueira Leite, a malandragem das nossas principais cervejarias conta com a omissão das autoridades brasileiras que assim permitem “que o cidadão brasileiro beba gato por lebre”.

Vésperas do Reveillon. O químico Silvio Luiz Reichert, diretor da Anheuser-Busch Inbev, proprietária da AmBev, afirma que “A indústria brasileira de cerveja zela pela qualidade de seu produto. Ela sabe que seu consumidor é exigente e tem muito bom gosto”. E que o emérito professor lançara mão “de argumentos ora incorretos, ora infundados, mas sempre injustos”. “Números errados e premissas levianas”, acusa Reichert. (Folha de S Paulo*, 30/12/2009).

Segundo o representante da Anheuser-Busch Inbev, a cervejaria brasileira usa a percentagem de malte (cevada submetida a processo controlado de germinação) e dos demais cereais nos limites da legislação brasileira. “Mais malte é igual a cerveja mais encorpada e mais pesada; menos malte (...) é igual a cerveja leve, refrescante, suave”, argumenta Reichert. Acrescenta que tanto o lúpulo quanto 65% ou mais da cevada que utiliza são importados de centros produtores de qualidade, dos EUA e da Europa. E que não usa conservantes, pela boa qualidade do lúpulo e por impedimento legal.

Nesta quinta-feira, o físico Cerqueira Leite volta ao assunto e à carga. Quer saber o emérito professor do “engodo de que foi vítima o governo e o povo brasileiro pela fusão Antártica-Brahma, quebrando princípios e a legislação contra a formação de cartéis. Com a desculpa de que, fundidas, poderiam enfrentar a competição com multinacionais – para ser o cartel, em seguida, absorvido por empresa estrangeira”. Também quer saber sobre a perversa prática de coação a cervejarias nascentes, para absorvê-las e aniquilá-las ou também banalizar a qualidade de seus produtos. (Folha de S Paulo*, 14/01/2010).

Cerqueira Leite acusa Reichert de usar de mentira, eufemismo e sofisma em suas argumentações para esconder o fato de que a AmBev usa mais o milho do que a cevada por causa do seu superior grau de conversão em álcool. E de usar de embuste para negar o uso de conservante em suas cervejas. Sobre o uso de lúpulo de boa qualidade, pergunta o professor da Unicamp: “Por que as cervejas belgas, inglesas e alemãs que usam lúpulo de boa qualidade não precisam de antioxidantes e estabilizantes?”

O que mais chama a atenção é o fato de que essa polêmica, que interessa a todos os brasileiros, mesmo aos que não bebem cerveja, não tem a menor repercussão na grande imprensa nacional. Como não tem repercussão a questão do uso dos transgênicos. E como não tem repercussão a questão progressiva do ganho de peso excessivo pela população brasileira pelo uso incorreto da alimentação.

Do lado dos que defendem a “livre iniciativa empresarial” está um poderoso lobby do setor de comunicação, mídia e propaganda, que dá a linha do consumismo sem porteira.Quem poderia contrariar a Ambev, a Monsanto, a Perdigão? Os patrocinadores, das TVs e dos jornalões?

O alerta quixotesco do professor Cerqueira Leite descortina o baixo nível ético que envolve o setor cervejeiro: “abuso repugnante (...) a AmBev elabora suas indecorosas propagandas televisivas, que induzem o cidadão desavisado a consumir suas cervejas pela associação com objetos de desejos primitivos: carros de luxo, mulheres seminuas (...) promessa de sucesso.”

15 janeiro 2010

Para onde?

. Com o PV aprofundando a aliança com o PSDB de Serra, a partir do Rio de Janeiro, como fica a candidatura de Marina?
. Quando se erra o rumo o “processo” (como diz Fernando Lyra) se encarrega de expor contradições e obstáculos adiante.

Ocultar crimes é desserviço à democracia, diz PCdoB

Em nota divulgada nesta quarta-feira (13), o PCdoB manifesta seu apoio ao Programa Nacional de Direitos Humanos como “sistematização de importantes anseios democráticos” e afirma que “tentar ocultar os crimes contra os Direitos Humanos praticados no período da ditadura militar é um desserviço à democracia e à união do povo brasileiro para transformar este país numa Nação forte, justa e democrática”. Acompanhe a íntegra.

O plano de direitos humanos e o avanço democrático do país

O Partido Comunista do Brasil manifesta o seu apoio ao Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH 3), do governo federal, por entender que ele representa uma sistematização de importantes anseios democráticos que o país ainda necessita conquistar.

Tal Programa incorporou resoluções da 11ª Conferência Nacional de Direitos Humanos, realizada em Brasília, e de mais de 50 conferências temáticas realizadas desde 2003. A grande maioria de suas propostas deverá ser objeto de projetos de lei a serem amplamente discutidos no Congresso Nacional e por toda a sociedade. Mesmo assim ele tem sido objeto de críticas da grande imprensa e de certos setores da sociedade.

O ponto mais polêmico tem sido a proposta de criação de uma Comissão da Verdade. Tal Comissão terá dentre outros os objetivos de apurar a violação dos Direitos Humanos no período da ditadura militar; reconstituir a verdade histórica sobre este período; localizar e identificar os restos mortais dos desaparecidos políticos; revogar leis remanescentes do período 1964-1985 que sejam contrárias à garantia dos Direitos Humanos ou tenham dado sustentação a graves violações.

O Partido Comunista do Brasil defende um Projeto Nacional de Desenvolvimento com a afirmação da soberania nacional, da democracia, dos direitos sociais, da valorização do trabalho e da integração latino-americana. Neste projeto o Partido tem claro e valoriza o papel das Forças Armadas na Segurança Nacional, em particular em relação ao pré-sal e à Amazônia.

O destaque central que o Partido dá à questão nacional não significa, no entanto, deixar de lado as demais questões que compõem um Projeto Nacional de Desenvolvimento e que atenda à grande maioria da nação, em particular a questão democrática.

A Nação brasileira tem o direito de conhecer a verdadeira história do País e não somente uma parte dela. Necessita conhecer melhor o golpe proferido contra as instituições democráticas no país em 1964, instituindo uma ditadura militar e rasgando a Constituição brasileira. Este regime foi responsável por graves atentados aos Direitos Humanos. Não há como avançar no terreno democrático sem que estas questões sejam suficientemente esclarecidas.

Várias nações latino-americanas já constituíram Comissões da Verdade como na Argentina, Chile, El Salvador, Guatemala e Peru, numa demonstração evidente da importância que este tema passou a ter em nosso continente, como decorrência do período ditatorial vivido por quase todos os países latino-americanos.

O argumento daqueles que se manifestam contra a criação da Comissão da Verdade é de que em havendo um julgamento dos torturadores, deveria haver também o julgamento daqueles que cometeram atos de violência na luta contra a ditadura. Trata-se de um argumento absurdo e inconsistente de quem quer encobrir a verdade dos fatos. É tentar igualar o agressor ao agredido. Uma situação diz respeito aos torturadores que se utilizaram do aparelho de Estado para matar, torturar e praticar os mais hediondos crimes contra os Direitos Humanos. Outra diz respeito àqueles que se levantaram contra esta situação e que foram vítimas das prisões ilegais, tortura, sendo que muitos foram mortos, viveram anos na clandestinidade ou no exílio.Estes já foram julgados.

Além do mais, a Constituição brasileira considera que a tortura é um crime inafiançável e insusceptível de graça ou anistia. A Declaração Universal dos Direitos Humanos afirma que “ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante”. Várias convenções internacionais consideram a tortura como um crime de lesar humanidade e, como tal, imprescritível.

O Partido Comunista do Brasil defende esta posição não como uma atitude revanchista, mas como a alternativa de uma verdadeira reconciliação nacional e como efetivo caminho de superação desta mancha que ficou na história do Brasil. Tentar ocultar os crimes contra os Direitos Humanos praticados no período da ditadura militar é um desserviço à democracia e à união do povo brasileiro para transformar este país numa Nação forte, justa e democrática.

Renato Rabelo, Presidente do Partido Comunista do Brasil

14 janeiro 2010

Boa tarde, Cida Pedrosa

milena

gosto quando milena fala
dos homens
que comeu durante a noite

é a única voz soante
nesta cantina de repartição

onde todos contam:
do filho drogado do preço do pão
do sapato carmim, exposto na vitrine
da rua sicrano de tal do bairro
de casa amarela
onde você pode comprar
e começar a pagar apenas em abril

sem a voz de milena
o café desce amargo

História: 14 de janeiro de 1938

Ataque da polícia e do exército aos remanescentes dos fiéis do Caldeirão em Pau de Colher, BA. Os sertanejos, sob a liderança de Quinzeiro, decidem morrer lutando. Mais de 400 mortos. (Vermelho www.vermelho.org.br).
Ilustração: Desenho de Eugênio Hirsch para a capa do livro Cangaceiros e fanáticos

Coluna semanal no portal Vermelho

Vidas quase cruzadas
Luciano Siqueira


Dela soubemos apenas que nasceu em Fortaleza, mudou-se para o Rio de Janeiro onde viveu a infância, a adolescência e o começo da juventude, e alternou períodos fora do país – não disse onde – com retornos intermitentes à terra natal. O sotaque carioca conserva. E o gosto por peças e símbolos orientais, que mistura com motivos nordestinos na decoração da pousada. Tem um cantinho meio esquisito, uma pequena edificação em taipa, onde se encontra um tosco altar para os que desejarem fazer suas preces. – Religião não tenho, mas sou adepta da filosofia budista, explica. De suas andanças e vivências, exibe no corpo tatuagens que quem olha não entende, carece de esclarecimento. Sim, tem também o marido, que usa óculos escuros para proteger a vista do sol, meio obeso e fala ao jeito gaúcho.

Ao café da manhã, demonstra intimidade com quatro hóspedes mulheres que lhe relembram a conversa da noite anterior: - Que história tem vocês, hem. Nós também temos nossas histórias, hoje a gente continua daquele ponto: quando e como tudo começou. Trocam risadas e resmungos, como se segredos estivessem a revelar. Na promessa de detalhes, feita pela branquela, um quê de cumplicidade. São dois casais do mesmo sexo.

Fazíamos nossos pratos, abacaxi, melão, mamão papaia, tapioca, ovos fritos, queijo manteiga, presunto. Suco de acerola. Café forte. Não éramos parte do pequeno grupo que se formara em torno da mesa larga. Nossas intimidades não interessavam, certamente nada tinham a nos contar numa manhã de sol esquentado, naquele mormaço debaixo da grande caiçara. Não tínhamos compartilhado como elas, na noite anterior, coisas vividas, sonhadas, sofridas e comemoradas.

Ficamos à mesa na quina, mais distante, já não ouvíamos a conversa, nem ouviam o que dizíamos.

Entre peças artesanais nordestinas e abajus e estatuetas budistas, espalhados pelos diversos ambientes da pousada, livros e revistas em diversas línguas e uma coleção quase completa de Bravo! A capa sobre os cinqüenta anos de Grande Sertão: Veredas deu o mote para breve troca de impressões sobre o gosto comum pela boa leitura. Nada mais que isso.

Dia seguinte seguimos viagem pelo litoral cearense, deixando a saudação habitual de um bom dia, um abraço fraterno, a paga pelos dois dias ali vividos e a leve frustração, nossa, não sabemos se dela também, por não havermos entrado na roda e compartilhado coisas da vida, de nossas vidas. Nossos destinos por estradas distintas, em paralelo, talvez mais: bifurcados, faltos daquela oportunidade de entrosamento, vidas que não se cruzaram. Por um pouquinho de nada.

O senhor da razão

. Se “o tempo é o senhor da razão”, que sejamos capazes de encontrar o tempo hábil para solucionar os problemas que se colocam na ordem do dia.
. Sem perder de vista que cada problema está sujeito a muitas variáveis, algumas presentes outras a caminho.
. Daí a paciência, o equilíbrio e o bom senso serem indispensáveis à costura das melhores soluções para próximo pleito. Pelo menos no campo das forças que apóiam Lula e Eduardo Campos.
. Assim raciocina o PCdoB.

Atirar em quê?

. Dizem que há tal de “Lei de Murphy” (nem sei se é assim que se escreve) que ensina que “de onde menos se espera é que as coisas acontecem”. Perdoem-me os entendidos no assunto se cito precariamente.
. Pois bem. Na política frequentemente é de onde menos se espera que surgem as dificuldades. Quando tudo parece calmo e o vento sopra favorável, surge alguém que dá um tiro no próprio pé e com isso gera dificuldades para o conjunto.
. Marxista-leninista de formação e convicção, entendo das leis da dialética e, via pensamento do PCdoB, um pouco das leis objetivas do desenvolvimento da sociedade brasileira. Nada entendo das “leis de Murphy”.
. Mas tomo a liberdade de sugerir aos que gostam de atirar no próprio pé que procurem assimilá-las. Talvez assim possam contribuir melhor para o êxito do projeto comum.

13 janeiro 2010

Jacaré e porco espinho

Presença no governo e chapão para deputado estadual: uma coisa nada tem a ver com a outra. Disse isso hoje pela manhã na Rádio Folha.

Descompromisso público

Oposicionistas torcem abertamente contra o Hospital Miguel Arraes e as UPAs recém-inauguradas por Eduardo Campos: “Quanto pior, melhor”, raciocinam, sem a menor consideração para com as necessidades da população dependente dos serviços públicos de saúde.

Falta de assunto

. Só mesmo a pobreza de idéias pode levar a que parlamentares de oposição se revezem em declarações aos jornais acerca da postura do governador Eduardo Campos diante da candidatura do deputado Cadoca a prefeito do Recife, no último pleito.
. Às vésperas de eleições gerais, melhor seriam se concentrassem suas energias na discussão das questões centrais do desenvolvimento de Pernambuco e do País.

Drama urbano

No Vermelho, por Eduardo Bomfim:
Cidades, morros e encostas

Milhões de pessoas morando perigosamente em morros, encostas e outras áreas de risco nas capitais, nas grandes cidades, e outras situadas geograficamente em regiões consideradas como perigosas, é a mais evidente expressão do problema da habitação no Brasil.

Entre as décadas de cinquenta aos dias de hoje cresceu extraordinariamente o drama das cidades. A rápida industrialização urbana, a ausência de uma justa política agrária além de uma estratégia eficaz de valorização das áreas rurais como alternativa eficiente de modo de vida, agravaram o êxodo dessas regiões em direção principalmente às cidades.

Assistimos assim a profundas contradições entre as relações urbanas e rurais, cidade e campo, somadas às imensas disparidades sociais, apesar dos atuais esforços do governo federal, provocando uma séria crise das cidades.

A situação é grave e exige decisões de longo fôlego e eficiência na sua execução. Isso tem sido possível com a retomada do papel estratégico do Estado nos destinos da nação, principalmente através das políticas de desenvolvimento com a inclusão social.

No entanto, durante as quatro décadas de predomínio das políticas neoliberais no mundo e no Brasil transformou-se em um crime hediondo desviar as atenções e “as energias pulsantes e criadoras do mercado” para que o Estado nacional adotasse políticas de planejamento e investisse substanciais recursos em ações estratégicas para a superação do caos nas cidades.

Mas agora a grande mídia conservadora nacional, como que acometida por uma dessas graves enfermidades de perda da memória e do contínuo histórico, aproveitando-se da tragédia de Angra dos Reis, lembrou-se de um, senão o pior dos males do Brasil contemporâneo, que são as condições de vida dos pobres e o seus crônicos problemas de habitação.

Um quadro dramático que se estende igualmente para as áreas de saúde, educação e segurança. Mesmo com o governo federal investindo como está, com muita verba, em uma escala muito maior que qualquer outra gestão nos últimos trinta ou quarenta anos, o diagnóstico ainda indica um quadro de dificuldades e penúria na periferia das grandes aglomerações do País.

Fica evidente que o Brasil precisa de mais políticas federais, mais soluções criativas e emergenciais para as cidades e bem mais recursos para atender ao déficit de dezenas de milhões de moradias populares.

11 janeiro 2010

Bom dia, Antonio Carlos Duques

Desfaça-se!

Desfaça-se das singulares portas fechadas, primeiras pessoas,
Do amor conforme de vacas tranqüilas a pastar inclemências,
Dos sítios de pedras brancas, inferno frio, selva de medos.
Desfaça-se do sono da paz negra, bens, bens, bens,
Os bens! Quantos bens! Mais bens!
Desfaça-se!

Desfaça-se do título obscuro, universo morto, insepulto,
Paredes do si-mesmo, moldura carnal rígida,
Desfaça-se dos braços fechados, punhos de metal,
Caminhos de círculos eternos, visão de linhas retas,
Punhos de metal! Quantos punhos de metal! Mais punhos de metal!
Desfaça-se!

Desfaça-se dos mesmos, dos sempre, dos nunca,
Das alegrias dolorosas, das lágrimas prazerosas,
Desfaça-se do único matiz, da única nota,
Das dolorosas obrigações matrimoniais, patrimoniais.
Da única nota! Que única nota! Uma nota só!
Desfaça-se!

Desfaça-se das verdades mesquinhas, da esquina vazia,
Das pátrias sem amor de meninos, de meninos sem amor das pátrias.
Das trilhas e mapas corriqueiros, e que assim não seja,
Desfaça-se das fórmulas cansadas, cansadas e milenares,
Das fórmulas cansadas! Quantas fórmulas cansadas! Cansaço!
Desfaça-se!

Desfaça-se da autoridade mesquinha confinadora,
Crenças indeléveis, pútridas, futuro é o passado sem revisão!
Da palmatória psicológica a produzir lágrimas e sangue,
Aos meninos de rua, aos meninos sem ruas, todos são livres!
Desfaça-se das burkas mentais, ansiedades sem limites,
Desfaça-se!

Que haja um só nunca. Que nunca mais seja.
Conforme foi teu louco apego, tudo é linguagem!
Matar as linguagens, está em tuas mãos, sempre esteve aqui.
Nascerão as rosas do verão, primavera quieta, e não antes,
Desfaça-se! Desfaça-se! Desfaça-se!
(Homenagem a Bjork, Hakim Bey, David Laing, Thomas Hanna, Michel Foucaut, Salvador Dali, Aleister Crowley).

História: 11 de janeiro de 1849


Painel de Cícero Dias (detalhe).
Revolucionários praieiros, na fase da Guerra das Matas no sul de PE, sob comando de Pedro Ivo, tomam o engenho de Camorim, cujo senhor planeja atacá-los. A guerrilha continua por 2 anos. (Vermelho http://www.vermelho.org.br/).

Concursos para fortalecer a máquina pública

. É um bom sinal, pois reforça a máquina pública na contramaré da tese neoliberal do Estado míninmo.
. Informa o G1 que Concursos com inscrições abertas nesta segunda somam 28,6 mil vagas. Há cargos para todos os níveis de escolaridade. Salários chegam a R$ 18,9 mil no Ministério Público de Rondônia.
. Pelo menos 55 concursos públicos em todo o país estão com inscrições abertas nesta segunda-feira (11) e totalizam 28.615 vagas para todos os níveis de escolaridade. Além das vagas abertas, há concursos para formação de cadastro de reserva, ou seja, os aprovados são chamados conforme a abertura de vagas durante a validade do concurso.

Pura tergiversação

. Bem ao estilo da velha UDN: jogo de palavras, tergiversação da pior espécie.
. Coisas do tipo: “PSDB à esquerda do PT”, “Serra “de esquerda”…
. Como se diz, papel aceita tudo – inclusive as bobagens do senador Sérgio Guerra na Veja.

10 janeiro 2010

O peso das audiências públicas

Na Folha de Pernambuco:
Siqueira: o Legislativo é frustrante
Limitação é por não poder criar despesas para o Executivo
. O ve­rea­dor Luciano Siquei­ra (PCdoB) tal­vez seja o caso mais cu­rio­so entre os par­la­men­ta­res do Recife que ini­cia­ram o pri­mei­ro man­da­to, no ano pas­sa­do. O co­mu­nis­ta já foi de­pu­ta­do es­ta­dual e, até de­zem­bro de 2008, exer­cia o cargo de vice-pre­fei­to do mu­ni­cí­pio. Experiên­cia que aca­bou “di­fi­cul­tan­do” a sua adap­ta­ção no Legislativo. Conforme Siquei­ra, ele se acos­tu­mou a rea­li­zar ações na PCR e, como le­gis­la­dor, pas­sou a de­ba­ter mais, po­rém, sem o mesmo poder de “co­lo­car em prá­ti­ca”.
. “Eu era um vice-pre­fei­to ativo, que par­ti­ci­pa­va, que rea­li­za­va fun­ções de­ter­mi­na­das pelo ex-pre­fei­to João Paulo (PT). Como ve­rea­dor, exis­tem li­mi­ta­ções que, às vezes, frus­tram”, re­ve­lou o co­mu­nis­ta, ci­tan­do a im­pos­si­bi­li­da­de de criar des­pe­sa ao Executivo como uma li­mi­ta­ção do Legislativo.
. “Não po­de­mos le­gis­lar sobre ma­té­rias fis­cais ou criar des­pe­sa para a Prefei­tura exe­cu­tar. É um fator que li­mi­ta o tra­ba­lho do ve­rea­dor. Deba­temos, con­vo­ca­mos a so­cie­da­de, mas não po­de­mos exe­cu­tar”, fri­sou Luciano Si­queira. Entretanto, o par­la­men­tar é só elo­gios à forma como a Câmara abri­ga as ques­tões le­va­das pela so­cie­da­de e à atua­ção de seus co­le­gas no­va­tos nas dis­cus­sões rea­li­za­das em 2009. “Os no­va­tos ti­ve­ram um de­sem­pe­nho muito bom, com muito en­vol­vi­men­to. Nas co­mis­sões, nos de­ba­tes”, afir­mou.
AU­DÊN­CIAS - A rea­li­za­ção de au­diên­cias pú­bli­cas con­vo­ca­das pelos ve­rea­do­res foi apon­ta­da como uma das prin­ci­pais ati­vi­da­des en­ca­be­ça­das pelos no­va­tos no ano pas­sa­do. Siqueira, in­clu­si­ve, clas­si­fi­cou a ati­vi­da­de como o me­ca­nis­mo que me­lhor re­pre­sen­ta o peso da atua­ção par­la­men­tar. Para ele, é com a re­a­li­za­ção­ de au­diên­cias pú­bli­cas que a po­pu­la­ção en­con­tra uma forma mais di­re­ta de par­ti­ci­par das de de­ci­sões do Legislativo.
. “Talvez seja a ati­vi­da­de que mais con­se­gue apro­xi­mar a po­pu­la­ção das de­ci­sões da ci­da­de. Antes, como vice-pre­fei­to, eu acha­va que a so­cie­da­de se fazia pre­sen­te na Câmara Municipal ape­nas com as so­le­ni­da­des. Mas apren­di que, nas au­diên­cias, ela (so­cie­da­de) não só está pre­sen­te, como tam­bém par­ti­ci­pa. É alto o nú­me­ro de pes­soas que se ins­cre­vem para par­ti­ci­par do de­ba­te”, disse Siqueira.

09 janeiro 2010

Maiores êxitos da ciência em 2009

Ciência Hoje Online:
As 2010 listas para o ano novo
. Revistas científicas conceituadas como a Science e publicações populares como a revista americana Time, com a sua tiragem de mais de 3,3 milhões de números semanais, foram unânimes em apontar uma mesma descoberta como o maior êxito científico em 2009. Para a alegria de muitos paleontólogos (como o meu colega Alexander Kellner), essas publicações elegeram como o principal fato científico de 2009 a identificação de uma fêmea de Ardipithecus ramidus (ou, como é conhecido carinhosamente, 'Ardi'), um hominídeo que viveu há 4,4 milhões de anos na Etiópia.
. Os restos fossilizados de 'Ardi' são mais de um milhão de anos mais antigos que os de 'Lucy', o mais antigo ancestral hominídeo conhecido e, por isso, nos aproximam mais do elo evolutivo existente entre a nossa espécie e os outros primatas.
. Contudo, deve de ser lembrado que, apesar do estardalhaço com que 'Ardi' foi tratado no ano passado, a sua descoberta ocorreu em 1992, após ter sido vasculhada cuidadosamente uma enorme extensão do deserto etíope. Somente agora, após 17 anos de análises cuidadosas, uma equipe de cientistas liderados por Tim D. White, da Universidade da Califórnia, em Berkeley, publicou uma análise dos mais de 100 fragmentos desse esqueleto na Science a partir de outubro último.

08 janeiro 2010

Avaliação certeira

. Ana Lúcia Andrade, na coluna Pinga-Fogo (JC de hoje): “A oposição está frágil, não tem discurso que rebata o legado de oito anos de Lula, é tímida diante de cada fornada de altos índices de popularidade do presidente, teme falar contra, teme perder quando bate nas diferenças, e pior, não tem uma agenda de futuro.”
. Uma avaliação precisa, confirmada pelos fatos. Os demo-tucanos fazem só pirotecnia.

Praça inaugurada hoje

. Hoje, 17,30h, estarei na inauguração da Praça Rui Antunes, no Poço da Panela, ao lado do prefeito em exercício, Milton Coelho, e do presidente da CHESF (que financiou o projeto), Dilton da Conti. Conquista da Associação dos Moradores e Amigos do Poço da Panela.
. É o mote do meu artigo Praça do Poço da Panela da reinvenção da vida.

Calma e discernimento

Na coluna de Ana Lúcia Andrade (Pinga-Fogo, no Jornal do Commercio):
SEMPRE COM FOCO - Trocando ideias com o prefeito do Recife em exercício, Milton Coelho, em recente visita de boas-vindas ao cargo, Luciano Siqueira saiu com o seguinte guia 2010 para os governistas: “Estamos numa situação semelhante à da seleção brasileira: cotada para vencer a Copa, mas tem de ter calma, examinar o comportamento dos adversários, escalar o melhor time e estabelecer o melhor plano de jogo”. Quem segue?

Uma praça do povo

Praça do Poço da Panela da reinvenção da vida
Luciano Siqueira
(Publicado simultaneamente no portal Vermelho e em diversos sites).


“A praça! A praça é do povo/Como o céu é do condor/É o antro onde a liberdade/Cria águas em seu calor - proclamou o poeta para exaltar a luta libertária dos pernambucanos.

De fato, desde Castro Alves, e até de muito antes, as praças são parte da construção e da reinvenção da cidade, da sua história e da história de vida e de luta dos seus habitantes.

A praça poliesportiva e multicultural do Poço da Panela, inaugurada nesta sexta-feira 8, surge como conquista da AMAP (Associação dos Moradores e Amigos do Poço da Panela), para o bem do bairro e da cidade. Junta-se às suas vizinhas, a pequenina Mano Teodósio, que homenageia um militante da luta democrática, e à exuberante Praça de Casa Forte, que marca o início da obra paisagística de Burle Marx. E também às mais de duas centenas que em muitos lugares do Recife encerram múltiplos significados – a da República, onde foram executados mártires da Revolução de 1817, um dos primeiros passos em prol da Independência do Brasil; a do Carmo, defronte à Basílica e ao Convento de onde saiu, a 13 de janeiro de 1825, o Frei Caneca, líder da Confederação do Equador, conduzido por seus algozes, para ser arcabuzado diante dos muros do Forte das Cinco Pontas; a do Derby, a Farias Neves e outras tantas, palco das retretas de antigamente, de convivência comunitária e lúdica confraternização.

Que na praça poliesportiva e multicultural do Poço da Panela brote a vida verdadeira, a que deve ser vivida – a vida reinventada, no dizer de Cecília Meireles. Que seja território de encontros, promessas e realizações. Crianças e adolescentes, competindo em jogos, aprendam a ganhar e a perder e percebam a força da união e da solidariedade. Os mais velhos, revivendo tempos idos, reencontrem dores, amores e conquistas. Os artistas, exibindo seu talento, expressem a alma de nossa gente, nosso jeito de amar, de sofrer, de alimentar esperanças, de sonhar e de lutar. E os enamorados ofertem rosas vermelhas, símbolo de justa rebeldia e de amor sincero.

07 janeiro 2010

Na Tabocas FM: João Paulo não deve ser descartado

. Em entrevista à Rádio Tabocas FM, eu disse agorinha a Lisandro Nascimento que o nome do ex-prefeito João Paulo não pode ser descartado da chapa majoritária a ser composta em torno da recandidatura de Eduardo Campos.
. É uma decisão que não pode ficar sujeita às pelejas internas no PT. Cabe ao conjunto dos partidos que compõem a coalizão governista.
. Luciana Santos tem perfil semelhante ao de João Paulo: um ou outro acrescentaria um elemento mobilizador de muita importância numa disputa que pode endurecer.
. No entanto, o PCdoB prepara a campanha de Luciana para a Câmara Federal.

Renildo na Rádio Folha

No Blog da Folha, por Pedro Saldanha:
Prevendo campanha agressiva, Renildo não quer Jarbas na disputa
. Ao contrário de outras forças governistas, o prefeito de Olinda, Renildo Calheiros (PCdoB), não anseia pelo embate Jarbas x Eduardo na eleição de outubro próximo. “Não sou dos que torcem por esse confronto. Jarbas sempre fez campanhas muito agressivas. Foi assim contra Nilo Coelho, Joaquim Francisco, Dr. Arraes”, sustenta o comunista.
. Para Renildo, há muita gente querendo a disputa com Jarbas, vislumbrando justamente uma vingança contra o senador. “Talvez tenha muita gente esperando para dar o troco e isso pode levar a um embate quase fratricida. Se isso acontecer, Jarbas vai ter que ouvir o outro lado, vai se contestar a ética dele e falar outras coisas a seu respeito, mas eu não torço para que isso aconteça. Torço para que Pernambuco se una mais, se fortaleça mais”, argumenta. O prefeito ainda defende a continuidade de Eduardo por considerá-lo um dos melhores governadores do país e disse que o meio político devia se unir para dar ainda maior dimensão nacional ao atual governador.
. Sobre a disputa do Senado, Renildo disse que as forças governistas devem fazer de tudo para conseguir as duas vagas e reverter o quadro atual, com três senadores de oposição ao Governo federal e do Estado. “Pernambuco tem uma representação deformada no Senado. Ela é legítima, porque foi eleita pela população, mas não corresponde ao ambiente político de hoje, com a grande aprovação de Lula. É preciso eleger os dois para reajustar esse quadro”, diz. Apesar de reiterar que o PCdoB teria muito orgulho de ter Luciana Santos como candidata, Renildo disse que o partido não vai apresentar seu nome para não atrapalhar o andamento do processo. O comunista ainda reiterou que a legenda se sentirá totalmente contemplada por um candidato do PT (seja João Paulo ou Humberto Costa) e Armando Monteiro neto, do PTB.

06 janeiro 2010

Eleições em perspectiva

Na Folha de Pernambuco, por Arthur Cunha:
Siqueira: decisão não é só do PT
. Aliado fiel do ex-prefeito João Paulo (PT) durante os oito anos em que comandaram a Prefeitura do Recife (PCR), o ex-vice-prefeito e atual vereador Luciano Siqueira (PCdoB) discordou, ontem, do petista no que diz respeito à disputa pelo Senado. Enquanto João Paulo descartou uma candidatura à Casa Alta, destacando que a indicação no PT caberá à corrente majoritária Construindo um Novo Brasil (CNB), Siqueira argumentou que a discussão deve ser estendida a todas as legendas da base aliada ao governador Eduardo Campos (PSB), condutor do processo.
. “Eu respeito a opinião do meu querido companheiro João Paulo. Mas, evidentemente, a composição da chapa majoritária não pode ser algo circunscrito a um partido só. Por mais posicionado que esteja e com quadros em condições de disputar uma majoritária como é o caso do PT. A montagem da chapa majoritária é um assunto do conjunto dos partidos, sob a coordenação do governador, que, tudo indica, deva disputar a reeleição”, analisou Luciano Siqueira, em entrevista à Rádio Folha FM 96,7.
. O vereador alertou para a necessidade das forças governistas conduzirem o processo de composição da chapa majoritária com “calma” e “paciência”. “Tradicionalmente, em um ano eleitoral temos que ter a tranquilidade de suportar o período do Carnaval; onde se conversa muito, mais do que se aparece na Imprensa, mas que não se resolve nada. Após o Carnaval, vamos afunilar as coisas e essa compreensão de João Paulo ser ou não candidato vai estar posta à mesa. Não só João Paulo, mas outros nomes do PT e de outros partidos”, ponderou Luciano Siqueira.
PREFEITO - Questionado sobre a avaliação que fazia da gestão João da Costa à frente da PCR, Luciano Siqueira, que há alguns meses disse que o atual prefeito precisava de mais habilidade política, fez um balanço positivo do governo. “Já naquela época eu dizia que, dando continuidade a um projeto político, ele levaria cerca de sete a oito meses para se implantar plenamente. Tudo indica maior agilidade, rapidez nas relações institucionais. O desempenho do atual prefeito é muito satisfatório. E a nossa expectativa, minha e do PCdoB, é que o prefeito consiga alcançar sucessivamente mais êxitos”, salientou.

05 janeiro 2010

Feliz Brasil 2010 (3)

No Vermelho:
O Brasil termina o ano em condição muito favorável
Renato Rabelo*

Como na física, num sistema de forças no qual o seu conjunto convergepara uma tendência resultante ascendente e de maior potência, assimtem sido o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste finalde ano. Os vários fatores e circunstancias resultam numa condiçãomuito positiva para o desempenho do seu governo.

A liderança de Lula adquire um papel histórico proeminente, peladimensão do prestígio alcançado no plano nacional e internacional. OBrasil se destaca como potência proeminente nas Conferênciasinternacionais, nas parcerias estratégicas, na integração regional. Opapel de Lula é alçado à personalidade do ano por dois influentesjornais europeus, o espanhol El País e o diário francês Le Monde.

Albert Fishlow, renomado professor, escolhe a China como o ¨país do ano¨, mas afirma que o Brasil ¨chegou bem perto¨ deste título.

O governo Lula, apesar da sua dualidade original, conseguiu esboçar einiciar um novo projeto nacional de desenvolvimento, que permitiu umcrescimento mais acelerado desde 2007, superando rapidamente a grande crise capitalista 2008-2009 que atingiu todo o mundo. Mesmo o Banco Central já prevê um crescimento de quase 6% para 2010. A descoberta de petróleo na extensa área do Pré-sal, resultante do nível tecnológico alcançado pela maior estatal brasileira, as conquistas para arealização dos maiores eventos desportivos mundiais no Brasil, denotando o prestigio internacional atingido pelo país, abrem novas perspectivas de volumosos investimentos, além dos ¨PACs¨ e incrementos sociais, podendo sustentar um desenvolvimento acelerado, contínuo epor longo tempo.

Para atingir esse elevado nível de desenvolvimentotemos insistido na necessidade de redirecionar a política macroeconômica no sentido expansivo, permitindo taxas de investimento imediatas de 21% do PIB, podendo alcançar 28% ou mais.

A tendência é que o nível de emprego e renda se eleve, o saláriomínimo mantenha ganhos reais sucessivamente e os planos de construçãode milhões de moradias populares se concretizem. Apesar de passos importantes, ainda os desafios sociais mais significativos estão na saúde e educação, que requerem maiores investimentos e maior qualificação universal. E para uma mais justa distribuição de renda é impostergável uma reforma tributária progressiva, que onere as altas rendas e desonere os produtos do consumo básico e de massa.

No terreno político a marca principal são os êxitos do governo e a ofensiva em todos os planos políticos liderada por Lula. As sucessivas pesquisas de opinião demonstram essa afirmativa. A oposição está desarvorada, sem discurso, sem projeto alternativo, sem encontrar uma forma unitária de candidatura presidencial. A oposição se vê impelida, diante do prestigio do governo atual, a afirmar com a maior cara depau, que Lula é uma ¨continuidade¨ do último governo tucano deFernando Henrique Cardoso, que foi um governo de crise, déficits, apagão, desemprego, subordinação ao FMI e alinhamento aos EUA.

No contexto da política externa, de forma simples em recente entrevista, o Ministro Celso Amorim sintetizou a nossa orientação externa: ¨incomoda o Brasil agir sem pedir licença¨. Numa questão estratégica ao sistema de poder mundial, o presidente Lula deu apoio público ao programa nuclear iraniano e reafirmou sua posição critica em relação ao monopólio nuclear. Ou como afirma o Ministro Amorim, ¨se as potências atômicas não estão dispostas a se desarmar, não têm moralpara cobrar dos outros¨.

Na recente Conferência Mundial de Copenhague o Brasil ocupou uma posição de vanguarda, chegando a propor metas de redução de emissões de gases de efeito estufa, sem paralelo, da ordem de 36% a 39% até2020, agindo na redução drástica do desmatamento na região amazônica e na dos cerrados. Mas, a questão central, por trás de toda essa discussão sobre o clima, está em saber: quais as fontes de energia para o desenvolvimento? E o Brasil é quem tem as principais fontes energéticas limpas (hidroelétricas) e projetos mais desenvolvidos de matrizes de energia renovável (biomassa).

Mas o aspecto mais importante dessa Conferencia de Copenhague, nãoressaltado pela grande mídia, que, ao contrario, procurou diversionar, está no embate travado, em última instância, entre o imperialismo norte-americano e países ricos de um lado e, de outro, os demais países do mundo, refletindo aí um quadro de um mundo em transição, naluta que se agudiza contra a hegemonia unipolar e a ascensão de novos pólos dinâmicos de poder como os Brics, que são expressão desse jogo de poder mundial na atualidade. Em Copenhague surgiu o grupo de países denominado Basic (Brasil, Índia, China e África do Sul), com a África do Sul substituindo a Rússia, ocupando o Brasil um papel de liderançanessa aliança especifica que visa definir as formas de energia para o desenvolvimento sustentável nos países ¨emergentes¨. Essa aliança foi fundamental para enfrentar os Estados Unidos, derrotando-o no seupropósito de isolar a China e impor arrogantemente meios de controle sobre os países “periféricos¨.

Por fim, o panorama na America Latina demonstra o desenvolvimento docurso ascendente democrático e antiimperialista com a reeleição de Evo Morales na Bolívia e a eleição de José (Pepe) Mujica, no Uruguai. Isso tudo, apesar da contra-tendência hegemonista, imperialista, para fazer frente a essa tendência por soberania dos países latino-americanos, como a reativação de IV Frota Naval dos Estados Unidos e a instalaçãode bases militares desta potência na Colômbia.
* Presidente nacional do PCdoB.

Se fosse Lula…

. Nem cabe discutir a validade da medida. Apenas o tratamento diferenciado que a grande mídia dá ao fato.
. O jornal O estado de São Paulo informa que decretos já assinados pelo governador José Serra estendem até o fim de junho um pacote de incentivos fiscais que venceram dia 31. Eles ampliam isenções de impostos para 143 segmentos da indústria e devem beneficiar 90 mil empresas.
. Se fosse ato do governo Lula, a notícia viria com o costumeiro caimbo “pacote de bondade com fim eleitoreiro”.

História: 5 de janeiro de 1785

D. Maria I manda extinguir toda indústria no Brasil, afora a de pano grosso para sacarias ou roupas dos escravos. A polícia destrói o incipiente parque fabril, proibido por 23 anos. (Vermelho www.vermelho.org.br).

04 janeiro 2010

Feliz Brasil 2010 (2)

No Vermelho, por Eduardo Bomfim:
O que vem por aí

À exceção do imponderável e das eleições de outubro próximo, é possível afirmar que o perfil de 2010 já se encontra razoavelmente traçado em suas linhas gerais. Quer dizer, do fundamental ainda não se sabe nada porque isso não é coisa para adivinhação.

Mas há sim algumas tendências que já foram esboçadas no transcorrer do ano que passou. Por exemplo, não havendo uma catástrofe financeira mundial o Brasil deverá crescer esse ano por volta de 6% o que significará uma grande expansão industrial e geração de emprego e renda.

O mercado interno, seguindo essa tendência, irá se fortalecer ainda mais provocando uma grande expansão do consumo em todas as faixas sociais, que por sua vez vai aquecer as vendas do comércio, o que vai intensificar o aumento da produção industrial.

O País assistirá dessa forma o crescimento, em alguns milhões, de postos de trabalho, de empregos formais com carteira de trabalho assinada, que é a melhor maneira de se constatar o crescimento efetivo da nação.

Em uma nação de desigualdades sociais extremadas e seculares a ação efetiva do Estado nacional nas camadas mais miseráveis da população através de políticas públicas, como o bolsa família e outras, continuará produzindo resultados extremamente positivos além de injetar milhões de reais na economia como um todo.

Crescerá mais ainda o peso do Brasil na arena internacional, fortalecendo a sua liderança na América Latina e entre as nações emergentes do planeta, principalmente China, Índia, Rússia, com a vantagem de possuir reservas energéticas limpas praticamente inesgotáveis, ausência de problemas étnicos ou separatistas de qualquer espécie e a inexistência de conflitos de fronteiras, latentes, agudos ou crônicos.

O ano de 2010 encontrará uma nação com altos índices de auto-estima em decorrência do sentimento e convicção mesmo de que as coisas estão dando certo, o País está crescendo. Há uma visão geral de que tudo está em permanente movimento e febril construção.

O povo brasileiro, aquele povo definido por Darcy Ribeiro como “mestiço que é bom”, está emergindo como protagonista principal da nação, cada vez mais com cara e cor de mestiço, com sentimento e identidade de mestiço, com o jeitão de dá licença que eu vou à luta. E é uma tendência irreversível.

A próxima década será testemunha de uma nação em acelerado desenvolvimento e em impaciente revolvimento.

Ciência para a integração solidária

Ciência Hoje Online:
Grilhões na produção científica latino-americana
Seminário realizado em Curitiba para discutir relações entre tecnologia e sociedade propõe elaboração de uma agenda de pesquisa própria da América Latina. Os debates envolveram também o polêmico mercado de carbono e o fim do ‘muro’ que separa leigos de especialistas.
. Aquecimento global, fontes renováveis de energia, lixo nuclear, desvio de cursos d’água, células-tronco... Nos debates públicos sobre os temas mais cruciais de nosso tempo, ciência e tecnologia têm papel decisivo. Os cientistas, longe de ficar confinados na torre de marfim da academia, não são mais os únicos protagonistas dos debates que eles próprios levantam. Para ampliar essa discussão, a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) organizou, em Curitiba, o III Seminário Nacional de Tecnologia e Sociedade. “Não podemos deixar de refletir sobre as tecnologias, já que elas norteiam a transformação social permanentemente”, disse a organizadora do evento, Nanci Stancki Silva, da UTFPR.
. Um dos coordenadores da Rede de Pesquisa Latino-americana sobre Tecnologia Social, o historiador argentino Hernán Thomas, da Universidad Nacional de Quilmes (Argentina), criticou a tendência atual de supervalorização dos artigos científicos publicados nos grandes periódicos internacionais, em detrimento de veículos regionais, e o consequente isolamento das comunidades científicas de países periféricos, como os da América Latina.
. Leia a matéria completa http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/2009/12/grilhoes-na-producao-cientifica-latino-americana