31 dezembro 2010

Bom dia, Adalberto Monteiro

As grandes vitórias
merecem Boas Festas!

A terceira grande vitória do povo
Faz nascer um Ano Novo
De um ovo do tamanho da lua!
E nas ruas as bandeiras vermelhas
Entrelaçadas com tantas outras
Bem ao alto comemoram a boa nova:
É a vez primeira que a nação brasileira
Será governada por uma mulher.
Do povo ela recebeu um mandato:
Tornar o Brasil cada vez mais
Soberano, forte, solidário e democrático.

Rompe 2011
Da placenta da esperança
Do tear da luta
Da teimosia de uma gente
Persistente que não abre
Mão de ser feliz!

30 dezembro 2010

Uma crônica minha no portal Vermelho

Versos inconclusos
Luciano Siqueira

No bar ao lado do Restaurante Viena, no Aeroporto de Guarulhos, as mesas são muito próximas. Apenas dois fregueses, ele e eu. Ele, sem bagagem, nem bilhete de viagem visível, zero preocupação com a hora, talvez na quarta ou quinta dose de uísque. Eu, saboreando uma Boêmia long kneck, atento ao relógio, aguardando o momento de embarcar num voo da Gol das vinte três horas com destino ao Recife.

Ao perceber meu interesse, disse chamar-se Floriano e mostrou-me um rabisco no avesso de uma embalagem de cigarro: “Parti para a mais cruenta das guerras/e apenas um olhar distante de lancinante indiferença/nem uma palavra, um aceno que me...”. – Um poema?, perguntei. “– Ah, amigo tenho os versos aqui no peito e não consigo botar no papel!”, respondeu, com a fala enrolada e os olhos faiscantes.

Tentou me explicar, com dificuldade. A voz grave, engolindo as sílabas, a muito custo mencionou alguém de quem esperava e não obteve a palavra amiga, solidária, afetuosa.

Com todo respeito a Antonio Maria, que dizia acreditar na sinceridade dos bêbados e dos poetas, aviso que os poetas têm de mim admiração e carinho; os bêbados, nem tanto.

Explico. Sem poesia a vida seria cinza e monótona. Os poetas são seres especiais – os grandes poetas e mesmo os médios e os apenas esforçados. Estes últimos tentam, e já é alguma coisa. Imagine se nossa existência em meio a verdades, mentiras, pelejas mil, amores e dores, desespero e esperança não pudesse ser iluminada jamais por um Drummond, um Vinícius, um Neruda, uma Cecília Meireles?

Já os bêbados seriam dispensáveis – sobretudo os chatos, barulhentos, conversadores, donos da verdade, tristes, eufóricos e inconvenientes.

Mas confesso que há um tipo de bêbado que exerce sobre mim uma atração irresistível, desperta um profundo sentimento de solidariedade: o bêbado solitário. Nada é mais comovente do que a imagem do cara ilhado, ele e o copo, ele e a desilusão, ele e o fracasso. Nunca vi alguém beber sozinho com alegria. Jamais recolhi de um desses o sorriso que não fosse de discreta vergonha, aquele sorriso sem graça de quem sofre e procura dissimular.

Quando posso, me aproximo: um leve cumprimento, o olhar cúmplice à espera de um grunhido qualquer, um sinal de vida, um laivo de resistência.

Foi assim que travei o breve diálogo com Floriano, o bêbado autor do poema apenas iniciado.

- “Ficou um buraco deste tamanho aqui no peito, que dói, dói uma dor que não quer passar, entende?”

Eu disse “entendo, sim”, e me desculpei por não poder continuar a conversa, tinha chegado a minha hora. Mas a vontade era de retardar a minha viagem, quem sabe depois de mais uma dose ele viesse a completar os versos amargos e aliviar o sentimento de desamor e perda.

Meu réveillon é o melhor

. Vejo nos jornais daqui e do Sul referências a festas de passagem de ano mais do que badaladas.
. Prefiro o meu réveillon, aqui em São José da Coroa Grande, defronte para o mar, com direito à algazarra de crianças e adolescentes, girândolas e ofertas a Iemanjá.
. Tudo organizado por Luci, o sobrinho Carlos Henrique, o genro Alexandre e tendo Miguel, o neto de 5 anos e Pedro, 11 anos, como protagonistas.
. Ainda aproveito para ler uma cacetada de livros, reavaliar o ano que finda e escrever algumas coisas sobre as tarefas de 2011 e a reinvenção da vida.

29 dezembro 2010

Faleceu José Maria Marques

. Sinto pelo falecimento agora à tarde José Maria Marques, radialista, ator, apresentador de TV e cerimonialista de quem me tornei amigo quando vice-prefeito do Recife.
. O corpo está sendo velado no Teatro Valdemar de Oliveira e será sepultado amanhã às 12 h no Cemitério de Santo Amaro.

Uma crônica minha no Blog de Jamildo (Jornal do Commercio Online)

Palavras fora de lugar
Luciano Siqueira


Esforçado, arisco, curioso – se é livro, ele traça; debate não perde um, nem que seja sobre a educação de crianças no Japão ou a interferência do estresse no ciclo menstrual. E assim vai amealhando conhecimento sobre temas vários, padecendo, entretanto, de uma enorme dificuldade de concatenar as ideias. E as palavras.

Aliás, palavra que mereça ser pronunciada pelo dito cujo tem que ter sonoridade e um traço de raridade. Uma óbvia vocação para sucessor do Marquês de Pombal, que tanto se esforçou para recuperar termos em desuso.

Certa vez eu me referia a Miguel Arraes e ouvi aquela voz grave: “Um ínclito homem!”. Paulo Maluf, no outro extremo, dele mereceu a qualificação de “energúmeno!” Com exclamação.

No meio de uma campanha eleitoral o encontro em cima do palanque e pergunto por que não o via nas atividades de rua: “Um interregno estratégico, líder, que, com efeito, resultará num contra-ataque tático específico e sobejo.” Claro que não entendi por que a sua ausência em algumas caminhadas teria sentido estratégico, muito menos o que vinha ser “contra-ataque específico e sobejo”.

Pois bem. O tempo passou, nunca mais o vi, julgava-o em terras distantes, talvez levado pelo desejo de figurar em algum sodalício lítero-cultural, tipo Academia de Letras do Município de Ribeirão das Almas, coisa assim. Mas eis que o encontro na Livraria Siciliano, em São Paulo, alentado volume à mão (que preferi não olhar o título, já me prevenindo de uma indecifrável resenha). Fiz que não o reconhecia, num gesto que minha mãe classificaria como falta de caridade. Mas fui reconhecido e, como estava só, tive o desprazer de sua ilustrada companhia:

“- Excelência, quanto tempo! Apresento-lhe minhas congratulações pela conquista do pódio no último pleito e renovo meus pretéritos e sempre congruentes votos de confiança em vossa inexorável atuação. E pergunto: em que consonância pretende legislar, em se tratando de um parlamentar filosoficamente nutrido por uma teoria científica que, conforme meus alumiados estudos, tem na contemporaneidade o seu apogeu?”

- Só conversando com calma, amigo. Comprometi-me com um conjunto de temas, tendo como referência a ideia de um novo projeto nacional de desenvolvimento...

"- Ora, nada mais edificante do que tamanha pretensão, de valoração insofismável e ao mesmo tempo profícua e, por que não?, assaz inovadora, pois que um novo projeto direcionado à Nação tendo como mola-mestra o desenvolvimento quiçá...”

Não o deixei continuar. Mirei o relógio, um compromisso imediato salvou-me de tão “insólito colóquio” (uso a expressão naturalmente em homenagem ao meu insigne interlocutor). Despedi-me prometendo que marcaríamos um encontro caso ele visitasse a terra natal. Pura falsidade, pois no íntimo, bem desejo que a egrégia personagem não retorne ao Recife tão cedo. Para que as palavras permaneçam em seu devido lugar. E as ideias também.

Boa tarde, Vladimir Maiakóvski

Dedução

Não acabarão nunca com o amor,
nem as rusgas,
nem a distância.
Está provado,
pensado,
verificado.
Aqui levanto solene
minha estrofe de mil dedos
e faço o juramento:
Amo
firme,
fiel
e verdadeiramente.

28 dezembro 2010

Desejo realizado: minha biblioteca em ordem

. Quem tem, como eu, uma verdadeira relação de amor com os livros não pode trata-los como eu vinha tratando há muito tempo, com certo desleixo.
. Amontoá-los nas estantes não é coisa que se faça. É preciso tê-los em ordem, devidamente classificados por tema. E com sistema de busca informatizado.
. Minha modesta biblioteca, que denomino “João Amazonas”, finalmente se encontra organizada. Graças ao trabalho minucioso desse jovem que você vê na foto, Carlos Henrique Gusmão de Fontes, que prosseguiu e concluiu com esmero o trabalho iniciado pela bibliotecária Ana Cláudia Gouveia.
. Uma das minhas conquistas no ano que finda. Viva!

Contrastes do tempo presente

Rupturas e mediocridades
Por Eduardo Bomfim, no Vermelho http://www.vermelho.org.br/

Em meio às festas de fim de ano deste 2010 que para grande parte do mundo não estão sendo assim tão alvissareiras, as notícias sobre o nosso País são em geral boas, principalmente nas áreas econômica e de inclusão social.

Continuamos crescendo a ritmo surpreendente em meio a uma grave crise financeira internacional que assola as nações mais ricas do mundo como os Estados Unidos e toda a Europa, o que significa dizer que as coisas ficaram de cabeça para baixo no que tange à regra geral.

O que é um fenômeno muito raro na História, esse atual impulso das economias dos principais emergentes em combinação com a agonia, mesmo que temporária, das grandes potências do mundo.

Avança em meio à tempestade geral, Brasil, Índia, Rússia, e estão incluindo agora a Indonésia, sem falar na China, porque ela permanece em forte ascensão desde meados da década de setenta do século passado.

Há uma permanente revolução tecnológica, principalmente na área da comunicação e dos novos instrumentos da cibernética. A Internet transforma-se cada vez mais em um espaço imponderável de novas descobertas para uso e manejo.

Alguém me falou que o secretário da defesa norte-americano sentenciou que os EUA têm quatro prioridades em matéria de segurança: no mar, na terra, no ar e acrescenta nesses últimos tempos, como estratégico, no espaço cibernético.

Ninguém razoavelmente bem informado duvida desse recente elemento como imprescindível ao futuro dos Estados Unidos e das suas ambições hegemônicas no mundo.

Na verdade esse tal espaço cibernético passa a ser vital não só ao império do norte como a qualquer nação que aspire a um desenvolvimento independente e soberano, como é o caso do Brasil.

Os recentes episódios, ainda não bem esclarecidos integralmente, do vazamento das informações diplomáticas norte-americanas através do Wikileaks demonstram que qualquer país pode sofrer um ataque generalizado pelo espaço virtual, que, diga-se de passagem, é dominado em grande parte pelos Estados Unidos.

Por outro lado, em contraste aos incríveis e galopantes saltos tecnológicos que vão produzindo rupturas, não vivemos uma época de igual florescimento civilizacional. Nesse caso o que há é uma profusão de informações, cultura e valores que variam do sofrível ao medíocre.

Líder na medida certa

. Ótima escolha do governador: Waldemar Borges líder da bancada governista.
. Experiência, bom senso, habilidade Wal tem de sobra.

Secretariado à altura dos desafios atuais

. Eduardo Campos construiu um secretariado ao mesmo tempo plural e qualificado. Tem tudo para realizar um segundo-novo ótimo governo.
. Sem querer individualizar opiniões sobre o novo secretariado, fico particularmente feliz com as indicações de Marcelino Granja, na Ciência e Tecnologia, e Antonio Carlos Maranhão, na secretaria de Trabalho e Empreendedorismo.
. Ambos reúnem competência e invulgar capacidade de trabalho.

27 dezembro 2010

Cartão para a destinatários conhecidos

. Assinei todos os cartões de fim de ano que enviei pelos Correios. É um prazer ter a certeza de que envio o cartão para amigos e amigas. Conscientemente. E não de modo aleatório, para desconhecidos.
. Mesmo que isso signifique assinar algumas milhares de vezes.

25 dezembro 2010

Sábia saudade

Dica de sábado da amiga Eulália: “Quanto mais forte o peso da ausência, maior a certeza de tudo terá valido a pena.”

24 dezembro 2010

Novo aliado na prevenção da Aids

Ciência Hoje Online:

. Estudo envolvendo o Brasil testa comprimido que combina duas drogas já usadas no tratamento da doença para preveni-la em homens que fazem sexo com homens. Os resultados mostram redução de 44% no risco de contaminação.
. Os brasileiros hoje com Aids somam 630 mil, mas quase um terço deles não sabe que está infectado pelo vírus HIV. Os dados do Ministério da Saúde são mais um alerta para a importância da prevenção da Aids. Um estudo clínico feito com voluntários homens que fazem sexo com homens apontam um novo caminho para prevenir a doença.
. Os resultados indicaram a redução de 44% no risco de infecção em voluntários que se submeteram ao uso do Truvada, nome comercial do medicamento que combina duas drogas antirretrovirais e já é utilizado no tratamento da Aids para inibir a replicação do vírus HIV. No estudo, ele foi prescrito aos participantes em doses diárias, como um dos itens da intervenção profilática.
. As outras medidas de prevenção incluíam aconselhamento para o sexo seguro, diagnóstico e tratamento de infecções sexualmente transmissíveis e distribuição de preservativos. “A prevenção da Aids precisa de múltiplas intervenções”, assegura Valdiléa G. Veloso, coautora do artigo publicado no periódico New England Journal of Medicine, no qual os resultados do estudo foram apresentados.
. Leia a matéria completa http://twixar.com/codpWAr

23 dezembro 2010

Taxa de juros cobrada das famílias é a menor da série histórica do BC em novembro

. Noticia a Agência Brasil que as taxas de juros caíram em novembro, segundo dados do Banco Central (BC) divulgados hoje (23). A maior queda foi para as famílias (pessoas físicas), que pagaram juros de 39,1% ao ano, uma redução de 1,3 ponto percentual (pp) em relação a outubro. Esse é o menor patamar da série histórica do BC, iniciada em julho de 1994.
. Segundo a instituição, a queda nos juros médios para as pessoas físicas foi influenciada "pelo comportamento das taxas de crédito pessoal e para aquisição de veículos". A taxa do crédito pessoal, que inclui operações consignadas em folha de pagamento, caiu 1,6 pp, para 42% ao ano, em novembro. No caso dos financiamentos de veículos, a redução foi de 0,7 pp, para 22,8% ao ano.
. Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, em novembro voltou a aumentar a procura do crédito consignado que tem taxas de juros mais baixas em relação a outras modalidades. Em outubro, a contratação dessa modalidade foi prejudicada pela greve dos bancários.
. A taxa média para o cheque especial, por sua vez, apresentou alta de outubro para novembro de 5,8 pp, para 169,4% ao ano.
. No caso das empresas (pessoas jurídicas), a redução foi de apenas 0,1 pp, para 28,6% ao ano. A taxa média para empresas e famílias teve queda de 0,6 pp, para 34,8% ao ano.
. A inadimplência (atrasos superiores a 90 dias), caiu 0,1 pp para as famílias (5,9%) e subiu na mesma proporção para as empresas (3,6%). No caso das famílias, esse é o menor nível de inadimplência desde junho de 2001, quando ficou em 5,5%. Segundo Lopes, com o 13º salário, as famílias optaram por pagar dívidas.
. O spread, diferença entre custo de captação e taxa cobrada dos clientes bancários, caiu 0,2 pp, para 17,9 pontos percentuais para as empresas. No caso das pessoas físicas, a redução foi de 1,7 pp, para 27,3 pontos percentuais.

A palavra irreverente de Jormard Muniz de Britto

À MARGEM DA MARGEM, AUGUSTO em OITENTAÇÃO
Jomard Muniz de Britto, JMB

Primeiro a FOLHA de SP comemorou, com o
neologismo acima, os 80 de Décio Pignatari.
Agora é hora e vez da Balada Literária, criação
EXtasiante de Marcelino Freire, anunciar para
2011 os oitenta maiores desafios por Augusto
de Campos. EX-TUDO. PÓS-TUDO.
INVENÇÃO para todos e, como sempre, por
ninguém do rol dos recatados. MUDAR.
Pai e filho, Cid Campos, sua banda, e a mais
fina estampa da mãe Lígia na platéia.
Desafios em múltiplas CONCRETUDES do
olhouvido, intersemiose de linguagens, no
palco da Biblioteca Alceu Amoroso Lima.
Por que À MARGEM DA MARGEM?
-"Díspares. Diversos. Dispersos.O que
têm eles em comum? A marginalidade dos q
buscaram caminhos não balizados, abriram
sendas novas, estranhas ao território habitual
da poesia ou da literatura". Quereres.
Dissonância dos sociologismos aguçados pelo
nacional-popular, pelas infraestruturas
regionalistas e cosmopolitismos
tão melancólicos quão ilusionistas.
À margem dos saudosos surrealismos,
dos hiperrealismos televisivos, querer MUDAR.
TENSÃO DE PALAVRAS-COISAS NO
ESPAÇO-TEMPO. Rupturas deflagradas de
1956 desacatando o coral dos automatismos.
Agora, mineiros do Chile percorreram o mundo
em lição de concreta solidariedade.
Dentro e fora da sociedade do espetáculo.
Raridades bibliófilas concedidas por Letícia e
José Paulinho Cavalcanti para a superexposição
de Fernando Pessoa no Museu da Língua
Portuguesa. Tudo mudando.
Transposições libertárias do WikiLeaks sempre
bem interpretadas por Joaquim Falcão.
Contra a mudez dos medrosos democratas.
AQUELE ABRAÇO em louvor da dialética da
amorosidade mutante-intergeracional.

Recife, dezembro 2010

Bom dia, Fernando Pessoa

Fresta

Em meus momentos escuros
Em que em mim não há ninguém,
E tudo é névoas e muros
Quanto a vida dá ou tem,
Se, um instante, erguendo a fronte
De onde em mim sou aterrado,
Vejo o longínquo horizonte
Cheio de sol posto ou nado
Revivo, existo, conheço,
E, ainda que seja ilusão
O exterior em que me esqueço,
Nada mais quero nem peço.
Entrego-lhe o coração.

Crônica em minha coluna semanal no portal Vermelho

Meu pardal amigo

Luciano Siqueira

Qual a vida média de um pardal? Pergunto porque preciso identificar esse que pousou agorinha na janela do meu escritório, aqui em casa. Saltitante, irrequieto, mirou os meus olhos, observou o ambiente – e, sem nenhum sinal de me haver reconhecido, foi-se.

Entre surpreso e apreensivo, indago se será o mesmo que há uns quatro anos, mais ou menos, costumava me anunciar a aurora. Ou será um filho dele? Ou neto? Os modos são parecidos, principalmente o jeito de me olhar – um ar superior de quem vive a vida em liberdade plena, singrando o espaço sem outras preocupações além de buscar alimentos, curtir o amor com a pardaloca escolhida (serão monogâmicos os pardais?) e observar, meio solidário, meio crítico, seres humanos super atarefados como eu. Aos pardais deve parecer estranho que a gente trabalhe tanto, peleje a vida inteira e nunca se satisfaça com as conquistas alcançadas. Uma batalha emenda na outra, sempre.

Vejo no Google que o danadinho vive em média quinze a vinte anos. Ótimo, então deve ser o mesmo que me visitava antes. Quem sabe tenha vindo muitas vezes e estranhando a minha ausência.

Pois agora reativaremos nossa amizade. Amanhã estarei aqui novamente aos primeiros raios de sol do novo dia. Vou apresentar ao meu pequenino amigo a biblioteca finalmente organizada: livros, revistas, CDs e DVDs devidamente catalogados e etiquetados, tudo em seu devido lugar. Perguntar se ele gosta do meu novo laptop de memória imensa, conexão de internet supersônica. Vou lhe mostrar a minha Canon, sonho de consumo finalmente realizado. Os muitos livros que tenho comprado ou recebido de presente. As minhas anotações, o rascunho de artigos e crônicas. As fotos mais recentes de Luci, Neguinha, Tuca, Pedro e Miguel. Ah, quero que veja o exemplar de “Cangaceiros e fanáticos”, obra clássica de Rui Facó, que afinal encontrei num sebo e estou relendo. Esse belo “as filhas de lilith”, poemas de Cida Pedrosa, ilustrações de Teresa Costa Rego e fotos de Tuca Siqueira. Que tal uma olhadela nas Obras escolhidas de Cecília Meireles? Ou prefere Drummond? Ou “Canto geral” de Neruda?

E direi a você, meu pardalzinho querido, que continuo o mesmo. Muito trabalho, luta sem fim, as mesmas convicções. Esperanças e sonhos renovados. E sempre arranjando tempo para ler, escrever, ouvir uma boa música, amar e prestar atenção a pássaros que, por um instante, pousam no parapeito da janela e renovam a beleza da vida.

Ah, meu pardal amigo, foi lhe ofertar esses versos do poeta Vinícius: “Para que vieste/Na minha janela/Meter o nariz?/Se foi por um verso/Não sou mais poeta/Ando tão feliz!”

21 dezembro 2010

Profissões se valorizam com nova agenda

. O portal G1 contém matéria, hoje, acerca das profissões mais promissoras em 2011. Setores ligados ao desenvolvimento do país devem ser beneficiados. Economia aquecida e preparação para Copa 'puxam' profissionais.
. Além dos segmentos diretamente relacionados ao crescimento econômico, os especialistas lembram também a tendência de forte alta na área de bem estar social, o que envolve desde sustentabilidade e meio ambiente até saúde e estética.
. Isso é reflexo da nova agenda do País, implantada pelo governo Lula. Antes, na era FHC, a ciranda financeira ditava as regras e era o vetor principal da economia. Agora é a produção.

Burocracia torna a ciência brasileira menos competitiva

Ministro da Ciência faz balanço de gestãi de mais de cinco anos e diz que meta deve ser fortalecer a cultura de pesquisa em empresas
. O físico carioca Sérgio Rezende deixará em 31 de dezembro o MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia), que esteve sob seu comando por mais de cinco anos.

. Em entrevista exclusiva à Folha, ele reconhece que, apesar dos avanços de sua gestão, a burocracia ainda é um dos grandes inimigos dos cientistas brasileiros. Também defendeu a escolha do petista Aloizio Mercadante como seu sucessor: "Certamente pode ter um papel de influência no governo". Leia os melhores trechos da conversa abaixo.

Folha- O sr. está saindo de uma gestão considerada positiva. Isso é raro...
Sérgio Rezende - Eu só espero que as pessoas não fiquem com saudades de mim [risos]. Tivemos mais recursos e, acompanhando isso, uma atuação mais forte do governo federal em incentivar e apoiar a pesquisa e inovação nas empresas.

Isso é uma mudança grande. Nossa política científica sempre foi desvinculada da política industrial -que, por sua vez, teve seus altos e baixos. Não havia acontecido até agora uma articulação entre ciência e indústria. Estamos aprendendo a fazer isso, mas avançamos muito.

Ter 1,3% do PIB destinado à ciência é suficiente?
Passar de 1% foi mudar de patamar. Tínhamos planejado chegar a 1,5% do PIB e chegamos a 1,3%. No entanto, em números absolutos, nós atingimos a meta, porque o PIB do Brasil cresceu muito e continua crescendo.

Mas qual seria o ideal?
Os países desenvolvidos têm em média 2,5% do PIB investido em ciência. Mas esses países têm muito mais cientistas: são dois cientistas para cada 10 mil habitantes. Nós temos um pesquisador para 10 mil pessoas. Se tivéssemos mais recursos, eles não seriam utilizados.

Precisamos formar mais gente, e isso é um processo gradual. A ideia é que a gente chegue a 2022 com dois pesquisadores para cada 10 mil habitantes e com 2,5% do PIB em ciência.

Ainda há barreiras por parte de quem acha que dinheiro público não deve ser gasto com ciência nas empresas?
Existe um pouco. Essas vozes estão ficando isoladas. Felizmente nós estamos passando dessa fase. Há 20 anos se dizia que o dinheiro público deve ficar na universidade e que empresa não deveria fazer pesquisa. Dizia-se que ciência não combina com lucro. Isso é uma bobagem.

Esse tipo de crítico também costuma dizer que não dá para fazer "Big Science" [ciência cara e de grande porte] num país que ainda tem gente passando fome.
A ciência feita com intensidade, com aplicações, contribui de maneira eficaz para resolver os problemas sociais.

O melhor exemplo que temos é da Coreia do Sul, a qual, na década de 1970, era mais subdesenvolvida que o Brasil. Eles investiram em tecnologia e inovação e, com isso, o país tirou milhões de pessoas da pobreza.

Qual foi o principal desafio da sua gestão?
Nós tivemos um problema com o excesso de burocracia. Alguns desvios que aconteceram em fundações de amparo à pesquisa fizeram o TCU [Tribunal de Contas da União] tornar a execução de recursos muito mais difícil.

Hoje a burocracia é um dos entraves para a realização da atividade de pesquisa no Brasil de maneira mais tranquila. É uma burocracia para se usar os recursos, para explicar como usou. Um cientista brasileiro enfrenta muito mais burocracia do que um europeu para fazer o mesmo trabalho, e isso diminui a competitividade.

Nós conseguimos simplificar o procedimento de importação, mas ainda é bem mais difícil um pesquisador daqui comprar um equipamento de fora do que um pesquisador de outro país.

Nos outros lugares é assim: o pesquisador quer comprar um equipamento para fazer uma pesquisa e compra. Aqui não pode, tem sempre de fazer licitação e comprar o mais barato.

Eu decidi sair antes do resultado da eleição. Estou há dez anos consecutivos em atividade de gestão. No momento, quero me dedicar à atividade científica e não à gestão. A gestão do cotidiano, dos problemas, das pessoas, das confusões -isso é algo que desgasta.

Nós demos um salto no MCT, e eu acho que não conseguiria dar novo salto. Precisamos de novas ideias.

Mas o sr. já foi convidado para administrar alguma outra instituição?
Sim, já tive mais de um convite. Mas já disse que não quero mais ter atividade executiva nos próximos anos. Estou indo para Pernambuco [na UFPE].

Estou envolvido em nanotecnologia de materiais magnéticos, já tenho alguns trabalhos. Há dois pós-doutores publicando resultados interessantes, e estou sem tempo de me juntar a eles, de entender o problema, de fazer teoria. Pode ser que em dois anos em volte à gestão, mas agora eu quero ser cientista.

Aloizio Mercadante será um bom ministro no seu lugar?
Ele tem tudo para ser um bom ministro. É uma pessoa de visão larga, certamente pode ter um papel de influência no governo.

Publicado na Folha de S. Paulo, 21/dezembro/2010

Vitória da Diplomacia brasileira

. O Brasil obteve ontem uma importante vitória na Organização Mundial do Comércio (OMC), considerou ilegais as medidas antidumping aplicadas pelos Estados Unidos ao suco de laranja brasileiro.
. Essa é uma luta que ocorre desde setembro de 2009. O Ministério das Relações Exteriores protesta contra a fórmula de cálculo usada pelos Estados Unidos para determinar se existe dumping nas exportações brasileiras de suco de laranja. De acordo com o Itamaraty, a metodologia exagera as margens de dumping e prejudica os produtores brasileiros.

Em apartes, vereadores destacam militância, ética e experiência de Luciano


Do site do mandato http://www.lucianosiqueira.com.br/:

Diversos vereadores apartearam Luciano durante seu pronunciamento de despedida da Câmara Municipal do Recife, todos com manifestações de apreço e votos de sucesso na nova empreitada na Assembléia Legislativa de Pernambuco. Em seu aparte, o vereador Luiz Eustáquio (PT) destacou a experiência, a seriedade e a ética com que Luciano sempre pautou sua vida pública, bem como sua participação nas lutas sociais. “Aprendi com sua experiência, com sua história e sua forma séria de fazer política”, afirmou.

O líder do governo na Câmara, vereador Josenildo Sinésio (PT), por sua vez, ressaltou o legado que Luciano deixa para o Recife. “Vossa Excelência deixa um legado de serviços prestados ao Recife, pois seja como vice-prefeito do Recife, seja como vereador, sempre teve o olhar voltado para as questões da cidade, voltado para a juventude, para o desenvolvimento. Tenho grande admiração por seu comportamento, por seus ideais. Vossa Excelência é um professor, é alguém formado na vida, que muito tem nos ensinado e deixa muitos amigos nesta Casa”.

O vereador Gilberto Alves (PTN) também se manifestou, lembrando que Luciano “é um homem de partido e de convicções” e que a “inquietude de suas convicções é a sua marca, que serve de exemplo às pessoas que chegam à política”. “Pernambuco ganha um excelente parlamentar”, comentou.

A vereadora Marília Arraes (PSB) ressaltou sua emoção ao apartear o vereador comunista naquele momento de despedida. Ela afirmou que Luciano “vai contribuir muito para Pernambuco”, destacando a militância e o engajamento do deputado eleito pela causa pública. “O povo pernambucano está de parabéns por elegê-lo para a Assembléia”, disse.

A líder da oposição, vereadora Priscila Krause (DEM), elogiou Luciano e relembrou quando o vereador era vice-prefeito e ela precisou ir à Prefeitura do Recife e foi bem recebida por ele. “A segunda vez Vossa Excelência me cativou foi quando veio ao plenário desta Casa representar o prefeito João Paulo no Dia Internacional da Mulher e fez um discurso sobre gênero”, disse. A vereadora lembrou ainda de “outro momento marcante”: a inauguração do seu comitê de campanha como candidata a deputada estadual e quando recebeu a visita de Luciano.

Luciano se despede da Câmara e destaca realizações do mandato

Do site do mandato http://www.lucianosiqueira.com.br/

O vereador e deputado estadual eleito Luciano Siqueira (PCdoB) ocupou nesta segunda-feira (20) a tribuna da Câmara Municipal do Recife para apresentar suas despedidas do mandato que exerceu durante dois anos. Em seu discurso, entrecortado por apartes de vereadores governistas e da oposição, o parlamentar comunista destacou seu apreço à Casa de José Mariano e a satisfação de ter compartilhado da convivência com seus pares no período em que exerceu o mandato de vereador.

Luciano ressaltou ainda que deixa a Câmara com o sentimento de dever cumprido, tanto para com o seu partido quanto para com o povo do Recife. “Eu me sinto gratificado pela consciência do dever cumprido para com as diretrizes do meu partido, para com o povo do Recife e por me sentir colaborador do fortalecimento desta Casa Legislativa”, afirmou.

Luciano destacou ainda as audiências públicas como principal instrumento do exercício do seu mandato. “Nesses encontros, reunimos mais de 1.200 pessoas para debater temas de interesse do povo do Recife e da Região Metropolitana, que variaram da política fiscal como indutora do desenvolvimento até a formação de mão de obra para o novo ciclo de desenvolvimento de Pernambuco, passando pelo centenário do arquiteto e paisagista Burle Marx, a destinação de resíduos sólidos e a requalificação do centro do Recife”, disse.
APRENDIZADO - Luciano Siqueira atribuiu o seu aprendizado na Câmara Municipal à convivência com os demais vereadores, “ouvindo suas histórias e sabendo dos esforços que eles fazem para cumprir seus mandatos”; e aos funcionários que “me acolheram plenamente”. Entre esses funcionários, fez uma homenagem ao assessor especial legislativo, Paulo Rogério, a quem elogiou pelo seu trabalho. E acrescentou que, de todas essas pessoas, recolheu “acréscimos à minha experiência de militante político e de vida”.

Ele também ressaltou que ao longo do mandato, membro da bancada governista, aprendeu a ser crítico e propositivo ao mesmo tempo. O aprendizado na Câmara passou também pela convivência com os vereadores da oposição. “Governo nenhum pode prescindir de uma oposição que critique, de forma oportuna, mas que se comprometa em apoiar matérias importantes para o crescimento da cidade”, disse. Ele sugeriu que, quando o prefeito João da Costa terminar o mandato, em dois anos, vá à Câmara Municipal agradecer pelo apoio que tem recebido dos vereadores.

Leia abaixo o discurso de Luciano na íntegra.

“Venho aqui nesta tribuna provavelmente pela última vez nesse período legislativo do exercício do meu mandato. A exemplo do que aqui fez o vereador Gustavo Negromonte quero também registrar, digamos assim, a minha despedida desta Casa. Ontem e hoje eu refletia sobre o meu aprendizado, sobre esses anos aqui na Casa de José Mariano e me dei conta de todo o apreço que eu posso devotar a esta Casa, inclusive nos oitos anos em que fui, com toda a honra, vice prefeito do Recife.

No exercício do cargo de prefeito, aqui compareci inúmeras vezes, também adotando a prática de jamais sancionar ou vetar um projeto de lei sem antes comunicar ao vereador proponente do projeto. Ao pensar nisso e ao fazer uma breve retrospectiva desses quase dois anos de trabalho posso dizer aos senhores vereadores e às senhoras vereadoras que me sinto extremamente gratificado, com a consciência do dever cumprido, do dever cumprido diante ao meu partido, ao ter adotado suas diretrizes, e de ter as ter cumprido com rigor, mas o dever cumprido também por me sentir colaborador do reforço e fortalecimento desta Casa.

Nós aqui optamos por cooperar, sobretudo, através das audiências publicas. Eu calculo que em torno de 1.200 pessoas, talvez, tenham vindo a esta Casa para debater mobilidade urbana, política municipal do livro e da leitura, o seminário que nós promovemos através da Comissão de Desenvolvimento Econômico, a questão dos resíduos sólidos, o projeto de consórcio metropolitano, ora em andamento na Secretária das Cidades do Governo do Estado.

Nós discutimos também a inter-relação entre o desenvolvimento econômico e a questão ambiental, discutimos o desafio de qualificar a mão de obra local para corresponder às demandas trazidas pelo novo ciclo de crescimento econômico que Pernambuco atravessa. Enfim debatemos um conjunto de questões candentes que dizem respeito à vida do Recife, com a intenção de lutar pela humanização da cidade.

É com muita convicção que agradeço a acolhida que sempre tive nesta Casa, bem como destacar a experiência que adquiri nas conversas, nos diálogos que travei como vereadores e vereadoras, ouvindo a história de vida de cada um, ouvindo o esforço que cada um faz no sentido de honrar os compromissos assumidos com o povo do Recife, que nos trouxe aqui a esta Casa como seus representantes.

Quero dizer também da minha gratidão por ter sido recebido nessa casa por todos os funcionários, pelo pessoal do apoio, da assistência pessoal e legislativa, imprensa e por todo o pessoal do som, pelos guardas municipais, por todos. Aqui eu me senti como se fosse um vereador antigo ou um velho amigo. Aqui eu só tive satisfação, aqui eu só recolhi acréscimos da minha experiência militante e da minha experiência de vida.

Quero dizer que, se antes eu já pensava assim, aqui sublinho minha convicção de que governo nenhum pode prescindir de uma oposição ativa, organizada e consciente, que lhe ofereça crítica toda vez que considere oportuno criticar, que proteste toda vez que considere oportuno protestar e também se comporte como oposição. Em nenhuma oportunidade, esta Casa negou ao prefeito João da Costa o seu voto e apoio em matérias de relevância para a vida da cidade.

Acredito até que a Casa tem muito da sua participação na construção de uma nova gestão, penso até que caberá ao prefeito ao encerrar o seu mandando deixar público o reconhecimento pelo papel e a contribuição dada pela Câmara Municipal do Recife. Por um dever de justiça, independentemente da critica e da divergência.

Isso também foi experimentado por parte da bancada do governo. Acredito que a melhor forma de participar da bancada de sustentação do governo é assumir uma atitude ao mesmo tempo propositiva e crítica. Se negar ao prefeito, neste caso, se negar ao governador ou ao presidente da República quando considerar que tenha de fazê-lo.

Daqui eu vou sair, repito, enriquecido pela minha militância e muito feliz por ter compartilhado com todos os vereadores e vereadoras um assento nesta Casa e dessa experiência de militância de vida.

Da Redação do site, com informações da Câmara Municipal do Recife.

20 dezembro 2010

No site da Câmara a minha despedida

Luciano Siqueira faz discurso de despedida da Câmara

Já diplomado deputado estadual, o vereador Luciano Siqueira (PCdoB) também fez discurso de despedida do plenário da Câmara Municipal do Recife na sessão ordinária desta segunda-feira, 20. Ele afirmou que, ao refletir sobre o seu mandato que dura dois anos, concluiu que foi um grande aprendizado. “Eu me sinto gratificado pela consciência do dever cumprido para com as diretrizes do meu partido, para com o povo do Recife e por me sentir colaborador do reforço do fortalecimento desta casa legislativa”, afirmou.

Entre os momentos mais importantes do seu mandato, ele ressaltou que foram importantes as audiências públicas, quando milhares de pessoas vieram à Câmara Municipal participar dos debates. E citou algumas cujos temas foram o incentivo à leitura como política pública municipal, a destinação dos resíduos sólidos, o Consórcio Metropolitano Grande Recife, a relação do desenvolvimento econômico com a questão ambiental e os reflexos do novo ciclo da economia pernambucana na Região Metropolitana do Recife.

Luciano Siqueira atribuiu o seu aprendizado na Câmara Municipal à convivência com os demais vereadores, “ouvindo suas histórias e sabendo dos esforços que eles fazem para cumprir seus mandatos”; e aos funcionários que “me acolheram plenamente”. Entre esses funcionários, fez uma homenagem ao assessor especial legislativo, Paulo Rogério, a quem elogiou pelo seu trabalho. E acrescentou que, de todas essas pessoas, recolheu “acréscimos à minha experiência de militante político e de vida”.

Além disso, ressaltou que ao longo do mandato, membro da bancada governista, aprendeu a ser crítico e propositivo ao mesmo tempo. O aprendizado na Câmara passou também pela convivência com os vereadores da oposição. “Governo nenhum pode prescindir de uma oposição que critique, de forma oportuna, mas que se comprometa em apoiar matérias importantes para o crescimento da cidade”, disse. Ele sugeriu que, quando o prefeito João da Costa terminar o mandato, em dois anos, venha à Câmara Municipal agradecer pelo apoio que tem recebido dos vereadores.

O discurso de Luciano Siqueira recebeu apartes. O vereador Luiz Eustáquio (PT) disse que, da mesma forma que ele, também aprendeu na convivência com o colega. “Aprendi com sua experiência, com sua história e sua forma séria de fazer política”. O líder do governo, Josenildo Sinésio (PT), afirmou que aquela não era uma despedida, pois os laços de amizade firmados por Luciano Siqueira são fortes. “Vossa excelência deixa a dimensão municipal para atuar na estadual, mas os seus compromissos são os mesmos”, observou.

Gilberto Alves (PTN) ressaltou que Luciano Siqueira é um “homem de partido e de convicções” e que a “inquietude de suas convicções é a sua marca”. A passagem dele pela Câmara, acrescentou, foi um estímulo à juventude que tem princípios políticos. A vereadora Marília Arraes (PSB) assegurou que “para todos nós que somos jovens e militantes de esquerda, que queremos mudança, é importante conviver com Vossa Excelência”.

A líder da oposição, vereadora Priscila Krause (DEM), elogiou Luciano e relembrou quando Luciano ainda não era vereador, mas vice-prefeito e ela precisou ir à Prefeitura do Recife e foi bem recebida por ele. “A segunda vez que me cativou foi quando Vossa Excelência veio ao plenário desta casa, ainda como vice-prefeito, representar o prefeito, no Dia Internacional da Mulher e fez um discurso sobre gênero”, disse, lembrando ainda que “outro momento marcante” foi quando ela inaugurou seu comitê de campanha como candidata a deputada estadual e recebeu a visita de Luciano, seu adversário político.

Crônica, trabalho e festa

. A vida continua, a luta política segue. Mas neste fim de dezembro e mês de janeiro, perdoem-me meus poucos leitores: escreverei apenas despretensiosas crônicas no Vermelho, Blog de Jamildo (Jornal do Commercio Online), site da Revista Algomais, Jornal da Besta Fubana.
. Outros assuntos ficam para depois. Aqui na província desde 2 de janeiro começa Carnaval. Trabalho e festa se misturam. De acordo?

Despedida na Câmara Municipal

. Discursei em despedida na Câmara Municipal hoje à tarde. Generosos apartes de colegas vereadoras e vereadores. Dever cumprido.
. Conteúdo do meu pronunciamento e apartes estará nos sites da Câmara e do nosso mandato http://www.lucianosiqueira.com.br/ 

Dever cumprido

Ocupo a tribuna da Câmara Municipal hoje à tarde para um breve discurso de despedida. Quase dois anos de trabalho intenso e produtivo.

Uma crônica minha no site da Revista Algomais

Essa gente não sabe o que diz
Luciano Siqueira


Minha relação com o computador se iniciou sob um clima de desconfiança. Da minha parte, claro. O amigo Eduardo Bomfim me falava das vantagens de escrever, corrigir, apagar, retomar ao texto original... tudo sem precisar refazer as coisas desde o início, como na máquina datilográfica ou no caderno de anotações. E da definitiva maravilha da Humanidade, a internet: “Numa fração de segundos, você envia uma carta para alguém no Japão, que lê e responde no ato!”, argumentava.

Meio conservador quando se trata de abrir mão de coisinhas simples que me dão prazer, resisti até quando pude. Deixar minhas fichas de leitura em cartão grosso pautado, nem pensar. E aquele barulhinho rítmico da máquina datilográfica, como viver sem ele?

Mas eis que minha filha Neguinha inicia o curso de arquitetura e um pc passou a ocupar espaço em nosso escritório de casa. Daí para que eu me convertesse às facilidades informáticas, foi questão de minutos. Amor à primeira vista – irresistível.

Já se foram alguns anos e posso assegurar que, com o computador, melhorou muito a minha capacidade de fazer inúmeras coisas ao mesmo tempo, além de ler, anotar, escrever, imprimir, divulgar. Em reuniões, laptop à mão, faço os registros necessários, preparo minhas próprias intervenções – e economizo papel, no que, segundo me asseguram os ambientalistas, ainda contribuo para a saúde do Planeta. Sem falar que me comunico com muita gente via e-mail, pelo Twitter e Facebook e, mesmo sem muito entusiasmo, pelo Orkut.

Tudo bem? Nem sempre. Aqui e acolá alguém tenta meter uma cunha entre mim e a informática. Por puro preconceito, acho. “Poxa, você não larga esse laptop!”, critica uma companheira de direção no PCdoB, ela bem situada na política e na vida, moderníssima. Ao que retruco com ironia: “E você não larga esse bloco de notas!”. No confronto direto, a razão está ao meu lado.

Se estou escrevendo algo e necessito de uma informação atualizada, basta acionar o Google que a tenho incontinenti. Um breve diálogo com o amigo a cinco mil quilômetros de distância, o msn me socorre na hora. Isso sem falar em minhas fichas de leitura, de há muito alçadas ao status de arquivo informatizado. E minha biblioteca particular, agora toda arrumadinha, com sistema de busca instalado.

Por que então gente esclarecida e sensata implica com quem anda com um laptop a tira colo? Resistência à inovação, com certeza. Dificuldade de alterar comportamento enraizado.

Ainda bem que as novas gerações nada têm contra. Meu neto Miguel, quando ainda curtia seus dois anos e meio, mais ou menos, ao receber um DVD de presente, dirigiu-se ao pc, ligou a geringonça, colocou o disco no drive e acomodou-se na cadeira para assistir o filminho que contava aventuras de pinguins, focas e ursos. Numa boa.

Bom, cá no aeroporto de Guarulhos, em longa espera de um voo para Recife, li umas tantas coisas, escrevi outras, inclusive essa despretensiosa crônica com o auxilio do meu laptop – a que rendo minhas homenagens, parafraseando o Cristo agonizante: “Perdão, essa gente não sabe o que diz...”.

EUA espionam o MST

No Vermelho:
Wikileaks: documentos mostram que EUA acompanham ações do MST

. Novos documentos divulgados pelo Wikileaks mostram que a diplomacia norte-americana recomendou ao governo dos Estados Unidos o acompanhamento das ações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. "Embora a base social do MST tenha encolhido, não desapareceu, e a crise econômica global pode dar gás à causa", escreveu em 2009 o cônsul dos EUA em São Paulo, Thomas White, em telegrama para Washington.
. Segundo os diplomatas, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra teria perdido força política. Para eles, tal fato se relacionaria com o crescimento da economia, do agronegócio e dos programas sociais do governo.
. Apesar de partirem do suposto fato de que o MST se enfraquecia, os telegramas mostram que a indicação era de que o movimento deveria continuar sendo acompanhado. "A organização está respondendo aos desafios radicalizando suas ações, distanciando-se do presidente e ampliando sua mensagem", anotou White num informe.
. Um dos documentos elaborados pela diplomacia estadunidense e agora divulgado pelo Wikileaks intitula-se O Método MST: trabalhar com o Estado, alienar os locais. Para fazê-lo, o consulado dos Estados Unidos teria procurado Clifford Welch, pesquisador do Núcleo de Estudos, Pesquisas e Projetos em Reforma Agrária da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), em Presidente Prudente (SP) para colher informações sobre a forma de atuação do movimento.
. Segundo o documento, Welch teria dito que “o MST segue uma metodologia pré-planejada nas ocupações de terra que inclui contatos com o Incra para ajudar a selecionar alvos”. E complementa dizendo que “em uma prática cínica e irônica, os membros do MST algumas vezes terminam alugando para o agronegócio a mesma terra que eles conseguiram”.
. O despacho insinua ainda que o movimento colheria informações privilegiadas diretamente do Incra. “Welch disse ao representante econômico da embaixada que o Incra não publica as informações que detém e a única maneira de o MST ter acesso seria através de informantes dentro do órgão”.
. Tratando o movimento e seus membros de maneira pejorativa como se fosse uma seita, o ex-cônsul concluiu, em seu documento, que “a prática do MST de distribuir lotes de terra fértil a seus fiéis e de alugar a terra de novo ao agronegócio é irônica, para dizer o mínimo”.
. E, em mais uma demonstração do método dos EUA de procurar interferir em assuntos internos de outros países e no modo como outros governantes conduzem os governos nacionais, o documento ainda coloca: “o presidente Lula tem sido flagrantemente silencioso com suas promessas de campanha de apoiar o MST por uma boa razão: uma organização que ganha terra em nome dos sem-terra e que depois a aluga para as mesmas pessoas de quem tirou tem um sério problema de credibilidade”.

19 dezembro 2010

A palavra poética de Vic

A descoberta
Por Virgínia Barros, no blog Entre tantos loucos e livres

Eu tenho plena consciência da dificuldade de quebrar um coração de pedra. Quando, então, ele se perde em sorrisos variados, este meu diário fica assim: dias abandonado. Acho que essas confissões tantas são fantasias que crio para me caber. Aí, quando os sonhos se transpõem para a realidade, eu me descalço, eu não acho palavras, eu caio da janela para me permitir voar.

Essas alegrias rendadas dilaceram minhas quietudes e fazem meu céu assumir cores sem sentido – e como eu adoro isso! Sorrisos sem razão, assobios distraídos, olhos infantis. É quando eu descubro que mesmo quando a gente pensa que já tem tudo, ainda assim temos algo com que sonhar: eu desejo que nada mude.

Boa tarde, Carlos Pena Filho

Picasso

As dádivas dos amantes

Deu-lhe a mais limpa manhã
Que o tempo ousara inventar.
Deu-lhe até a palavra lã,
E mais não podia dar.

Deu-lhe o azul que o céu possuía
Deu-lhe o verde da ramagem,
Deu-lhe o sol do meio dia
E uma colina selvagem.

Deu-lhe a lembrança passada
E a que ainda estava por vir,
Deu-lhe a bruma dissipada
Que conseguira reunir.

Deu-lhe o exato momento
Em que uma rosa floriu
Nascida do próprio vento;
Ela ainda mais exigiu.

Deu-lhe uns restos de luar
E um amanhecer violento
Que ardia dentro do mar.

Deu-lhe o frio esquecimento
E mais não podia dar.

As muitas tentativas de comunicação com o Universo

Ciência Hoje Online:
A mensagem na garrafa

. O planeta Terra tenta, de várias maneiras e há muitos anos, se comunicar com o universo que está além de seus limites. Adilson de Oliveira fala em sua coluna sobre essas tentativas e das grandes distâncias e dificuldades que as desafiam.
. Muitas estórias já foram relatadas acerca de mensagens lançadas ao mar dentro de garrafas. Algumas são apenas ficção, mas outras são verdadeiras.
. Há vários relatos sobre garrafas contendo mensagens sendo encontradas em outros continentes, após realizarem viagens de milhares de quilômetros e depois de vários anos. Isso é possível porque, ao lançar a garrafa ao mar, dependendo das correntes marítimas, elas podem fazer viagens inusitadas.
. Na verdade, diversas "mensagens em garrafas" já foram enviadas para lugares muito distantes. Algumas talvez sequer tenham sido feitas para serem lidas, mas outras foram certamente elaboradas com esse propósito, na esperança de que sinalizassem a presença humana. Estou me referindo às mensagens enviadas para as estrelas.
. Leia a matéria na íntegra http://twixar.com/i7cbi5

Um olhar sobre a situação mundial

No Vermelho, por Eduardo Bomfim:
Promoção do bizarro


A crise econômica na Europa tem capítulos cada vez mais turbulentos, o ministro de desenvolvimento sai ferido em uma nova batalha campal entre trabalhadores, aposentados e a polícia nas ruas de Atenas.

Por toda a comunidade européia espalha-se o temor do desemprego e cortes nos direitos sociais, arduamente conquistados através de décadas de lutas. A História do século XX, inclusive depois da segunda guerra mundial, foi caracterizada no velho continente pela presença em grande escala das lutas populares, das conquistas sindicais e dos intensos debates de idéias através dos partidos políticos.

Predominou um ambiente de oxigenação democrática, instituições em geral sólidas. Também o confronto e o equilíbrio global entre dois grandes campos distintos, o socialista e o capitalista, favoreceu o lado ocidental europeu.

O papel do Estado como agente indutor do desenvolvimento, dos direitos individuais e sociais constituiu-se como referência no velho continente.

O confronto de classes atingiu um patamar mais complexo e sofisticado, refletindo-se na intensa produção intelectual, na cultura em geral, com a efervescência da luta de idéias.

No cinema consolidou-se o realismo e neo-realismo italiano, assim como a produção de vanguarda francesa. Foi um momento muito especial para as artes na Europa, mesmo com a persistência retrógrada do franquismo na Espanha, o salazarismo em Portugal e bolsões de autoritarismo a exemplo da Grécia.

Esse ambiente ajudou de várias maneiras aos movimentos de libertação na África, Ásia e América Latina que por sua vez influenciaram a Europa. Assim, durante décadas a solidariedade dos povos da Europa foi muito importante na luta contra as ditaduras e a presença imperial norte-americana no chamado terceiro mundo.

Mesmo nos EUA foi marcante a ebulição de idéias libertárias e humanistas, tanto em relação à realidade interna quanto à visão do norte-americano sobre o panorama internacional.

Dos últimos tempos do século XX ao começo do novo milênio o que há é a resistência nacional e social contra uma agenda global reacionária, um histérico obscurantismo cultural e a promoção do bizarro como informação rotineira.

Daí a importância da atual ascensão dos grandes emergentes, a exemplo do Brasil, como contraponto geopolítico a essa maré conservadora global.

Nordestino bom pagador

. Está na Folha de S. Paulo de hoje. O Nordeste, pela primeira vez, ultrapassou o Centro-Oeste no crédito à pessoa física, mostram os dados do Banco Central. O aumento no financiamento ao consumo deixou a região atrás apenas do Sudeste e do Sul.
. Essa ascensão veio acompanhada de 40% de queda na inadimplência entre 2004 e 2010, a maior entre todas as regiões.

Oposição sem ideias

PSDB e DEM em dificuldades para definir o rumo da oposição. Por que não começam formulando uma proposta programática? Podem ou não?

Tem sorte quem merece

A sugestão de domingo é do amigo Epaminondas: “Quer ter sorte? Então trabalhe muito. Nada verdadeiramente importante acontece por acaso.”

Mídia oposicionista inconformada

“O Globo”: Lula termina o governo com popularidade recorde, mas conquistou poucos avanços em 8 anos e governo. Difícil de entender, não?

18 dezembro 2010

Mandela sabe de amor

A dica de sábado é de Nelson Mandela: “Você não é amado porque você é bom, você é bom porque é amado.”

17 dezembro 2010

Solenidade de diplomação dos eleitos em outubro

. Hoje, 16 h, no Centro de Convenções, diplomação dos eleitos em outubro: governador, senadores, deputados federais e estaduais.
. Meu diploma pertence à combativa e generosa corrente formada por militantes do PCdoB e amigos e ao povo pernambucano, que sofre, resiste, ama e luta heroicamente.

Saravá, Sérgio Rezende!

por Gilberto Sobral

Já estávamos no final de 2000. Um ano histórico para Olinda, quando Luciana Santos, mulher, negra e comunista se preparava para assumir o posto máximo da política local. Conquistado em uma eleição difícil na qual derrubou forças tradicionais da cidade.

Recebemos de Luciana (eu, Chico e Genival) a missão de coordenarmos as plenárias com o pessoal da área de cultura. Visavam balizar o futuro governo e, principalmente, colher informações para a formatação do carnaval de 2001, que já “frevia” à nossa porta.

As reuniões em Baccaro começaram tímidas. Logo ganharam peso e presença significativa do seguimento cultural. A medida em que se avizinhava o anúncio do futuro secretariado, o Atelier Coletivo começou a ficar pequeno.

Chegamos ao grande dia de saber quem comandaria a tão acarinhada Secretaria de Cultura. Câmara de Vereadores lotada de curiosos e o anúncio que pegou muita gente de surpresa: um cientista seria o secretário.

O nome de SERGIO REZENDE causou surpresa à toda a comunidade. Afinal, o que faria um cientista no comando da mais preciosa das riquezas de Olinda, a sua cultura?

Apesar de à época companheiro do Sergio no PSB, não o conhecia pessoalmente. O que foi resolvido no dia seguinte pelo próprio, que me procurou e se mostrou pronto para enfrentar as “feras” na plenária.

Tive aí mais uma missão: apresentar o cientista ao segmento cultural, sem deixar que os mais exaltados comessem o seu fígado.

Pensei que seria uma árdua tarefa. Qual o quê? Sergio, com poucos minutos de conversa, conquistou a todos com sua sensibilidade e disposição de trabalhar por Olinda.

Atendendo ao seu convite, aceitei ser o Diretor de Cultura.

Sergio Machado Rezende é uma das pessoas mais inteligentes desse nosso imenso Brasil.

Engenheiro Eletrônico pela PUC do Rio de Janeiro (1963), Mestre em Massachusetts, nos Estados Unidos(1965), onde obteve o título Ph.D. em Física. Chegou em Pernambuco em 1972 para coordenar um grupo de pesquisa no Departamento de Física da UFPE. Logo assumiu a chefia do Departamento.

Seu envolvimento com a política em 1986 se deu pela ciência. Miguel Arraes se preparava para assumir o terceiro mandato de Governador e reunido com a comunidade científica ouviu de um professor algumas colocações que o fizeram ter a certeza de que estava diante do melhor nome para assumir a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente. Era Sergio, a quem Doutor Arraes quis conhecer e que se tornaria o titular da SECTMA.

Entre muitos avanços nas áreas, foi a gestão dele à frente da SECTMA que criou a FACEPE – Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco. Pioneira no Nordeste.

Antes de assumir o Ministério da C&T em 2005, ainda foi mais uma vez secretário estadual e presidente da FINEP, função que em 2003 o levou de Olinda.

Nada disso tira de Sergio a leveza e a sensibilidade. Cada posto por ele assumido tem o mesmo peso: o da disposição em desempenhar o melhor de si.

Foi assim que esse homem, com todos os seus títulos, trabalhou em Olinda. Conviveu com todas as peculiaridades dessa cidade. Desde os artistas renomados aos ambulantes do carnaval.

Na hora de se iniciar o ordenamento do Alto da Sé, tomou para si a responsabilidade e trajando um colete do departamento de controle urbano, subiu na boléia de um caminhão para comandar a operação.

Aprendi muito a cada dia em que trabalhei ao lado dele. Continuo aprendendo toda vez que lhe encontro, escuto ou leio sobre ele.

O Brasil já usufruiu muito dele. Missão cumprida no MC&T, Sergio voltará a conviver mais conosco.

Produtivo como é já deve ter na cabeça cada passo que dará a partir de janeiro de 2011.

De uma coisa não tenho dúvida: o Sergio Rezende de hoje é exatamente o mesmo de sempre. Apenas com mais uma experiência bem sucedida.

A gente se vê na “Turma da Jaqueira”.

Saravá Sergio Rezende!!!

Inflação mais ou menos

.  Está no Valor Econômico. Inflação pelo IPC-Fipe abranda para 0,57% na 2ª prévia de dezembro.
. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) no município de São Paulo recuou para 0,57% na segunda medição de dezembro, após marcar 0,67% na abertura do mês, mostrou levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
. Alimentação registrou a principal alta das sete classes de despesas analisadas, de 1,57%, mas menos acentuada do que a taxa do início do mês, de 1,92%. Na sequência, ficou Vestuário, com incremento de 1,21%, pouco menos do que o verificado na pesquisa anterior, quando houve alta de 1,29%.
. Na mesma linha, Transporte foi de 0,29% para 0,21% de expansão e Despesas Pessoais saíram de 0,62% para 0,55% entre a primeira e a segunda pesquisa de dezembro.
. Com leve variação, Saúde deixou um acréscimo de 0,18% no estudo inicial do mês para 0,19% na medição seguinte. Educação passou de 0,06% para 0,08%. Habitação manteve-se em 0,10%.

16 dezembro 2010

Boa tarde, Cecília Meireles

Inscrição na Areia


O meu amor não tem
importância nenhuma.
Não tem o peso nem
de uma rosa de espuma!

Desfolha-se por quem?
Para quem se perfuma?

O meu amor não tem
importância nenhuma.

Emprego se amplia, mas ainda há muito o que conquistar

. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) indicam que o País alcançou a meta de geração de 2,5 milhões de empregos com o resultado do mês de novembro.
. No mês passado, foram 138.247 empregos. Com isso, de janeiro a novembro, foram gerados 2,54 milhões de postos de trabalho, conforme o Ministério do Trabalho e Emprego.
. Foram admitidos 1,57 milhão de pessoas, enquanto 1,43 milhão perderam o emprego no mês passado. Em outubro, foram gerados 204.804 empregos formais.
. Porém o saldo positivo de novembro foi menor do que o de novembro de 2009, quando foram gerados 246.695.
. Esses números devem ser visto com otimismo, mas é preciso acelerar o crescimento do País para que possamos atingir índices de emprego realmente satisfatórios.

Minha coluna semanal no portal Vermelho

A persistente desigualdade regional
Luciano Siqueira

Tudo bem que seja uma lei objetiva do sistema capitalista – o desenvolvimento desigual, no mundo e em cada país. Lei objetiva age independentemente da vontade dos homens. Mas é possível trabalhar para reduzir seus efeitos. Há experiências bem sucedidas no mundo inteiro – o Vale do Silício, na Califórnia, EUA, é um caso emblemático. No Brasil, entre outras, a política de desenvolvimento regional formulada pela SUDENE foi uma tentativa nesse sentido, interrompida pelo golpe de 1964.

No Brasil a desigualdade regional sempre marcou nosso padrão de desenvolvimento. Desde quando o Nordeste, Pernambuco com destaque, se fez polo mais desenvolvido no Ciclo do Açúcar. Depois, primeiro com a acumulação primitiva via cultura cafeeira, em seguida com o processo de industrialização que tomou corpo sobretudo a partir dos anos 30, o centro-sul ocupou o posto.

Num país da dimensão do Brasil, a desigualdade compõe a paisagem sob todos os aspectos - econômico, social, político, cultural – e acentua distorções e injustiças.

Recentemente, já sob o governo Lula, o Nordeste passou a crescer a taxas superiores ao restante do país. Viva! Ponto para a redução da desigualdade. Entretanto, as repercussões disso não se fazem sentir de imediato, repercutem a médio e longo prazo e a depender da sustentabilidade do crescimento.

O IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgou na última terça-feira um estudo revelador. Nos últimos treze anos – de 1995 e 2008 -, o crescimento da economia não conseguiu reduzir a desigualdade regional e as regiões Norte e Nordeste ainda estão muito atrasadas do restante do país na comparação de índices sociais e econômicos.

Os dados desse estudo demonstram que apenas se verifica uma tênue desconcentração da atividade econômica, porém sem alterar os traços essenciais do perfil estadual do Produto Interno Bruto (PIB) em relação ao registrado em 1995. Assim, nos últimos treze anos a participação de São Paulo no PIB nacional se reduziu em 4,2%, mas o estado ainda é responsável por 33,1% da produção de renda nacional. Por outro lado, Acre e Amapá aparecem com 0,2% de participação no PIB, e Rondônia com 0,1% - o que significa que quase nada mudou entre 1995 e 2008.

Na análise comparativa das regiões, a desigualdade permanece: o PIB per capita na Região Sudeste, que era 39% maior que a média nacional em 1998, reduziu a sua predominância para 33% em relação ao resto do país. No Nordeste, o PIB per capita em 2008 estava 53% abaixo da média nacional, situação apenas cinco pontos percentuais melhor que em 1995.

O mesmo se anota na comparação de indicadores sociais. Por exemplo, a taxa de mortalidade infantil no Nordeste ainda é o dobro da registrada no estados da Região Sul. Mais: no Nordeste, uma em cada seis crianças entre 7 e 14 anos não sabe ler e escrever. No Sul, apenas uma em cada 28 amarga essa deficiência.

Essa realidade reclama o incremento da política nacional de desenvolvimento regional esboçada desde o primeiro governo Lula, que inspirou importantes decisões do presidente alocando em estados do Nordeste atividades econômicas estruturantes – a exemplo da Refinaria Abreu e Lima, da Petrobras, no Complexo de Suape, em Pernambuco, que alavanca o desenvolvimento local com repercussões em toda a região.

Os BRIC com voz ativa no FMI

. Boa notícia. Faz parte da tendência a uma nova ordem mundial diferente do domínio unipolar norte-americano vigente. Foi aprovada ontem mudanças no sentido de redefinir o poder de decisão no Fundo Monetário Internacional (FMI).
. O Brasil passa a figurar entre os dez maiores em quotas e poder de voto. As cadeiras dos Bric - Brasil, Rússia, Índia e China - juntas representarão 15,47% e passarão a deter direito de veto nas principais decisões, se continuarem atuando de forma coordenada.

15 dezembro 2010

Mais gente conectada

. Estudo divulgado ontem em São Paulo revela que entre os bens de consumo preferidos da nova classe média, o microcomputador foi o que teve maior crescimento. Presente em 13% dos lares em 2002, saltou para 52% no ano passado.
. Isso pode significar muito mais gente conectada na internet. E, óbvio, fazendo uso de uma ferramenta que ajuda em muito atividades escolares e profissionais.
. Subproduto da expansão do mercado interno na esteira das políticas adotadas no governo Lula.

Obesidade ganha corpo na população

. O Globo noticia hoje que quase metade da população brasileira está acima do peso; casos de diabetes crescem.
. Trata-se de um estudo do Ministério da Saúde. Os problemas de sobrepeso e obesidade pioraram tanto no Brasil que em 2022, mantida a atual situação, a população brasileira será tão obesa quanta a americana.
. Em 2006, 42,7% dos brasileiros estavam acima do peso, percentual que saltou para 46,6% no ano passado.
. O estilo de vida sedentário, em minha opinião, é a causa maior – naturalmente associada a hábitos alimentares errados, para o que concorre a oferta abundante de alimentos com alto teor de açúcar e gordura para os que fazem suas refeições na rua, olhando o relógio.

14 dezembro 2010

13 dezembro 2010

Uma crônica minha no site da Revista Algomais

Quem é quem diante do espelho
Luciano Siqueira


Espelho em elevador dá nisso: a exposição da vaidade humana, pois é muito comum aquele olhar, de soslaio ou desinibido, para conferir a própria imagem.

Outro dia no prédio onde funciona o meu escritório político testemunhei a crise de identidade, ou de autoimagem, de uma jovem adolescente que foi do térreo ao décimo segundo andar mirando a si mesma, ajeitando com leves toques o penteado, ora acolhendo os cabelos revoltos com as duas mãos em concha, ora os assanhando novamente com as pontas dos dedos. Observada por mim e mais uns três colegas de viagem, não estava nem aí. Quem quer cultivar a própria beleza não pode se importar com o que pensam os que lhe flagram em plena labuta.

No caso, uma bela jovem – morena, estatura mediana, olhos negros, cabelos encrespados e soltos à altura dos ombros, corpo bem distribuído. Uns dezessete anos. Insatisfeita, entretanto. Pois após mexer e remexer a cabeleira, meteu uma fita larga sobre as madeixas mais salientes e, num movimento brusco, prendeu tudo num feixe só, fez um leve muxoxo e ganhou o corredor a passos tímidos.

Essa coisa de autoimagem não é simples. Implica ciência e arte. Cada um que encontre os atributos nos quais se apoiará ao longo da vida para se aceitar a si mesmo, sejam quais forem suas referências culturais. Com a autoridade de haver conquistado o segundo lugar num improvisado concurso de feiura feito por companheiras do movimento estudantil, em 1968, no pátio da antiga Faculdade de Filosofia de Pernambuco, tenho cá minhas dicas.

Vejamos. Suponhamos que o leitor ou leitora não se considere favorecido pela natureza, não se enquadre nos padrões de beleza consagrados pelo vulgo. Melhor é não mexer muito na própria carcaça, adotando cabeleira exótica, tatuagens chamativas ou adereços extravagantes. Faça isso não. Como autoimagem não é coisa meramente individual, depende de como você imagina que as pessoas lhe olham – apreciando ou rejeitando -, nesse caso opte por alternativa mais sensata. Que tal compensar a feiura com uma boa dose de afeto, atenção e despojada solidariedade? Se puder somar alguma competência no que faz, melhor ainda.

Vá em frente que por aí pode se dar bem. Nas relações amorosas, por exemplo. Vez por outra revistas de amenidades publicam pesquisas dando conta de que tanto mulheres como homens buscam num possível parceiro antes de tudo sensibilidade, cumplicidade, compreensão; em seguida prestam atenção às características físicas. Eis porque belas mulheres se apaixonam por homens feios e homens tidos como modelos gregos escolhem mulheres feias.

Daí chegamos à boa e sensata conclusão de que o peso do espelho é muito relativo na aferição de nossa autoimagem. Afinal, convenhamos, o que há de mais essencial entre os animais racionais nem sempre está à vista - brota da alma.

Feios e feias de minha terra, sejamos autoconfiantes e felizes!

Crise e vazamento

No Vermelho, por Eduardo Bomfim

O ano de 2011 herdará uma gama de problemas com gravidade bem mais que relativa. Um quadro econômico internacional de séria crise que vai se aprofundando paulatinamente.

Os Estados Unidos se encontram mergulhados em um cenário de lenta e dolorosa estagnação em marcha para um quadro de indiscutível depressão econômica e busca como medida profilática um remédio que vai abalando a economia global, a inundação desvairada de dólares no mercado.

E o fazem porque querem e podem fazer. Porque a sua moeda é a moeda padrão no mundo e apesar das exigências objetivas ditarem a necessidade da sua substituição por uma cesta internacional de moedas, permanece o dólar, fundamentalmente, em decorrência da hegemonia militar de um império em declínio evidente.

Assim, em um cenário mundial de multipolaridade comercial, tecnológica, econômica e política persiste a unipolaridade norte-americana, o que evidencia uma contradição antagônica que mais cedo ou mais tarde reclamará a sua solução.

O que se deduz, e mais que isso, o que se constata, é um quadro de crescentes instabilidades, sejam elas financeiras, sociais, militares etc. Mesmo assim, os EUA exercem, meio que indiferentes, a sua declinante e conflitiva liderança.

Conflitiva porque é uma liderança cada vez mais reclamada e cada vez menos aclamada. A Europa, por exemplo, mergulha em descalabro de tal porte que vai derrubando, como a teoria do dominó, uma a uma, as nações da comunidade do euro.

De maneira que começou pela Grécia um cataclismo financeiro, vítima de ataque especulativo, passou como um tornado pela Irlanda, tida há bem pouco como o tigre celta, e vai atingindo Portugal, Espanha e Itália.

Nada e nenhum sinal indicam que as coisas vão parar por aí. Devem surgir na mídia as novas listas das próximas nações européias que serão vítimas de um processo doloroso, principalmente para os trabalhadores.

Os episódios do vazamento dos telegramas da diplomacia norte-americana através do Wikileaks fazem parte seguramente desse imbróglio geral e irrestrito. O que não se sabe ainda é a quem em última instância tudo isso irá beneficiar.

Quanto ao Brasil, o novo governo precisa tomar firmes medidas acauteladoras diante dessa crise sistêmica global, protegendo a integridade da sua emergente economia e a dos seus cidadãos.

Tem que ter amor

A sugestão de domingo é de Jorge Luis Borges: “Parece-me fácil viver sem ódio, coisa que nunca senti. Mas viver sem amor acho impossível.”

Quem atira em quê?

. Na política, quando tudo vai bem o risco é alguém atirar no próprio pé. Montagem de governo e eleição de Mesa de casa parlamentar devem ser encarados com bom senso e serenidade.
. Quem vai com muita sede ao pote ou briga à toa ajuda em nada e ainda sai chamuscado.

PAC fora de ritmo?

. O ritmo das obras do PAC dependem muito mais dos embaraços burocráticos – terríveis! – do que da inaptidão de gestores públicos.
. Fácil criticar, difícil é encontrar quem, na mídia, faça a critica consistente do cipoal jurídico-formal que se interpõe entre a decisão de fazer, a locação de recursos e a efetiva realização do planejado.

Dona Flor e Tropa de Elite

. "Tropa de Elite 2" desbancou "Dona Flor e seus Dois Maridos" como filme nacional mais visto da história. Em números absolutos. E relativos também?
. Pergunto porque entre o sucesso de um e de outro se passaram trinta e quatro anos. Quando Vadinho e Dona Flor encantaram multidões a população do Brasil é bem menor do que hoje. O aparato de mídia promocional também.
. É bom fazer a conta com mais cuidado.

11 dezembro 2010

Bom dia, Carlos Pena Filho

Soneto

O quanto perco em luz conquisto em sombra.
E é de recusa ao sol que me sustento.
Às estrelas, prefiro o que se esconde
Nos crepúsculos graves dos conventos.

Humildemente envolvo-me na sombra
que veste, à noite, os cegos monumentos
isolados nas praças esquecidas
e vazios de luz e movimento.

Não sei se entendes: em teus olhos nasce
a noite côncava e profunda, enquanto
clara manhã revive em tua face.

Daí amar teus olhos mais que o corpo
com esse escuro e amargo desespero
com que haverei de amar depois de morto.

PCdoB sereno na montagem do novo governo

. No diálogo com a presidenta eleita, Dilma Rousseff, o PCdoB guarda serenidade compatível com a convicção de que é preciso contribuir para o desenvolvimento do País, acima de tudo.
. A permanência do ministro Orlando Silva, no Ministério do Esporte, a se confirmar, será um acontecimento natural – que deixa o Partido confortável.

Livro é vida

. Recebo dois belos presentes dos companheiros Socorro Lacerda e Robério Granja: “Causos do Sivuca”, de Domingos Sávio Brandão e “Pedro e Lina”, de Antonio de Santana Padilha.
. Ganhar ou ofertar livros para mim é quase como receber ou oferecer rosas. Livro é vida.

Número de casas vazias supera déficit habitacional brasileiro, indica Censo 2010

.  A notícia é da Agência Brasil. Os primeiros dados do Censo 2010 divulgados pelo Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o número de domicílios vagos no país é maior que o déficit habitacional brasileiro.
. Existem hoje no Brasil, segundo o censo, pouco mais de 6,07 milhões de domicílios vagos, incluindo os que estão em construção. O número não leva em conta as moradias de ocupação ocasional (de veraneio, por exemplo) nem casas cujos moradores estavam temporariamente ausentes durante a pesquisa. Mesmo assim, essa quantidade supera em cerca de 200 mil o número de habitações que precisariam ser construídas para que todas as famílias brasileiras vivessem em locais considerados adequados: 5,8 milhões.
. Esse déficit habitacional foi calculado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) com base em outro levantamento do IBGE, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). O déficit soma a quantidade de famílias que declaram não ter um teto, que habitam locais inadequados ou que compartilham uma mesma moradia e pretendem se mudar. Não leva em conta as famílias que vivem em casas adequadas de aluguel.
. O censo mostrou que São Paulo é o estado com o maior número de domicílios vagos. O número de moradias vazias chega a 1,112 milhão. Já de acordo com o Sinduscon-SP, são 1,127 milhão de famílias sem teto ou sem uma casa adequada. Portanto, na hipótese de que essas casas vagas fossem ocupadas por uma família, só 15 mil moradias precisariam ser construídas para solucionar o déficit habitacional do estado.
. Minas Gerais é o segundo estado com o maior número de habitações vazias. São cerca de 689 mil, segundo o censo. Se todas as 444 mil famílias que compõem o déficit habitacional de Minas estimado pelo Sinduscon-SP mudassem para uma das moradias vagas, ainda sobrariam 245 mil domicílios desocupados.

Pesos das cidades médias

. O fenômeno já acontece há algum tempo. Cidades de porte médio ganham força no processo de desenvolvimento sediando atividades econômicas estruturantes.
. Agora se constata que cidades brasileiras que têm entre 100 mil e 500 mil habitantes foram as que mais elevaram sua fatia no Produto Interno Bruto (PIB) entre 1999 e 2008.
. Passaram de 25,5% para 28,0% no período e têm as maiores rendas per capita.
Incentivos fiscais que favoreceram uma migração das indústrias e alta de preços de commodities (como petróleo e grãos) foram decisivos para essa expansão.
. Por seu turno, as metrópoles perdem força.

PCdoB em reunião plenária

Hoje, desde 10 da manhã, reunião plenária da direção estadual do PCdoB. Balanço das eleições, nova agenda mirando 2012 e 2014.

Amigo é para que coisas?

A dica de sábado é do amigo Gualberto: “As verdadeiras amizades semeiam confiança e solidariedade; amizades nem tanto semeiam dúvida.”

09 dezembro 2010

Minha coluna semanal no portal Vermelho

Dilma e os fatores da mudança
Luciano Siqueira


Dilma não é Lula, isso é mais do que óbvio. Pelas trajetórias de vida e de militância bastante distintas, estilos, dimensão de liderança e por aí podemos esticar a lista de diferentes atributos entre ambos.

Nem o governo Dilma pode simplesmente repetir governo Lula. Quando candidata, a presidenta falava em continuar e avançar. E é disso que o Brasil precisa. Continuidade significa consolidar o que deu certo; avançar quer dizer apoiar-se no que foi acumulado em oito anos para ir bem além.

É possível? Provavelmente sim. Mas Dilma terá diante de si circunstâncias bem discrepantes das que cercaram Lula em seus dois governos consecutivos. Maioria parlamentar expressiva no Senado e na Câmara: ponto para Dilma. Conjuntura econômica mundial desfavorável: ponto negativo, que implica num ingente desafio – o de mudar, de fato, a orientação macroeconômica.

Não será tarefa fácil. Na própria base governista, larguíssima, não são poucos os que resistirão, por exemplo, à adoção do câmbio subvalorizado, à redução significativa da taxa de juros e ao controle da conta de capitais, elementos tidos por muitos especialistas como indispensáveis à manutenção do ritmo crescente de desenvolvimento.

Aí entra outra diferença entre Dilma e Lula. O presidente, do alto de sua condição de maior líder popular da história do nosso País, quase que se bastava a si mesmo, arrostando obstáculos e resistências mediante seu prestígio pessoal e extraordinária capacidade de se comunicar com o grande público. Em certa medida isso inibia o movimento social, carente de possibilidades objetivas e subjetivas de exercer papel mais saliente no processo de mudanças. Agora, não. A presidenta vai precisar de apoio popular – ativo, certeiro, oportuno. Até para melhorar a correlação de forças no seio da coligação governista, respaldando as correntes mais à esquerda.

São fatores, digamos, de mudança ou de emperramento da obra de governo, que conformarão o novo cenário nacional a partir de 1 de janeiro.

Por enquanto, cabe observar a escolha do ministério, especular sobre as inclinações de tal ou qual ministro escolhido, particularmente os da área econômica, incluindo o novo presidente do Banco Central. Mas especular sem carregar nas tintas. Quando a máquina começar a moer é que se verá em que grau Dilma avançará além de Lula – e assim mesmo não nos primeiros meses, pois não se monta uma equipe nem a entrosa e a faz render de imediato.

Demais, Dilma precisará muito do chamado jogo de cintura. Cá do meu posto de observação na província ousaria dizer que logo a presidenta se dará conta de que a ela cabe governar – portanto conduzir politicamente o governo, “fazer política”; e aos ministros e dirigentes de grandes empresas estatais, cabe administrar.

E do movimento social e dos partidos à esquerda do espectro governista se deve esperar uma conduta proativa, ao mesmo tempo propositiva e crítica.

08 dezembro 2010

Em busca de vida fora do planeta Terra

Ciência Hoje Online:
A reinvenção da vida
. À luz do anúncio sobre bactéria supostamente capaz de viver à base de arsênio no lugar do fósforo, Jerry Borges fala sobre os novos caminhos e expectativas da comunidade científica na busca de vida fora do planeta Terra.
. Quem de nós nunca ficou fascinado com as aventuras dos tripulantes da nave Enterprise, da série Jornada nas Estrelas, ou se deslumbrou com a saga de Luke Skywalker nas duas trilogias de Guerra nas Estrelas?
. Ou, pelo menos, passou noites sob o céu estrelado especulando a respeito da possibilidade de existência de vida extraterrestre?
. A possibilidade de não estarmos sozinhos em um universo que possui centenas de trilhões de estrelas e um número quase incontável de planetas orbitando em torno desses corpos celestes parece ser bastante plausível.
. Após 400 anos de pesquisa astronômica, ainda carecemos de qualquer prova, mesmo tênue, da existência de vida fora de nosso planeta. Contudo, uma série de indícios recentes observados no Sistema Solar, em planetas distantes (exoplanetas) e mesmo em lugares inesperados, como a própria Terra, pode transformar o que sabemos sobre a presença de seres vivos fora da Terra.
. Leia a matéria na íntegra http://twixar.com/YQfT