30 novembro 2012

Sentimento

Manuel Antonio Pina: “Regresso devagar ao teu/sorriso como quem volta a casa.”

Melka, presidente eleita

Melka Pinto, da UJS, estudante de Enfermagem, eleita presidente do DCE da UPE. Afirma-se uma nova e promissora liderança. Viva!

Geraldo homenageado

. A Associação Pernambucana de Supermercados conferiu ontem a Geraldo Julio o troféu “Personalidade Pública do Ano”, que recebi em nome do homenageado, que se encontrava em Brasília.
. O presidente Edivaldo Guilherme dos Santos foi reeleito para mais dois anos de mandato.

29 novembro 2012

Espera poética

Paulo Freire: “Estarei preparando a tua chegada/como o jardineiro prepara o jardim/para a rosa que se abrirá na primavera.”

Sinais de um novo tempo

Lula Cardoso Ayres
Novos governos, gestos marcantes
Luciano Siqueira

Publicado no portal Vermelho www.vermelho.org.br

Governos se comunicam antes de tudo pelo gesto – pelo que é feito, realizado e que toca na sensibilidade das pessoas. A propaganda institucional, ainda que importante e decisiva, age como complemento.

Os novos governantes de nossos municípios (e os que se reelegeram) necessitam, no início da gestão, em janeiro, praticar gestos que sinalizem a que vieram. A exemplo do que fez Lula, quando assumiu a presidência da República em 2003. No seu discurso de posse, ao lado de um conjunto de considerações de natureza estratégica e programática – que norteariam o governo -, anunciou o Programa Fome Zero, destacado pela grande mídia como principal novidade. Ali o presidente metalúrgico sinalizava, de um modo simples e compreensível, que daria prioridade à melhoria da vida dos milhões de brasileiros em situação de miséria e, por extensão, aos pobres. Uma marca de governo.

Os novos prefeitos assumirão cercados de uma imensa expectativa. O sentimento de mudança e de renovação predominou no pleito recente, diferentemente do ocorrido em 2008, quando 67% dos prefeitos foram reeleitos, em contraste com os atuais 55%.

Mesmo prefeitos bem situados politicamente, ostentando programas de governo bem fundamentados e factíveis, já nas primeiras semanas terão que atender as expectativas da população através de iniciativas que traduzam mudança. Nesse sentido, o número cabalístico 100 – “os primeiros 100 dias” -, que se tomou como convencional para a avaliação do início dos governos desde que Kennedy assim se propôs, nos EUA, na década de 60 do século passado, servirá de referência.

Isto significa que a par de medidas óbvias destinadas a assegurar a matrícula e o bom funcionamento da rede de escolas municipais, a contratação da merenda escolar; o funcionamento das unidades de saúde, devidamente abastecidas de medicamentos; e, no caso do Recife, a realização exitosa do Carnaval, mais há que ser feito que repercuta positivamente na opinião pública.

Mas será preciso, concomitantemente, dar passos seguros na execução do Programa anunciado na campanha. Para tanto, impõe-se um planejamento estratégico que indique objetivos, metas, cronograma e métodos de ação.

Serão duas linhas que se cruzam: a das iniciativas imediatas, ressonantes; a da construção da obra de governo em médio prazo. Indispensáveis para que se gerem oportunidade de mídia espontânea, positiva; e para que a comunicação institucional faça a sua parte.

Relação equilibrada por uma cidade mais humana

Poderes municipais autônomos e independentes
Luciano Siqueira

Publicado no Blog da Folha

Há quem diga que não passa de ficção, mas não é. Ou não deve ser. O preceito constitucional da autonomia e independência entre os poderes da República é uma necessidade – para o bem do processo democrático.

Verdade que historicamente sempre houve a exacerbação da influência do Executivo sobre o Legislativo, assim como o Judiciário, por seu turno, se entrelaça politicamente como Executivo. O presidencialismo brasileiro – que hipertrofia o poder do chefe da Nação - concorre para isso.

Concorre também o ambiente político, a correlação de forças entre os partidos presentes na cena política e o comportamento conjuntural dos diversos atores. Porém nunca será ocioso buscar um equilíbrio institucional.

Caso agora das Câmaras Municipais e dos governos, que serão empossados em 1 de janeiro. Sobretudo em cidades de grande e médio porte, nada mais saudável do que o misto de relações mutuamente respeitáveis e harmoniosas entre o Executivo e o Legislativo, preservando-se o papel fiscalizador e crítico dos vereadores – sejam os situados na oposição, sejam mesmo os integrantes da base do governo.

Governo efetivamente democrático não pode prescindir do crivo crítico da população. Vale dizer, não pode descuidar dos instrumentos de democratização da gestão – Conselhos, mecanismos de debate e decisão sobre o orçamento, etc., além do contato direto com a população organizada – e, tanto quanto, do correto relacionamento com a Câmara Municipal. Todos os vereadores ali se encontram por mandato conferido pelo eleitorado. Devem ser assim reconhecidos e respeitados.

Quando o prefeito eleito do Recife Geraldo Julio reafirma compromissos nesse teor, em almoço de confraternização com os atuais e futuros vereadores, ontem, incluindo vereadores de partidos que não o apoiaram na campanha e, alguns deles, certamente, lhe farão oposição, antecipa um ponto positivo do futuro governo.

Nesse caso, o trabalho fiscalizador da Câmara Municipal será facilitado pela existência de um programa de Governo registrado em cartório, justamente para servir de referência ao acompanhamento crítico da população e das diversas correntes políticas.

A resultante dessa relação equilibrada certamente será o bom êxito dos esforços comuns em favor de uma cidade progressista, fisicamente organizada e mais humana.

27 novembro 2012

Dialética

Guimarães Rosa: “Mas como causar pode seu favor/nos corações humanos amizade,/se tão contrário a si é o mesmo Amor?”

O rumo de cada um

Todos os partidos avaliam o último embate eleitoral. E é legítimo que cada um decida seu rumo, conforme a orientação tática que adota. Sem estresse.

26 novembro 2012

Museu renovado


Hoje, às 15h, reinauguração do Museu da Cidade do Recife, pós reforma. A diretora Betânia Araújo merece todas as homenagens.

Ao trabalho

Semana de muito trabalho: que assim seja, pelo bom cumprimento do dever e pelo prazer de lutar.

A força da palavra

Fernando Pessoa: “Que não vê bem/uma palavra/não pode ver bem/uma alma.”

24 novembro 2012

Boa noite, Hélio Pellegrino

Tempo romano

Nesta espádua de pedra
pousam pássaros,

deslembrados de sonhos,
tempos, césares:

— eles, sim, são eternos.

Obama e o império militarista

No Vermelho, por Eduardo Bomfim:
Poder assimétrico


A reeleição de Barack Obama à presidência dos Estados Unidos foi divulgada pelo complexo hegemônico mundial de informação e correias de transmissão nos Países, como uma vitória da paz global e do bom senso.

Com o eleitorado norte-americano literalmente dividido ao meio entre Republicanos e Democratas "os especialistas da grande mídia" concluíram que a resposta do presidente aos estragos provocados pelo furacão Sandy foi decisiva para sua recondução à Casa Branca.

Na campanha mais cara de toda a história dos EUA, Obama gastou um bilhão de dólares, o Republicano Mitt Romney 800 milhões, apesar da crise estrutural que abala a economia da nação devorando dezenas de milhões de empregos.

No Brasil, e no mundo, foi intensa a cobertura obsequiosa da grande mídia hegemônica, com interpretações sem um mínimo balanço dos interesses do País nos aspectos das relações comerciais, econômicas, científicas, geopolíticas, diplomáticas com os Estados Unidos.

Mas através da mídia interna norte-americana sabe-se que para a reeleição além dos bilhões foi decisivo para Obama o apoio às ações militares de Israel contra a Palestina, o Irã, como o sinal verde à corrida armamentista do complexo industrial militar dos EUA na Ásia.

Na verdade estamos diante da famosa Pax Romana sob a liderança de uma espécie de César pós-moderno com um porrete em uma das mãos e uma agenda social global na outra, com o objetivo de criar uma base de apoio ou ao menos a neutralidade de segmentos da população mundial.

Diante da crise econômica, falência da civilização da nova ordem mundial, proliferação de regiões explosivas, insubordinação social crescente, os EUA vão recrudescer as ações militares combinadas com uma maior ofensiva do complexo ideológico-cultural e de propaganda.

Por mais bizarro que possa parecer, esse poder global assimétrico, a lógica imperial, o capital financeiro global, vão levar a humanidade ao aumento dos conflitos armados, intensificação dos mecanismos de desregulamentação das economias, maior perda da autonomia relativa dos Estados nacionais, imensa fragilização no mundo do trabalho.

Assim, torna-se cada vez mais inadiável para a sobrevivência da humanidade, dos indivíduos, a luta pela soberania das nações, o progresso econômico-social, a autodeterminação cultural dos povos, por uma civilização mais solidária, alternativa a essa da barbárie e do totalitarismo.

23 novembro 2012

Voz poética

Carlos Drummond de Andrade: “Calo-me, espero, decifro./As coisas talvez melhorem./São tão fortes as coisas!”

Desafiando o infinito Universo

Na esteira fantástica de Flash Gordon
Luciano Siqueira

Publicado no Blog da revista Algomais

Sim, sou do tempo de Flash Gordon, personagem de revista em quadrinhos criado pelo norte-americano Alex Raymond, que a partir de 1934 (ainda não era meu tempo, esclareço) encantou gerações com aventuras espaciais que imaginávamos jamais aconteceriam. Eu e minha turma da Lagoa Seca, bairro periférico de Natal, RN, vibrávamos com as historinhas traduzidas para o português em “gibis”.

Pensar que um dia foguetes transportariam naves levando astronautas para explorar lugares distantes anos luz da Terra, jamais! Até porque a primeira tentativa do nosso herói, ao lado do Dr. Zarkov e Dale Arden, rumo ao imaginário planeta Mongo, fracassou...

Pois bem. O mundo evoluiu nas asas da ciência e as aventuras de Flash Gordon se tornaram realidade. E quanto mais se aprimoram as técnicas de exploração desse imenso universo formado por galáxias mil, mais novidade surge. A última é a descoberta de uma planeta anão – vejam só! -, batizado Makemake, visualizado através de uma combinação sofisticada de foguetes e telescópios, justo no momento em que ele flertava com uma estrela.

O Makemake é um dos cinco planetas anões pertencentes ao sistema solar. Por deduções engenhosas, sabe-se que o dito cujo não dispõe de atmosfera consistente, assim como parece carecer de atributos outros mais significativos. E por aí vai a análise do pequenino planeta.

Tudo bem. Breve mais se dirá, assim como serventia se encontrará para o achado. Por enquanto, ao lado dos esforços extraordinários dos cientistas abre-se uma imensa estrada para a imaginação dos poetas, que sempre enxergam nos corpos celestes mensagens que tocam a sensibilidade dos enamorados, dos tristes, dos esperançosos, enfim dos que vivem intensamente a vida cá embaixo.

Cá com meus botões, sem a verve poética nem a imaginação criadora que instiga cientistas a saberem mais do mundo material que nos envolve, limito-me a uma singela homenagem a Alex Raymond e seus colaboradores, que expunham em quadrinhos mágicos a possibilidade de se ir tão longe na busca de perscrutar o desconhecido.

Mais: com todo respeito ao arsenal criativo da TV e do cinema da atualidade, rico em efeitos especiais, hoje imaginar essas coisas é fichinha. Queria ver nos anos 50, quando Flash Gordon e seus companheiros inventaram – aquilo sim, ousada criatividade! – aquelas viagens fantásticas.

Para lhe livrar do tabagismo

Ciência Hoje Online:
‘Parar de fumar é ganhar fôlego’
Artigo da CH de novembro apresenta estudo feito no Rio de Janeiro que revelou que mensagens para desestimular o tabagismo surtem resultados melhores quando têm conteúdo positivo.
. “Parar de fumar é ganhar fôlego.” – “Fumar é perder fôlego.” Como duas frases tão parecidas conseguem ajudar de forma tão diferente os fumantes a abandonar o cigarro? Quais os efeitos de mensagens desse tipo nas atitudes individuais? Uma resposta para essas perguntas pode ser encontrada em uma teoria proposta em 1981 pelos psicólogos israelenses Amos Tversky (1937-1996) e Daniel Kahneman.
. A teoria da prospecção (prospect theory), que trata da tomada de decisões em situações de risco ou incerteza, foi depois contextualizada para aplicação na área da comunicação da saúde/políticas públicas pelos psicólogos norte-americanos Alexander J. Rothman e Peter Salovey.
. O principal postulado dessa teoria é o de que o indivíduo escolhe mudar de comportamento levando em consideração não apenas a forma como o problema atual é comunicado (framed), mas também a avaliação que ele faz dos riscos dessa mudança. Para formular a prospect theory, os autores realizaram uma série de 12 experimentos em que os indivíduos participantes foram expostos a duas situações de escolha, com resultados considerados equivalentes.
. Leia a matéria na íntegra http://migre.me/c1JVf

22 novembro 2012

A "canarinha" não é mais a mesma

Saudade das seleções de antigamente
Luciano Siqueira

Publicado no Blog de Jamildo (Jornal do Commercio Online)

Antes de tudo tenho que reconhecer a minha quase nenhuma autoridade para comentar o assunto. Por uma razão muito simples: há mais de trinta anos deixei de frequentar os estádios por uma escolha da qual não me arrependo: priorizar a vida em família ao invés de sacrificar uma tarde de domingo assistindo uma partida de futebol, por mais importante que fosse. A escolha se impôs em razão da vida atribulada de militante e, durante algum tempo, de médico, que subtraía, como até hoje subtrai, momentos preciosos da convivência familiar.

As duas filhas jamais se queixaram da militância intensa dos pais justamente porque não lhes faltamos em todas as fases da vida, da infância à atual idade adulta.

Mas não me nego a ver na TV uma peleja bem disputada. E, confesso, escuto resenhas esportivas radiofônicas para ter uma ideia de como as coisas andam, cá na província e mundo afora.

Na TV, se o jogo é bem disputado vou até o fim; se é uma pelada marcada pela retranca intransponível dos contendores, desligo e volto as minhas atenções para um bom livro.

Hoje tem jogo do Brasil contra a Argentina, em Buenos Aires. Vejo-me totalmente desinteressado, sequer terei tempo de dar uma espiada, envolto em compromisso com a equipe de transição que ajuda o prefeito eleito do Recife, Geraldo Julio, a preparar o futuro governo.

Antigamente, perder um jogo da canarinha nem pensar! Hoje, qual mesmo a escalação do time, quem sabe? A cada amistoso, a seleção se apresenta com uma composição diferente. Ninguém consegue mais se enredar em homéricas polêmicas sobre qual o melhor zagueiro central, o meio campista preferido ou a linha de frente. A escalação segue ao prazer das circunstâncias - que são determinadas não por moto próprio, mas por imposição de contrato assinado entre a CBF e a FIFA, que se encarrega de programar os jogos. Daí porque acontecem coisas esdrúxulas, como o Brasil enfrentar a Colômbia nos EUA.

É a globalização do futebol, escutei um comentarista asseverar semana passada numa das resenhas de maior audiência. Traduzindo: o futebol é um grande negócio que ultrapassa fronteiras e não tem território específico para se realizar, qualquer parte do globo terrestre vale a pena, desde que dê lucro aos seus promotores. O torcedor, esse eterno desrespeitado, fica a ver navios – ou melhor, a ver partidas que mais parecem uma pelada de praia do que propriamente confronto entre escretes nacionais.

Dá uma saudade danada das seleções de antigamente. Os mais antigos se lembrarão do escrete bicampeão mundial, vencedor das Copas de 1958 e 1962, cuja escalação mudou quase nada em oito anos. Envergar a camiseta verde-amarela era a glória para o jogador brasileiro, pois poucos alcançavam esse galardão. Hoje, em dois anos de vigência do comando de um treinador, ultrapassa a duzentos os que se viram honrados com a convocação para um desses jogos caça-níqueis que não empolgam ninguém. Foi-se a glória, dissipou-se a emoção.

Palavra de poeta

Vladimir Maiakovski:Do veludo de minha voz/Umas calças pretas mandarei fazer./Farei uma blusa amarela/De três metros de entardecer.”

Programa e prática de governo

O dito será feito
Luciano Siqueira

 
Publicado no portal Vermelho www.vermelho.org.br

Para que serve o programa de governo apresentado pelo candidato a prefeito durante a campanha? A essa altura dos acontecimentos, passado o pleito, a resposta óbvia é: para ser levado à prática.

Óbvia, porém nem sempre assim compreendida – ou praticada. Aqui na Mauricéia já tivemos campanhas vitoriosas sem programa e campanhas vitoriosas com programa bem formulado, mas logo largado na prateleira. Em eleições para o governo do estado, certa feita um candidato – por sinal altamente qualificado – punha em dúvida: para que programa? Outro, nem tão qualificado assim, simplificava a coisa considerando que bastaria um pequeno grupo de intelectuais bem postos redigirem um conjunto de propostas, traduzidas em seguida em linguagem apropriada pelo pessoal de marketing, e o assunto estaria resolvido.

Ambos subestimavam um instrumento indispensável para unir forças e galvanizar parcelas expressivas do eleitorado, e vencer; e, no governo, para servir de guia para a ação.

No pleito recém-findo tivemos no Recife uma excelente experiência nessa matéria. A Frente Popular, liderada pelo candidato a prefeito Geraldo Julio, do PSB, tendo o autor dessas linhas como candidato a vice, construiu o programa paulatinamente, no curso da campanha, através de amplo diálogo com a sociedade. Chegamos a debater os problemas da cidade com mais de 60 grupos organizados da sociedade, representados por entidades corporativas de empresários e trabalhadores, por instituições públicas e privadas, universidades, mulheres, juventude, movimento LGBT, etc. De modo que o programa que nós registramos em cartório, para ser cobrado pela população, já na última semana de campanha, é rigorosamente produto dessa ausculta, combinada com análise política e técnica por parte do corpo de quadros da campanha, resultando na unidade e coesão da coalização partidária e social. O escopo do programa está no desenvolvimento em favor de uma cidade mais humana.

O programa se assenta em cinco eixos: Organizando a cidade, onde está contida a retomada do planejamento urbano e o enfrentamento de problemas como a mobilidade e o transporte, a coleta, destinação e tratamento dos resíduos sólidos, habitação, saneamento e drenagem, etc.; Qualificando os serviços, no sentido de assegurar qualidade e eficácia aos serviços de saúde, educação, segurança, esporte e lazer, etc.; Direitos Humanos, proteção e emancipação social, onde se inserem políticas específicas para a mulher, a população idosa, a juventude, a igualdade racial etc.; Multiplicando as oportunidades, que diz respeito ao desenvolvimento econômico e a inovação tecnológica; e Profissionalizando a gestão, para ampliar a capacidade de recursos e de investimentos.

Agora, em pleno trabalho de transição para o novo governo, o prefeito e o vice-prefeito eleitos, com apoio de competente elenco de quadros, temos em mãos o programa justamente para orientar o planejamento estratégico a se fazer no início da gestão e, sobretudo, para assegurar que o dito será feito.

A palavra instigante de Jomard

NÓS em Conversações Analíticas
Jomard Muniz de Britto


Desejamos ser PESSOAS em busca de uma
outra verdade possível. Para nós outros.
Mas, se continuamos com medo de indagar
Dicionários de nomes e símbolos,
de que modo podemos encarar TEXTOS?
Além do prazer imediato das crônicas
e das psicanálises memorialistas?
Ainda assediados por situações-limite
dos requisitados fundos de cultura
com escassez onipresente. Para outros.
Palavras desafiam o bom senso e
devem contrariar nosso conformismo.
Pulsões desafinam o azul dos mares
e das marés febricitantes.
Pensamentos tentam escapar dos
chapados raciocínios. Por outros NÓS.
Desejos desejantes de coautorias.
Liberdade de expressão sem medo de
esbarrar nas interpenetrações.
Nossa Presidente nos alertou com frase
contundente: ..."é sempre preferível
o ruído da Imprensa livre ao silêncio
tumular das ditaduras".
Reinventando Pascal: o silêncio eterno
dos espaços infinitos NOS  apavora?
Porém, ai porém, nosso país sem paraíso
nos corrói em situações limítrofes.
Apagões imprevisíveis.
Crimes homofóbicos.
Condenações que ainda temem dizer
seu impróprio NOME.
Zumbi dos Palmares.
Misérias filosofantes entre cachoeiras
e outras calamidades silenciadas.
Por quem, deslealmente, ainda tememos
Luiz Costa Lima  em argumentos cerrados?
Jamais encenados e ou encerrados.
Guardar outro nome: Anco Márcio Tenório
Vieira discorrendo INTERCULTURALISMO.
Orixás de Maria Bethânia em defesa
da escola pública de qualidade.
Xangô de Geraldo Maia. HELIOITICICANDO.
Samba de Paulo Marcondes no AZOUGUE.
BALADAS LITERÁRIAS interpenetradas
por Marcelino Freire no inteiro ambiente.
Chega de relativismos desde que somos
RELACIONAIS em todas hibridizações.
Sincréticos, SEM sinCRETINISMOS.
Para nada salvar. Nem mesmo a alegria
do NÓS, noves, novenas, nonadas.
Mas há CONTROVÉRSIAS se agigantando
BIG JATO de XICO SÁ aos Beatles no Cariri.
CONVERSAÇÕES ANALÍTICAS em abismos.
Recife, nov/dez de 2012.
atentadospoeticos@yahoo.com.br

21 novembro 2012

Voz altiva na cena mundial

Dilma e o dilema europeu
Luciano Siqueira


Publicado no Blog da Folha


Em recessão prolongada e às voltas com o ciclo vicioso da financeirização exacerbada, a Europa mantém-se no atoleiro da crise, sem perspectiva de solução à vista. Precisa retomar o caminho da produção e da expansão das oportunidades de trabalho, mas aferra-se a uma receita de “austeridade” determinada pelos governantes de sempre, adeptos das políticas de cunho neoliberal.


Nesse cenário, Dilma visita a Espanha, que amarga a espantosa taxa de 25% de desemprego. Instada pelo influente jornal El Pais a opinar sobre a situação, foi clara e contundente: “Eu não creio que o problema da Europa seja seu modelo de bem-estar social. O problema é que se tem aplicado soluções inadequadas para a crise e o resultado é um empobrecimento das classes médias. A este passo, se produzirá uma recessão generalizada.”

Para a presidenta brasileira, a Europa vive uma situação que os latino-americanos bem conhecem: “Há uma crise fiscal, uma crise de competitividade e uma crise bancária. E as receitas que se estão aplicando levarão a uma recessão brutal. Sem investimentos será impossível sair da crise”. Pior: assim se engendra a recessão global, com graves consequências inclusive para os países emergentes.


Importa sublinhar, além do teor da entrevista, a autoridade com que se pronunciou a chefe do governo brasileiro e a repercussão de suas palavras. O Brasil, desde Lula, tem voz altiva no concerto internacional mercê de uma política externa soberana e dos êxitos alcançados na construção de alternativas próprias ao desenvolvimento. O inverso do que ocorria na chamada Era FHC, quando o tom e o conteúdo da inserção brasileira na cena mundial eram marcados pela subserviência aos EUA e pela excessiva timidez nas relações com a União Europeia. Isto acrescido da subestimação das relações diplomáticas e comerciais com países emergentes, hoje parceiros destacados do Brasil, como a China.


O novo rumo de nossa política externa, construído nos dois governos sucessivos de Lula, ao lado das imensas possibilidades de expansão do mercado interno, possibilitou alternativas ao enfrentamento da crise global que, se não nos imunizam de todo das ameaças à nossa economia, ensejam a manutenção de um nível de atividade econômica que nos diferencia e nos coloca numa linha de resistência. Aqui se deu uma inversão na equação danosa que priorizava o sistema financeiro em detrimento da produção.


Sinais do tempo novo que vivemos e que as cassandras a soldo dos grandes banqueiros daqui e de fora teimam em negar em suas “análises” na grande mídia.

Otimismo. Sempre.

Fernando Pessoa: “- Valeu a pena?/Tudo vale a pena/quando a alma/não é pequena.”

19 novembro 2012

Livro de Roberto Magalhães

Recebi, com generosa dedicatória, “Memórias” do ex-governador Roberto Magalhães. Um gesto de fidalguia bem além do que certamente mereço.

Na veia


Sem investimento produtivo será impossível sequer amenizar a crise global, diz Dilma, ao criticar a receita monetarista adotada na Europa e nos EUA. Ela está certa.

Com energia renovada

Segunda-feira de muito trabalho. Valem os versos de Thiago de Mello: “Volto armado de amor/para trabalhar cantando/na construção da manhã.”

Grupo investiga violações do Exército contra camponeses do Araguaia

. A Comissão Nacional da Verdade (CNV) criou um grupo específico para investigar violações dos direitos de camponeses pelo Exército durante a Guerrilha do Araguaia, ocorrida no início da década de 1970. A Comissão dos Camponeses do Araguaia foi anunciada sábado (17) após audiência pública em Marabá (PA), onde acontece o encontro da CNV com indígenas e camponeses da região, informa a Agência Brasil.
. O grupo será formado por sete camponeses membros da Associação dos Torturados da Guerrilha do Araguaia, sediada em São Domingos do Araguaia. Segundo o presidente da associação, que assumirá também a presidência da comissão, Sezostrys Alves da Costa, esta é a primeira oportunidade de registrar as violências sofridas pelos camponeses. "Lutamos para que fosse reconhecida a perseguição aos camponeses, agora, vamos ouvir, sistematizar e produzir um relatório para contar o que aconteceu e contribuir com a Comissão da Verdade. Isso é muito importante para nós."
. Durante a audiência de sábado, foram ouvidos três indígenas da etnia Suruí, que vivem na Terra Indígena Sororó, no sudeste do Pará, e seis camponeses. Entre os relatos mais marcantes, está o de uma indígena que conta ter perdido os gêmeos durante cerco feito por militares à aldeia em que vivia. Um camponês conta que, quando criança, perdeu o irmão em uma explosão de granada, encontrada enquanto brincavam.
. Os relatos foram registrados, muitos pela primeira vez, para que façam parte da história da atuação da guerrilha e para facilitar as investigações de violência pela Comissão Nacional da Verdade.

18 novembro 2012

Em plena recuperação

Acordo cumprido: eu não trabalhei no feriadão e o vírus foi-se. Volto neste domingo com disposição para retomar plenamente ao trabalho.

Bom dia, Graça Graúna


Ofertório

Comei e bebei!
estas palavras são meu corpo
nem alegre, nem triste
só um corpo

Comei e bebei!
Nestas palavras minh'alma
talvez a mais próxima
de um revoar de sonhos

Mas se este ofertório
te parece pouco,
ide ao verso-reverso
onde o nosso sudário
continua exposto

17 novembro 2012

Cidades mais humanas no plano das ideias

"Caos Urbano" de Glauber Shimabukuro

No Vermelho, por Eduardo Bomfim:
Civilização do mal-estar


O problema central das lutas por cidades mais humanas é um tipo de civilização regressiva imposta à humanidade decorrente da hegemonia mundial, quase que absoluta, do capital financeiro da chamada nova ordem mundial, de caráter multifacetário com abrangência planetária.

Nessas últimas duas décadas operou-se paulatinamente, sistematicamente, uma espécie de engenharia maligna com vistas à tentativa de desconstrução de qualquer manifestação ideológica, cultural, política, conquistada pelos povos através dos tempos relativa a um mundo mais solidário, menos injusto, mais tolerante, razoavelmente democrático.

As consequências políticas, econômicas, sociais estão por aí, a olhos vistos com a crescente violência, o aumento galopante da criminalidade, o fenômeno arrasador do negócio das drogas pesadas em escala global, a crise estrutural do desemprego, a criminalização do exercício da política para melhor controlar a própria política que sempre conduziu os destinos dos Países e jamais deixará de ser assim.

Há em todo mundo um cheiro crescente de enxofre, inclusive no Brasil, típico dos tempos autoritários especialmente nos momentos de contestação, avanço ou insubordinação da consciência social quanto ao sentimento de que os de baixo já não mais suportam tanta desgraça e exploração desenfreada por parte de uma ínfima minoria de privilegiados milhardários deslumbrados, flanantes bem vestidos, frequentadores de um clube privado de beneficiários da nova ordem mundial.

Mesmo no Brasil com as ações de transferência de renda pelo Estado nacional nesses 12 anos modificando as condições de vida de dezenas de milhões de pessoas que saíram da linha de pobreza, incorporando-as ao mercado de trabalho com acesso a bens de consumo, políticas compensatórias para atender segmentos sociais, é difícil sustar as consequências nocivas da nova ordem mundial sobre a nação e os seus efeitos totalitários.

Sobrepondo-se vertiginosa obsolência de produtos e pessoas, um presente contínuo, a ausência do passado, a inexistência de um futuro solidário, a aridez de valores humanos individuais, sociais, minimamente respeitáveis.

Assim, além de se travar a peleja pelo progresso social, aqui e agora, impõe-se tremenda luta política de ideias alternativa a essa civilização do mal-estar generalizado, excludente, que conduz a humanidade ao abismo econômico, social e espiritual
.

O poeta sabe

Adalberto Monteiro: “Nada a fazer./Exceto aprender, com a aurora/a Renascer.”

Empregados domésticos: novas relações de trabalho

. Aprovada no início deste mês pela Comissão Especial sobre Igualdade de Direitos Trabalhistas da Câmara dos Deputados, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 478/10 poderá mudar as relações de trabalho de aproximadamente 6,6 milhões de brasileiros, informa a Agência Brasil..
. Apelidada de PEC das Domésticas, a proposta amplia os direitos dos empregados domésticos, igualando-os aos dos demais trabalhadores urbanos do país. O texto revoga o parágrafo único do Artigo 7º da Constituição Federal, que trata especificamente dos domésticos e lhes garante apenas alguns dos direitos a que tem acesso o conjunto dos trabalhadores.
. A PEC prevê 16 novos benefícios à categoria, incluindo a definição da carga horária semanal de 44 horas, o pagamento de hora extra e de adicional noturno para atividades entre as 22h e as 5h. A proposta também torna obrigatório o recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Refundação na velha Arena

A direita que se assume
Luciano Siqueira

Publicado no Blog da Folha

 
Já foi o tempo em que cá em nosso país tropical a direita se apresentava como realmente é: direita. Sobretudo quando da derrocada do regime militar, tanto correntes políticas e lideranças proeminentes assim situadas, quanto a mídia se colocam a anos luz de distância da real caracterização do espectro político-ideológico a que cada um pertence. Inventam-se “teses” as mais diversas para tergiversar sobre a real posição assumida, tipo “social-liberalismo” e assemelhadas.

Caso de José Serra, do PSDB. Na campanha presidencial em que foi derrotado por Dilma e agora no pleito municipal em São Paulo, quando perdeu para Haddad, adotou posições nitidamente de direita, temperadas inclusive por conotações religiosas ultraconservadoras. Mas jamais se colocou como tal e nenhum analista da grande imprensa idem. No noticiário da rádio estatal francesa, retransmitido aqui pela Rádio Universitária FM, sim – com todas as letras. Na Europa, direita é direita, centro é centro e esquerda é esquerda.

Lembro-me do deputado Drayton Nejain, do então PDS, sucedâneo da Arena, nos anos oitenta. Costumava me apartear na Assembleia Legislativa salientando em que campos nos encontrávamos: “Vossa Excelência é de esquerda, eu sou da extrema direita...”. Tinha a coragem de assumir o que realmente era.

Li ontem que finalmente surge uma direita que se assume: o grupo que ora tenta refundar a Arena (Aliança Renovadora Nacional), partido criado pelos militares para dar sustentação à ditadura no Congresso Nacional, que funcionava sob enormes restrições, tolhido em suas prerrogativas essenciais.

A estudante de Direito Cibele Bumbel Baginski, de apenas 23 anos, seria a líder do grupo, responsável pela publicação do estatuto do novo partido, no "Diário Oficial da União".

Dentre os itens programáticos da nova Arena estão "abolição de quaisquer sistemas de cotas raciais, de gênero ou condições ‘especiais’", a maioridade penal aos 16 anos e o retorno ao currículo escolar das disciplinas de Latim e Educação Moral e Cívica - ensino imposto pelos militares em 1969 e tirado do currículo em 1993.

Na estrutura partidária, um "Conselho Ideológico", a atuar como órgão maior da direção, composto por cinco membros permanentes e vitalícios e quatro indicados. O estatuto afirma textualmente como base ideológica o "conservadorismo, nacionalismo e tecno-progressismo, tendo para todos os efeitos a posição de direita no espectro político".

Bom ou ruim? Nada mal, pois a boa prática democrática implica na explicitação de todas as correntes político-ideológicas à luz do dia, sem subterfúgios. Quem sabe a nova-velha Arena ajude a tornar o embate de ideias mais nítido e, assim, contribuir indiretamente para a formação da consciência política dos brasileiros?

15 novembro 2012

Voz poética

Cecília Meireles: “Sem terra nem estrelas brilhas, prese/a meu sonho, insensível à beleza/que és e não sabes, porque não me escutas...”

História: 15 de novembro de 1889

O mal. Deodoro, à frente da tropa, proclama a República e preside governo provisório. Começa a República da Espada, fase progressista que precede a República Velha. Mas a participação popular é minguada: "O povo assistiu a tudo bestializado", denuncia o republicano avançado Aristides Lobo. (Vermelho www.vermelho.org.br).

12 novembro 2012

Coragem

Vladimir Maiakovski: “As ameaças/e as guerras/havemos de atravessá-las,/rompê-las ao meio,/cortando-as/como uma quilha corta/as ondas.”

11 novembro 2012

Punta del Este, Uruguai: somos todos fotógrafos

. Esta fiz de maneira despretensiosa, como todas as minhas fotos (rigorosamente amadoras). Por pura paixão pelo ato de registrar em imagens as coisas simples da vida.
. “...acervos de fotográficos, assim como uma fotografia, são um mundo repleto de possibilidades...” (Betânia Corrêa de Araújo, in: O álbum de Berzin – Cepe Editora).

Sentido do tempo

Paulo Freire: “Não te esperarei na pura espera/porque o meu tempo de espera é um/tempo de quefazer.”

10 novembro 2012

Nanotecnologia: conquistas e riscos

Ciência Hoje Online:
Nanomateriais e potenciais riscos à saúde
A nanotecnologia tem aberto novas possibilidades na medicina e impulsionado o desenvolvimento de materiais com novas funcionalidades e melhor desempenho. Mas ela pode envolver riscos. A CH 297 explica quais são e como preveni-los.

Nanotubos de carbono são amplamente usados na ciência dos materiais. A interação e a extensão da exposição aos nanomateriais pelos organismos são bastante complexas e ainda não completamente conhecidas. (imagem: Wikimedia Commons)
. Nos últimos 20 anos, a nanotecnologia tem se aproximado cada vez mais do cotidiano das pessoas. Seja pelo maior acesso aos meios de informação e de comunicação de massa, pela expansão da internet e das ferramentas de busca cada vez mais poderosas e interativas ou pelo uso da palavra ‘nano’ como ferramenta de marketing e propaganda em campanhas publicitárias de diversos produtos.
. A palavra ‘nano’, do grego, significa anão. É, desde 1960, usada como prefixo oficial pela Conferência Geral de Pesos e Medidas, indicando que o tamanho do material em questão ou de seus constituintes tem dimensão nanométrica (ordem de nanômetro, ou seja, bilionésimo de metro, expresso por 10-9 m).
. Hoje, muitos novos produtos – artigos esportivos, tintas e revestimentos especiais de alta resistência ao risco, bem como tecidos com atividade antibactericida, sensores, produtos de higiene e cosméticos – têm empregado as propriedades e características dos nanomateriais, para obter novas funcionalidades, aplicações e/ou melhor desempenho.
. A nanotecnologia também tem aberto oportunidades de desenvolvimento de tratamentos medicinais, diminuição da dimensão de circuitos eletrônicos, sistemas de armazenamento de energia mais eficientes. Trouxe ainda a possibilidade de integração de sistemas em que convergem várias áreas de pesquisa, como a biologia, engenharia, química, física e medicina.
. Leia a matéria na íntegra http://migre.me/bJJQF

Imagem poética

Jorge de Lima: “A memória em vigília alcança o solto/perpassar de episódios, uns futuros/e outros passados, vagos, ondulando...”

Significado da vitória de Obama

Eleições nos Estados Unidos
Por Eduardo Bomfim, no Vermelho www.vermelho.org.br

 
A reeleição do presidente Barack Obama foi decisiva aos amplos segmentos do establishment alinhados ao partido Democrata, o empresarial, da informática, o industrial-militar, comercial, diplomático, midiático, mas também o ideológico.

Que exerce inquestionável liderança nas diretrizes culturais do País desde o governo Clinton com uma linha multiculturalista institucionalizada através de uma agenda global.

Já o partido Republicano representa a visão, o estilo de vida defendido pela metade dos norte-americanos, refratários às mudanças internas, externas, inadequado às novas estratégias expansionistas dos EUA.

Como potência imperial os Estados Unidos devem recrudescer suas investidas aumentando os perigos de novas intervenções armadas e guerras onde será preciso combinar a crescente força bruta com uma política ideológica flexível, exportável, assimilável a diversos setores sociais em escala mundial.

Setores sociais que se encontram à deriva, sem causas nacionais e populares galvanizadoras que os unifiquem, em decorrência da vitória global do projeto neoliberal, da perda relativa da autonomia dos Estados nacionais, da ausência de uma alternativa mais concreta de emancipação social.

Os Democratas conduzem essa agenda midiática-ideológica-cultural gestada pela "inteligência" norte-americana para consumo interno posteriormente difundida em escala mundial para o exercício da supremacia internacional visando amenizar os efeitos de uma política externa agressiva progressivamente contestada pelos povos.

Porque para os EUA em crise econômica estrutural é imprescindível garantir a "sustentabilidade planetária" dos privilégios imperiais ancorados na superioridade militar, no complexo de propaganda, na imposição dos seus padrões culturais.

Não se deve perder de vista que Republicanos ou Democratas abraçam o mesmo "princípio teológico" que avoca para os EUA o "destino manifesto de nação" evangelizadora das nações, por bem ou pela força, moldando-as aos seus próprios "valores morais, políticos, religiosos".

Quanto à grande mídia hegemônica em vários Países, inclusive no Brasil, ela representa, em geral, linhas auxiliares a esse controle ideológico da informação com uma postura obsequiosa, reverencial, no papel subalterno de correias de transmissão desses valores, da "agenda social global", a mesma visão sobre o poder e a geopolítica mundial unipolar.

Amazonas e Grabois: justa homenagem

Grabois e Amazonas são exemplos da causa comunista
Vermelho www.vermelho.org.br

O centenário dos dois líderes comunistas Maurício Grabois e João Amazonas reuniu, em sessão solene, nesta sexta-feira (9), na Câmara dos Deputados, em Brasília, parlamentares e dirigentes do PCdoB, militantes e simpatizantes da bandeira socialista, que lotaram o plenário da Câmara. Deputados constituintes de 1946, a vida política e partidária dos dois líderes inspira os comunistas de hoje.

Todos os oradores – comunistas, socialistas e petistas – destacaram a contribuição dos dois líderes no enfrentamento das ditaduras, na recondução do país á democracia e acima de tudo na luta pela construção de um país justo e desenvolvido.

O senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP) fez um discurso inflamado, onde destacou que “Maurício Grabois e João Amazonas não são patrimônio só de vocês, do PCdoB, mas de todos os brasileiros que sonham com uma pátria justa e democrática”.

A líder do PCdoB na Câmara, deputada Luciana Santos (PE-foto), que requereu a realização da sessão solene, levou um trio de cordas para tocar a Internacional. Como ocorre tradicionalmente nos eventos do Partido, a apresentação foi finalizada com o grito de “Um, dois, três/ Quatro, cinco mil/ E viva o Partido Comunista do Brasil”.

Luciana Santos, que é também a vice-presidente nacional do Partido, foi quem primeiro discursou. Ela destacou a luta dos dois líderes comunistas pela democracia, soberania nacional e valorização dos trabalhadores e do povo brasileiro.

Citando nominalmente os familiares de João Amazonas que estiveram presentes à sessão, Luciana Santos disse que os dois líderes comunistas são exemplos de combatividade, incansáveis defensores do proletariado e colaboraram com a construção do PCdoB.

Ela leu uma carta do sobrinho-neto de Grabois. Carlos Augusto Grabois Gadelha, justificando a ausência e reafirmando a luta do tio-avô pela construção de uma nação socialista. O que fez também a deputada que, ao encerrar sua fala, disse que o PCdoB está em franco crescimento, com atuação em todas as áreas – negros, mulheres, sindical etc – e que a bancada dá voz aos anseios da população.

“Todo esse êxito é resultado do trabalho desses dois líderes”, assegurou, acrescentando que “vamos honrar esse legado em cada uma das nossas ações firmes na luta pela construção de mundo de justiça social e de respeito”.

Papel destacado - A fala de encerramento da solenidade foi do presidente nacional do Partido, Renato Rabelo. Ele falou sobre a convivência com João Amazonas, a quem definiu como “um gigante político”, que desempenhou importante papel no terreno político, ideológico e na prática.

“Esses dois grandes líderes comunistas tiveram papel destacado no legado da segunda geração do nosso partido cujo líder central dessa geração foi Luís Carlos Prestes, enfrentando a ditadura do Estado Novo, fizeram parte da conferência da Mantiqueira, para reestruturar a direção nacional do Partido que tinha sido desmantelada pela feroz repressão do Estado Novo".

Segundo Renato Rabelo, naquela ocasião, eles reafirmaram o caráter revolucionário do Partido permitindo a sua existência até nossos dias. “A trajetória dos dois se confundem com a trajetória do PCdoB. Suas lutas são expressões do caráter do Partido”, afirmou.

O dirigente do PCdoB lembrou também a luta de João Amazonas para reerguer o Partido no final da década de 1980 e de enterrar a ditadura militar. “Ele teve papel fundamental - contou Renato Rabelo -, quando foi derrotada a proposta das eleições diretas, ele entendeu que devia derrotar a ditadura com as armas da ditadura e foi ao Colégio Eleitoral”.

E ao encerrar sua fala, dizendo que por tudo isso o PCdoB referencia a memória gloriosa e o exemplo triunfante de João Amazonas e Maurício Grabois, levou a plateia a gritar novamente as palavras de ordem do Partido: “Um, dois, três/ Quatro, cinco mil/ E viva o Partido Comunista do Brasil”.

A solenidade seguiu com discursos que reafirmavam “o exemplo de coragem, solidariedade e capacidade de luta que engrandece trajetória dos comunistas como defensores intransigentes da justiça social”, como disse o Presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), em discurso lido pelo deputado Eduardo Gomes (PSDB-TO).

Para Marco Maia, os dois líderes comunistas são “exemplo maior para os que são conduzidos aqui (parlamento) pelos eleitores”. E lembrou que quando as relações humanas estão marcadas pelo dinheiro, é importante beber na fonte da ideologia de Grabois e Amazonas, que pensaram no interesse da coletividade e dedicaram a vida a árdua tarefa de educar seus filhos e contemporâneos na construção da sociedade em que a riqueza seja distribuída igualmente, sem privilégios, uma bela sociedade sem luta de classe, sem ser guiada pela ganância.

“A Câmara dos Deputados muito se orgulha de tê-los em sua luta aguerrida pela justiça social”, finalizou o deputado petista.

Homens imprescindíveis - Para o senador Randolfe Rodrigues, que falou em nome dos convidados, a poesia de Brecht se encaixa perfeitamente aos dois comunistas. Diz Brecht na poesia citada: "Há homens que lutam um dia e são bons/ há outros que lutam um ano e são melhores/ há os que lutam muitos anos e são muito bons/ mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis".

João Amazonas e Maurício Grabois estão entre os lutadores que o povo brasileiro têm, os dois se dedicaram a mais belas das causas humanas, a do socialismo, disse o senador socialista, destacando que “todas as conquistas do povo brasileiro nos últimos 20 anos não seriam possíveis sem João Amazonas e Maurício Grabois".

O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) também destacou a formação dos dois líderes e suas escolhas pela causa comunista. “Esses homens, que se formaram no ardor da causa social, que precisavam resolver problemas do povo brasileiro, e assim construíram o nosso partido e ajudaram a história do Brasil, procurando o caminho da democracia”.

A deputada Jô Moraes (PCdoB-MG) e o deputado Assis Melo também discursaram. Eles saudaram a militâncias que esteve presente ao evento. E, a exemplo da líder do Partido na Câmara, destacaram que a sessão solene não era apenas de homenagem aos dois heroicos brasileiros, mas para reafirmação de seus compromissos, que é luta pelo socialismo, pela transformação desse país.

O deputado Amaury Teixeira (PT-BA) chegou ao final da sessão, mas fez questão de discursar para destacar a aliança do PT com o PCdoB, que garantiu a construção da nova história do Brasil. Ele destacou a presença da militância que encheu todo o plenário e disse que se unia aos comunistas no reconhecimento e homenagem aos dois grandes comunistas que lutaram para mudar a história do Brasil.


Na abertura da sessão, foi exibido um vídeo com depoimentos e imagens, que contavam a vida dos dois líderes comunista - desde o encontro deles com a causa comunista, que os aproximou, até as eleições dos dois como deputados constituintes em 1946. Quando foram cassados, Grabois disse que quando a democracia voltasse ao Brasil os comunistas voltariam ao parlamento e realmente voltaram.

Ao final da sessão, houve o lançamento dos livros Meu verbo é lutar – A vida e o pensamento de João Amazonas, de Augusto Buonicore; e Maurício Grabois – Uma vida de combates, de Osvaldo Bertolino. Renato Rabelo autografou o livro PCdoB: 90 anos em defesa do Brasil, da democracia e do socialismo.