31 janeiro 2013

A palavra certeira de Jomard

AQUELAS FOLIAS NÃO ME ILUDEM MAIS
Jomard Muniz de Britto, jmb

Aquelas folias, livros, máscaras?
No troca-troça dos carnavais, roubar
do escritor Cícero Belmar é bem melhor.
O jogo das ilusões tanto nos coMOVE
quanto nos impulsiona o AVAL da CARNE.
Insegurando as coisas e acasos,
portas da nudez e porteiras do inferno.
Blocos do EU ACHO É POUCO ao N A D A.
Mas "belo é o Recife pegando fogo na
pisada do maracatu", ó Gonzaguinha!
Na pegada, na pancada, nas passagens
dos maracaTUDOS, atônitos e atômicos.
Leões e leoas, dragões e serpentes aladas.
Tudo tão bem programado e desnorteador.
Tudo com máxima licitação
e mínima libertinagem? Ledos enganos.
Aval da carne é luxúria e dissipação?
Para confrontar tempos lógicos e digitais.
Mas essas frevanças não nos iludem mais.
Para nada salvar? Nem mesmo a picardia?
Tudo pela amorosidade de Paulinho da Viola.
Todo carnaval é uma CONSTELAÇÃO?
Bem dentro das perspectivas antropológicas,
por que Naná Vasconcelos não solicita,
com sua legítima realeza, ao Caetano celebrar
o mesmo outro maracá do vasto mundo
pelo mulato baiano tão belo quanto?
Para nítida alegria dos Siqueira
em nossos corações brasilíricos.
OS COMUNISTAS GUARDAVAM O SONHO.
E o que mais poderia nos deslumbrar?
TÉDIO, HORROR e MARAVILHA.
Os sobreviventes ainda experimentam
a morte KISS sem saída.
Aval da carne nas tragédias bizarras.
Multiculturalismo e interculturalismo
entre jogos nominalistas de sempre.
Porém, ai porém, na voz límpida de Paulinho,
Joaquim Barbosa pela coragem de ser um
NEON ZUMBI dos PALMARES.
Pela encenação em arte pública de
Fernando Augusto para Olinda em fulguração
de Pernambuco ao mundo imaginário.
Belo é o Recife pegando fôlego em busca
de carnavais da contemporaneidade.
Todas as bençãos do paganismo para
Thiago Amorim deflagrando
chão de utopias, folias, fantasmagorias.
Recife, fevereiro 2013.
atentadospoeticos@yahoo.com.br

Para a inserção soberana comum

No Vermelho, Por Moara Crivelente:
Lula convida América Latina a criar “doutrina de integração”


O ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, fez o discurso de encerramento da 3ª Conferência Internacional pelo Equilíbrio do Mundo na noite desta quarta-feira (30), em Havana, Cuba, e reforçou que a América Latina deve levar a proposta de maior integração regional além das reuniões e discursos.

Entre os dias 28 e 30 de janeiro foi realizada a Conferência Mundial que comemorou o 160º aniversário de nascimento de José Martí.

O ex-presidente Lula iniciou o discurso de encerramento do evento pedindo um minuto de silêncio pelas vítimas da tragédia de Santa Maria (RS). Depois, descontraído, Lula referiu-se a Hugo Chávez, dizendo estar usando uma guayabera vermelha em homenagem ao presidente venezuelano.

Durante os trabalhos finais da conferência, o ex-presidente propôs a criação de uma “doutrina de integração que sistematize desde o ponto de vista intelectual” tudo o que se tem debatido a respeito. Lula se referia à necessidade de levar a proposta de maior integração regional além dos discursos e reuniões, “pois se trata de um processo que pode mudar a história da América Latina”, afirmou. A rede venezuelana Telesur disponibilizou em sua página, o vídeo integral com o discurso do ex-presidente.

Lula foi descrito por Armando Hart, diretor do Escritório do Programa Martiano e presidente do comitê organizador da conferência, como alguém firmemente comprometido com a democracia, com a redução da pobreza, com o combate à fome e com a erradicação da miséria. Foi também caracterizado pelo diretor de “figura-chave do processo de integração que vive hoje Nossa América”, capaz de representar “o compromisso de José Martí com os pobres da Terra”.

EUA e América Latina

O ex-presidente fez uma série de reivindicações, em especial aos EUA, para que este país mude a sua política externa para a América Latina, principalmente no tocante ao bloqueio contra Cuba, que só subsiste graças à “teimosia” norte-americana, ao “atrevimento de quem não reconhece que perdeu a batalha”. Ainda afirmou que o país tem “ouvidos moucos” quando se trata dos problemas “da nossa querida América Latina”, mas disse que é otimista, que crê “cegamente” e espera que os EUA tenham um olhar diferente para a região ainda durante o mandato do presidente reeleito Barack Obama.

Lula afirmou que o mundo atual exige o aprofundamento da democracia e precisa continuar avançando nas relações internacionais, o que contribui para os esforços de integração regional que devem ser intensificados. Uma das propostas levantadas pelo petista foi a “revolução na comunicação”; o tema, principalmente aliado à problemática dos monopólios midiáticos, já está em debate através de sucessivas propostas para as Leis de Meios e para a democratização e outras regulamentações da mídia.

Ainda, disse acreditar que o tratamento midiático dispensado à esquerda, tanto no Brasil quanto a líderes como o presidente boliviano Evo Morales e o venezuelano Hugo Chávez, deve-se à “ira” pelo sucesso das políticas socioeconômicas. “Quem iria imaginar que um índio, com cara de índio, com jeito de índio e com comportamento de índio poderia governar a Bolívia? E dar certo!”, indagou Lula. O ex-presidente contou de reuniões que manteve com Evo, “que queria estatizar todas as empresas brasileiras que atuavam na Bolívia”; disse: “a direita brasileira queria que eu brigasse com o Evo”. Continuou: “eu não consigo entender como é que um metalúrgico de São Bernardo do Campo, do Brasil, pode brigar com um índio da Bolívia? Se fosse com o Bush, se fosse com a Angela Merkel... mas com Evo? Era a última coisa que eu faria no mundo”.

Ao falar, com carinho, do presidente Chávez, desejando-lhe melhoras e pronta recuperação, a audiência da conferência interrompeu-o, levantando-se para aplausos e manifestações de apoio. Lula havia se reunido com Chávez, com o ex-presidente e líder revolucionário Fidel Castro, e depois com o presidente Raúl Castro, o que, segundo ele, poderia justificar seu ligeiro atraso.

Ele contou que conheceu Fidel Castro em 1980, quando esteve na Nicarágua, no contexto da Revolução Sandinista, e reforçou os seus laços de grande amizade com o líder e a sua admiração pelo povo cubano, principalmente pela defesa da sua dignidade e soberania. Mencionou ainda os cinco cubanos, agentes da inteligência cubana, encarcerados nos EUA desde 1998, sob pesadas acusações de espionagem, lembrando que a situação foi tema de uma de suas visitas ao país norte-americano, ainda governado por George W. Bush. Porém, a América Latina parece não despertar o interesse que deveria ao país mais rico do mundo, tão próximo desta região, que tem “condições de produzir muito mais do que muitos outros países”. Lula ressaltou que os estadunidenses só conseguiram enxergar a América Latina quando apoiaram os golpes militares que assolaram a região, na década de 1960.

Lembrou ainda que a comemoração pelos 160 anos de nascimento de José Martí combina também com os 60 anos do assalto ao Quartel Moncada, “esse movimento tão importante na história da Revolução Cubana”. A ação foi protagonizada por Fidel Castro, em 1953, para tomar as bases dos quartéis em um dos esforços por derrubar o governo de Fulgêncio Batista.

Ideais martianos - A conferência segue o rumo proposto por vários líderes latino-americanos para a maior integração regional e compreensão do contexto e dos desafios políticos e socioeconômicos com os quais é necessário lidar em unidade. A América Latina atual já vem traçando um caminho progressista importante, com conquistas fundamentais no âmbito social, político e econômico e ainda conseguiu fazê-lo criando mecanismos de integração regional e com ênfase no respeito à soberania nacional de cada país. Um exemplo é a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), criada em 2011 como alternativa a iniciativas em que os EUA participam (como a Organização dos Estados Americanos). A presidência da Celac é exercida atualmente por Cuba, e a comunidade realizou recentemente um fórum entre os 33 países que a integram.

A conferência insere-se também na discussão sobre o imperialismo e a luta pela independência política e autodeterminação dos povos e nações. A profunda crise sistêmica pela qual o mundo tem passado deu ainda mais voz ao debate e às reivindicações já institucionalizadas na América do Sul pela superação da interferência imperialista, antidemocrática e militarista que ainda se verifica em outras partes do mundo, sobre tudo na África.

As lutas, que esta nova postura anti-imperialista já colocou em prática em todo o mundo, baseiam-se nos movimentos de trabalhadores e da juventude, nas lutas das mulheres, do campesinato, dos movimentos de resistência às guerras e em movimentos de libertação nacional, como ressaltado por José Reinaldo. Ainda, Frei Betto, que recebeu o prêmio José Martí, da Unesco, lembrou que o líder revolucionário foi um destacado cientista social de sua época, e que suas ideias geopolíticas têm plena vigência atualmente.

A conferência é patrocinada pela Unesco, através do Projeto José Martí de Solidariedade Mundial, e tem como principal mote a afirmação martiana “pátria é humanidade”. Para Lula, é “muito importante que uma instituição multilateral com o peso da Unesco” dê apoio a este tipo de evento. O ex-presidente ressaltou ainda que há necessidade de maior definição e eficácia do processo de unidade latino-americana.

O tipo de integração a ser almejado (cultural, econômica, física ou universitária, por exemplo), de acordo com Lula, precisa ser esclarecido. Isso “contribuiria para mudar um pouco a história da nossa querida América Latina. A integração não pode ser apenas um discurso em época de campanha eleitoral ou em reuniões de chefes de Estado”. O importante é que os participantes da conferência saíssem dela como aliados em algo novo que se queira construir, reafirmou o ex-presidente.

Sonhos

A quinta-feira é de Thiago de Mello: “Sei que é preciso sonhar./Campo sem orvalho, seca/A frente de quem não sonha.

30 janeiro 2013

Crescimento com inclusão

Bolo ainda insuficiente, porém compartilhado
Luciano Siqueira

Publicado no Blog de Jamildo (Jornal do Commercio Online)

Acabou aquela conversa, com ares de teoria, do tempo da ditadura militar e da era FHC, de que seria necessário primeiro crescer o bolo para depois dividi-lo. Era para justificar a imensa concentração de riqueza e renda (e o consequente empobrecimento dos que vivem do trabalho), marcas do nosso capitalismo dependente e precocemente monopolizado.

Ontem a ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, dirigindo-se à plateia do Encontro Nacional com Novos Prefeitos e Prefeitas, em Brasília, foi taxativa: “Pela primeira vez, a gente divide o bolo ao mesmo tempo em que está crescendo. A América Latina está fazendo esse movimento e tem sido olhada por todos os lugares do mundo”. E é verdade. Podemos dizer que é um fenômeno novo, aqui na latino-américa, em contraste com as políticas de contenção de investimentos, regressão de direitos e desemprego que se pratica na Europa em crise.

A ministra mata a cobra e mostra o pau. O PIB per capita passou de R$ 16,5 mil a R$ 21,3 mil entre 2001 e 2011, acelerando-se nos últimos oito anos.

E se verificarmos o Índice de Gini, praticado pelo IBGE, que mede o grau de concentração de renda, teremos que caiu 0,553 para 0,500. Ou seja, distanciou-se um pouco de 1 e, portanto, revelou menor concentração.

Essa foi uma das vertentes da ação do governo Lula (e que continua com Dilma) para enfrentar os efeitos da crise global sobre a economia brasileira. Desoneração fiscal de segmentos industriais, para manter o nível do emprego, ampliação do crédito e estímulo ao consumo se somam à ousada política de redução de juros. Daí que mesmo em 2012, quando o PIB não ultrapassou 1%, nos mantivemos num padrão tecnicamente considerado pleno emprego.

O bolo até que tem crescido – mas não o suficiente. E seus frutos, compartilhados gradativamente por amplas parcelas da população – mas ainda aquém das verdadeiras necessidades do povo brasileiro. Importa avançar a passos consistentes e rápidos, para assegurar a sustentabilidade do crescimento com inclusão social.

Para tanto, urge corrigir a relação PIB/investimentos. Países como a China, que crescem a taxas elevadas, conseguem investir em torno de 40 por cento do PIB. No Brasil, mal chegamos a 19%. É preciso atingir pelo menos 25% em curto prazo. Isso em proveito da retomada do desenvolvimento industrial e do revigoramento da infraestrutura. Reduzir os custos da produção com medidas como a recentemente adotada em relação ao preço da energia. Incrementar a inovação tecnológica para modernizar e aumentar a produtividade do parque industrial.

O fato é que a ministra tem boa dose de razão – como os fatos comprovam; e é bom que ela assim se pronuncie e que os brasileiros e brasileiras sinceramente interessados no progresso do País com soberania e inserção produtiva da maioria aprofundemos o tema que, afinal, se impõe no debate de ideias.

Obesidade

Quase metade da população brasileira está acima do peso e 15,8% é obesa, revela pesquisa do Ministério da Saúde. É preciso reagir.

O poeta e o tabagismo

Evitável veneno de cada dia
Luciano Siqueira

Publicado no Blog da revista Algomais

 
Antonio Maria certa vez escreveu que mereciam sua confiança os bêbados e os poetas. Faltou ao cronista acrescentar: porém nem sempre. Bêbados erram, poetas também.

Mario Quintana, poeta da sensibilidade e da leveza, entrou numa tremenda contra mão ao recitar: “Desconfia dos que não fumam;/esses não têm vida interior, não tem sentimentos./O cigarro é uma maneira sutil,/e disfarçada de suspirar.”

Pode ser, poeta, sinal de vida interior - mas não o único. Há muitas outras maneiras de curtir a própria subjetividade, sem os efeitos danosos do tabaco. Aliás, o hábito de fumar, dizem os estudiosos do assunto, surgiu na Inglaterra por volta de 1580 – até então, a vida interior de que fala Quintana se expressava por outros meios...

Quantas canções, quantos poemas, quantas cenas clássicas no cinema, quantas passagens marcantes na litaratura?... O cigarro tem inspirado a arte ao londo tempo, conferindo charme e estimulando a imaginação. Mas o danado é que mata muita gente. Fumantes e não fumantes em ambiente contaminado pela letal fumaça, 3 milhões de pessoas no mundo anualmente. Mais do que AIDS, acidendentes de trânsito, cocaina, heroina, alcool e suicidios.

Um cigarro contém cerca de 4.720 substâncias tóxicas, todas maléficas, e uma delas, a nicotina, provoca dependência física e psicológica.

Segundo a PNDA (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), em 2008 o Brasil atingira a marca de 24,6 milhões de fumantes contumazes nas faixas etárias a partir de 15 anos (17,2% da população nessa idade), dos quais 15,1% fumantes diários.

A dependência da nicotina começa cedo. Aproximadamente 90% dos fumantes se sentem compelidos a fumar dos 5 e os 19 anos de idade.

Os dados epidemiológicos assustam. A organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) estima que no Brasil o cigarro concorre para 30% das mortes por câncer (90% por câncer de pulmão); 25% por doença coronariana; 85% por doença pulmonar obstrutiva crônica; e 25% por AVC (acidente vascular cerebral).

Melhor não citar mais dados assim tão tenebrosos. Até porque o tabagismo tem caído aqui e mundo afora, na esteira da propaganda contra e de medidas restritivas.

Dado o recado, continua valendo a crença de que os poetas e os bêbados – seres sinceros por natureza – continuam em alta em nosso conceito. Assim como o sempre lúcido Quintana, que nos conduz na rica e prazerosa senda da combatividade mesclada com a ternura e a alegria de viver.

Problema crucial

. Eis uma questão crucial para que possamos levar o crescimento econômico a padrões mais elevas e sustentáveis: a produtividade de nossa indústria.
. O Valor Econômico noticia hoje que a evolução da produtividade contribuiu pouco para o crescimento econômico do país, citando um estudo do Boston Consulting Group.
. De 2001 a 2011 o ganho de produtividade foi responsável por apenas 26% do crescimento médio de 3,7% do Produto Interno Bruto (PIB) no período. Os demais 74% foram resultado do aumento da população empregada.
. A proporção é praticamente in­versa à exibida pela Coreia do Sul, onde a elevação de produtividade respondeu por 72% do crescimento no mesmo pe­ríodo. Na China a participação do ganho de produtividade foi de 93%.
. Verifica-se um nível de pro­dutividade praticamente estagnado no período. O estudo indica ainda que os setores ligados a recursos naturais — mineração, extração de petróleo e agricultura — foram responsáveis por cerca de metade do ganho anual mé­dio de produtividade de 1% na última década no Brasil.

Boa tarde, Carlos Pena Filho

A solidão e o seu desgaste

Frequentador da solidão, às vezes
Jogava ao ar um desespero ou outro,
Mas guardava os menores objetos
Onde a vida morava e o amor nascia.

Era uma carga enorme e sem sentido,
Um silêncio magoado e impermeável...
A solidão povoada de instrumentos,
Roubando espaço à andeja liberdade.

Mas, hoje, é outro que nem lembra aquele
Passeia pelos campos e os despreza
E porque sabe com certeza clara,

O princípio e o fim da coisa amada,
Guarda pouco da vida e o que retém
É só pelo impossível de eximir-se.

Lei Seca mais rigorosa

. Bom que seja assim. O Contran publicou ontem portaria que aperta o rigor na aplicação da Lei Seca.
. O condutor de veículo que consumir qualquer quantidade de álcool e for parado nas blitz será multado. A determinação é que o motorista terá cometido infração se tiver 0,01 miligramas de álcool para cada litro de ar expelido dos pulmões na hora de fazer o teste.
. Porém estabeleceu, na regulamentação, que o limite de referência será de 0,05 miligramas – prevenindo eventuais diferenças dos aparelhos usados, ou seja, considerando a “margem de erro”.

Nem tudo o que reluz é ouro na cena política

A quem interessa semear o conflito?
Luciano Siqueira

Publicado no Blog da Folha
 
O conflito a que me refiro é entre partidos integrantes da base de apoio da presidenta Dilma. Especialmente entre o PSB e o PT e/ou o PMDB. Seja em torno da cabeça de chapa na próxima eleição presidencial, seja na ocupação da vice.

A discrepância de interesses partidários nesse aspecto até que existe, como é natural. Mas não na dimensão e no formato que se procura antecipar, tingindo a cores pesadas diferenças de opinião acerca de questões pontuais. Ou nem isso, uma vez que basta um líder de uma dessas agremiações aliadas opinar sobre o desempenho da economia em termos afirmativos para se concluir (sic) que se trata de divergência fadada a provocar uma futura dissidência em relação ao PT.

Nunca é demais repetir: partidos aliados, no governo ou na oposição, têm o direito e, mais que isso, o dever de expressar com nitidez a opinião sobre questões candentes – até como contribuição ao debate destinado a ajustar rumos e a aprimorar a unidade em torno os propósitos comuns. Unidade é algo vivo, multicolor – jamais cinza, engessada.

Ora, se assim é, conforme a vida tem comprovado desde antanho, por que analistas respeitados ocupam tanto espaço na mídia vendendo gato por lebre e prenunciando a divisão da coalizão governista? Porque se envolvem, conscientemente ou não, pelo esforço  dos órgãos a que pertencem de socorrerem os enfraquecidos partidos de oposição, anêmicos nas ideias e tresloucadas nos rumos.

Faça você mesmo o teste. Percorra os jornais e blogs editados no sul do País e os locais. Veja também os de outras regiões. Ouça o noticiário da rádio e da TV de sua preferência. Em pouco mais de uma hora você constatará essa coisa estranha: a pauta é a mesma, verdadeiro pensamento único de oposição, com raras diferenciações, é despejado sobre ouvintes, leitores, telespectadores e internautas. Assim, a intriga ganha ares de verdade e se semeia a impressão de que vem tormenta por aí e que uma dissidência pode ocorrer.

Tem mais: para completar os maus prenúncios, uma avalanche de previsões pessimistas sobre o desempenho da economia, na suposição de que se o PIB não crescer, a inflação fugir ao controle, o consumo cair e o emprego estagnar a presidenta Dilma sofrerá ameaças na provável candidatura à reeleição.

A estratégia é até bem urdida, mas esbarra na realidade concreta – esta sim, pesa na consciência e no estado de ânimo da maioria dos brasileiros, que experimenta melhoria em suas condições de existência. Entre a fantasiosa cantilena midiática e a experiência cotidiana, não vacila – e por isso dá respaldo à presidente e contribui, direta ou indiretamente, para que as forças governistas permaneçam juntas.

Caminhos

A quarta-feira é de Susana Meireles: “Quando eu amo/eu me perco/e se não amo/não acho o caminho de volta.”

Um passo pelo direito à comunicação

Diário de Pernambuco:
O Recife vai ficar digital
Projeto de R$ 46 mi deve deixar 80% da capital pernambucana via web até 2015. Confira as mudanças
. Uma cidade em rede. Esse é o Recife Digital, projeto da prefeitura que deverá deixar 80% do município conectado até dezembro de 2015. Com ele, o recifense poderá marcar consultas médicas nos postos de saúde, imprimir notas fiscais eletrônicas, conferir o horário de ônibus e metrôs, monitorar o trânsito em tempo real e até conferir o boletim das crianças matriculadas em escolas municipais. O primeiro passo para a concretização da iniciativa foi dado no início desta semana quando o prefeito Geraldo Julio apresentou o plano ao ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, que declarou apoio a ideia, orçada em R$ 46 milhões.
. Até junho, a primeira ordem de serviço deverá ser assinada pelo ministério. A partir daí, o grupo de planejamento estratégico do projeto, formado por integrantes de várias secretarias municipais, divulgará o cronograma das ações. De acordo com Antônio Alexandre, secretário de Desenvolvimento e Planejamento Urbano, o Recife Digital tem três focos. O primeiro é a prestação de serviços para a população, que será facilitada.

. O segundo foco é o aperfeiçoamento da gestão, que terá todo seu sistema operacional interligado. “Vamos ter centros de controle que irão fiscalizar trânsito, segurança, pontos de alagamento, buracos, postes quebrados, sujeira em vias públicas. Isso vai nos ajudar a resolver os problemas de forma mais rápida e irá permitir uma prevenção de maiores transtornos”, explica Antônio Alexandre.
. Já o terceiro ponto é a inclusão sociodigital, uma vez que a internet wi-fi será livre nas escolas municipais e nos pontos turísticos da cidade. “Aliado ao projeto de infraestrutura, também iremos fornecer aos alunos do ensino fundamental II (Do sexto ao nono ano) tablets. E eles poderão utilizar a rede durante as aulas, realizando atividades especiais organizadas pelos professores”, detalha o secretário.
. A população também poderá ter acesso gratuito à rede wi-fi, mas este benefício deverá ser vinculado à quitação de impostos como o IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano) e o ISS (Imposto sobre Serviços). “Estamos avaliando de que forma liberar o uso para os cidadãos, mas uma das possibilidades é como bônus, por estarem em dia com os tributos municipais”, revela Antônio Alexandre.
. O secretário ressalta ainda que essa rede municipal será composta de uma série de softwares e hardwares e que, uma vez implantada, poderá ter múltiplos usos. “Nosso esforço inicial será criar e disponibilizar o projeto, tanto do ponto de vista técnico quanto prático. Depois, vamos ajustar os programas e portais para que todos se tornem um canal direto entre os moradores da cidade e a prefeitura. Assim, se em determinada rua a luz dos poste está queimada, o morador poderá entrar no portal integrado e comunicar diretamente ao órgão responsável. Isso nos dará um quadro dinâmico da cidade e ajudará os recifenses no dia a dia”, completa Antônio Alexandre. Os primeiros bairros a receber a estrutura do projeto deverão ser divulgados até junho.

29 janeiro 2013

Cumprindo o dever

Saúde: Geraldo inicia construção de quatro Upinhas 24h

. Mais um compromisso assumido durante a campanha eleitoral começa a ser tirado do papel pelo prefeito Geraldo Julio. Depois de iniciar a construção do Hospital da Mulher, do primeiro Compaz, e de promover um grande mutirão de limpeza na cidade, Geraldo anunciou hoje (29) as quatro primeiras Upinhas 24h a serem construídas na capital pernambucana – serão 20 ao longo do mandato. O prefeito vistoriou, nesta manhã, o terreno onde será erguida a primeira unidade, na Avenida Norte, Morro da Conceição, em frente à Praça do Trabalho.
. Geraldo também assinou a desapropriação do local e de outros três terrenos onde funcionarão Upinhas 24h, no Córrego do Jenipapo, Fundão e Bomba do Hemetério; todos na Zona Norte.
. Cada Upinha 24h custará R$ 1,8 milhão à Prefeitura. Parte dos recursos já foi assegurada via emendas parlamentares, destinadas por senadores, deputados federais e estaduais. A obra das unidades deve começar dentro de 90 dias. A previsão é que elas sejam entregues à população até o fim do ano.
Do portal da PCR

A força do turismo

. A demanda por viagens, hotéis e paco­tes de viagem cresce em ritmo tão acele­rado que as agências tradicionais ofere­cem cada vez mais serviços pela internet, enquanto as empresas on-line abrem lo­jas físicas para atrair consumidores que resistem a comprar pelo computador – informa o Valor Econômico, hoje.
. O resultado é uma intensificação na concorrência entre grandes companhias do setor, como Decolar.com, Hotel Urba­no e CVC. Neste ano, os negócios de turis­mo on-line devem movimentar mais de R$ 11 bilhões no Brasil, segundo previsão da consultoria E-consulting.
. As empresas projetam crescimento expressivo neste ano, entre 26% e 35% em relação a 2012. 0 potencial do mer­cado ainda é enorme. Estima-se que só 15% das passagens aéreas sejam vendi­das pela internet no país.

Um clássico da fotografia

Cartier-Bresson

Palavra de poeta

A terça-feira é de Vinícius de Moraes: “Amo-te, enfim, com grande liberdade/Dentro da eternidade e a cada instante.”

TI para uma gestão mais eficiente

Geraldo obtém apoio de ministro para implantar projeto Recife Digital

Em audiência com o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, nesta segunda-feira (28), em Brasília, o prefeito do Recife, Geraldo Julio, e o secretário de Desenvolvimento e Planejamento Urbano, Antônio Alexandre, acertaram a implantação do programa Recife Digital. Orçado em R$ 46 milhões, o projeto de inclusão sócio-digital prevê a integração de todos os órgãos e secretarias municipais, além de ofertar uma série de serviços inéditos para a população.

As iniciativas abrangem 11 áreas, entre elas as de mobilidade, habitação, saneamento, meio ambiente, segurança, saúde e educação. Destaque para a criação da Central de Comando e Controle, o monitoramento dos pontos de risco e das áreas de alagamentos, a comunicação digital entre escolas e unidades de saúde, além do videomonitoramento da cidade e uma cobertura de wi-fi gratuita em 80% do Recife.

“Mais que um série de softwares e hardwares, o Recife Digital será uma importante ferramenta de gestão. O projeto vai nos permitir abrir novos canais de diálogo com a população. Ela poderá fazer reclamações e sugestões via web, ao mesmo tempo em que a Prefeitura vai fornecer mais informações aos cidadãos e ter uma avaliação em tempo real dos serviços oferecidos por ela”, explicou Geraldo
.

No portal da PCR

28 janeiro 2013

Fruto da eficiência

. Geraldo com Dilma e no Banco Mundial: R$ 423 milhões para obras no Recife.
. Para uma cidade fisicamente organizada e mais humana.

Santa Maria, luto

Tragédia de Santa Maria: 231 sonhos tragados pelo fogo. Brasil de luto. Os dias nascem cinzentos, engolidos pela noite de angústia sem fim.  

27 janeiro 2013

Religião & dinheiro

. Igrejas católicas e evangélicas, arrecadam R$ 20 bilhões no Brasil em um ano. A informação está na Folha de S. Paulo de hoje.
. Apenas em 2011, arrecadaram R$ 20,6 bilhões, valor superior ao orçamento de 15 dos 24 ministérios da Esplanada - ou 90% do disponível neste ano para o Bolsa Família.
. Equivale a metade do Orçamento da cidade de São Paulo e fica próxima da receita líquida de uma empresa como a TIM.

Domingo é dia de conto

Dama de Vermelho
Por Marco Albertim, no Vermelho www.vermelho.org.br

A memória está sempre à espreita, carrega consigo as chances de apalpar uma ou outra lembrança. Inda que distante a lembrança, o traço que fora sua causa segue o juízo para estorvo ou conforto do portador. No caso que segue, deu-se o conforto, visto que o portador, já sem o conchego do que imaginara ser fruto de urdumes íntimos, familiares, viu-se tão só quanto o poente que some sem a prenhez do verso que soprara na véspera.

A tarde já sumira. À sombra dos fícus de troncos grossos, meia dúzia de meninos, gritando, insistia em permanecer ali, sem a claridade do dia guiando a sonoridade de cada voz. O sabiá se calara, dois a três pardais, arrufando, rendiam-se ao escuro das folhas. O coreto, no centro da praça, de tão pardo-escuro, sequer simulava espectros. Vozes mudas, gastas no tempo e por isso mesmo com queixas, teimavam por mais um folguedo, antes de o mato taludo cobrir a terra, cercar bancos e coreto e só o vento cúmplice soprando a lembrança do que fora a distração dos sentidos. Os meninos, em fuga, curvaram-se à transição para a noite.

Só a dama de vermelho sentou-se no banco de tiras roliças de madeira; sentou-se sem apoiar as costas no encosto, rendendo-se em parte ao sorvo da hora. O tecido do vestido, inda que carente de luz, não deu sinais de rendição apesar do cerco da palidez da terra. Nutriu-se da própria cor, como se encorajado pela energia solta na porosidade da dama.

O vermelho sobrevivente ao escuro luziu. Ela levantou-se logo que se viu descoberta. O moço, do outro lado do coreto, mais distante do que ela na proximidade do banco para o coreto, distinguiu-a com cintilação nos olhos também. Viu-a inerte. O vestido balouçante levou-o ao tremor discursivo da bandeira vermelha no Palácio de Inverno. A dama não discursou, mas o riso que desatou, feliz, foi o mesmo de quem tem no propósito uma posse iminente.

Se difusos fossem os cumprimentos, nada ali estranharia as faces submissas dos dois. Mas, ora... Os olhos se abriram feito a lua ainda indecisa de sua força, à cata de súditos. Não houve choro, mas as pupilas fenderam-se no transe da rica coincidência entre a linguagem dos olhos, do juízo e do coração. Os sentidos, sublevados, fizeram murchar mais ainda caules e corolas nos canteiros suspensos entre um banco e outro.

Os sinos da igreja do outeiro, conformados à mudez de mais de uma vintena de anos, caíram num silêncio tão fundo quanto a sentença do infinito sobre a torre da Igreja do Carmo. A praça do mesmo nome, objeto de estudos para encenações teatrais, súbito quedou-se em sua perplexidade muda e cúmplice.

Os dois se olharam sem crer na própria fortuna. O rubor do tecido da dama, junto com seu frescor, incidiu nos olhos do moço a flama de uma juventude descaída na Travessa da Matriz. Lá, ele ouvira o grito tenro da moça ainda viçosa e longe de ser nubente. Ouvira-a imprecar contra o que ajuizara ser próprio de sua sisudez precoce.

Agora, abraçando seu corpo convencido de que tinha a força para se vingar dos anos. Difícil foi dizer o seu nome, porque os anos arrancaram-lhe o caro costume.

A memória ajuntou as prédicas do pároco no altar, na esquina da Travessa; sem mencionar seus nomes, mas sentenciando-os a uma troca de olhares furtivos. As prédicas ditando costumes, afastou-os; com o apoio da oração da mãe, do quiri nos olhos do pai.

Já fora da praça, na calçada, a luz do poste flagrou-os de mãos dadas. Subir a ladeira de paralelepípedos para a rua de São Bento, deu-lhes a certeza de uma vindita legítima, própria de quem evitara o precipício. A conversa deu-se franca, inda que escassa por força do transe. Na veia dos dois, o sangue quis se rebelar contra o confinamento da pele. Suaram a sordidez dos anos, sôfregos, zelosos dos traços que o tempo não tivera força para fazer sumir de seus rostos.

O vinho português servido por Jaime, setubalense, convenceu-os de que também na terrinha de além-mar, a bandeira rubra há de tremular. Como o vestido rubro de Josy, confundindo os meus sentidos. Na varanda do restaurante, ouvindo o ensaio da Pitombeira.

Agora o vento sopra com a mesma prenhez da véspera, carregado de perfumes.

Canto poético

O domingo é de Cecília Meireles: “Eu canto porque o instante existe/e a minha vida está completa./Não sou alegre nem sou triste:/sou poeta.”

Por amor ao Recife


No Diário de Pernambuco: 10 atitudes à sua mão para tornar nossa cidade mais humana http://goo.gl/GcbFU

Palavra segura

Boa entrevista do secretário de Mobilidade e Controle Urbano, João Braga, hoje, no Jornal do Commercio. Experiência e amor à cidade.

26 janeiro 2013

Uma bela canção

Música e poesia em fim de noite: Ney Matogrosso, “Poema dos olhos da amada” http://migre.me/cU6Mw

A questão urbana em destaque

No Vermelho, por Renato Rabelo:
Presidente do PCdoB fala da parceria com prefeitos e vices


O esforço dedicado a este Encontro – prefeitos, vice-prefeitos – tem como finalidade o conhecimento e debate dos temas e desafios enfrentados pelos governos municipais. Um trabalho conjunto em que a Direção Nacional do PCdoB, em parceria com os prefeitos recém-eleitos, se empenha na elucidação das políticas públicas no âmbito municipal. É uma oportunidade também para o conhecimento mútuo entre a Direção do Partido, prefeitos, vice-prefeitos e auxiliares.

A pauta da questão urbana não é nova. Desde o final da década de 1970 vem ganhando força a problemática das cidades, notadamente nos últimos dez anos quando o problema do estrangulamento das cidades foi ficando latente na mesma proporção em que a imposição da receita neoliberal foi fazendo sentir seus efeitos na década de 1990.

Para o PCdoB podemos definir como desafio urbano um conjunto que envolve desde a identificação dos problemas gerais da exposição urbana, passando pela elaboração de caminhos que nos capacitem ao desafio de governar, além do exercício de amplitude política, que consideramos essencial para vencer as eleições, mas, sobretudo para bem governar.

É recente a experiência do PCdoB na condução dos governos municipais. A mais antiga e duradora é da prefeitura da cidade de Olinda, que se tem como referencia desde o ano de 2000. Trata-se de pouco mais de uma década na qual vamos construindo nossa marca de governar. E o PCdoB vem se empenhando para avançar na elaboração sobre a temática urbana.

Sabemos que hoje, pela situação a que chegamos, os problemas do município são de uma ordem que demanda soluções quase instantâneas. Essa é uma questão candente.

A compreensão das diferentes realidades urbanas no caso do Brasil passa pela origem da marcha de modernização do país, ou seja, o seu processo de industrialização, que tomou impulso candente a partir da década de 1930. Visto também, que uma grande anomalia deste curso modernizador foi justamente pelo mesmo ter ocorrido sem uma prévia reforma agrária.

A resultante inerente a este processo encontra-se na relação entre uma rápida formação de capital, medido por extraordinários efeitos multiplicadores. Gerando dois movimentos paralelos: 1) o da ativação de grande parcela da população pela desagregação da economia rural e 2) o de intensa urbanização.
 

Leia o texto completo http://goo.gl/tj4zE

No front das ideias

Plinio Palhano
No Vermelho, por Eduardo Bomfim:
Para além da economia

 
A vida tem demonstrado que sem crescimento econômico não existe produção da riqueza nacional, inclusive nos Países emergentes, prevalecendo um desenvolvimento insuficiente.

Os caminhos para a superação dessa etapa não são fáceis porque há no interior das nações segmentos que se opõem ao avanço. São grupos minoritários que auferem lucros fabulosos com o estágio incompleto de autonomia e independência das nações.

Esses são os conglomerados financeiros-industriais, vários fazem parte de estruturas globais monopolistas, exercem o controle dos negócios internacionais, dos rumos das finanças mundiais.

À soberania de uma nação exige-se muita determinação, um plano estratégico de crescimento econômico onde os interesses das maiorias prevaleçam sobre as estruturas arcaicas que obstaculizam a superação da situação vigente.

É luta difícil envolvendo aliados heterogêneos, adversários fortes, e o manejo da arte, ciência política, é testado porque no campo retrógado existe ainda o complexo ideológico-midiático hegemônico externo-interno, produzindo versões relativas aos próprios interesses, sobre fatos, política, economia etc.

Mas com o dogma mundial neoliberal adveio o fenômeno de uma civilização regressiva anterior à 2a guerra mundial, à derrota do fascismo, emergindo um tipo de sociedade centrada no mercado, totalitária, com novos métodos de subjugação coletiva, individual.

As ideias caras à humanidade, invertidas, passaram ao controle do capital global, invadem-se nações em nome da democracia, promove-se a extinção das garantias individuais substituídas pela segurança, a concessão de existir em troca do direito de viver, com brindes de políticas compensatórias.

Exacerbam-se perigos, reais ou fictícios, como se fossem "naturais" ao desenvolvimento humano e não resultantes do retrocesso civilizatório.

Propagam a cultura da incerteza, riscos de epidemias, medos difusos, produzindo o fenômeno de cidadãos atomizados, muitos temerosos do convívio coletivo, execram os avanços científicos, o progresso das sociedades.

Assim é decisiva a formação de um campo social majoritário empenhado num projeto nacional transformador crítico à ordem global totalitária, que permeia também o Brasil, consciente dos adversários, eleitorais ou não, mas essencialmente lutando pela alternativa de uma outra civilização, com a face brasileira, renovada, solidária, libertária.

24 janeiro 2013

Fora de tempo e de lugar

A morte e a infelicidade do ministro japonês
Luciano Siqueira

Publicado no Blog da revista Algomais

Verdade que a relação do homem com a morte ganha traços diferenciados conforme as múltiplas culturas e crenças espalhadas mundo afora. Os orientais têm fama de enfrentarem o inevitável fim da existência individual com muito mais serenidade do que nós outros habitantes do hemisfério ocidental. Aqui o indefectível evento é encarado dramaticamente.

Falta dizer que lá como cá sobre a morte se diz o que é razoável e também disparates, sobretudo quando o ser falante ocupa função pública e se deixa levar por rompantes inadequados.

Célebre é a afirmativa atribuída a Agamenon Magalhães “Quem não puder viver, morra”, negada pelos seus biógrafos. 

Na última segunda-feira, 21, em Tóquio, o ministro das Finanças japonês, Taro Aso, foi até mais enfático – e, segundo as agências de notícias, não pode negar o dito. Afirmou que deve ser permitido o idoso "apressar-se e morrer", ao invés de continuar, com sua indesejada (sic) existência, onerando o governo para cuidados médicos dispendiosos.

Ironicamente, Aso, que acumula o cargo de vice-primeiro ministro, ostenta bem vividos 72 anos de idade, o que obviamente o inclui entre os idosos. E não teve pejo em asseverar, em reunião do Conselho Nacional de Reformas da Segurança Social: "Deus nos livre se você é forçado a viver quando você quer morrer. Você não pode dormir bem quando você pensa que está tudo pago pelo governo", completou. "Isso não vai ser resolvido, a menos que você deixá-los se apressar e morrer", disse ele – segundo nota da Agência France Press. E, talvez para tranquilizar os presentes, anunciou: "Eu não preciso desse tipo de atendimento. Vou morrer rapidamente".

Faltou o indigitado e infeliz ministro esclarecer se pretende encurtar sua infeliz existência mediante o suicídio, nem qual método usará.

O danado é que seu país, o Japão, ostenta um quarto de sua população, estimada em 128 milhões de viventes, justamente na faixa dos 60 anos e mais.

No Brasil, os idosos somam aproximadamente 20 milhões. Imagine se altas autoridades da República seguirem o exemplo do senhor Aso e passarem a defender tese semelhante? Em matéria de atitude desastrosa, tudo é possível, embora não creia que isso venha a acontecer entre nós. Mas, como gato escaldado tem medo de água fria, apresso-me em concitar meus compatriotas de 60 anos e mais a nos unirmos em defesa prévia contra a tentativa de nos imporem o abreviamento dessa coisa fantástica que é a vida.

Boa tarde, Manuel Bandeira

Miró
Água forte

O preto no branco,
O pente na pele:
Pássaro espalmado
No céu quase branco.

Em meio do pente,
A concha bivalve
Num mar de escarlata.
Concha, rosa ou tâmara?

No escuro recesso,
As fontes da vida
A sangrar inuteis
Por duas feridas.

Tudo bem oculto
Sob as aparências
Da água-forte simples:
De face, de flanco,

O preto no branco.

No rumo certo

No Vermelho:
Dilma anuncia queda na conta de luz e conclama união pelo Brasil

A presidenta Dilma Rousseff disse nesta quarta-feira (23), em pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão, que o Brasil tem energia suficiente para o presente e para o futuro, “sem nenhum risco de racionamento ou qualquer tipo de estrangulamento, no curto, médio ou no longo prazo”.

Dilma anunciou que, a partir desta quinta (24), a conta de luz dos brasileiros terá uma redução de 18% para as residências e de até 32% para as indústrias, agricultura, comércio e serviços. Ela assinou nesta quarta um decreto e uma medida provisória com os novos índices de redução das tarifas.

A redução é maior do que a anunciada em setembro do ano passado. “É a primeira vez que isso ocorre no Brasil, mas não é a primeira vez que o nosso governo toma medidas para baixar o custo, ampliar o investimento, aumentar o emprego e garantir mais crescimento para o país e bem-estar para os brasileiros. Temos baixado juros, reduzido impostos, facilitado o crédito e aberto, como nunca, as portas da casa própria para os pobres e para a classe média”.

“No caso da energia elétrica, as perspectivas são as melhores possíveis. Com essa redução de tarifa, o Brasil, que já é uma potência energética, passa a viver uma situação ainda mais especial no setor elétrico. Somos agora um dos poucos países que está, ao mesmo tempo, baixando o custo da energia e aumentando sua produção elétrica”, enfatizou Dilma.

Segundo ela, os consumidores que são atendidos pelas concessionárias que não aderiram à prorrogação dos contratos – (Companhia Energética de São Paulo (Cesp); Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e Companhia Paranaense de Energia (Copel) – também terão a conta de luz reduzida.

A presidenta criticou duramente as previsões sobre a possibilidade de racionamento de energia por causa do baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas. Ela explicou que praticamente todos os anos as usinas térmicas, movidas a gás natural, óleo diesel, carvão ou biomassa, são acionadas com menor ou maior exigência para garantir o suprimento de energia do país. Segundo Dilma, isso é “usual, normal, seguro e correto”.

“Surpreende que algumas pessoas, por precipitação, desinformação ou outro motivo, tenham feito previsões sem fundamento quando os níveis dos reservatórios baixaram e as térmicas foram normalmente acionadas. Como era de se esperar, essas previsões fracassaram, o Brasil não deixou de produzir um único quilowatt que precisava. E agora, com a volta das chuvas, as térmicas voltarão a ser menos exigidas”, explicou.

A presidenta disse que o país irá dobrar em 15 anos a capacidade instalada de energia elétrica, que hoje é 121 mil megawatts. Segundo ela, no ano passado, o país colocou em operação 4 mil megawatts e 2,7 mil quilômetros de linhas de transmissão e, este ano, deve colocar mais 8,5 mil megawatts de energia e 7,5 mil quilômetros de novas linhas. “Temos contratada toda a energia que o Brasil precisa para crescer, e bem, neste e nos próximos anos”. Dilma também disse que o sistema elétrico brasileiro é um dos mais seguros do mundo porque trabalha com fontes diversas de produção de energia, o que não ocorre na maioria dos países.

Durante o pronunciamento, a presidenta também criticou os que, segundo ela, “são sempre do contra”, e não acreditavam que o governo conseguiria baixar os juros, aumentar o nível de emprego e reduzir a pobreza.

“Nesse novo Brasil, aqueles que são sempre do contra estão ficando para trás. Pois nosso país avança sem retrocesso em meio a um mundo cheio de dificuldades. Hoje podemos ver como erraram feio no passado os que não acreditavam que era possível crescer e distribuir renda, que pensavam ser impossível que dezenas de milhões de pessoas saíssem da miséria e não acreditavam que o Brasil virasse um país de classe média.”

Dilma disse que os que tentaram “amedrontar” os brasileiros com a queda do emprego ou a perda do poder de compra do salário também erraram e que “não faltou comida na mesa nem emprego”. Também citou a saída de 19,5 milhões de brasileiros da linha da extrema pobreza nos últimos dois anos.

“O Brasil está cada vez maior e imune a ser atingido por previsões alarmistas. Nos últimos anos, o time vencedor tem sido o dos que têm fé e apostam no Brasil. Por termos vencido o pessimismo e os pessimistas, estamos vivendo um dos melhores momentos da nossa história. E a maioria dos brasileiros sente e expressa esse sentimento.”

Na avaliação de Dilma, o país vai alcançar uma situação ainda melhor quando todos os brasileiros trabalharem para “unir e construir” e não para “desunir ou destruir”. “Por termos vencido o pessimismo e os pessimistas, estamos vivendo um dos melhores momentos da nossa história. Vamos viver um tempo ainda melhor, quando todos os brasileiros, sem exceção, trabalharem para unir e construir. Jamais para desunir ou destruir. Porque somente construiremos um Brasil com a grandeza dos nossos sonhos quando colocarmos a nossa fé no Brasil acima dos nossos interesses políticos ou pessoais.”

Matiz poético

Carlos Pena Filho: “Então pintei de azul os meus sapatos/por não poder de azul pintar as ruas,/depois, vesti meus gestos insensatos/e colori as minhas mãos e as tuas.”

Paladino de um pensamento revolucionário

Frei Caneca e a luta de ideias
Luciano Siqueira

Publicado no portal Vermelho www.vermelho.org.br

Dias atrás tive a satisfação e a honra de substituir o prefeito Geraldo Julio na cerimônia que homenageia, anualmente, o frade Joaquim do Amor Divino Rabelo, o Frei Caneca – seguramente um dos revolucionários mais importantes na construção da nacionalidade.

Frei Caneca foi, a seu tempo, o que chamamos hoje um quadro completo. Combinou como poucos a teoria e a prática; a busca criteriosa do conhecimento científico com a militância ativa pela transformação social. Teve participação importante na Revolução de 1817, em Pernambuco, que antecipou a proclamação da República e constituiu um governo autônomo em relação à Coroa portuguesa. Acusado de haver cumprido a missão de “capitão de guerrilha”, com a derrota do movimento, foi preso e levado para a Bahia, onde permaneceu encarcerado por quatro anos.

Em liberdade a partir de 1821, prosseguiu sua militância rebelde, inserindo-se nos movimentos que eclodiram então, culminando com a Confederação do Equador, em 1828, página gloriosa das lutas libertárias em território nordestino, com epicentro em Pernambuco. Em razão de graves problemas econômicos e sociais e de crescente aspiração autonomista, a Constituição de 1823, promulgada por Dom Pedro I, de caráter autoritário e ultra centralizador, assanhou ânimos e provocou novo impulso revolucionário.

Em 2 de julho de 1824 os autonomistas proclamaram a independência da Província de Pernambuco e desenharam um novo poder inspirado na Constituição do Equador, de feição republicana. Pretendia formar um Estado republicano que englobasse as províncias do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, Paraíba, além de Pernambuco. Apenas algumas vilas da Paraiba e do Ceará aderiram.

Considerado ideólogo do movimento, Caneca redige texto sobre o que deveria ser a República – peça de conteúdo avançadíssimo, de caráter democrático e popular.

Viria a ser arcabuzado em 13 de janeiro de 1825, no Forte de São Tiago das Cinco Pontas, no Recife.

Além da coragem cívica, da capacidade de aglutinar e despertar seus compatriotas para a luta, Caneca foi um gigante do debate de ideias. Além de estudioso, tendo se empenhado em redigir uma gramática e um compêndio de matemática, quando preso na Bahia, fundou, editou e divulgou o Typhis Pernambucano, impresso de 21 por 30 centímetros, que circulou de dezembro de 1823 a setembro de 1824. Como epígrafe, os versos de Os Lusíadas, de Camões, "Uma nuvem que os ares escurece/sobre nossas cabeças aparece." Como grande parte da população era analfabeta, o jornal era lido em voz alta, em praça pública.

Para Caneca, literalmente o movimento rebelde não teria consistência nem poderia lograr êxito sem a base de um ideário disseminado no seio do povo e por ele aceito como seu. Exemplo a ser seguido hoje, quando a supercialidade muitas vezes alimenta um pragmatismo estéril.

23 janeiro 2013

Pressão necessária

A voz dos que vivem do trabalho
Luciano Siqueira

Publicado no Blog de Jamildo (Jornal do Commercio Online)

Economia aquecida significa mais oportunidades de trabalho e aumento da massa salarial. Sim ou não? Depende.

Que o incremento das atividades econômicas representa a possibilidade de expansão do emprego é verdade. Sobretudo numa economia em boa parte apoiada em atividades extensivas como a brasileira. E, de fato, nos dias que correm, mesmo com a queda de crescimento do PIB em 2012, o mercado de trabalho vive uma situação considerada tecnicamente de pleno emprego, com a carência de postos de trabalho variando em torno de 5%. Isto em comparação com os países da Europa, atolados em crise estrutural profunda, é uma vantagem considerável.

Porém quando assim acontece, não significa que a massa salarial cresça na mesma proporção. No meio do caminho tem a avidez do capital por mais valia, atenuada ou não pela capacidade reivindicatória dos trabalhadores. O que acontece hoje em Suape, aqui em terras pernambucanas, é exemplo emblemático. Vira e mexe explodem revoltas motivadas justamente pela má remuneração e condições de trabalho aviltantes.

Suponhamos que, numa expectativa otimista, as metas de crescimento do governo venham a ser alcançadas neste ano que se inicia. Os trabalhadores podem melhorar suas condições de existência, ou não - a depender da capacidade de suas entidades representativas organizarem a pressão reivindicatória.

Nesse sentido há uma boa notícia. Hoje, quarta 23, em São Paulo, representantes de cinco centrais sindicais fazem reunião destinada a fixar a agenda de mobilizações da classe trabalhadora para 2013. Presentes a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), CUT, FS, UGT e NCST.

Sinal de que farão a sua parte através de iniciativas unitárias. Discute-se, inclusive, a realização de uma grande marcha a Brasília, no dia 6 de maio, quando levarão ao Palácio do Planalto documento com as principais reivindicações dos trabalhadores.

Claro que interessa ao mundo do trabalho um crescimento do PIB em torno de 4,5%, como propugna a presidenta Dilma. Daí apoiar em a política de juros gradativamente reduzidos e o estímulo à produção e ao consumo. Mas os trabalhadores também desejam que os frutos do aumento da riqueza cheguem aos seus lares. A reposição de níveis salariais compatíveis com a inflação e a garantia de que isenções fiscais temporárias a segmentos industriais impliquem contrapartida na manutenção e na ampliação da mão de obra contratada, por exemplo, são pleitos mais do que justos, além de oportunos.

A voz dos que vivem do trabalho precisa ganhar as ruas e ecoar em toda a Nação. Para que o progresso econômico seja socialmente válido.

PIB baixo e pleno emprego

Opinião econômica/Ceplan:
Crescimento e desemprego
Jorge Jatobá


Convivem hoje no país duas situações aparentemente contraditórias. Como explicar o paradoxo de estarmos vivenciando simultaneamente baixos níveis de crescimento da economia e baixo desemprego? Para o país como um todo há três explicações e para Pernambuco uma especificidade.

A primeira explicação é que o Brasil está completando a sua transição demográfica. Estamos colhendo os resultados da queda da taxa de fecundidade que se apresenta como um bônus demográfico. Entre 1970 e 2010, o número de filhos nascidos vivos por mulher em idade reprodutiva despencou de seis para um pouco menos de dois. Isso significa que a população brasileira está crescendo menos e envelhecendo. Este envelhecimento se manifesta pela queda na participação de crianças e jovens (até 24 anos) e pelo aumento do peso relativo das pessoas com idade superior a 65 anos no total da população. Do ponto de vista do mercado de trabalho isso significa que se reduziu substancialmente o crescimento da população em idade de trabalhar (10 anos e mais) e da força de trabalho, ou seja, das pessoas que estão ocupadas e em busca de trabalho. Em outras palavras, a oferta de trabalho está crescendo menos.
 
A segunda explicação reside no lado da demanda. A despeito da queda do ritmo da atividade econômica, o crescimento da população ocupada ainda é maior do que a oferta de trabalhadores. Os setores que lideram o estoque e o crescimento do emprego são os de serviços, comércio e construção civil.  Comércio e serviços estão sendo puxados pelo crescimento do consumo resultante da política de aumento real do salário mínimo, das transferências para pessoas e famílias e pela elevação dos rendimentos dos trabalhadores decorrente do dinamismo do mercado de trabalho. A construção civil está crescendo em consequência da onda de investimentos que está afluindo para estados como Pernambuco, Maranhão e Rio de Janeiro, das obras relacionadas à Copa de 2014 e dos investimentos em infraestrutura que, a despeito da baixa execução, estão em curso no país (rodovias, usinas hidroelétricas, etc.).

A terceira explicação está na decisão dos empresários de, ainda, não demitirem. Existe a expectativa de melhor desempenho da economia brasileira nos próximos meses, o que aliado aos altos custos de demissão conduzem os empresários a reduzirem horas extras e turnos de trabalho, mas não a demitir até mesmo porque se errarem no cálculo da retomada econômica vão ter que readmitir trabalhadores com maiores custos, inclusive de recrutamento e treinamento. Portanto, muitos empresários, sobretudo na indústria estão
guardando sua mão de obra na expectativa de que dias melhores virã
o. Mas essa atitude tem limites de tempo e de custo.

Em Pernambuco aplicam-se também as duas primeiras explicações. A especificidade do Estado decorre do boom de investimentos em atividades produtivas e em infraestrutura. Em Pernambuco o crescimento do emprego vem sendo puxado pela construção civil que tem enfrentado escassez crescente de trabalhadores, tendo sido necessário aumentar o patamar de remuneração para atraí-los tanto localmente quanto de outras regiões do país. Não é por outra razão que a despeito do baixo nível de escolaridade média da força de trabalho, a taxa de desemprego na Região Metropolitana do Recife (PED; RMR) é a mais baixa da série histórica. Essa taxa deverá ter uma rigidez maior para baixo nos próximos meses por causa do seu caráter residual. Só não tem conseguido emprego aqueles trabalhadores que não possuem qualificações mínimas para ocupar um posto de trabalho, mesmo na construção civil.

Para o país com um todo já há sinais de que o crescimento da ocupação está se desacelerando e de que a
guarda da mão de obra pelas empresas está
se esgotando. Mas o bônus demográfico veio para ficar. Quando empresários pararem de admitir e começarem a dispensar os seus trabalhadores nem o bônus demográfico evitará que o desemprego volte a subir. Esperemos que isso não aconteça em 2013.

Para Pernambuco as perspectivas são melhores, pois os investimentos, embora em menor ritmo, continuarão nos próximos três anos e, paralelamente, novas unidades começarão a operar. O mercado de trabalho vai continuar atraente, mas não para os mesmos trabalhadores que estão ajudando a construir a nova economia de Pernambuco. Novos desafios estão à frente.
Jorge Jatobá é Economista e Sócio da CEPLAN