30 abril 2019

Universidade resiste


Entidades e lideranças reagem contra censura nas universidades do país. Os meios acadêmicos e políticos do país reagiram com indignação a posição do ministro da Educação (MEC), Abraham Weintraub, de cortar recursos de universidades que não apresentarem desempenho acadêmico e que promoverem “balbúrdia” em seus campus. Na rede social, a União Nacional dos Estudantes (UNE) lamentou as declarações do ministro. “‏Balbúrdia é faltar comida no bandejão, ter corte nas bolsas de pesquisa, é tirar investimento de cursos de humanas e perseguir professores. Balbúrdia é desrespeitar a educação”, diz a entidade. Leia mais https://bit.ly/2vrlI6c

Esquerda vence na Espanha. No Brasil, a palavra de Lula



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Drama

‘1 em cada 4 trabalhadores é subutilizado no Brasil, diz IBGE. Total de 28,3 milhões de brasileiros nessa situação é recorde’ [E quem disse que a reforma da previdência é a solução está mentindo.]

29 abril 2019

A revolução Laura


Qual liderança política, quando reina a treva, reúne, em cidades de diferentes regiões, pessoas às centenas em volta de um livro? Infelizmente, no momento, somente uma: Manuela d’Ávila. Quem é o público: Na maioria, são mulheres, mas também homens. Em grande parte, são jovens, mas também gente de todas as idades. Filas se formam para comprar “Revolução Laura”; quando está em crise o mercado livreiro. Brilha um livro quando a pedra lascada promete dar baixa nos cursos de Ciências Humanas, agride e persegue a cultura, enxerga a universidade como inimiga da pátria e ambiciona fazer da Educação o reduto de uma seita que renega as ciências. Leia aqui https://bit.ly/2vqKuTY  

Em baixa


Rejeição a Bolsonaro cresce mais rápido entre os pobres, diz jornal. Com base nas pesquisas do Ibope, o jornal o Estado de S.Paulo faz uma análise nesta segunda (29) na qual Bolsonaro tem queda maior de popularidade entre os nordestinos e eleitores com baixa escolaridade e renda. Laia mais https://bit.ly/2UODXwu

Quizumba

— Bolsonaro desautoriza secretário da Receita e diz em vídeo que não vai criar novo imposto. 
— E precisava divulgar um vídeo sobre isso?
— Nesse governo, sim. Tudo se resolve nas redes sociais e na base da intriga.

Sempre é tempo

— STF desconfia que há muita grana financiando campanha de difamação da Corte nas redes sociais.
— Só agora desconfia?
— Antes tarde do que nunca. 

Frustração

— Nas vésperas da posse de Bolsonaro 75% dos brasileiros acreditavam que ele faria um bom governo.
— E agora?
— Apenas 35% acham o governo bom.
— Uma baita decepção!

Veneno

— Meu maior receio é o de comermos cada vez mais veneno.
— Por que?
— O governo já liberou o uso de 28 agrotóxicos, alguns deles proibidos nos EUA e na Europa.
— O lema de Bolsonaro é “multinacionais acima de todos”...

A palavra de Luciana


O ataque do governo Bolsonaro à cultura, ao conhecimento e às ciências não é algo aleatório, fruto apenas de ignorância ou de um exotismo qualquer. Trata-se de um projeto. Para além do seu desdém pela universidade pública e pelos temas relacionados à subjetividade e à identidade de nosso povo, o presidente quer minar o pensamento crítico e a capacidade de reflexão dos brasileiros – afirma Luciana Santos em artigo no portal Vermelho. Leia aqui http://www.vermelho.org.br/noticia/320122-1

Convergência combativa


Centrais sindicais aprovam greve geral contra a reforma previdenciária. Para o presidente nacional da CTB, Adilson Araújo, “a unidade é essencial para o sucesso da greve geral e estamos dando passos decisivos nesta direção.” Dirigentes das centrais sindicais bateram o martelo na convocação de uma greve geral em defesa das aposentadorias públicas e contra a reforma da Previdência proposta pelo governo Bolsonaro, que na opinião dos sindicalistas significa um retrocesso inaceitável e só interessa ao empresariado e em particular a banqueiros e rentistas. Leia mais https://bit.ly/2GQvMfx

Arte é vida

Lula Cardoso Ayres

Sem perspectivas

Queda da indústria revela precipício bolsonarista. Um abismo chama outro. O axioma explica bem o declínio da indústria brasileira, que poderia estar em outra situação se o governo atuasse para libertar a vasta área de consumo que padece com a falta de renda. Sem renda, não há consumo. Sem consumo, a produção trava. Sem essa dinâmica, o desenvolvimento do país não se realiza. Leia editorial do portal Vermelho https://bit.ly/2GOJOhB

Chamamento à luta


Unidade e luta em defesa da aposentadoria. Para o PCdoB, é fundamental, neste ano, no Brasil, que a data simbolize a retomada das jornadas de luta contra os retrocessos, perdas de direitos que já se anunciam nos primeiros meses do governo Bolsonaro. Além, de assegurar a bandeira em defesa da aposentadoria, emprego e democracia. Leia mais https://bit.ly/2XSRXHs

República esgarçada


A luta democrática e o abuso de autoridade. Além da persistente crise estrutural e sistêmica na política, na economia e no ambiente social, que tanto sofrimento impõe ao povo e desestrutura a Nação, as confusões, a falta de rumo, as disputas internas e o reacionarismo do governo Bolsonaro têm agravado de forma exponencial essa situação. Leia o artigo de Ronald Freitas https://bit.ly/2WeVvUc

Interesses escusos


A relação promíscua entre a indústria do compliance e os procuradores nos EUA. Não se irá entender a articulação de procuradores e juízes punitivistas ao redor do mundo, unidos em torno da bandeira anticorrupção, se não incluir na analise a milionária indústria do compliance – a tecnologia dos modelos de governabilidade destinados a vacinar uma empresa contra a corrupção e que tem nos grandes escritórios de advocacia e empresas de auditoria os maiores beneficiados. Em quase todos os países, o jogo é padrão. No início, uma campanha sem quartel dos procuradores contra empresas suspeitas, infundindo terror nos empresários direta ou indiretamente ameaçados pelas investigações. Depois, a campanha pela implementação de sistemas de compliance  nas empresas por grandes escritórios  de advocacia, abrindo um mercado de trabalho para os procuradores. Leia artigo de Luís Nassif https://bit.ly/2UHcyNf

28 abril 2019

Tereza Costa Rêgo, sempre

Hoje, Tereza Costa Rêgo celebra 90 anos. Uma vida marcada pela ousadia, rupturas e descobertas. Uma mulher adiante do seu tempo.


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Uma pérola da MPB: Gal Costa canta Chega De Saudade



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Humor de resistência

Laerte vê as disputas na cúpula do governo Bolsonaro

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27 abril 2019

Zorra total

— Em conversa com jornalistas, Bolsonaro admitiu a volta do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) para o Ministério da Economia.
— Sérgio Moro foi ao Twitter defender a permanência no Ministério da Justiça.
— Mas o presidente não disse que “Ministro concorda ou se cala”?
— Disse, mas no governo a zorra continua...

O olhar de Pedro Caldas sobre a cidade (15)

Foto: Pedro Caldas

Uma voz guerreira na defesa da Previdência pública



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Ridículo fracasso

Kim
Bolsonaro tem a pior aprovação de um presidente na marca dos 100 dias
Muitos brasileiros expressaram a esperança de que, uma vez no cargo, Bolsonaro deixasse de lado a demagogia e a intolerância para enfrentar os enormes desafios. Não aconteceu.
Helder Ferreira do Vale, Jornal GGN

O presidente brasileiro Jair Bolsonaro foi eleito no ano passado com uma onda de revolta popular contra a estagnação da economia e o caos político do país, prometendo aos eleitores um futuro melhor“.
Depois de pouco mais de 100 dias no cargo, muitos brasileiros acham que esse ex-congressista de direita não cumpriu essa promessa.
O índice de aprovação de Bolsonaro, que começou a cair imediatamente após sua posse em 1º de janeiro, tombou de 49% em janeiro para 34% no final de março, segundo o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística. Esse é o menor índice já registrado para um presidente brasileiro na marca dos 100 dias.

Nepotismo, discurso de ódio e má administração

A ascensão de Bolsonaro para liderar o maior país da América Latina após 13 anos de liderança esquerdista foi possível graças a anos de sobreposição de crises políticas, econômicas e criminais que criaram desilusão generalizada em todo o Brasil.
Capitalizando as frustrações dos eleitores, Bolsonaro, um antigo representante da Câmara dos Deputados, dirigiu uma campanha polarizada de forasteiros, não muito diferente da campanha presidencial de 2016 de Donald Trump, agora um aliado próximo. Ele demonizou mulheres e minorias, atacou instituições democráticas e, segundo um tribunal brasileiro, incitou o ódio e a violência.
Ainda assim, ele conquistou a presidência em outubro passado com 55% dos votos, menos que os mais de 60% recebidos pelo ex-presidente esquerdista Luiz Inácio Lula da Silva , que venceu as eleições de 2002 e 2006. No Brasil, o voto é obrigatório.
Muitos brasileiros expressaram a esperança de que, uma vez no cargo, Bolsonaro deixasse de lado a demagogia e a intolerância para se concentrar em enfrentar os enormes desafios que o Brasil enfrenta. Estes incluem uma economia estagnada por muito tempo , corrupção generalizada do governo e violência urbana que bate recorde.
Isso não aconteceu.
Horas depois de tomar posse, Bolsonaro emitiu uma ordem executiva que diminuiu as proteções ambientais da Amazônia, ultrajando os ambientalistas em todo o mundo e colocando em risco os brasileiros indígenas que vivem na maior floresta tropical do mundo.
Em uma recente visita ao Museu do Holocausto em Israel, Bolsonaro fez manchetes por afirmar que o Partido Nazista da Alemanha era um regime de esquerda. Seu ministro das relações exteriores só piorou as coisas quando defendeu os comentários de seu chefe, explicando que tanto os nazistas quanto os socialistas são ” anti-capitalistas, antirreligiosos, coletivistas [e] contra a liberdade individual.”

Escolhendo lutas desnecessárias

Bolsonaro demonstrou falta de domínio do processo legislativo, apesar de ter sido um legislador por quase três décadas.
Reformar o sistema de previdência caro e em dificuldades do Brasil foi uma das principais promessas eleitorais de Bolsonaro para impulsionar a economia. Mas a má administração das negociações em torno de uma lei para salvar o Brasil de US$ 270 bilhões nos próximos 10 anos, elevando a idade de aposentadoria e aumentando as contribuições individuais, frustrou a frágil coalizão entre partidos de legisladores que trabalha para aprovar seu plano.
Bolsonaro escolheu brigas com os defensores do projeto, incluindo o presidente da câmara. E ele não conseguiu explicar os aspectos críticos da reforma proposta.
A reforma previdenciária, que exige a aprovação de três quintos do Congresso, parece improvável que aconteça antes do prazo fixado em junho para Bolsonaro – se é acontecerá.

Gabinete controverso de Bolsonaro

Preocupações com a corrupção também prejudicaram os primeiros 100 dias de Bolsonaro.
Bolsonaro não conseguiu levar a sério alegações de corrupção repetidas contra vários assessores. Isso é arriscado no Brasil, onde uma investigação judicial de vários anos ainda está em andamento e enviou dois presidentesvários legisladores e dezenas de executivos para a prisão por suborno.
E Bolsonaro recentemente levantou as sobrancelhas ao sugerir que gostaria de nomear seu filho Carlos, um vereador de extrema direita do Rio de Janeiro que administra o Twitter do presidente, para se juntar ao seu gabinete . Todos os três filhos do presidente desempenham um papel extraordinariamente ativo no governo de seu pai.
As freqüentes referências positivas de Bolsonaro à ditadura militar como forma de governo também preocupam os críticos.
Os protestos eclodiram no início de abril, depois que Bolsonaro convocou os brasileiros para homenagear o aniversário do golpe de 1964 que deu início ao regime militar no Brasil. A ditadura militar de 24 anos do Brasil custou 191 vidas, “desapareceu” 210 dissidentes e torturou vários milhares de pessoas, segundo um relatório do governo de 2014 .
“Liberdade e democracia só existem quando as forças armadas querem”, comentou Bolsonaro desde então.
Bolsonaro serviu nas forças armadas brasileiras. Seu vice-presidente, Hamilton Mourão, é um general aposentado. E oito dos 22 ministros do gabinete de Bolsonaro são oficiais militares.
Essa é uma proporção maior de militares do governo do que qualquer administração democrática anterior no Brasil – maior até do que alguns de seus regimes autoritários .
Alguns dos ministros civis de Bolsonaro são igualmente controversos.
Damares Alves, pastora evangélica escolhida para liderar o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos do Brasil, assumiu a missão de promover “valores familiares”, o que implica promover valores tradicionais e combater o aborto, bem como a igualdade de gênero.
“É uma nova era no Brasil: os meninos usam azul e as meninas usam rosa!”, ela anunciou em seu primeiro dia no escritório.
Historicamente, o ministério de direitos humanos tem trabalhado para melhorar a vida das minorias no Brasil e garantir sua proteção legal.
E o ex-ministro da educação de Bolsonaro, Ricardo Vélez Rodríguez – que foi demitido por má administração – indignou os professores quando ordenou que todas as escolas públicas submetessem ao ministério um vídeo de crianças cantando o hino nacional no primeiro dia do novo ano escolar.
A taxa de alfabetização do Brasil está entre as mais baixas da América Latina, com 92%. E a taxa de desistência escolar está entre as mais altas da região: 28% dos estudantes nunca se formaram.
Sua demanda também pode ter sido ilegal, uma vez que a lei brasileira proíbe o registro de menores sem o consentimento dos pais.
Bolsonaro foi eleito para tirar o Brasil de uma profunda depressão. Depois de três meses no cargo, o “futuro melhor” prometido parece muito com a crise que veio antes.
Helder Ferreira do Vale é professor Associado da Escola de Pós-Graduação em Estudos Internacionais e de Área da Universidade Hankuk de Estudos Estrangeiros
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Pensamento crítico


Manterei respeito à filosofia e à sociologia, diz Flávio Dino

Governador do Maranhão demonstrou insatisfação com ideia de Jair Bolsonaro de retirar recursos de faculdades de ciências humanas.

Portal Vermelho

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), deu a entender que não vai acatar a ideia do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), que estuda cortar verbas das faculdades de ciências humanas. “No âmbito estadual, sempre manterei o respeito aos cursos de filosofia e sociologia”, disse.

O governador maranhense também afirmou que “sem ideias e pensamento crítico nenhuma sociedade se desenvolve de verdade”. Para ele, a exclusão dos cursos de humanas vai influenciar nos direitos da população. “Não haverá o bem-viver que tanto buscamos como direito de todos”, argumentou no Twitter.

No âmbito estadual, sempre manterei o respeito aos cursos de filosofia e sociologia. Sem ideias e pensamento crítico nenhuma sociedade se desenvolve de verdade. E não haverá o bem viver que tanto buscamos como direito de todos. 

Na manhã desta sexta-feira (26/04/2019), Bolsonaro afirmou que o governo estuda tirar recursos dos institutos de ciências humanas. Segundo ele publicou em conta oficial no Twitter, a ideia do ministro da Educação, Abraham Weintraub, é “descentralizar investimento em faculdades de filosofia e sociologia”.

O presidente, no entanto, informou que alunos já matriculados nos cursos de humanas não devem ser afetados, mas o “objetivo é focar em áreas que gerem retorno imediato ao contribuinte, como veterinária, engenharia e medicina”.

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Medo de quê?


— Bolsonaro quer transferir recursos dos cursos de Sociologia e Filosofia para Engenharia e Veterinária.
— Por que?
— Diz ele que estudo técnico dá mais retorno para o cidadão.
— E pensar sobre o mundo em que vivemos e compreender a.nossa sociedade não dá retorno?
— Para ele, não. Dá medo.

26 abril 2019

Voz altiva


Em entrevista a El Pais e à Folha de S. Paulo, Lula diz que não troca a sua dignidade pela liberdade. Reafirma a sua inocência e a sua determinação em seguir lutando pela democracia e pelos direitos do povo.

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Direitos do idoso

Uma breve intervenção minha na 5a. Conferência Municipal da Pessoa Idosa, no Recife. 

Imbróglio

'Bolsonaro distribui cargos de segundo escalão para conquistar  maioria parlamentar em favor da reforma da Previdênciua, mas a manobra dá sinais de que fracassará' [Tomara, para que os direitos do povo sejam preservados].

Palpite infeliz

— Veja só aonde chegamos!
— !?
— Analista político da CBN diz que Bolsonaro “está menos envergonhado” com a reforma da Previdência e que isso “é muito positivo”.
— São os limites do baixo clero. Infelizmente.

Leitura do jogo


Para ser um ótimo técnico, não basta ter conhecimento
É necessário ter também sabedoria, enxergar os detalhes subjetivos e objetivos
Tostão na Folha de S. Paulo

Os estaduais, que não precisam acabar, mas que deveriam ser mais curtos, são como as novelas. Os capítulos são longos, repetitivos e tediosos, à espera do grande final, da festa emocionante. Parece até que, na média, as partidas foram excelentes.
Já o Brasileiro seria como os grandes romances. Ainda mais se for bem jogado. As belíssimas tramas perpassam todos os capítulos, sem depender do final, que pode ser emocionante ou apenas um complemento. Assim é também a vida. A existência é muito mais interessante que o fim, sem graça e sem escolha.
Antes de começar o Brasileiro, continuam a Copa do Brasil e a Libertadores. O Flamengo tem grande chance de se classificar, mas, fora de casa, tem de ficar atento aos perigos que são LDU e Peñarol. O time, com todos os jogadores em boas condições, possui, do meio para frente, no mínimo, seis atletas bons e do mesmo nível (Bruno Henrique, Vitinho, Arrascaeta, Gabigol, Diego e Éverton Ribeiro). Dois ficam na reserva, já que Abel está cada dia mais convencido de que o volante Willian Arão não pode sair do time, como muitos pedem. Sempre quando o time perder, dirão que faltou o jogador que estava na reserva.
A equipe precisa ter, no mínimo, um armador. Possui dois, Diego e Éverton Ribeiro. Se Diego ficar na reserva, Éverton Ribeiro deveria jogar pelo meio, como fez no primeiro jogo contra o Vasco. Arrascaeta é um meia-atacante. Bruno Henrique é o que tem se destacado mais. Ele e Gabigol podem jogar pelo centro ou pelo lado. Já Arrascaeta se dá bem quando atua pela esquerda. Abel Braga tem variado e posicionado bem os jogadores.
Arão é um volante que marca e chega rapidamente ao ataque, para finalizar, além de ser bom nas jogadas aéreas, de bolas paradas. Assim jogou Paulinho, na seleção, e atua Elias, no Atlético. Arão é um volante sem talento para chegar à frente trocando passes, como um bom meia.
Mano Menezes passa a ter um problema parecido com o de Abel, escalar juntos Thiago Neves e Rodriguinho. Fez isso no momento certo, quando o Atlético vencia por 1 a 0. Saiu o volante Romero. Mas não foi por isso que saiu o gol de empate, e sim pela belíssima jogada individual de Pedro Rocha. Logo que empatou, Mano voltou aos dois volantes, com a entrada de Lucas Silva no lugar de Rodriguinho.
É querer demais que o precavido e seguro Mano Menezes escale habitualmente, desde o início, Rodriguinho e Thiago Neves. Se isso acontecer, o técnico vai se olhar no espelho e dizer: "Não acredito que você fez isso".
Se o técnico do Cruzeiro ou o do Flamengo fossem Guardiola, certamente escalariam um volante e dois meias, como faz o Manchester City. Mas, para isso, teriam de mudar outros parâmetros estratégicos, o que não é comum nos times brasileiros.
Outro técnico que substituiu bem, no momento certo, foi Carille, na decisão paulista, ao colocar Vagner Love, muito mais para ser um segundo atacante do que para jogar aberto, como fazia Pedrinho. O gol do Corinthians foi belíssimo, pelo passe preciso de Sornoza e pela conclusão de Love. Carille não é um iluminado, é muito bom treinador.
Para ser um ótimo técnico, não basta ter informação, conhecimento. É necessário ter também sabedoria, enxergar os detalhes subjetivos e objetivos, além de fazer com os jogadores executem bem o que foi planejado. A sabedoria não está nas escolas, nos livros, mas, sem os livros, não existe sabedoria.
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Negociata

— Você viu? Bolsonaro  libera R$ 10 milhões em emendas por ano para cada parlamentar que vote a favor da reforma da Previdência, mas deputados de centro-direita acham pouco
— Voto contra o povo custa caro.

Obscurantismo



Bolsonaro se cobre de ridículo ao vetar propaganda inócua do BB
É preciso um parafuso a menos para se ofender com o comercial
Tony Goes, na Folha de S. Paulo

Quando saiu a notícia de que o presidente Jair Bolsonaro havia não só mandado cancelar a nova campanha publicitária do Banco do Brasil, como também demitir o diretor de marketing que a aprovou, achei que o comercial censurado trazia alguma coisa de grave.

“Grave”, é claro, para o moralismo raso de Bolsonaro e seus seguidores mais fanáticos. Sim, raso: nesta mesma quinta-feira (25), o mandatário supremo da nação disse, durante um café da manhã com jornalistas, que “quem quiser vir aqui fazer sexo com uma mulher, fique à vontade. Agora, não pode ficar conhecido como paraíso do mundo gay aqui dentro”. Ou seja, turismo sexual no Brasil pode, talkei? Contanto que seja sexo heterossexual.

Concluí que o filme do BB, criado especialmente para celebrar a diversidade racial e sexual dos jovens brasileiros —um segmento cobiçadíssimo por qualquer instituição financeira– mostrasse um “trisal”, um casal de três, como na propaganda recente de uma cadeia de lanchonetes. Ou, talvez, um par de lésbicas trocando um selinho? Dois homens vestindo rosa e embalando um bebê?
Nada disso. A peça vetada mostra apenas gente “descolada”, esse termo que os publicitários adoram, mas inexiste na vida real. Tem até um senhor de barba branca. Nenhum deles está fazendo algo mais escandaloso do que dançar no meio da rua. Todos sozinhos, sem agarrar ninguém, nem dando pinta de suas orientações sexuais. E qual deles é a atriz transexual? A que está corrompendo a juventude, tirando um selfie? ​
Para quem achou que o destrambelhado Bolsonaro iria ascender à seriedade que o cargo exige, eis aí a prova em contrário. Quando deputado, ele dizia que as minorias devem se submeter à maioria. Agora no Planalto, o presidente de todos os brasileiros não quer que alguns de seus governados apareçam dançando na propaganda do maior banco do país.

Muitos de seus eleitores votaram em Bolsonaro por puro antipetismo. Alguns acreditavam que a autodeclarada homofobia do então candidato era só “da boca pra fora”, como defendeu Regina Duarte. A atriz se esqueceu de que as palavras também ferem a alma, e que podem incentivar alguém a ferir o corpo de outro alguém. E se fosse racismo? Tudo bem ser apenas “da boca pra fora”?

Acontece que a homofobia de Bolsonaro é para valer. E também muito útil: ela se insere perfeitamente no arsenal que o presidente e seus filhos utilizam para manter a guerra cultural permanente. Como se a maior ameaça ao Brasil fosse o golden shower, ou uma moça negra de cabelos curtos tingidos de louro.

É patético que tenhamos que perder tempo discutindo “boutades” enquanto o desemprego não diminui, o dólar sobe e a imagem do país despenca no exterior. Mas este é o presidente que 60% dos eleitores brasileiros cravaram nas urnas. Temos o que escolhemos. Temos o que merecemos.
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