07 maio 2007

O bom debate

PT é acionado após a entrevista de Luciano
Múcio Magalhães defende que o PT se reúna para discutir o “quadro políticio” e se pronuncie de forma partidária sobre as eleições. Vice-prefeito admitiu tese de vários palanques no bloco.

Vice-presidente do PT estadual e braço-direito do prefeito João Paulo (PT) na gestão, Múcio Magalhães defendeu, ontem, que o PT se reúna para discutir o “quadro político” e se pronuncie de forma partidária sobre o tema. A declaração veio no dia em que o vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira (PCdoB) afirmou, em entrevista ao JC, que a tese de mais de uma candidatura da frente governista deve ser analisada nas eleições municipais de 2008. Luciano também declarou que “não é sensato que os aliados aguardem indefinidamente a resolução dos problemas internos do PT”. Múcio explicou que levará sua sugestão de organizar conversas internas à executiva estadual do PT, ainda esta semana.

“Essa discussão deve se dar a partir do condutor desse processo, que é o prefeito João Paulo. Agora acho que o PT deve acumular uma discussão sobre a questão, não apenas sobre a entrevista de A ou B, mas sobre o quadro da sucessão de maneira geral. E depois se colocar de forma partidária”, disse, sem querer comentar a entrevista de Luciano.

O deputado Maurício Rands (PT), um dos petistas cogitado para a disputa a PCR, afirmou que a proposta de mais de uma candidatura é “respeitável” e deve ser debatida pelo conjunto dos partidos. Ele, no entanto, ressaltou que é a favor de que a aliança governista lance apenas um nome. Para Rands, a tese de várias candidaturas é mais interessante apenas quando se é oposição. “Já dialogamos internamente de maneira informal e acho que estamos entrando na fase de discutir com os outros partidos. Está no tempo, não estamos atrasados”, disse.
A menção ao tempo veio como resposta aos questionamentos de Luciano, que afirmou ser “desgastante” para os outros partidos ficarem esperando que o PT resolva suas brigas internas.

Rands reconheceu: “Entendemos que o timing do PT tem mesmo que se ajustar ao timing dos outros partidos. Temos que estar em harmonia, mas estamos ainda na fase da estratégia”, afirmou. Diante do grande desafio, que é mostrar aos aliados que o PT não está dividido, Rands acha “natural” o partido apresentar vários nomes à sucessão. “O PT é um partido grande, com muitos quadros. Mas não está dividido, só que ainda não é o momento de escolher um nome. Estamos apresentando as possibilidades. Vai perder suas fichas quem apostar que o PT não vai estar unido”.

Para ele, as declarações de Luciano foram no sentido de colaborar com a unidade dos governistas. “Luciano é um dos melhores quadros do nosso campo. Sempre que ele fala, é preciso que a gente reflita. As declarações dele são no sentido de colaborar, ele é um homem de unidade. E vamos debater em profundidade qual a melhor estratégia”, disse Rands, que faz parte da ala Unidade na Luta (mesma do secretário Humberto Costa).

O presidente municipal do PT, Oscar Barreto, criticou o fato de Luciano ter exposto suas opiniões na imprensa, sem apresentá-las antes ao PT. “Acho estranha essa posição dele, que sempre teve bom trânsito com o PT e com o prefeito. Acho que ele poderia ter trazido esse debate para nós antes”, lamentou. Segundo Oscar, Luciano trouxe fatos novos à discussão sobre 2008, que terão que ser conversados no partido.
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Um comentário:

Anônimo disse...

Tomara que o PT, sob a liderança do prefeito João Paulo,acorde para a necessidade de um entendimento entre eles mesmos e com os outros partidos aliados.
Maurício - Olinda