30 setembro 2010

O falecimento de Cid

Lamento o falecimento do ex-governador Cid Sampaio, cuja presença na cena política de Pernambuco tem importância histórica.

Lutar a cada instante

Vermelharte ontem no Comitê, uma sucesso. Mais do que isso, um porre de solidariedade e afeto compartilhado por amigos e artistas. Começo a madrugada com atividade de rua em Jaboatão e No Recife. Em seguida, recebo, no IMIP, a acolhida de Figueira e equipe. E a partir de 12,30 h, é rua novamente até o final da noite. Restam 3 dias de campanha e é preciso lutar a cada minuto, sem descanso.

29 setembro 2010

Nas ruas com Luciana

Agora à tarde, desde 12,30 h na Manoel Borba com Dom Bosco, depois no centro do Recife e finalmente na Praça do Derby, ao lado de Luciana e militantes, o acolhimento afetuoso e a declaração de voto entusiasta de muita gente que conhece, acredita e confia. Diálogos breves, mas esclarecedores.

Lutando nas ruas

Não saio das ruas, grudado fico como a ostra na pedra. Em busca do voto e da alegre, afetuosa e cativante solidariedade dos que aceitam nossos panfletos.

Um pequeno gesto que pode garantir a vitória

Meu artigo semanal no portal Vermelho http://www.vermelho.org.br/, a ser publicado nesta quinta-feira.

Coisa da vida – e da luta política. Nas eleições, então, mais do que concreto, pode ser decisivo. Refiro-me a um gesto simples, aparentemente sem importância, que se converte, nesses últimos dias de campanha, no que há de mais importante: a distribuição da “cola” (ou “santinho”) contendo números dos candidatos na ordem em que devem ser digitados na urna eletrônica. O próprio TSE, em mensagens veiculadas na TV e no rádio, recomenda ao eleitor conduzir a “cola” para facilitar a sua tarefa.

É que a despeito da elevação crescente do nível de consciência do eleitorado – no período recente, a partir da memorável campanha das Diretas-Já -, surpreende o percentual de eleitores que ainda não tem clareza de como deve proceder na hora de votar. Pesquisas atestam que há ainda muita desinformação quanto a que se vai votar em dois senadores, e não apenas em um, como ocorreu no pleito de quatro anos atrás.

E há um detalhe da maior relevância, sobretudo para candidaturas que dependem do voto espontâneo, consciente e criterioso: nas cidades grandes e médias ultrapassa a 60% a parcela de eleitores que ainda não escolheu seus candidatos a deputado estadual e federal.

Nesse cenário, importa fazer chegar às mãos de centenas de milhares o último panfleto acompanhado de um pacotinho de “cola”. Distribuir, inclusive, de casa em casa, no bloco de apartamentos, na escola, no ambiente de trabalho, na igreja e em todos os lugares onde as pessoas se aglomeram naturalmente.

A “cola” também pode e deve ser distribuída pela internet, através de e-mails e de sites de relacionamento (Facebook e Orkut, dentre outros). Um e-mail se transforma em milhares num instante, repassado de lista em lista.

Também ajuda o telefonema aos amigos, confirmando a intenção do voto e oferecendo a “cola”.

Enfim, após quase três meses de muita luta, estafante roteiro de reuniões, caminhadas, comícios, atividades de rua várias, tudo se resume a esse pequeno gesto. Como no poema de Drummond (“No meio do caminho tinha uma pedra/tinha uma pedra no meio do caminho”), aqui, ao inverso, podemos dizer que no meio do caminho, na passagem para a vitória, tem a “cola” – o mais banal instrumento de conquista do voto, porém agora o mais importante, poderoso e decisivo.

Insitutos diferem do Datafolha e reafirmam Dilma vitoriosa

No Vermelho:
Pesquisas desmentem Datafolha e apontam Dilma eleita no 1º turno
. Duas pesquisas de intenções de voto divulgadas na manhã desta quarta-feira (29) desmantelaram a versão de que as eleições presidenciais caminham, naturalmente, para o segundo turno. De acordo com os levantamentos CNI/Ibope e CNT/Sensus, a candidata Dilma Rousseff, da coligação Para o Brasil Seguir Mudando, mantém larga liderança e deve vencer, já em 3 de outubro, a disputa contra José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV).

. Conforme os números da CNI/Ibope concluída na segunda-feira, Dilma venceria a eleição no primeiro turno com 50% dos votos totais — e 55% dos votos válidos (que excluem indecisos, brancos e nulos). Serra tem 27%, enquanto Marina apresenta 13%. Outros 8% não sabem ou votarão em branco ou nulo. A pesquisa foi feita entre os dias 25 a 27 de setembro. Foram feitas 3.010 entrevistas em 191 municípios.
. Mesmo num cenário em que a margem de erro for totalmente desfavorável a Dilma, a pesquisa não detecta chances de segundo turno. Em relação à pesquisa Ibope da semana passada, Dilma manteve suas intenções de voto, Serra caiu um ponto percentual e Marina cresceu um ponto. O resultado contrasta com a tendência de queda de Dilma apontada pelo Datafolha na sua estranha pesquisa feita integralmente na segunda-feira.
. Na simulação de segundo turno entre a petista e o tucano, Dilma venceria a eleição com 55% dos votos, contra 32% de Serra. Em junho, Dilma tinha 45% e Serra 38%. Na hipótese de uma disputa entre Dilma e Marina Silva, Dilma teria 56% dos votos, contra 29% da verde. Em um eventual segundo turno entre Serra e Marina, o tucano venceria a eleição com 43%, contra 35% da candidata verde.
.Na pesquisa espontânea, quando o eleitor responde em quem votará sem ter acesso a lista dos candidatos, Dilma lidera as intenções de voto com 44% das indicações; Serra tem 21%, Marina aparece com 10% e o presidente Lula — que não poderia se candidatar, —ainda é apontado por 1% do eleitorado. Os demais candidatos somam 1%. Brancos e nulos chegam a 7%, e outros 18% não souberam responder.
. Serra é o que tem o maior índice de rejeição. Segundo o levantamento, 34% dos entrevistados disseram que não votariam nele. Nesse quesito, Marina tem 28% de rejeição e Dilma 27%. Quanto ao partido de preferência dos eleitores, o PT aparece na frente, citado por 27% dos entrevistados, seguido pelo PMDB e PSDB com 5%, cada um. Aqueles que não têm preferência por partido representam 48%.
Sensus - Um cenário eleitoral semelhante é detectado pela pesquisa CNT/Sensus. Levantamento do instituto realizado entre os dias 26 e 28 de setembro em 24 estados mostra Dilma com 47,5% de intenções de voto, ante 25,6% de Serra e 11,6% de Marina. Nos votos válidos, a vantagem de Dilma, que tem 54,7%, também é levada. Serra aparece muito atrás, com 29,5%%, seguido de Marina, que tem 13,3%.
. No levantamento anterior, Dilma havia registrado 50,5% das intenções de voto, enquanto Serra tinha 26,4% das intenções de voto e Marina registrava 8,9%. A candidata do PV foi a única entre os três principais candidatos a registrar elevação na estimativa das intenções de voto. Os demais candidatos à Presidência mantiveram índices inferiores a 1%
. Com esse cenário, Dilma seria eleita ainda no primeiro turno. A margem de erro — de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos — não prevê chances pontuais de segundo turno. Votos brancos e nulos somam 3,6%, ao passo que 9,5% dos entrevistados disseram estar indecisos. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número 33103/2010.

Meu artigo semanal no Blog de Jamildo

Ontem e hoje: a chama
Luciano Siqueira

"Aplica-se injeção nas horas vagas" - horas vagas de quem? Do eventual paciente ou do improvisado enfermeiro? A proposta do companheiro José Luís Guedes só poderia ser recebida às gargalhadas, como foi, por todos os que nos reuníamos clandestinamente numa manhã de sol claro, no verão de 1969 (ou 1970?), em Paripueira, litoral norte de Alagoas, em plena ditadura militar. Em debate, formas de "legalizarmos" nossas residências de fugitivos da polícia política.

"Legalizar" era a expressão que usávamos para dar aparência de normalidade. Precisávamos "fazer parte da paisagem", não despertar estranheza nem desconfiança na vizinhança, nada que pudesse colocar nossa segurança em risco.

Éramos em geral ex-líderes estudantis em nossas cidades de origem, agora convertidos em profissionais de diversos ofícios como meio de escaparmos à repressão. E de sobrevivermos: da atividade produtiva tirávamos o dinheiro da feira semanal e ainda contribuíamos para sustentação do Partido.

Uns eram vendedores ambulantes - como o autor dessas linhas, então ex-estudante de medicina no Recife, e a companheira, Luci, que militara no Colégio Estadual de Pernambuco; outros, camponeses, trabalhando na roça, ou operários de fábrica, técnicos de conserto de rádio e TV, auxiliares de enfermagem. Tinha de tudo. O Guedes chegou a trabalhar como caixeiro viajante de uma indústria cerâmica do interior do Ceará.

As "horas vagas" motivo de risos tinham, entretanto, um sentido. Pois apesar da absoluta restrição da liberdade e da ferrenha perseguição, desenvolvíamos intensa atividade. Viajávamos de um ponto a outro da região, realizando reuniões escondidas, articulando militantes espalhados por vários estados do Nordeste. E estudávamos. Líamos muito. Foi o tempo de nos iniciarmos em O Capital, de Marx, nas Obras Escolhidas de Lênin e em A Questão Agrária, de Kautsky; de tentar compreender a realidade brasileira através de clássicos como A Terra e o Homem no Nordeste, de Manoel Correia de Andrade e Casa Grande & Senzala, de Gilberto Freyre. Depois vieram prisões, mortes de alguns, sobrevivência de outros, até os dias que correm, de conquistas várias e da abertura de um novo ciclo na História do Brasil, com a assunção de Lula à Presidência da República.

Olhando pra trás, vemos que naquele tempo não dispúnhamos de um Programa claro, apenas um sonho socialista impreciso e um objetivo imediato - a derrocada da ditadura militar. O suficiente para alimentar a chama que ardia em nossos corações e nos impelia a lutar, por mais arriscado que fosse.

Passados tantos anos, estimula-nos o sentimento de que tudo valeu a pena, de que fomos partícipes da reconquista da democracia (ainda que tênue e instável). E a consciência de que hoje nós do PCdoB dispomos de um Programa Socialista factível porque fundado na teoria marxista e nas peculiaridades da sociedade brasileira; e uma orientação tática consistente, comprovada pela vida. Alimentos de uma chama que arde mais forte e envolvente em nossos corações militantes.

28 setembro 2010

Baixo nível tucano

Em São Paulo Serra chama deputado de “traíra”. Gente, o homem baixa o nível do discurso a cada dia!

Esperneia e perde

Manchete do JC: "Jarbas quer Serra mais agressivo contra Dilma" . Coisa de quem não sabe perder, nem tem programa a apresentar.

Meu artigo semanal no site da Revista Algomais

A militância nossa de cada época
Luciano Siqueira

Certa vez, como ocorre com certa frequência, um grupo de estudantes me entrevistou demoradamente (no meu gabinete de vice-prefeito do Recife) acerca do período do regime militar. Perguntas várias, curiosidade comovente, misto de surpresa diante da descoberta de fatos dramáticos da vida brasileira (dos quais sequer suspeitavam — haviam lido alguma coisa, adiantam, mas não tinham ainda conversado com ninguém que os tivesse vivido diretamente) e de alumbramento, por chegarem "tão perto" (no dizer de um deles), através do nosso relato, de coisas "quentes" de nossa História recente.

(O bom dessas entrevistas com jovens estudantes é isso: o despertar para o conhecimento da história real e a descoberta do povo como protagonista dessa história).

Mas eis que, ao término da conversa, uma jovem do rosto sardento e jeito tímido, óculos de aros escuros, que nos chamara a atenção pelo quase mutismo e pelo olhar grave, pergunta:

- É muito mais fácil ser militante hoje do que naquele tempo, não é mesmo?

- Não. Hoje, sob certos aspectos, é até mais difícil.

Diante do ar surpreendido dela e dos seus colegas, esclareci:

É certo, sim, que a militância partidária, especialmente no Partido Comunista, naquela época, era muito difícil. Atuávamos clandestinamente, sujeitos a privações e a riscos, com a cabeça colocada a prêmio. A qualquer momento podíamos ser presos e torturados, como de fato fomos; ou a ter a vida sacrificada, como muitos companheiros tiveram, assassinados sob tortura ou em embate aberto com as forças da repressão policial.

Porém, como a militância é uma opção consciente, uma atitude subjetiva — era relativamente simples justificá-la: o regime de exceção, o povo sufocado, vilipendiado e submetido a um modelo de desenvolvimento excludente. Lutar era, assim, um imperativo de consciência.

Hoje já não temos nossas cabeças colocadas a prêmio. Não corremos o risco de agravos à integridade física. Mas, do ponto de vista subjetivo, a militância implica em encontrar respostas para uma gama enorme de problemas teóricos e políticos — da perspectiva socialista aos intricados assuntos relacionados com a situação política atual, o governo Lula, a transição do atual modelo ao projeto nacional-desenvolvimentista e assim por diante.

Antes sofríamos a pressão dos tanques e das baionetas, hoje, o torpedeamento da mídia, a complexidade do debate de ideias.

Nesse sentido, a militância comunista será sempre um desafio instigante. E também uma fonte de felicidade pessoal, quaisquer que sejam as circunstâncias — a qualquer época.

27 setembro 2010

Justificativa eleitoral pode ser preenchida pela internet

. Informa a Agência Brasil que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) dispõe de mais uma ferramenta que vai facilitar a vida dos eleitores que estarão fora do domicílio eleitoral no dia das eleições no primeiro e segundo turnos. É o preenchimento on-line e a impressão do Requerimento de Justificativa Eleitoral.
. Para acessar o documento, o eleitor deve entrar na página inicial do TSE, clicar no link Serviços ao Eleitor e depois em Justificativa Eleitoral. O tribunal ressalta, no entanto, que o eleitor só deve assiná-lo na presença de um mesário, no dia da votação, nos locais destinados ao seu recebimento.
. Na entrega do requerimento, o eleitor deve apresentar o título ou um dos seguintes documentos com foto: carteira de identidade ou documento de valor legal equivalente (identidades funcionais), certificado de reservista, carteira de trabalho e carteira nacional de habilitação.
. O eleitor que não puder realizar a justificativa no dia da votação tem até 60 dias após o pleito para entregar o requerimento em qualquer cartório ou posto de atendimento eleitoral. Além disso, ainda pode encaminhá-lo, via postal, ao cartório da zona eleitoral onde for inscrito.
. O cidadão que não votar nem justificar fica impedido de tirar passaporte, inscrever-se em concurso ou prova para cargo ou função pública, ou empossar-se neles, renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado pelo governo e obter certidão de quitação eleitoral.

26 setembro 2010

Boa noite, Alberto da Cunha Melo

Relógio de ponto

Tudo que levamos a sério
torna-se amargo. Assim os jogos,
a poesia, todos os pássaros,
mais do que tudo: todo o amor.

De quando em quando faltaremos
a algum compromisso na Terra,
e atravessaremos os córregos
cheios de areia, após as chuvas.

Se alguma súbita alegria
retardar o nosso regresso,
um inesperado companheiro
marcará o nosso cartão.

Tudo que levamos a sério
torna-se amargo. Assim as faixas
da vitória, a própria vitória,
mais do que tudo: o próprio Céu.

De quando em quando faltaremos
a algum compromisso na Terra,
e lavaremos as pupilas
cegas com o verniz das estrelas.

Duas careatas para começar o domingo

. Começo o dia com duas carreatas: a primeira, da campanha Luciano 65100/Nelson 6540, partindo do terminal do Alto José Bonifácio, desde 9 h percorrerá parte da Zona Norte da cidade. 
. Depois, a partir de 11,30 h, me incorporo à Grande Carreata da Frente Popular, com Eduardo Campos, com com concentração de nossa militância e amigos defronte ao TRT, na Av. Agamenon Magalhães. Com alegria e entusiasmo. Vem você também.

A campanha agora: veja o que você pode fazer pela nossa vitória

1 Pedir o voto “de arma em punho” – quer dizer, com panfletos e “santinhos” (modelo do teclado indicando nomes e números dos candidatos).
. Você também pode usar outros materiais de propaganda: banner ou faixa para exibir na janela de sua casa/apartamento; adesivo para carro.
. Basta solicitar pelos telefones 3268-4662 e 3267-9141 (a gente entrega no endereço que você indicar) ou passar no Comitê da Avenida Norte, 3625, Rosarinho (entre a Praça do Rosarinho e a Estrada Velha de Água Fria, sentido bairro-centro)
2 Fazer campanha na Internet usando e-mail, o MSN e os sites de relacionamento Twitter, Facebook, Orkut. É uma forma ágil de ampliar a nossa campanha, de enorme poder de multiplicação.
. Você acha a campanha no site http://www.lucianosiqueira.com.br/, no meu blog pessoal www.lucianosiqueira.blogspot.com e ainda me encontra fácil no Twitter, Orkut, MSN e Facebook.

Desvendando os mecanismos do pensamento

Ciência Hoje Online:
Pensar sobre pensar

Quando analisamos uma decisão que tomamos ou um pensamento que temos, realizamos um ato de metacognição. Roberto Lent aborda um estudo sobre essa característica humana de introspecção, e os mecanismos cerebrais que a geram.
. No cotidiano, deparamo-nos frequentemente com escolhas e decisões a tomar, com maior ou menor urgência e importância. Em quem devo votar? Que filme verei hoje? Que curso escolherei para o vestibular? Qual a resposta certa para a pergunta da prova?
. Acabamos decidindo alguma coisa, mas... Será que fizemos certo? Nesse processo, durante e após a tomada de decisão, refletimos sobre nosso próprio pensamento e avaliamos as nossas escolhas.
. Pensamos sobre o nosso próprio pensamento: esta é uma propriedade da mente humana que os neurocientistas chamam de metacognição.
. Leia a matéria na íntegra http://twixar.com/nlMI

No rumo certo

A sugestão de domingo é do amigo Evandro: “Não permita que lhe atinjam grosserias e maldades, siga firme sabendo aonde quer chegar.”

25 setembro 2010

Sábado quente

Dia muito produtivo, destacadamente pela caminhada em Camaragibe, o encontro de amigos na Cidade Universitária (promovido por Isabelle e Enilson) e a caminhada no Alto José Bonifácio, liderada por Almir Fernando – que parecia candidatura majoritária, tamanho o entusiasmo do povo!

Vontade do povo

Eduardo vai ganhando de Jarbas por 73 a 16%. É a vontade do povo pernambucano. Mas temos ainda uma semana de campanha. À luta!

Avançar firme para vencer

Ibope: Armando 29 x Maciel 22. Humberto 40%. Caminhamos para a vitória, mas é preciso lutar duro até o fim. Sem abrir a guarda.

Mais do que simples palavras

Dica de sábado: A atitude e o gesto: sinais que valem mais do que um milhão de palavras, dizem quase tudo. Basta enxergar e compreender.

24 setembro 2010

A opinião pessoal de José Amaro Santos da Silva

Jabor, o preconceito e o lixo

Já vi muita coisa preconceituosa em minha vida, mas igual a esse pasticho do Jabor, nunca.

Aliás, tudo quanto o Jabor escreve são próprios para residir em lixões. O lixão deve ser o destino desse pretenso intelectual.

Admito que em seu pasticho há nomes de algumas pessoas pouco recomendáveis, José Sarney e família, por exemplo. O fato de algumas pessoas, que o tal Jabor nomeia, estar apoiando a GUERREIRA Dilma, não significa que ela tenha caráter duvidoso ou que seja uma má administradora.

Em verdade, o fato de Dilma Rousseff ter sido indicada pelo melhor presidente - Luiz Inácio Lula da Silva - que o Brasil teve nos últimos cinquenta anos, já demonstra que ela merece a atenção e o respeito do povo brasileiro.

O Jabor age como os demais sulistas, que têm horror por todos quantos nasceram no Nordeste e Norte do Brasil. É um daqueles que adoraria que o Brasil fosse apenas para os sulistas, enquanto que os do Norte e Nordeste fossem os eternos escravisados para sustentar as mordomias dos que estão do lado de lá.

É verdade que a Dilma não é nordestina, mas foi indicada pelo homem que derrubou oligarquias e tem devolvido a alta estima a maioria da população sofrida do País. É isso.

Lamento que a Marina esteja encampando o discurso da imprensa sulina, especialmente da Globo e dos jornais e revistas das famílias oligarcas do Brasil, na esperança, talvez, de haver um segundo turno nas eleições e, quem sabe, alimentar a esperança em vir a ser ministra do vampiro brasileiro.

23 setembro 2010

Bom dia, Janice Japiassu


Encanto

Eu faço versos
Como quem nasce
Depois da sombra
Com outra face.

Como quem vive
Como quem tece
Como quem canta
Como quem cresce.

Meu verso é cura
Chá de alecrim
Uma benzedura pra coisa ruim.

Lava meu corpo
E a minha alma
Minha cozinha
E o meu jardim.

E nesse verso
De madrugada
O sol se acorda
Na minha cama.

A lua rima
A noite ensina
Eu faço versos
Como quem ama.

O desafio dos grande aglomerados urbanos

Ciência Hoje Online:
Metrópole sustentável: é possível?
. Se você mora em uma cidade grande, olhe à sua volta. O lixo, a pobreza, os engarrafamentos e a poluição não mentem: as coisas não vão tão bem assim. Será que estamos fadados a um colapso ou a metrópole sustentável é um conceito viável?
. Um dos motivos para essa situação de insustentabilidade urbana é histórico: para os economistas e urbanistas que consultamos, a partir do final da década de 1970, com a globalização e o colapso econômico que colocou a inflação nas alturas, as metrópoles brasileiras entraram em uma crise que as levou ao inchaço, à perda de institucionalização e, consequentemente, às condições que vemos hoje.
. A América Latina é agora a região mais urbanizada do mundo e, desde 2008, 80% da população brasileira estão concentrados em cidades.
. A tendência de crescimento da vida na urbe é constante em todo o mundo: segundo dados da ONU, até 2030 todas as regiões do planeta serão predominantemente urbanas.
. O estado atual e o futuro das cidades são questões tão preocupantes que em março deste ano, no Rio, foi realizado pelo United Nations Human Settlements Programme (UN-Habitat) – órgão da ONU voltado para habitações – o 5º Fórum Urbano Mundial.
. Leia a matéria na íntegra http://twixar.com/yLO

Petrobras se fortalece

No Valor Econômico:
Megaoferta vai aumentar a fatia da União na Petrobras

. Ontem à noite, um dia antes do fechamento oficial da operação, a megacapitalização da Petrobras já estava garantida. A oferta, que é a maior já realizada no mundo, deve atender tanto os interesses da estatal, que engordará seu caixa, como do governo, que conseguirá ampliar sua participação no capital da companhia. Alguns grandes investidores ainda farão suas reservas hoje, mas no fim do pregão de ontem já havia demanda suficiente para que a colocação alcançasse seu máximo, no total de R$ 132 bilhões.
. Segundo o Valor apurou, o governo já conseguiu aportar entre R$ 65 bilhões e R$ 70 bilhões na oferta - do montante pretendido de R$ 74,8 bilhões. Isso garante que a fatia da União no capital total da empresa suba dos atuais 39,8% do para perto de 45%.

Minha coluna semanal no portal Vermelho

Serra perde a compostura e exagera em vãs promessas
Luciano Siqueira


Inaldo Sampaio, colunista da Folha de Pernambuco (um dos poucos que ainda guardam isenção analítica), observa com propriedade que Serra, depois de quase quarenta anos de vida pública, vendo-se em dificuldade no pleito atual, “aderiu de vez à demagogia”.

Inaldo fundamenta sua observação no conjunto de promessas destituídas de base objetiva que o candidato tucano vem anunciando, que no dizer do economista Sérgio Buarque (citado pelo colunista), mescla “populismo e oportunismo político”.

De fato, prometer o 13% salário aos beneficiários do bolsa-família, salário mínimo para R$ 600,00 e reajuste de 10% aos aposentados a partir de janeiro de 2010 beira à insensatez, quando não fere os ouvidos dos seus apoiadores do PSDB, DEM e PPS avessos a esse tipo de proposição e muito mais interessados na retomada do ideário neoliberal do Estado mínimo.

Só as duas primeiras propostas mencionadas implicariam em gasto público da ordem de R$ 50 bilhões. De R$ 49,1 bilhões em despesas geradas com as promessas de Serra, no entanto, correspondem a todo montante de investimento previsto para o setor público em 2011, incluindo o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), assinala em reportagem o Diário de Pernambuco.

Na verdade, Serra improvisa essas “bondades” de última hora por haver perdido totalmente o rumo – se é que tinha. Cadê as propostas programáticas do candidato que se apresentava como o melhor gerente para o País? O que se vê agora, além desse populismo camaleônico, é a cantilena acusatória tentando impor à ex-ministra Dilma a pecha de responsável por supostas irregularidades cometidas por integrantes do governo federal. “Uma chefe de quadrilha”, vomita aqui na província o também fracassado candidato a governador Jarbas Vasconcelos, em sua ira contra a futura presidente do Brasil.

É verdade que ainda restam pouco mais de dez dias de campanha – o que é muito, dadas as características em certa medida fluidas do comportamento do eleitorado brasileiro. No entanto, diversos analistas de pesquisas eleitorais, dentre eles Marcos Coimbra, do Vox Populi, consideram que os fatores determinantes da forte tendência à vitória de Dilma passam ao largo dos factoides esgrimidos por Serra e seus asseclas, à moda da antiga UDN.

Que assim seja - para o bem do Brasil e pela afirmação do processo democrático.

22 setembro 2010

Palavra de Cecília

Fim de noite com Cecília Meireles: “Sonhar um sonho a dois,/e nunca desistir da busca de ser feliz,/é para poucos!!"

Dilma prossegue firme, apesar dos ataques

No Vermelho:
Datafolha: Serra e Dilma oscilaram dentro da margem de erro
. Nova pesquisa presidencial Datafolha divulgada nesta quarta-feira (22) mostra que mesmo depois de semanas de pesado bombardeio da mídia contra a presidenciável Dilma Rousseff (PT), o máximo que a oposição consgeuiu foi provocar uma queda de dois pontos nas intenções de voto da ex-ministra. A oscilação está dentro da margem de erro.
. A petista agora aparece com 49% (tinha 51% há uma semana), contra 28% de José Serra (tinha 27% na semana passada), enquanto Marina Silva oscilou positivamente dois pontos percentuais e passou de 11% para 13%.
. É o primeiro levantamento do instituto após a velha mídia desencadear uma onda denuncista envolvendo a ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra. O Datafolha informa que 52% dos entrevistados disseram ter tomado conhecimento do caso, mas apenas 13% julgam-se bem informados sobre o episódio. Segundo o Datafolha, pesquisa a ser feita na próxima semana deverá mostrar se trata-se de uma tendência ou apenas um registro do momento em que o levantamento foi realizado. O "alerta" pode ser um indício de que, mais uma vez, o Datafolha usou as oscilações da margem de erro para produzir resultados que trouxessem algum alento à candidatura de Serra.
. A pesquisa foi encomendada pela TV Globo e pelo jornal "Folha de S.Paulo", ao qual o Datafolha está ligado.
. Considerando a margem de erro da pesquisa, de dois pontos percentuais para mais ou para menos, Dilma pode ter de 47% a 51%. Serra pode ter de 26% a 30%, e Marina, de 11% a 15%.
. Dentre os outros candidatos – Eymael (PSDC), Ivan Pinheiro (PCB), Levy Fidelix (PRTB), Plínio (PSOL), Rui Costa Pimenta ( PCO) e Zé Maria (PSTU) - nenhum atingiu 1% das intenções de voto. De acordo com a pesquisa, brancos e nulos somaram 3%, e indecisos, 5%.
. Segundo a pesquisa, Dilma caiu principalmente nos segmentos dos que possuem renda familiar mensal entre 5 e 10 salários mínimos (10 pontos), nível superior de escolaridade (três pontos) e têm entre 35 e 44 anos (quatro pontos).
. O crescimento de Marina Silva se deu entre os mais escolarizados (onde a verde cresceu quatro pontos) e os que têm renda de 5 a 10 salários mínimos, faixa em que a candidata do PV saltou de 16% para 24% (Serra subiu de 28% para 34%).
. Considerados apenas os votos válidos (excluindo-se, portanto, brancos e nulos), a candidata petista, que figurava com 57% no levantamento anterior, lidera a corrida presidencial com 54% das intenções de voto. José Serra (PSDB) está com 31% (tinha 30%), e Marina Silva (PV), chegou a 14%. Com este resultado, Dilma venceria no primeiro turno.
. Na simulação de segundo turno feita pelo Datafolha, Dilma aparece com 55% (de 53% a 57%, considerando a margem de erro), e Serra, com 38% (36% a 40%). Brancos e nulos seriam 5%, e indecisos, 4%.
. Na avaliação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, 78% o consideraram ótimo ou bom, 17%, regular, e 4%, ruim ou péssimo.
. Foram realizadas 12.294 entrevistas em 444 municípios entre segunda-feira (20) e terça-feira (21). A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número 31330/2010.

Boa tarde, Ferreira Gullar

Traduzir-se

Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.

Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir uma parte
na outra parte
— que é uma questão
de vida ou morte —
será arte?

O voto e o afeto

Vejo minha correspondência via e-mails. Tanta declaração voto de maneira carinhosa me faz mais consciente ainda da necessidade de vencer.

Meu artigo semanal no Blog de Jamildo (Jornal do Commercio Online)

Na busca do voto nem tudo vale a pena
Luciano Siqueira


Na busca do voto, tudo vale a pena? Para muitos, sim; para quem assume compromissos reais perante o povo e preza o aperfeiçoamento do processo democrático, seguramente não. Daí a necessidade de se dar atenção ao conteúdo da pregação dos candidatos, tanto ao Executivo quanto aos postos legislativos – e, na medida da consciência (e do grau de exigência) de cada um, estabelecer um crivo mais ou menos rigoroso na definição do voto.

Tirante a minha condição de postulante, cá com meus botões e no exercício elementar da cidadania, sinto-me à vontade para comentar o assunto. Por duas razões: uma, o pouco caso da grande mídia em relação aos programas dos candidatos à presidênciada República e aos governos estaduais. Serra, que – diga-se – tem rebaixado muito o seu discurso, corretamente reclamou outro dia de um repórter do execessivo destaque ao “tititi” (expressão dele) da política, em detrimento das propostas dos candidatos. E é a pura verdade. O que em nada ajuda na elevação do nível de consciência do eleitorado.

A outra razão: a avalanche de material de proganda (através de todas as mídias, inclusive a internet) despida de conteúdo. Ou, melhor dizendo, de contéudo primário e anódino. Através dos Correios, então, tenho recebido em minha casa panfletos que nada dizem além do nome e do número do candidato e, quando muito, uma vaga promessa de defender boas causas (sem especificar quais).

Por e-mail, dentre várias, recebi uma peça emblemática. O autor do texto, quadro político outrora respeitado, anuncia a sua opção por uma dupla de candidatos a deputado federal e estadual justificando-a pela “vocação de ambos para a atividade política” e pelo “apoio que ambos me deram após as eleições de 2008”. Ou seja: o leitor que se vire para saber qual o sentido e o conteúdo dessa suposta “vocação” (um link com os “perfis” dos candidatos só funciona para quem usa determinado software), assim como trate de compartilhar a gratidão do missivista por ter sido ajudado em presumível momento de dificuldade.

Isso me faz lembrar Walfrido Canavieira, personagem de Chico Anísio da década de setenta, na Rede Globo, que ao discursar para a multidão terminava com a expressão: “palavras são palavras, nada mais do que palavras”.

Isso dá resultado? Alguém pode pensar que sim – e até dá mesmo, vez que quem esconde conteúdo em geral esbanja oferta de benesses passageiras, no mais exaercerbado fisiologismo, em que se apóia para conquistar parcelas não raro expressivas do eleitorado menos esclarecido. Porém em médio e longo prazo, creio que não, pois é visível a progressiva formação de uma consciência social avançada em nosso País, do resulta um eleitorado crescemente exigente.

21 setembro 2010

Encontro e desencontro

. No jantar de João Paulo, a alegria de rever tantos amigos. E de ouvir muitas afetuosas declarações de voto.
. Desencontro: saio do jantar de João Paulo para o de Armando quando nosso senador fazia o trajeto inverso.

Discurso agressivo e oco

Pelo que se lê nos jornais hoje, Jarbas baixa cada vez mais o nível do seu discurso agressivo e oco. Lamentável.

20 setembro 2010

A campanha agora: duas atitudes que podem ser decisivas

1 Pedir o voto “de arma em punho” – quer dizer, com panfletos e “santinhos” (modelo do teclado indicando nomes e números dos candidatos).
. Você também pode usar outros materiais de propaganda: banner ou faixa para exibir na janela de sua casa/apartamento; adesivo para carro.
. Basta solicitar pelos telefones 3268-4662 e 3267-9141 (a gente entrega no endereço que você indicar) ou passar no Comitê da Avenida Norte, 3625, Rosarinho (entre a Praça do Rosarinho e a Estrada Velha de Água Fria, sentido bairro-centro)
2 Fazer campanha na Internet usando e-mail, o MSN e os sites de relacionamento Twitter, Facebook, Orkut. É uma forma ágil de ampliar a nossa campanha, de enorme poder de multiplicação.
. Você acha a campanha no site http://www.lucianosiqueira.com.br/, no meu blog pessoal www.lucianosiqueira.blogspot.com e ainda me encontra fácil no Twitter, Orkut, MSN e Facebook.

Em tempo real

Quer saber de minha agenda de campanha em tempo real? Solicite pelo meu e-mail lucianosiqueira@uol.com.br que eu lhe envio.

Boa tarde, Manuel Bandeira

Desencanto


Eu faço versos como quem chora
De desalento , de desencanto
Fecha meu livro se por agora
Não tens motivo algum de pranto

Meu verso é sangue , volúpia ardente
Tristeza esparsa , remorso vão
Dói-me nas veias amargo e quente
Cai gota à gota do coração.

E nesses versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre
Deixando um acre sabor na boca

Eu faço versos como quem morre.
Qualquer forma de amor vale a pena!!
Qualquer forma de amor vale amar!

Soberania e cooperação mútua

No Valor Econômico:
O Brasil pretende assinar em dezembro o acordo comercial Sul-Sul com outros dez emergentes. O acordo envolverá os quatro países do Mercosul mais Coreia do Sul, Índia, Indonésia, Malásia, Egito, Marrocos e Cuba. Estabecerá uma preferência tarifária de 20% em grande parcela das exportações nesse grupo. Foram excluídos da liberalização boa parte dos produtos agrícolas. O Brasil excluiu têxteis, bens de capital, eletrônicos e automóveis.

19 setembro 2010

Apesar da mídia golpista, Dilma avança

No Vermelho:
Denuncismo da oposição não cola em Dilma, que mantém 51%
. A candidata à Presidência, Dilma Rousseff, manteve, pela terceira pesquisa consecutiva, o índice de 51% de intenções de voto, segundo levantamento Ibope/Estado/TV Globo. Se a eleição fosse hoje, ela venceria no primeiro turno. Nas últimas duas semanas, Marina Silva subiu um pouco e Serra oscilou para baixo. O resultado da sondagem mostra que a estratégia da oposição de tentar vincular Dilma a denúncias de quebra de sigilo fiscal e tráfico de influência não está funcionando.
. O candidato do PSDB variou de 27% para 25%, patamar mais baixo desde o início da campanha eleitoral. Ele tem agora menos da metade do índice da adversária petista. Já Marina atingiu, pela primeira vez, um índice de dois dígitos no Ibope: subiu de 8% para 11%.
. Os movimentos coincidem com a tentativa tucana de utilizar eleitoralmente a quebra do sigilo fiscal de pessoas ligadas ao partido. O assunto tem sido tema central da campanha de Serra, pai de uma das vítimas. Ele levou o caso ao programa eleitoral e, em debates e entrevistas, tenta - pelo visto sem sucesso - atrelar Dilma ao episódio. Marina também cobrou explicações e providências do governo em relação ao caso.
. A pesquisa foi feita ainda após a denúncia de envolvimento do filho da ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, em um suposto esquema de tráfico de influência que beneficiaria empresas privadas com interesses no governo. Para que o assunto possa ser esclarecido, a ministra pediu afastamento do cargo na quinta-feira - terceiro e último dia em que os pesquisadores do instituto estiveram em campo.
. Com esse resultado, Dilma seria eleita no primeiro turno se a eleição fosse realizada hoje, com 58% dos votos válidos - excluídos os nulos e em branco e os eleitores indecisos.
. A três semanas da eleição, a pesquisa mostra aumento da expectativa de vitória da petista: para 72%, ela será a sucessora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva - há duas semanas, eram 69% os que faziam essa previsão. Os que acreditam em uma vitória de Serra eram 17% e caíram para 14%. Os índices de rejeição se mantiveram inalterados: 19% para Dilma e 26% para Serra.
Leia mais http://migre.me/1lz2H

Dialética da vida

A sugestão de domingo é de Vinícius: “A vida é a arte do encontro, embora haja tantos desencontros pela vida.”

18 setembro 2010

Emoção e poesia

A dica de sábado é de João Cabral de Melo Neto: “Mesmo sem querer, fala em verso/Quem fala a partir da emoção.”

Ciência brasileira: separando o óleo e a água

Ciência Hoje Online:
Separação amigável
Pesquisadores mineiros desenvolvem método de separação óleo e da água com ajuda da nanotecnologia e, de quebra, conseguem reaproveitar resíduo tóxico gerado pelo processamento industrial do alumínio.
.  Extrair petróleo do subsolo impõe muitos desafios para as empresas que se lançam nessa empreitada. Não bastassem as dificuldades para perfurar o solo em busca do óleo, é necessário separá-lo da água com a qual ele está frequentemente misturado nos poços subterrâneos. Sem essa separação, o petróleo não pode ser refinado e aproveitado na fabricação de combustível e outros derivados.

. Atualmente, a solução usada para separar óleo e água é o uso de desemulsificantes – aditivos químicos responsáveis pela quebra de emulsões (termo que os químicos usam para se referir à mistura de dois líquidos como o óleo e a água). No entanto, essa é uma estratégia de alcance limitado, pois resíduos dos desemulsificantes permanecem junto do petróleo após a separação e comprometem sua qualidade.
. Para separar óleo e água, os pesquisadores mineiros desenvolveram um material em escala nanométrica chamado por eles de nano-amphil, usado como desemulsificante. A técnica recorre ainda aos princípios do magnetismo para separar óleo e água. Ao tornar o material magnético, o grupo tornou possível que um campo magnético pudesse removê-lo em seguida.
. Leia a matéria na íntegra http://migre.me/1l5MM

Demonstração de força na festa de Luciana

. O encontro festivo da Luciana, ontem, na Usina de Dois Irmãos: um imenso ato de amor ao nosso povo e de confiança na vitória. Eduardo Campos, Humberto Costa e Renato Rabelo (presidente nacional do PCdoB) acentuaram os desafios da reta final da campanha e expressaram com nitidez a confiança na vitória de Luciana com expressiva votação.
. Para mim a festa se converteu num afetuoso reencontro com muita gente engajada em nossa caminhada rumo à Assembleia Legislativa. O me obrigou a permanecer no local até 23,30 h, apesar do cansaço.

17 setembro 2010

Uma agenda combativa e estimulante

. Daqui a pouco, no Recife, enquanto falo para trabalhadores da construção civil tem uma turma fazendo panfletagem na Av. Visconde Suassuna, defronte ao Senac (12,30 h). Depois sigo para plenária de militantes em Camaragibe (14 h).
. De 16,30 h em diante, panfletagem no cruzamento Perimetral/Av. Abdias de Carvalho (próximo à Engefrio). Em seguida, reunião no Ibura de Baixo com Dra. Isabelle e lideranças e ativistas.
. À noite, caminhada e abertura do Festival de Verão, na Linha do Tiro, seguida de reunião de residência nos Aflitos, culminando com o encontro festivo com Luciana na Usina de Dois Irmãos. Tudo com muito entusiasmo e determinação – estamos juntos para vencer.

Exigência que pode dificultar o voto

No Valor Econômico:
Documento pode elevar abstenções


A exigência da apresentação de um documento com foto no momento do voto, novidade da eleição deste ano, poderá elevar as abstenções. Entre políticos, há temor de que esse efeito se dê principalmente nas regiões com alto índice de população rural, como o Nordeste, onde cerca de 28,5% residem no campo, ante a média nacional de 16%. O problema, se agravou este ano em razão das enchentes em Pernambuco e Alagoas, onde muitas pessoas perderam documentos.

Há cinco anos, o então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Carlos Velloso, avaliou em 30 milhões o número de eleitores que não tinham documento com foto. Hoje, o TSE evita previsões oficiais. A. identificação biométrica, em que o eleitor é identificado pela impressão digital, só atingirá 100% do eleitorado em 2018.

A dureza e o prazer da campanha

. Campanha extenuante, porém prazerosa. Ontem café da manhã no Bode, no Pina; no início da tarde reunião com mais de 140 professores e alunos de um programa de alfabetização de jovens e adultos, em Goiana; depois a abertura do Colóquio Internacional Paulo Freire, no Centro de Convenções da UFPE, com apresentação magistral da Banda Acadêmica de Casa Amarela e emocionada homenagem póstuma  a Alcides Tedesco.
. Fábio, o regente da Banda Acadêmica de Casa Amarela, ao final, fez carinhosa referência a Luci e a mim.
. Ao final da noite, reunião com moradores e lideranças na Vila Maria Lúcia, no IPSEP, relacionando os problemas locais com as grandes linhas do governo Lula, que Dilma desenvolverá mais ainda.   

Renato: sentindo seu poder ameaçado, direita apela para golpismo

No Vermelho:
Acompanhando de perto a disputa política nacional e nos estados, nas candidaturas majoritárias e proporcionais, o presidente do PCdoB, Renato Rabelo faz, nesta entrevista, uma análise do quadro eleitoral, fala sobre a tática denuncista da direita e trata da necessidade de os comunistas intensificarem a campanha nestes dias que antecedem o 3 de outubro. “Quando a direita percebe que está perdendo espaço e pode perder poder, sempre caminha para as vias golpistas”, afirma.

Leia a entrevista http://migre.me/1kh7z

Bom dia, Cida Pedrosa

Miró

absoluto

quando o tempo do branco chegar
não terei gaiolas
gatos siameses
ou cachorro poodle
com coleira de marfim

com certeza
direi poemas indecentes
falarei de revoluções inacabadas
de lugares que mapeei com minha alma

Jornal Nacional faz o que Serra não precisa fazer

Paulo Henrique Amorim no Conversa Afiada:

A edição do jornal nacional desta quinta feira, na queda da ministra Erenice Guerra, foi uma dose tripla de Golpismo.

Uma reportagem ininteligível de Tonico Ferreira, ao longo de duas horas e 79 minutos, “leu” na televisão – ah !, se o Boni ainda mandasse ! – as edições completas da Folha (*) de hoje e da Veja deste domingo.

Foi uma tentativa inútil de impressionar não pelo conteúdo (inatingível), mas pelo volume, pela duração.

Nada disso, foi apenas uma reportagem chata.

Depois, veio uma reportagem de Brasília, igualmente opaca, confusa – de jornal escrito.

O pessoal da Globo (do Ali Kamel) desaprendeu televisão.

Pensa que televisão é jornal.

Mas, não é para entender.

É para sentir.

É para ter a impressão de que se trata de uma catástrofe.

E não é.

É apenas outra tentativa de Golpe.

Clique aqui para ler sobre a Operação Lunus, versão 2010.

Depois veio o programa do Serra.

Medíocre, como ele.

E termina numa coda: associar a Erenice ao José Dirceu e à Dilma.

Perda de tempo.

Até o ex-presidiário que se tornou fidedigna fonte da Folha (*) chegar à Dilma, a Dilma já terá tomado posse.

Por falar nisso: cadê a crise do sigilo ?

Não colou ?

Aí, vem o programa da Dilma.

Um show de televisão.

Ignora solenemente a Baixaria do Zé.

E mostra o Brasil que não passa na Globo.

Como disse o Marcos Coimbra, o programa eleitoral da Dilma teve a propriedade de informar, mostrar o que muitos brasileiros não conheciam.

Hoje, por exemplo, revelou a grandiosidade das usinas de Jirau e Santo Antonio, no rio Madeira.

(Aquelas dos bagres da Marina.)

Por que o super-rocambolesco-aero-pseudo-jato-informativo do Ernesto Paglia não sobrevoa Jirau e Santo Antonio, já que ele está li, pertinho ?

O programa da Dilma, além de informar, faz o que o Lula sempre quis: pendurar o FHC no pescoço do Zé Baixaria.

E a comparação é de cortar os pulsos dos dois jenios: FHC e seu discípulo dileto.

Enquanto isso, o jornal nacional dava curso à Operação Lunus, 2010.

Só tem um problema.

No dia 4 de setembro, Serra se torna poeta municipal.

Vai chefiar futuras Operação Lunus.

E a Globo continua.

Provisoriamente, na liderança.

Provisoriamente.

(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

Cena de campanha: a alegria de lutar

Galera do Meu samba é assim fazendo a nossa campanha de bar em bar.

16 setembro 2010

Minha coluna semanal no portal Vermelho

Um clássico do marxismo e as eleições gerais

Luciano Siqueira


Escrevi sobre isso aqui no Vermelho, num dos recentes momentos eleitorais. A utilidade da leitura do 18 Brumário de Luís Bonaparte, a primeira análise de uma situação política determinada (a da França) escrita à luz do materialismo histórico, justamente pelo seu fundador teórico, Karl Marx, entre dezembro de 1851 a março de 1852.


Passados mais de 150 anos, a obra continua atual e necessária a marxistas e a não marxistas - para que compreendam que o processo político não se dá tão somente a base da vontade subjetiva dos atores envolvidos. Há variáveis outras, de ordem objetiva, em certa medida determinantes do comportamento subjetivo deste ou daquele líder, e mesmo dos partidos políticos, relacionadas com os interesses de classe ou de segmentos de classe em presença.


Por isso a política não é um simples jogo de damas; é de xadrez, mais complexo. Via de regra não basta a uma determinada corrente política ter força acumulada, é preciso que tenha também juízo para exercer essa força – e exercê-la pelo convencimento, pela conquista de adesões conscientes; para que adiante, uma vez instalada a luta aberta, possa reunir descortino, vontade e emoção, ingredientes indispensáveis à conquista da vitória.


Por aí se entende os muitos exemplos em que uma corrente menos robusta logra êxito na aglutinação de aliados partidários e sociais o suficiente para virar o jogo. Daí se dizer, após o desenlace da peleja, que o resultado final foi surpreendente. É que o inesperado brota dessa coisa fascinante que conjuga a um só tempo ciência e arte, que é a tática política. A ascensão de Lula à presidência da República é um extraordinário exemplo.


O comentário feito há tempo, que agora reproduzo, novamente é oportuno diante do desenho dessa reta final das eleições gerais em curso. Pois tanto na sucessão presidencial como nos pleitos proporcionais e majoritários estaduais, a grande mídia e a direita teimam em tergiversar no debate político, evitando as questões centrais e programáticas e dando ênfase excessiva ao que consideram atributos pessoais dos candidatos – nem sempre verdadeiros -, ao que se acrescenta um denuncismo estéril e sem fundamento.


Na prática se deseja permanecer na superfície e escamotear os verdadeiros interesses de classe que se põem na base de cada candidatura. Porque é o que ocorre, na essência de cada coligação partidária, por mais ampla e diversificada que seja. Em todas há um núcleo programático, explícito ou implícito, associado à principal base de sustentação de cada candidatura. Ou não é o que acontece com as candidaturas de Serra e Dilma? A diferença é Dilma quer deixar as coisas claras e Serra se faz de camaleão.

Ser ou não ser

Crise de identidade: Serra entre a postura de candidato à presidência da República e a de delegado de polícia.

Serra descontrolado

Serra, irritado, ameaça abandonar estúdio da Rede CNT, em São Paulo. É preciso ter serenidade para saber perder.

15 setembro 2010

Meu artigo semanal no Blog de Jamildo (Jornal do Commercio Online)

CDL: otimismo com os pés no chão

Luciano Siqueira


A assertiva é de Plekhanov, revolucionário russo contemporâneo de Lênin: é preciso pensar e agir “com as quatro patas assentadas na realidade”. Vale para a vida, vale sobretudo para a política.

E é o que vimos ontem no almoço-reunião promovido pela Câmara de Diretores Lojistas do Recife (CDL), tendo como protagonista o governador Eduardo Campos, na condição de candidato à reeleição. Do presidente Sílvio Vasconcelos, que coordenou o debate, ao governador, passando pelo deputado Armando Monteiro Neto e pelo presidente licenciado da Federação das Indústrias de Pernambuco, Jorge Côrte Real, que se pronunciaram, o que se ouviu foram considerações consistentes sobre a conjuntura política econômica e política do Brasil e de Pernambuco, com um traço marcante: otimismo com os pés no chão.

Nada mais válido, particularmente num ambiente marcado pelo conflito eleitoral, quando o mais fácil é exalar frases feitas e opiniões superficiais, quando não francamente unilaterais, portanto dissociadas da realidade concreta. O governador abordou o processo de retomada do desenvolvimento do País, Pernambuco nele inserido, acentuando as bases em que ocorre, pondo em relevo a exploração competente, pelo governo federal, das próprias potencialidades internas. O crescimento do PIB e o desenho favorável de outros indicadores da economia estão associados à expansão do mercado interno, um dos fatores determinantes. Isto em razão de um conjunto de medidas adotadas pelo presidente Lula em meio à crise global e suas ameaçadoras repercussões sobre a economia brasileira. Tanto no sentido de evitar a derrocada da produção, como de manter um nível de consumo compatível com a manutenção da oferta de postos de trabalho em padrão minimamente razoável para as circunstâncias.

Pernambuco, nesse contexto, explora com acerto o ciclo de oportunidades que se coloca. E dá passos – segundo Eduardo – para em vinte anos ter o seu PIB triplicado.

Entendem, entretanto, tanto o governador como Armando Monteiro Neto e Jorge Corte Real, que é preciso arrostar o desafio de uma reforma tributária progressiva, que desonere a produção – e, acrescento cá com os meus botões, inverta o perfil injusto da carga tributária, que recai hoje sobre os assalariados em geral e exime, em boa medida, os detentores de grandes fortunas. Mais: é preciso desmontar toda uma engrenagem preexistente que voltava o País para a especulação financeira e dificultava – dificulta muito ainda – os investimentos de natureza produtiva.

Em suma: há muito que fazer para dar sustentabilidade ao ciclo de crescimento ora em curso. Daí o caráter crucial das decisões que o eleitorado tomará em 3 de outubro.

(Cá na minha condição de cidadão atento ao que se passa, sublinho o papel extremamente construtivo que a CDL vem cumprindo, do qual a reunião de ontem é reflexo).

14 setembro 2010

Na contra-mão

  Entre o factóide e o programa de governo, Serra opta pelo factóide. E pela rejeição do eleitorado.

Perdas e ganhos

  Tempo de emoções e conquistas na campanha; também de importantes perdas afetivas. É a vida.

Moral elevada

Reta final da campanha, inspiração em Ho Chi Minh: “Se queres continuar tua missão,/deves manter elevado o teu moral.”

13 setembro 2010

Uma crônica minha no site da Revista Algomais

A saga de um sertanejo em terras alentejanas
Luciano Siqueira


Nosso destino era Beijin, China, com breve escala em Lisboa. Tempo disponível para uma esticada até Serpa, pequena cidade pertencente ao distrito de Beja, no Alentejo, governada pelo Partido Comunista Português.

Assim que estacionamos nossos veículos, Tadeu – sertanejo do Pajeú, chefe de gabinete do vice-prefeito do Recife - de pronto anunciou o seu principal objetivo, além de nos acompanhar na visita oficial ao governo municipal e de rever a beleza arquitetônica da cidade: Jorge, o amigo português. Nem desconfiávamos da complexidade da empreitada.

Caminhamos por ladeiras, esquinas, ruelas, praças; fotografamos o casario e as igrejas. Tadeu, entretanto, parecia nada ver – a mente presa à sua missão particular: reencontrar Jorge.

Verdadeira busca, ao estilo de um bom romance policial:

- Senhor guarda, sabe dizer onde reside Jorge, um secretário da Câmara Municipal, amigo de Jaime, que mora em Nanterre, na França?

- Não senhor, não sei.

Na porta da barbearia, a mesma resposta:

- Não conheço, senhor.

Na quitanda da esquina:

- Não há nenhum Jorge por aqui, senhor.

E o intrépido Tadeu, percebendo-se alvo da desconfiança de nós outros seus companheiros de viagem, sequer dava atenção aos apelos para que desistisse.

- Você se enganou, homem, esse Jorge deve ser de outro lugar...

Mas ele seguia adiante como um Indiana Jones determinado, dizendo-se conhecedor do vinho, do azeite e da gente do lugar:

- Vou provar que Jorge existe!

Numa rua comprida e em declive, exclama:

- Achei! A casa de Jorge é essa. Mas a tal casa se encontrava fechada, nenhum sinal de vida. E o vizinho, quando perguntado, foi outra ducha fria:

- Não senhor, aqui não mora nenhum Jorge.

Já escurecia quando enfim tomamos o caminho da volta. Mas eis que de uma esquina avistamos a placa indicativa da sede municipal do Partido Comunista Português. Na entrada, uma lanchonete e uma pequena livraria onde alguns velhos militantes conversavam animadamente. Um deles trouxe a luz:

- Jorge? Sim, o camarada Jorge mora logo ali. Se quiseres iremos à residência dele.

- Eu não disse! Jorge existe, ora, eu é que não lembrava o caminho! – vingava-se Tadeu da chacota geral.

Como que ouvindo o chamado, eis que para surpresa de todos aparece em carne e osso, sorridente, o tal Jorge, secretário político do Comitê local do PCP. Trocaram abraços efusivos, perguntou pela camarada Luciana (então prefeita de Olinda), nos cumprimentou a todos e se desculpou por estar de saída para uma reunião do comitê partidário na freguesia.

O contato foi breve, mas serviu, afinal, para lavar a alma do agora saltitante Tadeu. E o final feliz mereceu uma boa comemoração no retorno a Lisboa, regada com umas boas garrafas do Alvarinho branco seco.

12 setembro 2010

Vox Populi: Dilma abre 30 pontos sobre Serra

No Vermelho:
. Dilma Rousseff (PT), foi a única candidata que oscilou positivamente na medição do tracking Vox Populi/Band/iG deste domingo (12). A candidata tinha 52% da preferência do eleitorado e atingiu hoje 53% das intenções de voto. Serra (PSDB) permanece estacionado com 23%.
. A oscilação da candidata está dentro da margem de erro da pesquisa, que é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos. O principal adversário da petista, o candidato José Serra (PSDB), se manteve no patamar de 23% constatado na medição de sábado.
. A candidata do PV, Marina Silva, também se manteve com 9% da preferência dos entrevistados pelo instituto Vox Populi.
. O número de eleitores que declaram voto branco ou nulo oscilou de 4% para 5% de sábado para domingo e os entrevistados que não sabem em quem votar ou não souberam responder a pesquisa somaram 10% do total.
Espontânea - Com o resultado da medição de hoje, Dilma abriu 30 pontos percentuais de diferença em relação ao tucano José Serra. Com esse patamar, a candidata do PT venceria as eleições ainda no primeiro turno.
. Na pesquisa espontânea, quando não são apresentados os nomes dos candidatos ao eleitor, Dilma também oscilou de 43% para 44%, enquanto Serra e Marina se mantiveram com 18% e 7%, respectivamente.
Lula tem 1% da preferência - A novidade na sondagem deste domingo é que caiu o número de eleitores que ainda dizem que vão votar no presidente Lula no pleito de 3 de outubro.
. Desde quando o Vox Populi iniciou a publicação do tracking diária, em 31 de agosto, 2% do eleitorado ainda admitia que iriam votar em Lula na próxima eleição. Agora, esse patamar caiu para 1% na pesquisa espontânea, assim como o número de eleitores que afirma votar no “candidato do PT”, que também saiu de 2% para 1% neste domingo.

Uma questão de vida

Ciência Hoje Online:
Nem todo vivente é pessoa
. Que propriedade biológica define a existência humana? Motivado por uma tese de doutorado em filosofia, Sergio Pena volta a um artigo de 1986 no qual examinou essa questão e defende a reforma do Código Penal para descriminalizar o aborto terapêutico.
. Leia o texto na íntegra http://migre.me/1fWS5 

Vida verdadeira

Sugestão de domingo de Thiago de Mello: “Fica decretado que agora vale a verdade./agora vale a vida, /e de mãos dadas,/marcharemos todos pela vida verdadeira.”

11 setembro 2010

A melhor de todas as emoções

A dica de sábado é de Vinícius: “É claro que a vida é boa/E a alegria, a única indizível emoção”.

Bom dia, Mario Quintana

Canção do dia de sempre

Tão bom viver dia a dia...
A vida assim, jamais cansa...

Viver tão só de momentos
Como estas nuvens no céu...

E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência... esperança...

E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.

Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.

Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!

E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas...

09 setembro 2010

Meu artigo semanal no Blog de Jamildo

O rádio e a antecipação da notícia
Luciano Siqueira

Fernando Sabino diz numa de suas crônicas que o rádio entrou na residência dos brasileiros pela sala de visitas e foi parar na cozinha, com o advento da televisão. Aqui em casa, não exatamente na cozinha, no banheiro. Porém não relegado a uma condição inferior, vez que é muito mais ouvido do que vista é a TV. Desde cinco horas da manhã, quando tomamos o primeiro banho antes da caminhada matinal. Ali, sempre presente, de domingo a domingo, anunciando os acontecimentos do dia e difundindo comentários de tudo o que é gente metida a entendida nos mais variados assuntos.

Testemunhamos assim a importância do rádio na formação da consciência política do nosso povo. Não só do rádio, mas dos meios de comunicação como um todo: a TV e os jornais, e também os sítios na Internet, guardam uma relação simbiótica com o rádio, um alimenta os demais e vice-versa.

O rádio confirma ou antecipa a notícia. Dependendo da hora em que o sintonizemos. Na madrugada, os jornais do dia já não terão tempo de registrarem o que ocorreu em Estocolmo, Atenas ou Mossoró, naquele instante; mas o rádio sim, pois a informação terá sido captada em tempo real, via Internet e de imediato repassada aos ouvintes.

A “antecipação” da notícia às vezes é precipitada pela ansiedade de quem a transmite. Vira premonição. Como aconteceu com um jovem repórter da Rádio Jornal, no Recife, em meados dos anos 80, quando exercíamos nosso mandato de deputado estadual colado às lutas populares em ascensão. Uma espécie de plantão permanente, para o que desse e viesse. Um pé na Assembléia Legislativa e o outro nas ruas.

Foi na ocupação do conjunto habitacional Montes Verdes, no Ibura. Transmissão ao vivo. O repórter narra a chegada do Batalhão de Choque da Polícia Militar, enviado pelo governador Roberto Magalhães, e o tumulto que se instala – gritaria, corre-corre, choro de crianças, vozes exaltadas:

- Há muita confusão, senhores ouvintes, pessoas podem ser feridas. Como sempre acontece, o deputado Luciano Siqueira já se encontra no local e, segundo lideranças comunitárias ouvidas pela reportagem, já teve um entrevero com o capitão Viana.

- Então ouça o depoimento do deputado – pede o locutor do estúdio.

- Ainda não é possível. O deputado parece estar encoberto pela poeira que se levanta no local do conflito, onde alguns policiais foram agredidos a pedradas.

- Ele foi agredido pelos policiais? É importante verificar isso.

- Vamos verificar, vamos verificar... e dentro de alguns minutos ele dará entrevista exclusiva para nossa emissora.

Mas não tinha jeito de encontrar o deputado, que ouvia tudo pelo rádio do carro, ainda se deslocando de casa para o bairro, agora o mais rápido que podia – para cumprir o dever. E não frustrar o repórter e os seus ouvintes.

Coluna semanal no portal Vermelho

Propostas programáticas na busca do voto
Luciano Siqueira


De certo modo no Brasil de hoje é relativamente fácil justificar o voto pelas suas consequências para a vida das pessoas. O voto em Dilma, por exemplo, ganha sentido aos olhos do eleitor quando se demonstra o compromisso de continuidade da candidata com o conjunto dos feitos do governo Lula – e ainda se aponta a possibilidade de avançar mais ainda. Cá na província, então, destaca-se o canteiro de obras (e de amplas e diversificadas oportunidades de negócios e de empregos) em que se converteu Pernambuco a partir de decisões estratégicas do presidente da República: a localização da Refinaria Abreu e Lima, da Petrobras, no Complexo Portuário de Suape, lastreando o Estaleiro Atlântico Sul e a planta de poliéster; a Transnordestina, transposição/revitalização do São Francisco e o Pólo e Hemoderivados.

Mas não bastam esses fatos e argumentos, quando se quer ir além na construção de uma consciência social avançada, a que serve a peleja eleitoral. Meu discurso de candidato se vale do dito popular “um olho na reza e o outro no padre” para inserir a combinação do que se pode fazer agora, em benefício do povo e pelo fortalecimento da Nação, com o que almejamos para o futuro.

Como assim? Mesclando elementos de uma plataforma imediata, ao alcance de um mandato de deputado estadual – desenvolvimento com distribuição de renda, valorização do trabalho e sustentabilidade ambiental; direitos humanos, segurança e espaços públicos seguros; cultura; mobilidade urbana, etc. – com a defesa das reformas estruturais.

Não tem sido difícil, assim, introduzir a necessidade de se completar a reforma agrária e promover as reformas urbana, tributária, educacional, política e dos meios de comunicação, acrescidas do fortalecimento do SUS e da implantação do SUSP (Sistema Único de Segurança Pública) como expressões de um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento que venha, no futuro, a abrir caminho para o socialismo. Ao contrário, torna-se até fácil, na medida em que as reformas estruturais se colocam como resposta a inquietações manifestadas no diálogo na porta da fábrica, nas escolas e Universidades, em visitas a locais de trabalho e em reuniões de residência. Os problemas estão à flor da pele – as respostas fluem naturalmente.

Naturalmente, é bom frisar, para quem se vale do Programa do PCdoB e do conjunto das propostas apresentadas pelos comunistas à ex-ministra Dilma. Pois o nordestino da zona rural costuma dizer que só se encosta em árvore que dá sombra. Os eleitores mais interessados e atentos – parcela que se amplia enormemente – buscam justamente candidatos e ativistas que lhe forneçam dados e argumentos para que entendam o que se passa em torno de si e no País – ou seja, “árvores que dêem sombra”.

Isso dá voto? Claro que dá – e muito. Quanto mais eleitores esclarecidos, maior a possibilidade de que não apenas votem, mas peçam o voto. Vivi isso, com êxito (fui o mais votado do nosso campo de forças), em minha campanha para vereador do Recife há um ano e meio. Vivo novamente na campanha atual. Espero que dê certo uma vez mais – para que a prática confirme a tese.

08 setembro 2010

Estatais terão orçamento recorde de R$ 107,5 bilhões para investir em 2011

. A notícia é da Agência Brasil. As empresas estatais federais poderão investir em 2011 o maior valor da história. A proposta de Orçamento Geral da União para o próximo ano, encaminhada ao Congresso na semana passada, reserva R$ 107,5 bilhões para os investimentos das estatais. O montante é 13,3% maior que os R$ 94,9 bilhões previstos para este ano.
. A maior parte dos recursos corresponde à Petrobras, que sozinha responderá por R$ 91,2 bilhões em investimentos das estatais federais. Desse total, R$ 78,7 bilhões serão aplicados no próprio país e R$ 12,5 bilhões no exterior.
. Em segundo lugar, estão as empresas do Grupo Eletrobras, com investimentos estimados em R$ 8,16 bilhões. O valor, no entanto, poderia ser maior, não fosse o fato de a estatal ter de contribuir com R$ 1,9 bilhão para a meta de superávit primário – economia para pagar os juros da dívida pública – no próximo ano.
. Em 2011, as estatais terão de economizar R$ 7,6 bilhões, equivalentes a 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB), para compor a meta de superávit primário. Na verdade, apenas as empresas dos grupos Eletrobras e Itaipu (R$ 5,7 bilhões) estão obrigadas a economizar. Desde 2009, a Petrobras está dispensada do esforço fiscal.
. O Orçamento do próximo ano também reserva R$ 2,2 bilhões para a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). Os principais investimentos são a ampliação da pista do aeroporto de Porto Alegre, com R$ 110 milhões destinados, e a reforma do segundo terminal de passageiros do Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro, com R$ 103 milhões.
. Entre as instituições financeiras federais, o Banco do Brasil terá R$ 2,17 bilhões e a Caixa Econômica R$ 951 milhões para investir na manutenção e ampliação da infraestrutura de atendimento, informática, máquinas e equipamentos.
. No primeiro semestre de 2010, segundo os dados mais recentes do Ministério do Planejamento (http://agenciabrasil.ebc.com.br/home/-/journal_content/56/19523/1011191), as estatais investiram R$ 37,9 bilhões. O valor é recorde e supera em 27% o montante registrado nos seis primeiros meses de 2009, de R$ 29,7 bilhões. Em todo o ano passado, as estatais federais investiram R$ 71,1 bilhões, de um Orçamento de R$ 79,9 bilhões.
. A execução está mais acelerada neste ano do que no ano passado. De acordo com o levantamento, de janeiro a junho as estatais investiram 40,1% do Orçamento de R$ 94,4 bilhões. No primeiro semestre de 2009, a execução correspondia a 37,9% da verba prevista.

Serra e Marina se estranham

Marina e Serra trocam farpas. Sinal de que a conjuração em prol de um segundo turno vai mal das pernas.

07 setembro 2010

Boa tarde, Tereza Halliday

Em tempo

Sabe a querência
este pensar de agora.

Na primeira ruga
um alarme de urgência

Está ficando tarde, amor
e estou na hora.

Festa democrática em Boa Viagem

Em Boa Viagem, hoje, parafernália de carros de som, bandeiras e cores. Poluição sonora e visual? Não, festa democrática. Na ditadura tudo era triste, um silêncio forçado. Que as bandeiras façam a alegria das ruas até 3 de outubro. E não sejam arriadas nunca, as bandeiras justas.

Soberania e progresso

7 de Setembro: a centralidade da soberania nacional, defendida pelo PCdoB, hoje já é compreendida por muitos. Vamos em frente!

06 setembro 2010

Paulo Henrique Amorim comenta desdita de Serra

No Conversa Afiada:
Lula está com pena do Serra. Ele sabe o que é sofrer assim
Amigo navegante telefona para contar que, faz poucos dias, numa dessas andanças do Presidente Lula pelo país, bateu um papo com ele.
Lula disse que está até com pena do jenio (ele trata de Serra).
Lula imagina que o Serra sofra muito.
Muito.
O Serra não tem o que dizer.
A inflação está em queda.
A economia cresce.
A Classe C está feliz e compra.
O financiamento da casa própria bomba.
Tem o pré-sal.
O rio São Francisco.
A Trans-Nordestina.
O Bolsa Família.
O que ele vai falar ?
O Lula conta que já viveu esse problema em 1994, quando perdeu a primeira vez para o Fernando Henrique.
O PT foi contra o Plano Real e o povo só queria ouvir falar de Plano Real.
O PT espinafrava e o povo feliz nos supermercados.
O Lula contou que ia gravar o horário eleitoral gratuito e tudo o que ele tinha a dizer ele dizia em dois minutos.
E no resto do tempo, não tinha jeito: ele tinha que falar do Plano Real.
O Serra pode dizer o que quiser, que o povo está feliz.
E o Serra vai, vai, vai e acaba por falar no que o Governo Lula fez.
O Lula tirou todas as bandeiras dele.
Como o Plano Real tinha tirado do PT.
Diz o Lula que isso dá um sofrimento sem fim.
Cada dia de campanha é um a mais peso nas costas.
Que você torce para a campanha acabar logo.
Torce para perder no primeiro turno.

Vamos à praia amanhã

No Blog da Folha:
Em pleno feriadão, Luciano e Luciana fazem caminhada na praia de Boa Viagem
Luciano Siqueira e Luciana Santos (PCdoB), candidatos a deputado estadual e a deputada federal, participam amanhã, a partir das 9h, de panfletagem na Avenida Boa Viagem. Os candidatos e a militância devem percorrer uma parte da avenida a partir do Edifício Acaiaca, que será ocupado por faixas e bandeiras, além de distribuirem panfletos e adesivos.

Nossa vitória em suas mãos

A campanha agora: duas atitudes que podem ser decisivas

Pedir o voto “de arma em punho” – quer dizer, com panfletos e “santinhos” (modelo do teclado indicando nomes e números dos candidatos).
. Você também pode usar outros materiais de propaganda: banner ou faixa para exibir na janela de sua casa/apartamento; adesivo para carro.
. Basta solicitar pelos telefones 3268-4662 e 3267-9141 (a gente entrega no endereço que você indicar) ou passar no Comitê da Avenida Norte, 3625, Rosarinho (entre a Praça do Rosarinho e a Estrada Velha de Água Fria, sentido bairro-centro)
Fazer campanha na Internet usando e-mail, o MSN e os sites de relacionamento Twitter, Facebook, Orkut. É uma forma ágil de ampliar a nossa campanha, de enorme poder de multiplicação.
. Você acha a campanha no site http://www.lucianosiqueira.com.br/,  no meu blog pessoal http://www.lucianosiqueira.blogspot.com/ e ainda me encontra fácil no Twitter, Orkut, MSN e Facebook.
. Experimente repassar aos seus amig@s essa minha mensagem http://migre.me/14ZUB e dar também o seu depoimento de apoio em nosso site http://digi.to/ifAoY
Estamos juntos. E vamos vencer.

"Eleitor passa ao largo da crise do sigilo fiscal"

Jornal do Brasil:
Para analistas, Dilma vence no primeiro turno
A candidata do PT, Dilma Rousseff, aproxima-se a cada dia da vitória já no primeiro turno da eleição presidencial – na última pesquisa Datafolha, divulgada sábado, ela subiu 1 ponto percentual, chegando a 50%. Cientistas políticos consultados pelo JB avaliam: só uma grande e inesperada mudança no jogo seria capaz de fazer a petista perder o pleito. Nem mesmo as denúncias de vazamento de sigilos fiscais de tucanos e da filha do candidato José Serra (PSDB), Verônica Serra, têm surtido efeito nas intenções de voto dos eleitores.

Uma crônica minha no site da Revista Algomais

O respeito e a timidez

Luciano Siqueira

Rubem Braga frequentava um café em São Paulo, no início dos anos quarenta, onde observava, posto num canto, a vender passagens de ônibus interurbanos, nada menos que o grande Artur Friedenreich, um dos maiores artilheiros do São Paulo e da seleção brasileira. Tinha vontade de lhe dirigir a palavra, mas jamais teve a coragem. Por respeito – registra numa de suas crônicas. Seria como quebrar o encanto de uma admiração que nutrira por aquele homem, ao longo de mais de uma década, e vê-lo naquela situação, relegado a um ofício outrora inaceitável para um ídolo do futebol.

Não só por respeito, mas principalmente por timidez, o autor dessas linhas viveu situações semelhantes.

No início dos anos sessenta, ainda adolescente, portador de uma mensagem do tio e meio-pai Paulo Rosas ao sociólogo e antropólogo Gilberto Freyre, foi recebido na sala de visitas da casa-grande do engenho Apipucos (sede da atual Fundação Gilberto Freyre), ele em animada conversa com o poeta Renato Carneiro Campos. Feita a entrega, um resmungo de agradecimento como resposta e o coração acelerado pela oportunidade jamais imaginada de estar frente a frente com o autor de Casa Grande & Senzala.

Faltou coragem para perguntar algo, ensaiar uma observação qualquer.

Cena semelhante se repetiria alguns anos após, no Instituto de Ciências do Homem (hoje Centro de Filosofia e Ciências Humanas) da Universidade Federal de Pernambuco.

Nutria admiração quase reverencial pelo diretor, professor José Antônio Gonçalves de Mello Neto, autor de Tempo dos Flamengos e outros estudos igualmente marcantes sobre o período holandês em Pernambuco. Diante daquele homem sóbrio, invariavelmente solene no seu terno branco de linho diagonal e porte aristocrático, nada mais do que “um bom dia”. Como abordá-lo, tão distante e inacessível?

A chance surgiu quando o diretor flagrou no livro de ponto a assinatura de todos os funcionários administrativos antecipadas numa segunda feira como se houvessem trabalhado até a sexta. Menos a do jovem datilógrafo, chamado à sala do diretor.

- Por que o senhor não assinou o livro de ponto antecipadamente, como seus colegas?

- Porque hoje ainda é segunda feira, professor.

- Não o convidaram a assinar?

- Não, professor, ninguém me convidou.

- Pode ir, então.

Leitor precoce de obras clássicas, apaixonado pela História, muito teria a perguntar – tanto a Freyre como a Gonçalves de Mello. Maldita inibição!

Foram-se as oportunidades, ficou a timidez – que persiste até hoje, incurável. Um traço de personalidade só atenuado pela militância política, pois o dever de falar e de agir em favor de uma causa impele a arrostar toda sorte de obstáculos. Inclusive a timidez pessoal.