31 dezembro 2011

Impressões de fim de ano (4): Um poema de Cida Pedrosa

Miró
ritual do ano novo

todos os anos consulto tuas mãos,
espero
o dia
em que meu corpo estará gravado
nas linhas do teu destino

Carrero sabe das coisas

A dica de sábado é de Raimundo Carrero: “A liberdade é o caminho da criação.”

30 dezembro 2011

Impressões de fim de ano (3): Uma crônica minha, reminiscências

Feliz Ano Novo em Santana do Ipanema
Luciano Siqueira


A essa altura da vida já dá pra rememorar muitas passagens de ano – dos inocentes tempos de criança às complexas e ricas experiências da idade adulta. Romper o ano tornou-se importante em todas as fases da vida – e invariavelmente emocionante, inesquecível. A primeira emoção de menino ao ver as pessoas se abraçarem saudando o Ano Novo e a vovó Neném, destoando de todos, chorando de saudade do Ano Velho que se ia para sempre. A indescritível sensação de estar fazendo História ao entoar, em coro improvisado, no pavilhão dos presos políticos em Itamaracá, o estribilho da Internacional: “Bem unidos façamos/dessa luta final/uma terra sem amos/a Internacional”

A mesma sensação experimentada pelo jovem casal de comunistas constrangido a viver a passagem de ano no porão de uma modesta casa de Santana do Ipanema, no sertão das Alagoas, à luz de lamparina, os olhos atentos às imensas baratas que nos causavam asco e o receio de que escorpiões aquartelados num monte de carvão e metralha nos atacassem a qualquer momento. É que havíamos sido condenados a permanecer naquele espaço exíguo e sujo por alguns dias, após sermos comunicados pela proprietária que a moradia alugada um mês antes, com a garantia de que no dia 30 de dezembro estaria desocupada, ainda acolhia a filha e o genro em vias de se transferirem para o Rio de Janeiro.

Havíamos trazido na carroceria de um caminhão, desde a estação ferroviária de Palmeira dos Índios, nossos poucos pertences e a mobília tosca e mínima. Não tínhamos para onde ir, nem dinheiro para nos alojarmos num hotel. Éramos vendedores ambulantes de confecções, apenas alguns trocados no bolso. Estávamos nos mudando de Maceió para Santana do Ipanema em função do plano estratégico do Partido para a região.

Como gostaríamos de estar naquele instante entre pessoas queridas, junto a familiares e a companheiros de luta, ou mesmo ao lado dos novos vizinhos que ainda não conhecêramos! Porém uma ponta sequer de tristeza nos acometeu, muito mais forte era a chama que nos nutria – e que cuidamos de atiçá-la no primeiro dia do ano, refletindo sobre o ocorrido enquanto passeávamos pela cidade de mãos dadas, falando de amor e revolução.

Mais tarde, após os duros anos de clandestinidade, da prisão e das torturas, e já com a presença de Neguinha e Tuca, a passagem de ano se tornou um ritual à beira-mar, poético e divertido, que repetimos todos os anos, onde não falta (que não se tome como sacrilégio) a oferta de flores a Iemanjá. Este ano, além de sobrinhos e genros, a novidade é o todo-poderoso Miguel, o primeiro neto, o olhar atento e o sorriso fácil de quem nasceu há pouco menos de três meses.

Vivemos tão intensamente o tempo presente e são tantos os planos para o futuro, quase não há como nos ocuparmos do que passou. Mas permanece marcante e carinhosa a lembrança daquela noite em Santana do Ipanema.

(Publicado no portal Vermelho em 2006, incluído em meu livro de crônicas Como o lírio que brotou no telhado – Editora Anita Garibaldi, São Paulo, 2007).

Impressões de fim de ano (2): versos de Alexandre Ramos

Trovinha de Ano Novo

Nesse ano que começa,
tudo bom é meu desejo,
para todos que eu vejo,
que só a alegria se meça.
Saúde e paz já encabeça
a lista de coisas que elejo,
ternura vem de lampejo,
amizade sem ter pressa,
todo ano recomeça,
assim agora eu pelejo,
se o ano assim planejo
não há nada que impeça.

Num desejo mais humano,
quero ter mais aventura
e mais jogo de cintura
nesse mundo tão insano,
com o povo soberano
uma mulher na prefeitura,
consciência mais madura
melhorando o urbano.
Quero ver um mundo sano,
fortalecendo a cultura
já dizia a escritura
vou tocando meu piano.

Mundo conturbado e em transição

O mundo em 2012
Luciano Siqueira

Publicado no portal Brasil 247

Exercícios de futurologia são tão comuns nesta época do ano quanto óbvios ou fúteis. Até nas grandes redes de TV se abre espaço para videntes e assemelhados anunciarem catástrofes naturais (sem identificar aonde) e a morte de três ou quatro personalidades de prestígio internacional (sem nomeá-las). Fácil. Seja por alterações climáticas, seja por fenômenos geológicos, dificilmente se passarão doze meses sem que algum evento relevante se verifique. Quanto às personalidades citadas para partir desta para melhor, há sempre um bom elenco de idosos de saúde frágil ou de ensandecidos que desafiam o perigo como razão de viver. Alguém vai bater as botas até dezembro.

Fora disso e sem pretensões premonitórias, entretanto, algumas hipóteses se mostram plausíveis quando olhamos em perspectiva o mundo no ano que chega. Crise e guerras são duas palavras inevitáveis. Transição e resistência também.

A crise econômica e financeira que assola os EUA e a Europa tende a se prolongar em lenta agonia. Ou arrefecer temporariamente, à custa de pesados ônus aos que vivem do trabalho e aos que investem o capital em atividades produtivas. O império norte-americano, como soe acontecer, continuará recorrendo a aventuras bélicas como forma de resistência à perda gradativa da hegemonia absoluta no concerto internacional e de aquecer sua própria economia, cronicamente combalida. Só em 2010 os gastos militares nos EUA chegaram a US$ 690 bilhões!

Crise e agressividade rimam com a complexidade de um mundo em transição da atual ordem unipolar para um ponto futuro mediato multipolar, em que se salienta o bloco dos emergentes denominado BRICS (Brasil, Rússia, India, China e África do Sul), com destaque para a República Popular da China.

De outra parte, ainda que num quadro geral de defensiva estratégica, movimentam-se as populações dos países mais afetados pela crise, inclusive nos EUA e sobretudo na Europa. Sinal de que não deve demorar muito nova onda de rebeliões pode eclodir em várias partes do mundo, alimentando-se em 2012 o fogo de monturo que adiante se tornará labareda.

Contraditoriamente em relação às grandes crise anteriores do sistema imperante, em fins do século 19 e início do século 20, o epicentro da tragédia econômica e financeira se confunde com o lócus dos seus maiores estragos – os próprios países mais desenvolvidos -, tendo como contraponto a ascensão de países periféricos. Destes, além da China, podem explorar o ambiente conturbado como oportunidade os que dispuserem de potencialidades próprias e forem capazes de adotar políticas econômicas consentâneas com seus próprios interesses. O Brasil, por exemplo.

Nesse sentido, cá em nosso hemisfério a constituição da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, a Celac, formada por 33 países, incluindo Cuba e sem a presença dos EUA, pode vir a funcionar como polo contra hegemônico e articulação pró-desenvolvimento solidário da região.

Conclusão: a previsão certeira é de um ano conturbado e de estabilidade zero.

29 dezembro 2011

Nem desejos, nem promessas

Dez desejos que não acalento em 2012
Luciano Siqueira

Publicado no Jornal da Besta Fubana

Folheio revistas antigas misturadas a jornais e livros amontoados num canto da sala. Deparo-me com uma página de amenidades onde se faz uma enquete com alguns personagens conhecidos chamados a apresentar dez desejos ou promessas que alimentam para o novo ano. Tem de tudo: mudança de temperamento, viagem à Índia, geração de um primeiro filho, realização profissional, aprender mandarim e que tais.

Ninguém me entrevistou a respeito, jamais. Certamente pouco hão de interessar aos leitores desse tipo de publicação as minhas aspirações mais caras. No que têm toda razão.

Pois faço o contrário: compartilho com meus provavelmente poucos leitores o que não prometo nem desejo em 2012:

1) Não prometo mudar minhas convicções sobre o mundo, a vida, o amor e a necessidade de transformar a sociedade, pois assim caminho há cinco décadas e de nada me arrependo do que tenho pensado nem feito ou deixado de fazer por opção consciente. Nem abrir mão da minha confiança no sonho dos poetas e na força do povo.

2) Nenhuma condescendência me comprometo a ter com quem pratica a maledicência com o prazer mórbido dos que traem, nem com os que disputam um lugar à mesa como quem guerreia pelo poder real, nem com os que anseiam pela autoafirmação como ideal de vida. De individualismo assim tão exacerbado quero distância, pois aprendi desde garoto a repudiar esse vírus que corrói as relações humanas.

3) Ah, também é bom que deixe claro de uma vez por todas: não me disponho a retornar aos estádios aos domingos nem em qualquer outro dia para apreciar o que se chamava antigamente de esporte bretão: nem para apoiar o meu Náutico, nem para torcer pelo Sport ou Santa cruz (quando enfrentando times de fora), nem mesmo para ver a seleção canarinho, a não ser na Copa de Mundo, se vier jogar na arena de São Lourenço da Mata. Aprendi que o futebol é um grande negócio nem sempre lícito e que o torcedor é o último a saber – se é que sabe realmente o que acontece fora das quatro linhas.

4) Longe de mim prometer superar o vício da leitura diária de livros, revistas, jornais e páginas na internet. Vício por vício prefiro este, já que não me disponho a aderir ao tabagismo nem ao atraente e permissivo alcoolismo.

5) Não admito também passar à responsabilidade de ninguém, de nenhum dos meus assessores, o manejo do Twitter e do Facebook, nem do meu blog pessoal, nem da minha correspondência via e-mail, pois tenho certeza de que amig@s logo perceberiam a artificialidade do diálogo. Prefiro a imperfeição do contato direto à assepsia da comunicação burocrática. (Sem deixar de anotar que o site do meu mandato é feito por profissionais competentes e dedicados, por isso mesmo é uma página de sucesso).

6) Também não me disponho a juntar dinheiro: desde cedo descobri que ficar rico não é minha sina, nem para tanto tenho talento. Se sobra algum, que o queime em livros e viagens de lazer, nada mais que isso.

7) Não desejo aprender os passos do tango, por mais que admire a dança portenha e me deslumbre a sua coreografia apaixonante e bela. Não dou para a coisa e é melhor ficar quieto, eu que sequer aprendi a valsa vienense nem o nosso bom e popular forró.

8) Nem pretendo gostar de salpicão, porque adocicado; nem de jenipapo, por puro preconceito com a fruta; nem de uísque com água de coco, porque o prefiro com pouco gelo; nem de cachaça com limão, porque a prefiro pura.

9) Parar de escrever artigos e crônicas semanais, nem pensar - por mais que tenha consciência das limitações do escriba. Sempre haverá uma boa alma disposta a me premiar com a leitura generosa e compreensiva.

10) Aprender a cozinhar, tem jeito não. Compenso, entretanto, com reconhecida habilidade para lavar pratos que, modéstia à parte, faço com prazer e esmero.

Que 2012 seja para todos de muito trabalho, amores, dores, esperanças, conquistas e paz.

O anticomunismo raivoso da Folha de S.Paulo

Folha de S. Paulo se esmera em ironias contra o PCdoB
Por Renato Rabelo, em seu blog

A magra edição de hoje (28) do jornal paulista Folha de S. Paulo dedica um de seus principais editoriais a um exercício de provocações e ironias pobres. Talvez por falta do que dizer – nestes dias de comemorações e festas de final de ano -- seus editores resolveram atacar o PCdoB tendo como mote o falecimento, na semana passada, do líder da República Popular Democrática da Coreia, Kim Jong il.

Seus leitores mais atentos deverão, a esta altura do campeonato, se perguntar como pode um país – cercado desde a década de 1950 pelo maior exército do planeta (as Forças Armadas dos EUA atualmente acantonadas na Coreia do Sul possuem uma base com mais de 30 mil homens, armados com mísseis balísticos nucleares) – resistir a todo tipo de provocações e ações de contra-insurgência? Os fatos, entretanto, estão gravados na história dos povos daquela região da Ásia. Antes dos colonialistas japoneses empreenderem a dominação da península coreana, em 1905, mais exatamente em 1866, um navio pirata norte-americano, o “Sherman”, tentou tomar posse de Pyongyang, mas acabou afundado. Dois anos depois, em 1868, o “Shenandoah”, equipado com canhões, também procurou causar dano àquela cidade e foi rechaçado pelas defesas coreanas que o perseguiram pelo rio Taedong.

No início do século 20, entretanto, o império japonês invadiu a Coreia e dominou o país. Mais de seis milhões de jovens e homens de meia-idade foram obrigados a trabalhos forçados, sendo que um milhão acabou morrendo. Cerca de 200 mil mulheres coreanas foram feitas escravas sexuais dos militares japoneses. Somente em 15 de agosto de 1945 termina a guerra de libertação da pátria coreana. A República Popular e Democrática da Coreia foi proclamada em 1948, um ano antes da República Popular da China. Foi, então, que os setores mais reacionários dos EUA resolveram invadir a península coreana e interferir nos assuntos internos daquele país.

Com a deflagração da Guerra da Coreia, os norte-americanos, sob o comando do general MacArthur, arrasaram Pyongyang em três anos de duros combates. A capital sofreu 1.431 ataques aéreos, quando 428 mil e 700 bombas desabaram sobre seus defensores, o que significou mais de uma bomba para cada habitante. O Exército estadunidense acabou derrotado no campo de batalha e teve que recuar além da linha do Paralelo 38 N. Três milhões e meio de pessoas foram mortas nesta guerra. Os norte-coreanos, por sua vez, contaram nestas batalhas com a ajuda decisiva de 600 mil voluntários do Exército chinês e também com o apoio de vários outros países progressistas e socialistas daquela época, inclusive do movimento contra a Guerra da Coreia e pela paz realizado no Brasil. Por sua incúria guerreira, o general MacArhur foi demitido de suas funções, substituido pelo general Ridgway e os EUA foram obrigados a assinar um armistício.

Hoje, Pyongyang é uma cidade única no mundo, majestosa, com grandes avenidas arborizadas, pontuada por museus e coberta por uma rede moderna de metrô e ônibus elétricos. A atividade cultural, artística e esportiva é intensa. E, mais importante, a Coreia do Norte tem um projeto nacional que colocou em prática, com suas características próprias. Construiu uma indústria pesada e desenvolveu sua defesa nacional, chegando a montar mísseis balísticos nucleares de longo alcance. Não fosse este aparato e o poderoso Exército certamente seu destino teria sido outro, parecido com o imposto pelos EUA ao Iraque, ao Afeganistão e – mais recentemente – à Líbia.

Ao contrário do que sugere a Folha, na última reunião do Comitê Central do PCdoB procuramos fazer uma avaliação da nova situação mundial com o desenvolvimento da terceira grande crise sistêmica do capitalismo e consideramos como positivo, em suas linhas gerais, o ciclo político aberto com a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, e continuado com a eleição de Dilma Rousseff, em 2010. Duas tarefas principais se colocam agora diante do povo brasileiro: avançar na defesa da economia do país para o enfrentamento da crise externa e o fortalecimento do mercado interno brasileiro, e lutar para que nosso povo tenha o direito a exprimir seu pensamento de forma democrática contra o monopólio exclusivo da mídia, capitaneada – entre outros órgãos – por esta mesma Folha de S. Paulo que nos ataca impunemente. Esta grande mídia, reacionária e conservadora, vem escolhendo o PCdoB como alvo de ataque, demonstrando com isso que este Partido a incomoda. Porém, como sempre, sem podermos ter o direito de defesa.

Facilitando a vida do empreendedor

Golpe na burocracia paralisante
Luciano Siqueira

Publicado no Blog de Jamildo (Jornal do Commercio Online)

O emaranhado de leis, decretos normativos e portarias que regem cada passo da gestão pública certamente é fruto da boa intenção de promover a lisura nos procedimentos e assegurar o interesse do cidadão. Mesmo quando colidem com a realidade como ela é – o que acontece em grande parte.

Mas o fato é que com o decorrer dos anos geraram-se verdadeiros monstrengos paralisantes que estimulam, por exemplo, quem tem algum para investir trocar atividades produtivas – que ajudam a rodar a economia e ampliam a oferta de postos de trabalho – pela velha usura, aplicando no mercado financeiro. Menos burocracia, mais retorno – pelo menos aparente – em razão das altas taxas de juros ainda prevalentes no País.

Agora a Receita Federal anuncia que os procedimentos de abertura, fechamento, alteração e legalização de empresas deverão ser completamente processados em um único ambiente virtual - a Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (Redesim), que entrará em operação a partir de março de 2012.

Instituída pela Lei 11.598, a Redesim será integrada por órgãos federais, estaduais e municipais direta e indiretamente vinculados aos registros de empresas. Ou seja, juntas comerciais, cartórios de registro de empresas, administração tributária federal, estadual, meio ambiente, órgão de regulação e controle.

Assim, se o cidadão tem grana para investir na montagem de uma empresa poderá fazer o cadastro na Junta Comercial e incontinenti acessar toda a rede através de uma página na internet.

Isso pode contribuir significativamente para a dinamização das atividades econômicas no atual ambiente de crescimento que o país experimenta, na contramaré da crise global. O Brasil há muito tempo ocupa lugar garantido no pódio quando se comparam as dificuldades para abrir ou fechar uma empresa pelo mundo afora. A burocracia aqui é imbatível – e, quem sabe, esteja sofrendo um duro golpe. Para o bem dos empreendedores e tristeza de funcionários eternamente ocupados em explorar, com mórbido prazer, as dificuldades formais nem sempre inspirados no interesse público.

A burocracia, como sabe, é um dos principais fatores de elevação do chamado “custo Brasil”.

Ao invés da velha revoltante via crucis, o novo sistema proporcionará que o registro ou fechamento de uma empresa dure cerca de cinco dias úteis!

Uma iniciativa em favor do desenvolvimento, que passa quase ao largo do noticiário cujas pautas são sempre direcionadas para o ataque ao governo, enquanto os arautos da oposição sem rumo permanecem mudos e quedos - como diria o poeta - sobre tão relevante assunto.

Bom dia, Cecília Meireles

Canção

Nunca eu tivera querido
dizer palavra tão louca:
bateu-me o vento na boca,
e depois no teu ouvido.

Levou somente a palavra,
deixou ficar o sentido.

O sentido está guardado
no rosto com que te miro,
neste perdido suspiro
que te segue alucinado,
no meu sorriso suspenso
como um beijo malogrado.

Nunca ninguém viu ninguém
que o amor pusesse tão triste.
Essa tristeza não viste,
e eu sei que ela se vê bem...
Só se aquele mesmo vento
fechou teus olhos, também...

Desejos para 2012, se estivesse no lugar de Dilma...

Três uvas na taça de champanhe
Luciano Siqueira

Publicado no portal Vermelho http://www.vermelho.org.br/

Quem vive alegremente o réveillon há de ter experimentado pelo menos uma das muitas “simpatias” destinadas a explicitar desejos e a atrair bons fluidos para realiza-los no novo ano que se inicia. Aqui em São José da Coroa Grande, praia do litoral sul de Pernambuco fronteiriça com as Alagoas, onde há anos vivemos em família a passagem de ano, faz parte de nossa rica e variada mise-en-scène colocar três uvas numa taça de champanha, fechar os olhos, e em segredo fazer três pedidos.

“E se você o presidente da República, pediria o quê?”, me perguntam. – Ah, amigo, minhas pretensões seriam ousadas, do tamanho das pretensões que teria se estivesse ocupando de verdade a cadeira da presidenta Dilma.

Primeiro, desejaria quem em 2012 pudesse reunir força suficiente para romper os grilões da macroeconomia, estabelecendo uma relação real/dólar consentânea com os interesses nacionais nas trocas externas; acelerando a queda da taxa básica de juros, para gerar ambiente mais favorável aos investimentos produtivos; e dando um basta definitivo no entra e sai semi-desregulado de capitais estrangeiros de natureza especulativa que contamina nossa economia.

Segundo, almejaria base social e política suficiente para arrostar o oligopólio da mídia, que cerceia o direito constitucional dos brasileiros à informação. Seja através de legislação apropriada, seja pela constituição de sistema estatal (não governamental) capaz de concorrer com os grupos reacionários oferecendo à população conteúdos qualitativamente superiores e abertura ao debate amplo e esclarecedor em torno dos problemas candentes do país.

Por fim, a terceira uva da taça de champanhe representaria um anseio que todo governante realmente democrático e comprometido com a transformação social há de acalentar – o de contar com a voz das ruas em favor do programa de mudanças que realiza. Porque a essência das possibilidades em política repousa na correlação de forças – e a pressão organizada da sociedade, mormente dos segmentos populares é indispensável no Brasil dos nossos dias à consolidação de uma tendência progressista capaz de fortalecer a Nação mediante projeto de desenvolvimento soberano e socialmente avançado.

Mas não ocultaria esses três desejos, antes os proclamaria para que todos soubessem de modo a despertar o apoio e solidariedade ativa de milhões. E teria certamente um Ano Novo próspero e feliz.

28 dezembro 2011

Euclides, guerreiro do povo

Perdemos Euclides, um grande companheiro, histórico líder dos trabalhadores rurais de Pernambuco. Seu exemplo nos inspirará sempre.

27 dezembro 2011

Descobrindo conchas

Nas águas rasas da praia cato conchas com Miguel, 6 anos. Pequenas descobertas. Cumplicidade entre o avô e o neto.

26 dezembro 2011

Tempo últil, tempo escravo

A desumana partilha do tempo
Luciano Siqueira

Para o Blog da Revista Algomais

A essa altura da vida, empenhado em render o máximo que posso porque miro o horizonte e vejo que já vivi muito e que não me resta tanto assim, lidar com o tempo não é fácil. Distribuir bem o tempo útil, nessa categoria incluindo o tempo para o amor, o lazer, a leitura e o simples devaneio criativo. Uma peleja diária, que vou levando entretanto sem muito estresse, pois assim perderia muito tempo...

Pois bem. Passada a noite festiva de Natal, mergulho na habitual algazarra dos últimos dias do ano numa casa de praia, com Luci, as meninas netos e agregados. Todos se divertem o tempo todo – e eu mais ou menos, ao olhar dos demais, pois durmo um tanto e leio bastante: para reparar o corpo da canseira acumulada e me deliciar sobretudo com contos, romances, poesia. Há até quem, em desaviso, me critique por “aproveitar pouco”, eu que acho que aproveito bem demais!

Imagine quem leva a vida comprimido entre a rígida carga jornada de trabalho onde bate o ponto todos os dias e o tempo gasto para se locomover de casa ao trabalho e vice-versa. Muitos ainda têm, de quebra, algumas horas de curso noturno.

O fato é que as horas efetivamente destinadas ao descanso ou ao lazer, aos assalariados de nossas médias e grandes cidades têm sido encurtadas na razão direta da explosão urbana. Na Região Metropolitana do Recife, por exemplo, há quem resida em Paulista, trabalhe no Cabo de Santo Agostinho e estude, à noite, no Recife. E ainda faz bico no final de semana para complementar a renda.

Assim saem pelo ralo conquistas históricas do tempo da Revolução Industrial, quando após ingentes lutas trabalhistas foi possível superar as jornadas de trabalho superiores a 14 horas diárias e mais de 80 horas semanais. Como observa Marcio Pochmann, estudioso do mundo do trabalho, desde então, a conquista de férias regulares, do descanso semanal e do teto máximo de oito horas diárias (48 horas semanais) proporcionou a redução da relação do trabalho com o tempo real de vida de mais de dois terços a menos da metade.

Na verdade, com o altíssimo nível de desenvolvimento das forças produtivas atual, em que os progressos da ciência permitem um extraordinário aporte de tecnologia aos sistemas produtivos, seria possível – se a lógica do sistema capitalista não fosse, como é, o lucro máximo via extorsão da mais-valia – reduzir drasticamente a jornada de trabalho de modo a que milhões de excluídos pudessem ingressar na produção e os que trabalham pudessem dedicar mais tempo de suas vidas ao espírito.

Mas aí caímos na natureza injusta do sistema e na razão de ser da luta de muita gente (como o autor dessas linhas) por uma sociedade justa e mais humana. Que justifica, pelo menos a meu juízo, o esforço militante de bem aproveitar o tempo para melhor contribuir para o movimento transformador.

A palavra instigante de Jomard Muniz de Britto

DEIDADES pelo INTEIRO AM BI EN TE
Jomard Muniz de Britto

+ Iemanjá, mãe das águas primordiais.
§ São Gustave Courbet, origem do mundo.
+ Tupã, senhor das florestas deva$tada$.
§ São Fernando da Rocha Peres na BULA
PRO NOBIS:"Para todo e qualquer tipo de
alegria, angústia, alergia e burrice".
+ Palavras esquentando DICIONÁRIOS.
§ Maria em nome do pai Caymmi por Godard.
+ Santa Casa de Misericórdia laborando
através dos Hospícios e Alfândegas.
§ Apolo sempre colado a Dionísio.
+ URANIA esplendor da idade madura.
§ Platão pela dialética antes de Hegel.
+ Historicidades sem dogmas.
§ Cristo crucificado pelas tvs Universais.
+ São João Paulo Sartre no filme MONGA.
§ Diana caçadora de blogs no COMMERCIO.
+ Reis Magos presenteando uma criança.
§ Ivana Tigresa na paixão conVIVER.
+ Marcelino das Baladas e pensares.
§ São Pedro Nava sem código suicida.
+ MIRÓ demônio do H2Love, belo poema
masculinista da contemporaneidade.
§ CHACAL, erudição em alternâncias.
+ "O leitor deve respirar, benzer-se três
vezes." : quarta capa BULA PRO NOBIS.
Sem medo das bananadas.
§ Urgência informativa:
Santo não, o Prof. Eduardo Maia
anunciando a palestra O BELO pela
PASSAGEM de Venus defronte do Sol:
dia 6 de janeiro às 20 horas no cinema
São Luiz do Recife, entrada franca.
+Tudo continua sendo cinema, filmologia,
imagens em movimento para Wills Leal,
atonal e visionário. Dias em constelação.
Recife, janeiro/2012
atentadospoeticos@yahoo.com.br

Bom dia, Waldir Pedrosa Amorim

Persigno

Não são teus olhos
mel, amêndoas sedutoras.
Teu corpo
que veste.
Teu sexo
que sotranca.
São as fímbrias
da convivência
atando esmeros.

O falecimento de Ediria Carneiro

. Através do camarada Renato Rabelo, transmiti à família de Ediria Carneiro, que faleceu hoje, nossa solidariedade.
. Ediria, viuva do camarada João Amazonas, foi uma combatente de grande valor e artista plástica comprometida com a vida e a luta do povo.

25 dezembro 2011

Cláudia Sansil em destaque

Marisa Gibson, no Diário de Pernambuco: “Ela merece - Um voto de aplauso merecidíssimo já está na lista da Assembleia Legislativa para 2012. Trata-se do reconhecimento público ao trabalho da reitora do IFPE, Claudia Sansil. Requerida pelo deputado Luciano Siqueira, (PCdoB), a moção é justificada pela dedicação da reitora à educação profissional. Professora do Instituto há 14 anos, Claudia é pesquisadora e tem forte atuação nas ações extensionistas, a exemplo da gestão do Programa Mulheres Mil.”

Cobater o crime sem comprometer as Forças Armadas

No Vermelho, por Eduardo Bomfim:
Soberania e criminalidade

Em 1920 na Grande Depressão econômica as elites dos EUA em um dos seus recorrentes surtos de puritanismo hipócrita e eugenia sanitarista introduziram a famosa Lei Seca, para combater a pobreza e violência social que grassava no País.

Proibiu-se a fabricação, o comércio, a importação e o consumo de bebidas alcoólicas em território norte-americano o que durou exatos 13 anos.

Achavam que as chagas sociais tinham como causa principal o consumo de bebidas alcoólicas o que excluía, portanto a miséria, o desemprego, a desestruturação do parque industrial, a quebradeira do comércio, a falência da agricultura, decorrentes da crise.

O resultado foi que nunca se bebeu tanto em toda a História dos Estados Unidos, o alcoolismo atingiu índices altíssimos, a violência explodiu com o fenômeno dos gangsterismo.

A História tem mostrado que os fatores de instabilidades psicossociais não resultam unicamente das realidades econômicas depressivas ou em nações estraçalhadas por guerras, mas acontecem também nos Países em crescimento como o Brasil.

Por exemplo, os atuais episódios que estão ocorrendo em Maceió provocando o pânico generalizado da população, a queima de ônibus, notícias sobre arrastões no centro da cidade e bairros da capital nos leva à reflexão sobre o aumento do crime organizado nas Alagoas, mas que é uma realidade nacional incontestável.

O crescimento econômico do País, a inclusão social de milhões de pessoas não está correspondendo a uma elevação do nível de satisfação espiritual e de civilização do povo, e a miséria generalizada, onde são recrutados os soldados rasos desse crime organizado, ainda é imensa.

Quando se toma de assalto as favelas do Rio, incorrendo-se no erro de usar as forças armadas, as organizações criminosas buscam os elos mais débeis das estruturas de segurança como é o caso óbvio de Alagoas.

O crime organizado no Brasil só pode ser derrotado através de uma eficaz política nacional de segurança, na vigilância total das nossas fronteiras, na repressão ao tráfico de armas, na ação da Inteligência contra o bilionário e fagueiro trânsito dos narco-dólares no País.

É um grave problema de soberania que exige também muito investimento no combate aos abismos sociais que persistem. Caso contrário, o Estado brasileiro, a exemplo do México, será refém dessa vaga criminosa típica da nova era global.

O poeta sabe das coisas

A sugestão de domingo é de Geraldo Azevedo: “Se você vier/Pro que der e vier/Comigo.../Eu lhe prometo o sol/Se hoje o sol sair/Ou a chuva...”

24 dezembro 2011

Noite Feliz

Amig@s, nesta noite de Natal
transcrevo os versos de Paulo Freire em meu cartão de fim de ano:
O sonho pelo qual brigo exige/que eu invente em mim/a coragem de lutar/ao lado da coragem de amar.”
E renovo meu desejo de que estejamos sempre juntos na luta por um Brasil soberano e socialmente justo.

Impressões da passagem de ano (1)

Somos feitos de esperança
Glauce Gouveia

Natal e fim de ano outra vez e eu percebi agora, aqui sentada sozinha num café, que somos todos feitos de esperança... Todos. Sofremos a dor de amar sozinhos porque acreditamos um dia ser correspondidos. Sofremos uma decepção porque acreditamos nas pessoas. Sofremos uma derrota porque um dia acreditamos na vitória. Sofremos calados porque esperamos que o silêncio ajude a tristeza a passar logo. Gritamos nossas dores porque acreditamos que assim ela vai embora mais rapidamente. Entramos em terrenos secos porque acreditamos que ali também pode brotar vida. Mexemos com o perigo porque mele nos faz parecer vivos. Morremos, às vezes, precipitadamente, porque acreditamos em algo mais suave que as mazelas dessa vida. Isso tudo é esperança. Que neste fim de ano você e os seus percebam luz, brilho e cores onde a esperança PARECE ter morrido. Ela nunca morre! A minha acaba de dizer para recomeçar! Do zero outra vez! Feliz Natal! Feliz 2012!

O lirismo natalino de Drummond

Versos para a amiga

De natais antigos e futuros
farei um ramo
com a fidelidade do tempo
o voo de um passarinho
e a resina dos sonhos dormidos
num travesseiro de criança.

E aceso, Lyo, como a esperança.

Troca-troca de legendas sob o crivo da realidade

A norma da fidelidade e a vida
Luciano Siqueira

Para o portal Brasil 247

Devagar com o andor que a legislação partidária é distorcida e vulnerável. Por isso não cabe surpresa nem condenação prévia o fato de que centenas de prefeitos, vereadores e vice-prefeitos mudaram de legenda em setembro e outubro, às vésperas do fim do prazo para filiação tendo em vista as eleições municipais de 2012. Sem que ninguém tenha sido punido.

É verdade que a legislação eleitoral estabelece que político que troca de legenda tem de devolver o mandato à sigla pela qual foi eleito. É o que vale, especialmente após pronunciamento da mais alta corte de justiça. Tanto que 798 representações foram protocoladas neste ano por integrantes do Ministério Público em seis Estados solicitando que os que migraram de partido percam seus mandatos.

Mas a norma que exige fidelidade partidária, vigente desde 2007, se dissolve no ar quando se pretende punir o troca-troca. Desde então, nada menos que 2.932 processos nesse sentido têm andamento ou já tiveram desenlace no Tribunal Superior Eleitoral. Apenas um deputado federal teve seu mandato subtraído.

É que a vida como ela é termina se impondo sobre a norma. O buraco é mais embaixo e diz respeito à fragilidade dos partidos no Brasil, que vem de muito – do Império à República Velha, da Revolução de 30 aos dias que correm. Partidos programáticos, longevos e nacionalmente unos, fora o Partido Comunista fundado em 1922 e ininterruptamente atuante até hoje – prestes a completar 90 anos -, não se conhece. Mesmo o PT que surgiu há pouco mais de um quarto de século com pretensões semelhantes terminou por se converter numa espécie de mosaico de grupos e tendências concorrentes entre si.

O que tem predominado, portanto, são agremiações conjunturais, que surgem e se dissipam ou ressurgem adiante ostentando nome e sigla de outrora, porém sem que guardem uma linha de coerência com a existência anterior.

Não será, portanto, a norma da fidelidade o remédio para a estabilidade partidária. Antes é preciso alterar na essência a legislação vigente que fragiliza os partidos e põe em relevo personalidades individuais, na medida em que induz o eleitor a escolher pessoas e não partidos, atributos deste ou daquele candidato e não programas. O voto em lista associado ao financiamento público de campanha, como ocorre em inúmeros países mundo afora, alteraria o foco: o voto seria dado no programa partidário, naturalmente chancelado pelos componentes da lista.

Mas a resistência a uma alteração nessa direção é enorme. Esbarra em contra argumentação marcada pelo preconceito e pelo receio, dos atuais detentores de mandatos (aos quais caberia, em última instância, decidir sobre o assunto na Câmara e no Senado), de perderem posições em pleitos submetidos às novas regras.

Demais, falta ainda uma consciência social avançada com esse propósito. A reforma política sequer comparece com destaque nas plataformas eleitorais de candidatos e partidos litigantes. Uma longa estrada, portanto, há que ser percorrida.

Dever de casa

No Recife, a unidade do PT é pré-condição para a interlocução com os demais partidos da Frente Popular. Depende, obviamente, do próprio PT.

Nossa língua de todos os dias

Ciência Hoje Online:
Preconceito linguístico
O que seria? Ele existe? Se sim, qual a sua natureza? Na sua coluna de dezembro, o linguista Sírio Possenti caracteriza o preconceito linguístico, apresenta elementos factuais para desqualificar suas bases e questiona o sentido de ‘falar bem’.
. Um dos debates mais quentes do ano foi sobre um livro didático acusado de ensinar regras de português erradas (na verdade, ninguém leu o livro; foram lidas algumas frases soltas de uma das páginas de um dos capítulos). A acusação mereceu diversas manifestações de especialistas, que tentaram mostrar que uma língua é um fenômeno mais complexo do que parece ser quando apresentada apenas em termos prescritivos.
. Um dos pequenos avanços da mídia (que, no quesito, representa grande parte da sociedade instruída) foi reconhecer que as teorias e as pesquisas linguísticas têm legitimidade. Mas acha que devem restringir-se à universidade. Para um linguista, tal posição equivale a sustentar que só se deve ensinar reprodução na universidade. Até o fim do colegial, deve-se ensinar aos alunos que as crianças são trazidas pela cegonha.
. Um dos itens do debate foi o preconceito linguístico; questionou-se sua existência. Chegou-se a afirmar que a ‘defesa’ de traços da fala popular produziria como um dos efeitos um preconceito às avessas, contra os que falam corretamente. Foi uma das leituras mais desastrosas que a mídia conseguiu fazer da questão.
. O que seria o tal preconceito linguístico? Ele existe? Se sim, qual a sua natureza? Se deve ser combatido, como todos os preconceitos, quais deveriam ser as armas de combate?
. Leia mais http://goo.gl/byn0M

23 dezembro 2011

Primeira ano da presidenta

Dilma e ano que finda
Luciano Siqueira

Publicado no portal Vermelho www.vermelho.org.br

Tempo de retrospectiva, inclusive daquelas enfadonhas e repetitivas das redes de TV, jornais e revistas semanais. Mas necessárias – para que se tenha noção do terreno onde pisamos.

Coloquemo-nos no lugar da presidenta Dilma – que naturalmente tem um belo balanço a fazer de ocorrências, realizações, contratempos e resultados do seu primeiro ano de governo. Ela que embora ostente uma militância que remonta à resistência democrática dos anos sessenta, que lhe valeu a prisão e a tortura, jamais havia assumido cargo eletivo e se vê na condição de primeira mandatária do País. Certamente um rico e conturbado aprendizado.

Outro dia li o “Dossiê Brasília – os segredos dos presidentes”, de Geneton Moraes Neto, que não chega a ser uma obra consistente e tampouco reveladora, como o título sugere. Fica na superfície dos acontecimentos, da formulação de opções de governo e mesmo de eventuais intrigas ou conflitos de relevância. Entretanto dá uma ideia da natureza das inquietações que alcançam o espírito do chefe da Nação, sobretudo nos momentos de exercício solitário do poder.

Pois bem, Dilma Rousseff teve que viver momentos assim sem o acúmulo de experiências anteriores, amadurecendo a cada passo a base do carbureto. Chega ao final dos primeiros doze meses com muito a comemorar: da própria autoridade, que se firma, aos êxitos políticos e administrativos em muitas áreas. E a julgar pela mais recente pesquisa CNI/Ibope, onde alcança índices de aprovação superiores aos seus dois antecessores no mesmo período, vem ganhando a confiança e o reconhecimento da grande maioria dos brasileiros.

É certo que ela iniciou a gestão em condições políticas mais favoráveis das com que contou Lula, no primeiro e no segundo governo. Tem ampla maioria no Senado e na Câmara, que Lula alcançou muito mais modesta e a muito custo. A maioria de Dilma já veio com os mapas eleitorais. Mas é uma maioria heterogênea, complexa e, mesmo embalada pelo bom desempenho da economia (e portanto da satisfação de interesses objetivos), difícil de administrar.

Pois ter maioria parlamentar ainda é pouco no regime presidencialista que temos. A cada matéria importante para o governo abre-se um ciclo de penosas negociações. E no que diz respeito a desatar o nó da macroeconomia – superar o cambio sobrevalorizado, defenestrar gradualmente a política de juros altos e conter a anarquia dos fluxos externos de capitais especulativos, junto com o controle inflacionário -, a presidenta ainda está longe de obter sólida concordância de sua base. Terá que negociar muito, argumentando com as ameaças externas à nossa economia e demonstrando tintim por tintim que sem a ampliação da produção, do emprego e do consumo não poderemos atingir o desejado crescimento do PIB em 3.5% em 2012. Isto quer dizer arrostar o poder e a capacidade de sabotagem do grande capital financeiro e da mídia que lhe serve de porta-voz.

Portanto, cabe-nos desejar que Dilma tenha um 2012 em que entre em cena a voz das ruas puxada pelas centrais sindicais, pelo movimento estudantil e popular; e mesmo pelo pronunciamento do setor produtivo do empresariado. Para que seja um ano de muito trabalho, grandes pelejas, vitórias e paz.

21 dezembro 2011

Boa noite, Marcelo Mário de Melo

Renascimento

Eu não quero ir comigo
conheço esse itinerário.
Quero entrar noutras trilhas
sem roteiro nem glossário
dar saltos soltos na vida
quebrar o fio do rosário.

Não é cansaço da vida
estou cansado de mim
por isso não ir comigo
não é decisão ruim.
Que ninguém me acompanhe
já que eu farei assim.

Romper as rotas rotinas
manuais e mandamentos
dogmas cercas bitolas
refrões e balizamentos
cortinas e maquiagens
e todos seus complementos.

Voar como um passarinho
aos céus aos astros à luz
seguir os rumos do vento
até onde ele conduz
com a face exposta ao tempo
olhos abertos e nus.

Não ser avestruz na vida
é a senha da viagem
que não é salto no escuro
mas um voo de coragem
os pés plantados na terra
e os sonhos na bagagem.

Bagagem pra ser aberta
como sombrinha ou baralho
flor que nasce na campina
bebendo o sumo do orvalho
arco-íris de mil cores
na brincadeira e no malho.

Bagagem de muitas coisas
matulão de muitas luas
desejos engatilhados
bandeiras minhas e tuas
desesperos e esperanças
que se recolhem nas ruas.

No voo alto eu verei
meus rumos de até então
como pontinhos pequenos
no olho da imensidão
e só assim poderei
pisar de novo no chão.

Voltarei já renascido
com as voltagens mexidas
os meus passos se cruzando
com os passos de outras vidas
as ebulições do mundo
presentes nas avenidas.

Então poderei dizer:
vamos juntos companheiros!
A viagem não é minha
e vem de muitos janeiros
vamos inventar estradas
e munir nossos celeiros.

Sempre falta alguém

Assino os quase 6 mil cartões de fim de ano, um a um, conferindo para quem envio. Sinto falta de amig@s d@s quais não tenho o endereço.

A gente quer trabalho

. Para quase um terço da população (29,4%), o desemprego é a principal causa da pobreza no Brasil, seguido pela dificuldade de acesso e má qualidade da educação (18,4%) e pela corrupção (16,8%). E apenas 6% acreditam que programas de distribuição de renda, como o Bolsa Família, ajudam a resolver o problema. É o que aponta estudo divulgado hoje (21) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre a percepção da pobreza, que entrevistou 3.796 pessoas em agosto deste ano - informa a Agência Brasil.
. Para a maioria dos entrevistados, os motivos que levam a um baixo nível de renda são de natureza estrutural e não individual. Apenas 2,8% dos entrevistados apontaram como causa da pobreza a preguiça ou comodismo. Entre as soluções para melhorar a renda da população, a mais mencionada foi a criação de empregos (31,4%) e a melhoria da qualidade da educação (23,3%). Entretanto, 48,5% dos entrevistados concordam com a tese de que o Brasil não vai erradicar a pobreza.
. Sobre as medidas que o governo poderia tomar para reduzir o problema, o aumento dos salários foi a resposta mais mencionada (18,6%), seguido do estímulo para que as empresas contratem os mais pobres (11,5%) e do apoio a pequenos agricultores (9,2%). Apenas 6% apostam nos programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, como forma de enfrentar a pobreza.
. De acordo com o Ipea, os dados sugerem que, na percepção social, “o Estado tem um papel a cumprir para a superação da pobreza, seja no sentido de incentivar mais empregos na economia, seja pela oferta de uma educação de melhor qualidade, como sugerem as duas opiniões mais frequentes entre a população”, segundo análise técnica sobre os dados do estudo.
. A pesquisa indica que há diferenças na percepção da população sobre causas e soluções da pobreza, dependendo do nível de renda do entrevistado. Entre a parcela mais pobre, que ganha menos de um quarto do salário mínimo, mais de 40% apontaram o desemprego como principal motivo para o problema. Já a parcela mais rica da população, com rendimento acima de cinco salários mínimos per capita, enxergam a dificuldade de acesso à escola e a má qualidade da educação como principais causas da pobreza (38,5%), seguidos pela corrupção (18,5%) e pelo desemprego (15,4%).

História: 21 de dezembro de 1997

O papa João Paulo II visita Cuba, elogia Che Guevara e condena o embargo dos EUA. Fidel convoca multidões para aclamar o visitante, decreta feriado no natal e liberta presos políticos. (Vermelho http://www.vermelho.org.br/).

Petrobras fortalecida

No Vermelho:
Crise não afetará planos de investimentos da Petrobras

O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, disse nesta terça (20) que a crise não vai afetar os planos de investimento da empresa em 2012. Segundo ele, embora o consumo de derivados de petróleo esteja caindo na Europa, nos Estados Unidos e no Japão, a demanda por petróleo vem aumentando enormemente na China, em alguns países da África, da América do Sul e no Brasil.

“A maioria das grandes empresas de petróleo está aumentando os investimentos em 2012, o mercado de combustíveis está aumentando. A crise não é um grande problema para a indústria do petróleo. Isso se não houver nenhum terremoto econômico e pressupondo que a crise se mantenha dentro do previsível”.

Ao lado de diretores de todas as áreas da Petrobras, Gabrielli participou de um café da manhã com jornalistas, na sede da empresa, no Rio.

O diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, informou que a demanda do mercado brasileiro aumentou 23,2% até novembro, um resultado “excepcional”. Para ele, em 2012, a demanda por derivados será maior que o Produto Interno Bruto (PIB). “Em 2011, o consumo nacional chegou a 432 mil barris por dia. A demanda por gasolina vai continuar com grande crescimento, devido à baixa oferta de etanol, que deve se manter no ano que vem.” Costa estima que a empresa refine 80 mil a 100 mil barris a mais do que em 2011.

O consumo de gás também cresceu e teve alta de 8% em 2012, disse a diretora de Gás e Energia, Maria das Graças Foster. De acordo com Maria das Graças, cerca 77% do consumo vieram do segmento industrial. Para 2012, ela espera aumento de 4%.

Já a produção deve fechar o ano abaixo da de 2010, sobretudo, devido a atrasos na entrega de equipamentos e imprevistos ao longo do ano, informou o diretor de Exploração e Produção, Guilherme Estrella. "Houve muito atraso na entrega de sondas, tivemos problemas com conector da plataforma P-40 e paramos com a produção de todos os postos. Foram 40 mil barris perdidos por dia durante uma semana”, detalhou Estrella. Segundo ele, os números exatos da produção serão divulgados no início do ano que vem.

Mercosul proativo

O Mercosul diante da crise global
Luciano Siqueira

Publicado no Blog de Jamildo (Jornal do Commercio Online)

No conturbado ambiente econômico mundial, às voltas com a crise centrada nos EUA e na Europa, se salva quem tiver força própria em que se apoiar e quem for capaz de se defender em bloco. É o que fazem agora os países integrantes do Mercosul.

A 42ª Cúpula de Presidentes dos Estados Partes do Mercosul e Estados Associados, que se realiza em Montevidéu, deliberou pela adoção de um mecanismo novo para proteger o mercado regional da invasão de produtos de outros países. Cada país do bloco poderá majorar a tarifa de importação de 200 produtos até o limite de 35%, que poderá vigorar até 2014.

A novidade reside no fato de que até ontem todos os países do Mercosul tinham que cobrar a Tarifa Externa Comum (TEC) das importações de terceiros países. Valem agora algumas exceções para itens mais vulneráveis. No caso do Brasil, a lista inclui 100 produtos, incluindo bens de capitais, químicos e têxteis.

O país interessado solicita autorização para sobretaxar produtos cuja importação deseja obstaculizar. Os demais, em regime de consulta, dão o consentimento ou não em prazo recorde de poucas semanas.

Ainda podem ser acrescidas medidas de socorro a países mais necessitados de crédito, por exemplo.

O sentido dessas medidas está justamente na unidade dos países membros a base da solidariedade e da ajuda mútua. Um passo importante para o fortalecimento do bloco, que vem explorando convergências há duas décadas. Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, e mais recentemente Venezuela o integram.

O Mercosul tem celebrado acordos de cooperação com países cujas relações comerciais interessam diretamente aos seus integrantes, a exemplo de Israel, Egito e, desde ontem, a Autoridade Palestina.

Pode ser o Mercosul um elemento de dinamismo e fortalecimento da recém-criada Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), composta por trinta e três países da região, excluindo os EUA e o Canadá e incluindo Cuba.

Na economia altamente globalizada, aos países emergentes ou em desenvolvimento cabe essa estratégia. Agir em bloco em função de interesses comuns e encarar com altivez as relações com os EUA e a Comunidade Europeia. Desse modo reúnem melhores condições de sobrevirem à crise global e ainda contribuem para a transição em curso da ordem unipolar vigente para uma nova ordem multipolar, em que as relações entre os países sejam menos assimétricas e favorecedoras das grandes potências militares e econômicas, como ocorre na atualidade.

Demais, a reunião de Montevidéu dá sinais de que o Mercosul continua vivo, contrariando os prognósticos pessimistas dos saudosistas das velhas relações de submissão do subcontinente sul-americano aos EUA.

20 dezembro 2011

Poupança em alta

. Informa o Valor Econômico que a queda da Selic para a casa dos 9% ao ano em 2012 vai aumentar a competitividade da caderneta de poupança em relação aos fundos DI e renda fixa. Com os juros em 9,5%, carteiras com taxas de administração superiores a 1,5% já podem ficar abaixo da poupança.
. Alguns investidores já deveriam ter migrado para a caderneta há muito tempo. Levantamento da Economática mostra um grande número de fundos com taxas de administração de 3% a 5% ao ano que renderam menos que a poupança nos últimos cinco anos. Em 2009, o governo chegou a discutir mudanças na poupança, mas com a retomada do aperto monetário a questão perdeu a urgência.

19 dezembro 2011

Bom dia, Cecília Meireles

Aldemir Martins
Motivo

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou se desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno e asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.

18 dezembro 2011

Tentando desvendar o planeta Marte

Ciência Hoje Online:
Crônicas marcianas
. O físico Adilson de Oliveira resgata a história das descobertas sobre Marte e das missões espaciais enviadas ao planeta. Compreender suas características tem sido um grande desafio, desde a Antiguidade.
. Os planetas (exceto Urano e Netuno) são conhecidos desde Antiguidade. A palavra planeta tem origem grega e significa ‘corpo errante’, pois os planetas se movem em relação às estrelas do céu. A eles os povos antigos associavam características divinas, pois seriam ‘seres especiais’ que caminhavam entre as estrelas (Leia mais sobre o tema na coluna ‘Novos deuses do firmamento’).
. Marte brilha com uma cor avermelhada lembrando sangue e guerra. Por isso recebeu o nome do deus da guerra na mitologia greco-romana.
. Os movimentos de Marte no céu eram um grande desafio para os astrônomos antigos. Naquela época, acreditava-se que a Terra estava imóvel no centro do universo e todos os astros giravam em torno dela.
. Leia a matéria na íntegra http://goo.gl/JvGFs

Butantã ameaçado

O Butantan desafia o cartel das vacinas
Por Isaias Raw, na Folha de S. Paulo

Sem confiança de que podem controlar o Butantan, tentam comprá-lo; para as empresas, o ideal é o país voltar a ser um enorme mercado para vacinas

A empresa Sanofi propôs ao governador de São Paulo a compra da divisão bioindustrial do Instituto Butantan. O Brasil está sendo loteado: um grande volume de vacinas de Biomanguinhos é importada a granel de uma multinacional; a Funed (Fundação Ezequiel Dias), que nunca produziu vacinas, passará a envasar a vacina contra meningite C de outra multinacional, que se propõe a construir a sua "fábrica" na região Nordeste, oferecendo cem empregos!

Voluntários são recrutados no Brasil para testar as vacinas, anunciadas como brasileiras, que serão produzidas no exterior. Querem que voltemos a ser o consumidor de vacinas importadas. Não basta o uso das patentes para bloquear a produção, como mostrou o professor Rogério Cezar de Cerqueira Leite em artigo neste espaço ("Patentes, pirataria e servilismo", 7/11) e a venda do produto a granel.

É preciso liquidar o Butantan, porque nós ousamos desenvolver novas vacinas e a tecnologia para sua produção! Voltaríamos a ser mais um enorme mercado, num país sem desenvolvimento.

Aceitaremos ser colônia? Cinco empresas fornecem 80% das vacinas para o mundo! Durante a ameaça da pandemia da influenza AH1, aproveitando o pânico criado, as empresas venderam para os países médios e pobres vacinas por preços entre seis e sete euros.

Para atender o Ministério da Saúde, fomos obrigados a importar, usando um contrato provisório, 40 milhões de doses da vacina AH1.

Em 2011, como a pandemia não matou mais do que a influenza sazonal, passaram a oferecer a mesma vacina (com mais dois sorotipos) por 0,60 euro!

Desenvolvemos um adjuvante e uma vacina mais eficaz, aumentando a capacidade de produção anual, com os mesmos ovos, de 20 milhões para 150 milhões de doses, atendendo até o ano de 2013 toda a demanda nacional.

Cometemos o "pecado" de desenvolver uma nova vacina de tétano-difteria-pertussis, mais eficaz e segura, por R$ 0,30, contra a vacina que as multinacionais copiaram do Japão e que custa 50 vezes mais -vacina esta que a Organização Mundial da Saúde e a Organização Pan-Americana da Saúde, pelo custo e eficácia, não recomendam.

Com o adjuvante, aumentaremos a produção das vacinas de hepatite B, raiva humana e leishmaniose canina (que evita a vacinação de crianças). Com o surfactante pulmonar, apoiado pela Brasil Foods, evitaremos 30 mil mortes de bebês por ano, minutos após o parto. A vacina contra dengue já foi produzida no Butantan e poderá ser fornecida ao ministério por cerca de R$ 2. Tentam bloquear o ensaio clínico, que começa em poucos meses.

Demonstramos o óbvio: quem não desenvolve e produz é uma subsidiária da "matriz"! Sem confiança de que podem controlar o Butantan, tentam comprá-lo.

Contra “o ambientalismo fundamentalista, antropofóbico, adversário do desenvolvimento nacional.”

Tendência ao fascismo
Por Eduardo Bomfim, no portal Vermelho

O Brasil se depara com a necessidade de adotar com urgência iniciativas na área econômica com vistas à retomada do ciclo de crescimento econômico que possibilitou a inserção de dezenas de milhões de trabalhadores na economia em um processo gigantesco de inclusão social.

Porém o País vem sofrendo um violento constrangimento moral, uma campanha ideológica, cultural e política com o objetivo de sustar o seu processo de desenvolvimento econômico-social através de uma agressiva agenda externa contrária aos objetivos estratégicos de nação próspera e socialmente avançada.

Essa plataforma anti-nacional, anti-popular, que vem sendo difundida pelos centros hegemônicos multimidiáticos internacionais está intimamente associada aos esforços de promover a criminalização generalizada do exercício da política, dos partidos e dos políticos.

Essas forças irmanadas às orientações neoliberais forâneas almejam o retrocesso, sonham com um tipo de gestão orientada pela banca especulativa global e um governo de tecnocratas oriundos dos grandes conglomerados financeiros mundiais.

Que é uma realidade na Europa em crise com a substituição de presidentes ou primeiros-ministros, mesmo aqueles de centro-direita ou direita, por executivos dos bancos de investimentos especulativos.

Já entre as propagandas bilionárias difundidas no Brasil pela chamada "governança global", da nova ordem mundial, está o ambientalismo fundamentalista, antropofóbico, adversário do desenvolvimento nacional.

Alheio ao fato de que há 36 milhões de pessoas no País sem acesso à água potável e 126 milhões que não possuem serviço de tratamento de esgoto, fatos que são causadores de terrível degradação humana e ambiental.

Mas esse ambientalismo fundamentalista persegue mesmo é um Brasil transformado em parque natural continental desprovido das condições infra-estruturais ao crescimento econômico soberano, que respeite a natureza, mas que elimine a pobreza e a violência social.

Os democratas, patriotas, progressistas, vão percebendo que a agenda multiculturalista da "governança global" pretende imobilizar a sociedade, diversionar a juventude, sustar o desenvolvimento nacional.

Esse tendência mundial de criminalização da política e a agenda ideológica, cultural, da nova ordem mundial são duas faces da mesma moeda, uma pressão de caráter fascista que se alastra no bojo da crise global do capitalismo.

Sinceridade não é para qualquer um...

A sugestão de domingo é de Antonio Maria: “Acredite na sinceridade dos poetas dos bêbados”.

Ciência brasileira contra a dengue

. Informa a Agência Brasil que o país contará com um importante aliado para combater a dengue no próximo ano. Um bioinseticida desenvolvido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e fabricado por uma indústria farmacêutica promete ser divisor de águas na luta contra o Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença.
. O bioinseticida é resultado de quase dez anos de pesquisas coordenadas pela cientista Elizabeth Sanches, que trabalha na Farmanguinhos, unidade da Fiocruz responsável pela produção de medicamentos. Criado a partir do Bacillus thuringiensis e do Bacillus sphaericus, ele será produzido na forma de comprimidos, para dissolução em caixas d'água, ou em apresentações maiores, para utilização em açudes e reservatórios.
. “No caso da dengue domiciliar, é recomendável a utilização do comprimido hidrossolúvel. O produto tem duas ações concomitantes: paralisa os músculos da boca e do intestino da larva e causa infecção generalizada nela”, explicou Elizabeth, engenheira bioquímica e bióloga.
. A pesquisadora garantiu que o bioinseticida não apresenta qualquer risco para o meio ambiente. “Nós fizemos todos os testes referentes a impacto ambiental e toxicologia da formulação em animais de sangue quente, inclusive. Temos a segurança dos produtos que desenvolvemos, justamente por serem aplicados em ambientes domiciliares.
. A Farmanguinhos concluiu o treinamento dos funcionários da empresa BR3, vencedora da licitação e que poderá iniciar a produção dentro de alguns meses, segundo Elizabeth. “A empresa acabou de ser treinada e está bem adiantada na implantação do projeto. Eu penso que no meio do ano que vem nós já tenhamos produtos dessa parceria tecnológica”.
. Além do produto contra a dengue, a Farmanguinhos licenciou mais dois bioinseticidas: contra a malária e contra a elefantíase. A pesquisadora disse que produtos com ações semelhantes já são utilizados em outros países, como a China, mas não podem ser simplesmente importados para aplicação no Brasil: “O produto tem que ser desenvolvido com especificidade para o local de aplicação. Justamente para podermos ajustar a formulação para aquele ambiente”.

História: 18 de dezembro de 1956

Os guerrilheiros cubanos que sobrevivem ao desembarque do Granma reúnem-se, na Sierra Maestra. A serra será o 1º núcleo da revolução vitoriosa em 1959. (Vermelho www.vermelho.org.br).

17 dezembro 2011

Boa tarde, Cida Pedrosa

o bolero e o mar

a água dissolve o sol
e meu ouvido rapta ravel

não sou inefável
nem quero a certeza do mar

nesta tarde de barcaças
quero apenas tua boca
a tocar a minha razão

Para destravar o desenvolvimento

Dois obstáculos a transpor
Luciano Siqueira

Publicado no portal Brasil 247

O crescimento zero de nossa economia no último semestre deste ano assusta, mas abre espaço para um bom debate – que pode nos levar a uma compreensão mais clara do que é necessário fazer para, a um só tempo, preservar nossa rota de crescimento e nos fortalecer na cena internacional.

Não é um debate simples. Envolve uma gama de questões cruciais em tono das quais vicejam interesses contraditórios. O primeiro passo é identificar os principais obstáculos a superar; em seguida, reunir convicção e vontade política ampla para enfrentá-los.

Partindo da constatação de que o País vive um instante rico em possibilidades, apesar da crise global que nos ameaça mas paradoxalmente nos abre uma estrada pela qual podemos nos afirmar no concerto das nações, é lícito afirmar que necessitamos de: 1) mais democracia e 2) coragem para romper com condicionantes macroeconômicos que emperram o crescimento.

Trocando em miúdos. O governo Dilma se esforça para manter o crescimento do PIB em torno de 3% associado à continuada expansão do mercado interno e da oferta de postos de trabalho. Para tanto, ensaia medidas que, no seu conjunto, podem vir a alterar substancialmente a macroeconomia. Isto se seguir a trajetória recém-inaugurada de redução gradativa da taxa Selic, corrigir o cambio hoje sobrevalorizado e aprimorar os mecanismos de controle do fluxo externo de capitais. Essa tríade em nada colide com o desejado controle inflacionário, antes o reforça. Mais: contempla amplos interesses, do empresariado do setor produtivo aos trabalhadores, ambos necessitados de mais investimentos públicos em infraestrutura e de um ambiente econômico propício à produção, ao consumo e ao emprego. No outro polo, contraria o setor rentista, que tem força no parlamento, na mídia e na máquina governamental.

Tem-se assim uma quebra de braços na qual o governo não é árbitro, é parte litigante. E como tal, a sua escolha irrecusável é o lado progressista da produção e do trabalho, em contraposição ao capital financeiro.

Nesse sentido, importa que a presidenta Dilma conte com maioria de que dispõe na Câmara e no Senado. Mas, bem sabemos, é uma maioria heterogênea e mesclada por resistências a mudanças mais profundas. Como torna-la uma força progressista em favor da produção e do emprego, sem o mais amplo debate?

Aí a porca entorta o rabo. Por enquanto o debate é restrito, uma vez que os meios de comunicação que atingem amplas parcelas da população o interditam. Cerceiam o acesso multilateral aos dados da realidade, escondem a polêmica em torno dos rumos da economia. Tentam fixar como verdade absoluta o que a vida vem negando na prática.

Por isso, põem-se na ordem dia como irmãs gêmeas a ruptura com a orientação macroeconômica e a democratização da mídia. Duas grandes empreitadas que reclamam amplia mobilização da sociedade.

Palavra de Tania

A dica de sábado é de Tania Carneiro Leão: “Tu me amas e não és mim/Eu te amo e não sou tu./O que for de ti sem mim, o será de mim sem tu.”

16 dezembro 2011

A mídia não gosta dela, mas o povo gosta

. Informa a Agência Brasil, que o percentual de entrevistados que avaliam o governo Dilma Rousseff como ótimo ou bom aumentou de 51%, em setembro, para 56%, em dezembro – mesmo índice registrado em março. Para 32%, a gestão atual é regular, ante 34%, e 9% a consideram ruim ou péssima, ante 11%. Os dados fazem parte da pesquisa encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) ao Ibope, divulgada hoje (15).
. O levantamento indica que as denúncias de corrupção envolvendo ministros do governo não prejudicaram a avaliação da população. De acordo com a pesquisa, 28% dos entrevistados se lembram de alguma notícia sobre corrupção na atual gestão.
. As expectativas positivas (ótima ou boa) em relação ao resto do mandato também melhoraram, de 56%, em setembro, para 59%, em dezembro. O índice dos que acreditam que o restante do governo será regular diminuiu de 26% para 24% e o dos que esperam que será ruim ou péssimo caiu de 11% para 10%.
. Segundo a pesquisa, 72% da população aprovam a maneira de Dilma governar, praticamente o mesmo índice registrado em setembro (71%) e 21% a desaprovam. Os demais não responderam ou não souberam responder.
. O levantamento aponta que 68% disseram que confiam na presidenta Dilma e que 26% não confiam, os mesmo índices verificados na pesquisa anterior.
. O percentual de entrevistados que consideram o governo Dilma melhor do que o do seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, caiu de 15%, em setembro, para 12% em dezembro. Para 57%, o governo é igual ao de Lula, ante 55%, e 28% o consideram pior, ante 26%.
. A pesquisa foi feita entre os dias 2 e 5 de dezembro, com 2.002 entrevistados em 142 municípios. A margem de erro é 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

Trabalho em equipe

Hoje o dia inteiro reunião com toda a equipe do nosso mandato: avaliar o trabalho feito em 2011, planejar 2012. Com determinação e leveza.

15 dezembro 2011

Olhos nos olhos, contas a prestar

Apenas o cumprimento do dever
Luciano Siqueira

Publicado no Blog de Jamildo (Jornal do Commercio Online)

Novamente nas ruas, como de costume. Desta vez para novamente distribuir pessoalmente, com a ajuda de militantes e amigos, a publicação do nosso mandato parlamentar “Luciano Siqueira presta contas”.

A cada três meses fazemos isso, ou seja, apresentamos nas ruas uma síntese do trabalho que realizamos, exatamente no cruzamento de ruas e avenidas que frequentamos na campanha eleitoral. O contato direto, olhos nos olhos. O diálogo breve, menos de um minuto, mas proveitoso. Às vezes uma denúncia, uma reclamação. Outras vezes, em poucas palavras, a alegria do reencontro: velhos amigos, eleitores recentes, ex-vizinhos, colegas de faculdade.

Invariavelmente escutamos elogios pela iniciativa. “Todos deviam fazer assim”, dizem. “Parabéns, você sim, pode olhar as pessoas nos olhos...” e assim por diante. Sempre retrucamos: “É apenas o cumprimento do dever. Fazemos isso trimestralmente nas ruas, com a prestação de contas impressa, e na internet diariamente, em tempo real”. Isso mesmo: cumprindo o dever de submeter ao crivo da população o conteúdo, as prioridades, o posicionamento, o modo de agir no exercício do mandato parlamentar.

Não deveria causar surpresa, mas ainda causa. É que há um misto de descrença em relação à política e aos políticos de modo geral, fruto do modo distorcido como os meios de comunicação abordam deslizes ou procedimentos criminosos praticados por alguns: de modo espetacular e sempre com uma mensagem implícita ou explícita – a de que todos são iguais.

Repeti muitas vezes, e o faço novamente: em todas as esferas de atividade de que participei até hoje, desde a adolescência, é precisamente na militância política que encontrei o maior percentual de pessoas sinceramente movidas por uma causa e devotadas ao interesse público, filiadas a diversas correntes. Uma minoria, mesmo que expressiva, assume postura delituosa e termina por enlamear a atividade política aos olhos da população que, por sua vez, tem acesso apenas à informação que lhe é imposta por uma mídia a cada dia mais sofisticada e múltipla e ao mesmo tempo sujeita ao controle de oligopólios. A internet permite uma válvula de escape, através de blogs e dos sites de relacionamento, que têm uma força crescente, porém muito pequena ainda em relação ao poder dos grandes veículos de comunicação.

Mas aí é outro problema, que demanda consciência social avançada e ampla mobilização pelo direito de todos à informação, com o que nosso mandato está comprometido. De nossa parte, cabe continuar cumprindo o dever de socializar com a população as informações acerca do nosso trabalho, assim nas ruas e através do site http://www.lucianosiqueira.com.br/ , do Twitter e do Facebook. E também dialogar semanalmente, via artigos e crônicas acolhidos em espaços generosos, como este, cujo editor, jornalista Jamildo Melo, nos assegura total liberdade para expressar nosso pensamento.

Pressão midiática e consciência política

Partido midiático, força relativa
Luciano Siqueira

Tenho em mãos um exemplar da última edição da revista Carta Capital, cuja matéria de capa é “O escândalo Serra”, a propósito das graves denúncias contida no livro-reportagem “A privataria tucana”, do jornalista Amaury Ribeiro Jr. Como assinala a revista, trata das “maracutaias das privatizações, fartamente documentadas”. Impressiona o teor da reportagem, em contraste com o silêncio comprometedor da grande mídia useira e vezeira do denuncismo sensacionalista tendo como alvo personalidades e instituições situadas à esquerda do espectro político ou pertencentes ou vinculadas de algum modo a governos de orientação democrática e progressista.

É um absurdo que se mantenha silenciosos colunistas de jornais regionais, costumeiramente ágeis na reprodução acrítica de informações frequentemente distorcidas e de viés político explícito veiculadas pelos jornalões nacionais, redes de TV e de rádio – como no caso do ex-ministro Orlando Silva, a quem em uníssono se procurou impor a pecha de desonesto sem que uma prova sequer dos supostos delitos por ele praticados tenha sido apurada!

A condição de “partido” assumida pela grande mídia no Brasil se acentua a cada dia. O direito democrático à informação e à expressão do pensamento é terrivelmente cerceado em função do oligopólio que controla os meios de comunicação. Um fator de distorção do processo democrático, inaceitável sob todos os títulos.

Ora, um país da dimensão do Brasil, que atravessa uma fase prenhe de possibilidades de encetar transformações sociais de envergadura e de se afirmar no concerto internacional como nação soberana e progressista, necessita mais do que nunca do debate amplo e democrático de ideias. A população precisa tomar conhecimento dos fatos e acompanhar as diversas interpretações oferecidas por diferentes correntes de pensamento. Sem democracia não há progresso econômico e social consistente.

Observe-se, entretanto, que o poder dos oligopólios é paradoxalmente gigantesco e relativo. Os oito anos de Lula na presidência da República deram ensejo à maior campanha sistemática da grande mídia, de caráter oposicionista, movida contra o governo. Não há precedentes dessa dimensão em nossa História, mesmo nos anos cinquenta, no governo Vargas e no início dos anos sessenta, com Jango. No entanto, a mídia perdeu três vezes consecutivas: Lula se elegeu, se reelegeu e foi sucedido pela presidenta Dilma. É que entre a mistificação midiática e a realidade concreta da vida, pesa muito mais o que o povo sente e objetivamente vive. Os êxitos do governo chegaram aos lares e aos bolsos da maioria da população que aspira mudanças reais.

Um poder relativo sim, nesse sentido. Mas extraordinariamente corrosivo e ameaçador. Daí a necessidade de democratizar a comunicação como elemento indispensável ao pleno desenvolvimento do País, regulamentando o setor de modo a assegurar que todos possam saber o que se passa e possam falar o que pensam.

Boa noite, Bartyra Soares

Apelo

Vem!
Traz-me a serenidade de tua voz.
Somente ela reconstituirá em mim
a certeza de que ainda serei
capaz de dedilhar nas cordas
da luz um prelúdio de Chopin.

Vem!
O vento não interpelará tua chegada.
Dormita no parapeito da janela, enquanto
me indago se há lua no céu.

Vem!
O amanhã talvez seja outro
quando após o próximo Sol poente,
a noite sobre minha insônia
decida vestir-me de saudade e lágrimas.

Vem!
Avizinha-se a madrugada e já não devo
prometer que a leveza de tua palavra
deterá a minha ânsia ao sentir
que é impossível o tempo reter.

Vem!
Antes que eu não mais creia
que a alegria em algum lugar existe
e a qualquer momento poderá chegar.

13 dezembro 2011

História: 13 de dezembro de 1968

Ditador Costa e Silva
A Câmara dos Deputados, desafiando a ditadura, rejeita por 216 votos a 141 o pedido de licença para processar o dep. Márcio Moreira Alves. À noite, o Ato Institucional nº 5 suprime todo resquício do estado de direito: fechamento do Congresso, nova onda de cassações. (Vermelho http://www.vermelho.org.br/).

12 dezembro 2011

Nas ruas, prestando contas

Luciano volta às ruas para prestar contas à população
. Às 7h da manhã da próxima segunda-feira (12) o deputado Luciano Siqueira (PCdoB) volta às ruas do Recife para, mais uma vez, prestar contas do seu mandato na Assembleia Legislativa de Pernambuco. A programação segue até o dia 21 (quarta-feira), com a distribuição do jornal do mandato nos principais cruzamentos da cidade às 7h e às 17h.
. Na edição de dezembro do jornal, Luciano faz um balanço da atuação do mandato nos últimos três meses do ano.
. “O contato direto com a população na rua, tanto em cruzamentos movimentados como em portas de fábrica, escolas e locais de grande afluência, tem se mostrado muito eficiente e prazeroso”, diz Luciano.
. Quem quiser participar da atividade pode ligar para o Gabinete na Assembleia Legislativa – Fones: (81) 3183-2349 / 3183-2150 ou para escritório político – Fones: (81) 3221-4385 ou 3221-1283.
. Programação
Data Horário Local das panfletagens
12/12 - Segunda 7h Real da Torre X Caxangá X Benfica (esquina do Museu da Abolição)
12/12 - Segunda 17h Quarenta e Oito x Barão de Itamaracá (Espinheiro, esquina da Farmácia Pague Menos)
13/12 - Terça 7h Rua do Forte x Av Gomes Taborda (Rua da Lama)
13/12 - Terça 17h Amaro Bezerra X Joaquim Nabuco (4 Cantos perto do antigo Comitê)
14/12 - Quarta 7h Rua do Príncipe X Bispo Cardoso Ayres
14/12 - Quarta 17h Perimetral x Estrada do Arraial/Rosa e Silva (esquina das Casas José Araújo)
15/12 - Quinta 7h 17 de agosto X BR101 (Viaduto Dois Irmãos)
19/12 - Segunda 7h Rui Barbosa X Rua Amélia (esquina do Museu do Estado)
19/12 - Segunda 17h Praça de Casa Forte
20/12 - Terça 7h Perimetral X Abdias de Carvalho (esquina Engefrio)
20/12 - Terça 17h Abdias de Carvalho x San Martin (esquina da escola Dom Bosco)
21/12 - Quarta 7h Rua Frei Matias Teves X Cel. Joaquim Inácio X Paissandu (Ilha do Leite)
21/12 - Quarta 17h Principe x Afonso Pena x Rua de Lazer da UNICAP
Da Redação do site http://www.lucianosiqueira.com.br/

11 dezembro 2011

Superar 2 entraves essenciais

No Vermelho:
Renato Rabelo: baixar os juros e regulamentar a mídia já!
. Realiza-se neste final de semana a 9ª reunião plenária do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil. A direção comunista analisa ampla pauta política sobre temas da conjuntura nacional e internacional, bem como as tarefas da construção partidária e o plano eleitoral para 2012. Na ocasião o presidente do partido, Renato Rabelo, apresentou um informe de abertura, cuja íntegra publicamos.
. A grande crise mundial do capitalismo que, neste momento, se espalha pelo mundo e se agrava na Europa também atinge a economia brasileira. Contudo, contraditoriamente, essa crise descortina oportunidades para o Brasil superar duas barreiras que freiam o desenvolvimento e a construção da democracia: a política macroeconômica balizada em juros altos e defensiva fiscal constante e o cerceamento do direito da sociedade à informação – direito este sufocado pelos oligopólios que controlam os veículos e o sistema de comunicação. Romper obstáculo s para acelerar o desenvolvimento nacional é o desafio inadiável do governo Dilma Rousseff quando ele completa seu primeiro ano.
. Leia mais http://goo.gl/qOA7p

Mulheres assassinadas

Ontem, mais 2 mulheres assassinadas na Região Metropolitana do Recife. É preciso intensificar a luta contra a violência sexista!

Subproduto do desenvolvimento

Reportagem assinada por Ana Cláudia Dolores, no “Diário”, hoje: em 1 ano mais de 50 mil pessoas de fora vieram para a Região Metropolitana. 

A palavra do mestre

A sugestão de domingo é da amiga Nara, na escrita de Paulo Freire: “A leitura do mundo precede a leitura da palavra.”

Contra a homofobia

Unesco vai lançar documento com orientações para países combaterem homofobia nas escolas
. Informa a Agência Brasil que em 2012, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) vai lançar um documento com orientações a governos de todo o mundo para o enfrentamento da homofobia em ambiente escolar. . O bullying contra estudantes LGBTs (lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e transexuais) foi tema de uma reunião promovida pela entidade esta semana no Rio de Janeiro, com a presença de especialistas de 25 países.
. Os participantes conheceram experiências de combate ao problema desenvolvidas por diferentes países e houve o consenso de que a homofobia prejudica o desempenho de alunos homossexuais e muitas vezes leva a uma trajetória escolar interrompida, já que o jovem acaba desistindo de estudar por causa das agressões sofridas. Entre as principais recomendações que vão constar no documento estão a formulação de políticas específicas para atender esse público, o treinamento de professores para lidar com a questão e a produção de materiais de combate ao preconceito contra homossexuais nas escolas.