A construção coletiva das idéias é uma das mais fascinantes experiências humanas. Pressupõe um diálogo sincero, permanente, em cima dos fatos. Neste espaço, diariamente, compartilhamos com você nossa compreensão sobre as coisas da luta e da vida. Participe. Opine. [Artigos assinados expressam a opinião dos seus autores].
31 março 2013
Das verdades parciais
“...eu desconfio que a única pessoa livre, realmente livre,
é a que não tem medo do ridículo.” (Luis fernando Verissimo).
A vida do jeito que é
No Vermelho, por Marco Albertim
91 anos
91 anos
As casas são de alvenaria. Há muitos espaços
vazios, à espera da cavação no terreno coberto pelo barro. O subsolo é mole,
posto que o resíduo de manguezal permanece revolto, por certo entranhado de
cardumes de muçuns que dali não saem, alimentando-se de vermes. Os espaços
podem acudir mais casas, sem pôr em risco as enguias-de-água-doce.
À noite,
feito um vadio sem prumo do lugar, elas se revolvem rumo ao estreito regato da
Ilha de Joaneiro. Um pescador já aposentado, com uns trocados deixados na única
gaveta da cabeceira da cama, e as mãos tão encaliçadas quanto as paredes da
casa, fisga três ou quatro dos peixes compridos; sem iscas, com a ponta do
anzol miúdo misturada à granulação viscosa da lama. O suficiente para sentar à
frente da mesa coberta de fungos, na cozinha, e comer a fritura do muçum com o
fogo da aguardente sem cor.
A Ilha de Joaneiro, por quarenta anos, dera abrigo à favela. Junto ao suntuoso prédio da COHAB, descobriu-se com forças para pressionar o governo a trocar as casas de pau a pique por estuques de alvenaria. Primeiro uma Liga de Dominó, depois a Associação de Moradores, e logo petições com centenas de assinaturas para a construção de casas e a cavação da rede de esgotos. As petições deram lugar a faixas seguradas por mulheres e meninos. Os homens, nenhuma mulher, puseram-se na comissão de negociação.
Vieram os empréstimos a fundo perdido. As casas foram refeitas, a rede de esgoto não foi instalada. A Ilha de Joaneiro, com nova feição, inda que não se livrando da fama de favela, viu-se com uma praça com quadras para esportes, bancos sombreados, uma pista de pedestrianismo. Ninguém faz cooper, a não moradores de três prédios vizinhos, de luxo; nos bancos sombreados sentam-se os mais antigos, para o jogo do dominó; as quadras são ocupadas por meninos que ainda não vão à escola, num futebol ralo e sem torcidas.
Numa das casas em frente ao córrego, mora Elias Feijó. Não tem profissão certa, inda que tenha se familiarizado com caminhoneiros de longo percurso. Estacionam, os caminhoneiros, numa praça da Encruzilhada. Ali mesmo, sem calungas próprios, contratam os que esperam as cargas. Elias Feijó é um deles. Fora operário na fábrica de tecidos Tacaruna. A fábrica faliu junto com outras do mesmo ramo. Elias Feijó deixou de ser operário tecelão. Ficou viúvo com um filho de dezesseis anos.
Criou-o sem rebuços para dizer que o que lhes falta na mesa nua de comidas, sobra na do proprietário que, mesmo com as máquinas paradas, tem o dinheiro que negara aos operários nos anos em que os tivera na tecelagem. Sem o macacão azul desbotado, coberto de fios soltos da tecedura, perdeu a conversa com outros do mesmo ofício; alguns, como ele, já enredados nos sussurros do Partido Comunista então clandestino. Antes de se tornar tecelão, Elias fora à União Soviética. "Vi o socialismo no rosto de cada operário!" - disse na volta, aos tecelões dos quais tirou o medo de ser militante do Partido Comunista.
Não paga aluguel. Sua casa foi beneficiada pelo empréstimo a fundo perdido. Ele mesmo, entre uma talagada e outra de cachaça, removeu os gomos secos da taipa para dar lugar à alvenaria. Não pintou-a, sequer deu acabamento nas paredes; contentou-se em apreciar os lados dos tijolos nus, colados na base e em cima pela massa verde escuro. A favela nunca vira cimento, cultuara-o nos sonhos como um bem de luxo. Elias Feijó sentiu-se abrigado dos olhos da polícia, com as paredes sem as frinchas da taipa seca.
Como calunga de caminhão, ganha um dinheiro incerto, inda que sua despesa seja pouca e não tenha contraído o costume de apartar o ganho para a feira escassa, com a feiura de muitas carnes de algumas mulheres da Ilha de Joaneiro. O filho tem a altura do pai, caneludo e costado longo; é calado na frente de estranhos, mostrando a tristeza inconfessa de ver o pai viúvo, sem a energia absorvida na fiação; na fiação e no enredo promissor do tecelão espreitando a gula do patrão.
No domingo, Elias Feijó conseguiu fisgar alguns muçuns no córrego; moqueou-os no sal e no alho, visto que a geladeira velha há quinze dias desliga o motor sem que mexam em sua engrenagem.
Grivaldo Borba, estudante, conhecera a história do ex-tecelão. Não fora ativista nos tempos de Elias Feijó. Mas consternara-o a feição crioula e capionga do calunga.
- A União Soviética não existe mais. O socialismo não mostra seus resultados no rosto dos operários russos. Outra revolução terá que ser feita
Grivaldo Borba, vendo o rosto lustroso de Elias Feijó, o rosto e os olhos vítreos dos goles de cachaça na mastigação do muçum frito, pensou em restituir-lhe a vontade de outra vez juntar os operários no Partido Comunista.
Noite seguinte, segunda-feira , o estudante voltou à casa de Elias Feijó. O negro ainda não se livrara do verniz alcoólico no rosto. Disse, olhando para o estudante:
- É uma facada no estômago o operário ouvir que o socialismo morreu na União Soviética.
Levantou-se da calçada, foi à cozinha. Trouxe um bolo redondo, não um bolo confeitado, um pé de moleque chinfrim, comprado na padaria com o forno esquentado nas brasas da lenha. Pôs na calçada para comerem. Antes, equilibrou na superfície dois números juntos, com pavios a serem acesos sobre a parafina da vela. 91.
A Ilha de Joaneiro, por quarenta anos, dera abrigo à favela. Junto ao suntuoso prédio da COHAB, descobriu-se com forças para pressionar o governo a trocar as casas de pau a pique por estuques de alvenaria. Primeiro uma Liga de Dominó, depois a Associação de Moradores, e logo petições com centenas de assinaturas para a construção de casas e a cavação da rede de esgotos. As petições deram lugar a faixas seguradas por mulheres e meninos. Os homens, nenhuma mulher, puseram-se na comissão de negociação.
Vieram os empréstimos a fundo perdido. As casas foram refeitas, a rede de esgoto não foi instalada. A Ilha de Joaneiro, com nova feição, inda que não se livrando da fama de favela, viu-se com uma praça com quadras para esportes, bancos sombreados, uma pista de pedestrianismo. Ninguém faz cooper, a não moradores de três prédios vizinhos, de luxo; nos bancos sombreados sentam-se os mais antigos, para o jogo do dominó; as quadras são ocupadas por meninos que ainda não vão à escola, num futebol ralo e sem torcidas.
Numa das casas em frente ao córrego, mora Elias Feijó. Não tem profissão certa, inda que tenha se familiarizado com caminhoneiros de longo percurso. Estacionam, os caminhoneiros, numa praça da Encruzilhada. Ali mesmo, sem calungas próprios, contratam os que esperam as cargas. Elias Feijó é um deles. Fora operário na fábrica de tecidos Tacaruna. A fábrica faliu junto com outras do mesmo ramo. Elias Feijó deixou de ser operário tecelão. Ficou viúvo com um filho de dezesseis anos.
Criou-o sem rebuços para dizer que o que lhes falta na mesa nua de comidas, sobra na do proprietário que, mesmo com as máquinas paradas, tem o dinheiro que negara aos operários nos anos em que os tivera na tecelagem. Sem o macacão azul desbotado, coberto de fios soltos da tecedura, perdeu a conversa com outros do mesmo ofício; alguns, como ele, já enredados nos sussurros do Partido Comunista então clandestino. Antes de se tornar tecelão, Elias fora à União Soviética. "Vi o socialismo no rosto de cada operário!" - disse na volta, aos tecelões dos quais tirou o medo de ser militante do Partido Comunista.
Não paga aluguel. Sua casa foi beneficiada pelo empréstimo a fundo perdido. Ele mesmo, entre uma talagada e outra de cachaça, removeu os gomos secos da taipa para dar lugar à alvenaria. Não pintou-a, sequer deu acabamento nas paredes; contentou-se em apreciar os lados dos tijolos nus, colados na base e em cima pela massa verde escuro. A favela nunca vira cimento, cultuara-o nos sonhos como um bem de luxo. Elias Feijó sentiu-se abrigado dos olhos da polícia, com as paredes sem as frinchas da taipa seca.
Como calunga de caminhão, ganha um dinheiro incerto, inda que sua despesa seja pouca e não tenha contraído o costume de apartar o ganho para a feira escassa, com a feiura de muitas carnes de algumas mulheres da Ilha de Joaneiro. O filho tem a altura do pai, caneludo e costado longo; é calado na frente de estranhos, mostrando a tristeza inconfessa de ver o pai viúvo, sem a energia absorvida na fiação; na fiação e no enredo promissor do tecelão espreitando a gula do patrão.
No domingo, Elias Feijó conseguiu fisgar alguns muçuns no córrego; moqueou-os no sal e no alho, visto que a geladeira velha há quinze dias desliga o motor sem que mexam em sua engrenagem.
Grivaldo Borba, estudante, conhecera a história do ex-tecelão. Não fora ativista nos tempos de Elias Feijó. Mas consternara-o a feição crioula e capionga do calunga.
- A União Soviética não existe mais. O socialismo não mostra seus resultados no rosto dos operários russos. Outra revolução terá que ser feita
Grivaldo Borba, vendo o rosto lustroso de Elias Feijó, o rosto e os olhos vítreos dos goles de cachaça na mastigação do muçum frito, pensou em restituir-lhe a vontade de outra vez juntar os operários no Partido Comunista.
Noite seguinte, segunda-feira , o estudante voltou à casa de Elias Feijó. O negro ainda não se livrara do verniz alcoólico no rosto. Disse, olhando para o estudante:
- É uma facada no estômago o operário ouvir que o socialismo morreu na União Soviética.
Levantou-se da calçada, foi à cozinha. Trouxe um bolo redondo, não um bolo confeitado, um pé de moleque chinfrim, comprado na padaria com o forno esquentado nas brasas da lenha. Pôs na calçada para comerem. Antes, equilibrou na superfície dois números juntos, com pavios a serem acesos sobre a parafina da vela. 91.
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Reforma política democrática
Em defesa das coligações
Por Aldo Rebelo
Por Aldo Rebelo
"A coligação por
sua vez favorece as alianças que tecem a democracia. Proibi-la é sufocar a
política".
A chamada “reforma política” mais uma vez entra em debate na Câmara dos
Deputados com uma deformação impenitente: acolhe a falácia que temos partidos
demais e urge acabar com os pequenos para agigantar os grandes. Se é tema
controverso, em contrapartida há consenso para a instituição do financiamento
público das campanhas, prevenindo-se a influência do poder econômico.
Com 140 milhões de eleitores, o Brasil tem 29 partidos registrados. Outro grande país presidencialista, os Estados Unidos, tem aproximadamente 200 milhões de eleitores e 75 partidos e admite inscrições avulsas, a ponto de 143 candidatos terem disputado as últimas eleições presidenciais. No parlamentarismo, a Alemanha conta 62 milhões de eleitores e 50 partidos, enquanto em Israel cinco milhões de eleitores votam em 34 agremiações.
No Brasil existe uma cláusula de barreira pouco mencionada: para eleger um deputado federal, o partido tem de atingir o quociente eleitoral, que é o número de votos válidos divididos pelo de cadeiras. Em São Paulo, na eleição de 2010, o quociente foi de 304,5 mil votos. A regra induz os pequenos partidos a se coligarem, entre si ou com um grande, para eleger um e outro parlamentar. Se um candidato da coligação ultrapassa o quociente, o que é raríssimo, os votos a mais são repassados para os que vêm abaixo.
O sistema eleitoral também dá ao eleitor a opção da escolha nominal ou partidária. Ele pode votar apenas no partido, ou sufragar um candidato. Se, no caso paulista, 304,5 mil eleitores tivessem votado em determinada legenda e um candidato daquela legenda recebido apenas um voto, este seria eleito. Ou seja, a legislação em vigor já embute o voto de lista e fortalece os partidos. A coligação por sua vez favorece as alianças que tecem a democracia. Proibi-la é sufocar a política.
Aldo Rebelo é ministro do esporte e deputado federal licenciado pelo PCdoB.
Artigo público no jornal Diário de S. Paulo.
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Com 140 milhões de eleitores, o Brasil tem 29 partidos registrados. Outro grande país presidencialista, os Estados Unidos, tem aproximadamente 200 milhões de eleitores e 75 partidos e admite inscrições avulsas, a ponto de 143 candidatos terem disputado as últimas eleições presidenciais. No parlamentarismo, a Alemanha conta 62 milhões de eleitores e 50 partidos, enquanto em Israel cinco milhões de eleitores votam em 34 agremiações.
No Brasil existe uma cláusula de barreira pouco mencionada: para eleger um deputado federal, o partido tem de atingir o quociente eleitoral, que é o número de votos válidos divididos pelo de cadeiras. Em São Paulo, na eleição de 2010, o quociente foi de 304,5 mil votos. A regra induz os pequenos partidos a se coligarem, entre si ou com um grande, para eleger um e outro parlamentar. Se um candidato da coligação ultrapassa o quociente, o que é raríssimo, os votos a mais são repassados para os que vêm abaixo.
O sistema eleitoral também dá ao eleitor a opção da escolha nominal ou partidária. Ele pode votar apenas no partido, ou sufragar um candidato. Se, no caso paulista, 304,5 mil eleitores tivessem votado em determinada legenda e um candidato daquela legenda recebido apenas um voto, este seria eleito. Ou seja, a legislação em vigor já embute o voto de lista e fortalece os partidos. A coligação por sua vez favorece as alianças que tecem a democracia. Proibi-la é sufocar a política.
Aldo Rebelo é ministro do esporte e deputado federal licenciado pelo PCdoB.
Artigo público no jornal Diário de S. Paulo.
Inconsequência
O estilo “metralhadora giratória”, que ataca todo mundo e dá
palpite sobre tudo, não chega a lugar nenhum – na vida e na política.
Semente da vida
O domingo é de Ivan Maia: “A semente se lança/No chão da
vida/E a terra engravida/Dessa nossa vontade.”
Minha entrevista ao Jornal do Commercio deste domingo
No Jornal do
Commercio:
“PCdoB jamais teve apoio automático”
Débora Duque
SIQUEIRA – Foi uma questão de agenda. Estávamos todos na reunião do comitê central do partido, em São Paulo. Daqui de Pernambuco, foram seis companheiros. A deputada Luciana Santos, eu, o prefeito de Olinda, Renildo Calheiros, o secretário Marcelino Granja e o presidente estadual do partido, Alanir Cardoso.
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“PCdoB jamais teve apoio automático”
Débora Duque
Vice-prefeito do
Recife e uma das principais lideranças do PCdoB em Pernambuco, Luciano Siqueira
nega o “desconforto” do partido diante da possível candidatura presidencial do
governador Eduardo Campos (PSB). Como argumento, sustenta que a legenda permanece
como aliada estratégica tanto do PT como do PSB, mas alerta que o apoio à reeleição
da presidente Dilma Rousseff (PT) não está garantido. Ao mesmo tempo, Siqueira
não só demonstra compartilha das mesmas preocupações do governador sobre os
rumos da economia do País, como reconhece a legitimidade do projeto socialista.
JC - O PCdoB sempre foi
um aliado do PT e do PSB. Com a movimentação nacional do governador Eduardo
Campos (PSB), como fica o partido em relação à disputa presidencial de 2014?
LUCIANO SIQUEIRA – Não há problema, nem
dificuldade. O pleito para Presidência só será em 2014. O
PCdoB é aliado estratégico do PT e do PSB. Aliás, o PCdoB é o único partido que
marcha com todos desde 1989. E essa é uma decisão que não cabe a nós tomar, se
o PSB vai ter candidato ou não. Além do que é um assunto que só será discutido
no ano que vem. Não tem nenhuma razão para falar sobre isso agora.
JC – O PCdoB deve apoiar
a candidatura de Dilma à reeleição?
SIQUEIRA – Repito, a decisão será
tomada em 2014. O PCdoB não tem nenhuma razão para agir de outra forma. Vai
continuar a contribuir, como vem contribuindo para o êxito do governo. O fato
real e concreto é que a presidente Dilma governa o País, o PCdoB é aliado do PT
e faz parte do governo. Somos um interlocutor frequente da presidente Dilma. Está
de acordo com os rumos que o país vem tomando. Quanto às eleições do ano que
vem, tomaremos a decisão no momento apropriado.
JC – Então não há um
alinhamento automático à reeleição da presidente?
SIQUEIRA – Alinhamento automático
o PCdoB jamais teve em 91 anos de história. Agora, ao mesmo tempo, o partido
prima pela lealdade como uma regra de ouro na convivência
política.
JC – Existe a
possibilidade de o partido apoiar a candidatura do governador Eduardo Campos
(PSB)?
SIQUEIRA -O partido tem experiência
suficiente para só examinar as coisas quando elas de fato se
concretizam. Existe uma hipótese posta pelo PSB e não podemos interferir nesse
assunto. Agora, se você me pergunta, tanto eu acho que o PSB é um firme aliado
do governo Dilma como acho que é um direito que o partido tem de especular
sobre a hipótese de candidatura de Eduardo, e nós nos mantemos na posição de
aliado estratégico tanto do PT como do PSB. Não há nenhum desconforto. Estamos
muito mais voltados a ajudar que a economia volte a crescer num padrão correspondente
às necessidades da população. Quando Eduardo se manifesta em favor de um melhor
desempenho da economia, ele fala a mesma linguagem da presidente Dilma. Durante
todos esses anos, nós do PCdoB discutimos política macroeconômica, nível de
juros e isso jamais significou constrangimento para o governo.
JC – Por que não
havia nenhum representante do partido na visita que a presidente
Dilma Rousseff (PT) fez
à Serra Talhada na última segunda-feira (25)?SIQUEIRA – Foi uma questão de agenda. Estávamos todos na reunião do comitê central do partido, em São Paulo. Daqui de Pernambuco, foram seis companheiros. A deputada Luciana Santos, eu, o prefeito de Olinda, Renildo Calheiros, o secretário Marcelino Granja e o presidente estadual do partido, Alanir Cardoso.
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30 março 2013
Boa tarde, Manuel Bandeira
O exemplo
das rosas
Uma mulher
queixava-se do silêncio do amante:
- Já não gostas de mim, pois não encontras palavras para me louvar!
Então ele, apontando-lhe a rosa que lhe morria no seio:
- Não será insensato pedir a esta rosa que fale?
Não vês que ela se dá toda no seu perfume?
- Já não gostas de mim, pois não encontras palavras para me louvar!
Então ele, apontando-lhe a rosa que lhe morria no seio:
- Não será insensato pedir a esta rosa que fale?
Não vês que ela se dá toda no seu perfume?
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Impasse na Itália
.
Sem acordo em torno da proposta de um primeiro-ministro tecnocrata, os partidos
mais votados no último pleito prosseguem o impasse que já dura 32 dias.
. Enquanto isso, a Itália deve continuar sem um governo funcional até maio, quando uma nova eleição deverá ser convocada.
. É a crise da Zona do Euro. Faz parte.
. Enquanto isso, a Itália deve continuar sem um governo funcional até maio, quando uma nova eleição deverá ser convocada.
. É a crise da Zona do Euro. Faz parte.
Americanos sofrem com a crise
. Está nos jornais: redução
drástica dos gastos públicos altera substancialmente o cotidiano nos EUA. O
corte é de US$ 85 bilhões nos gastos federais, que começam a vigorar a partir
da próxima segunda-feira.
. Estima-se que 149 torres de controle de tráfego aéreo serão fechadas, milhares de tomografias e outros exames diagnósticos considerados caros serão suspensos, mais de meio milhão de vacinas deixarão de ser aplicadas. Até papel higiênico vai sumir de repartições públicas.
. As badaladas visitas guiadas à Casa Branca estão interditadas por falta de recursos.
. Tudo isso como reflexo do impasse em Democratas e Republicanos, que não conseguiram firmar acordo sobre a redução de despesas e a elevação impostos.
. Cá com meus botões, ouso dizer que mais do que falta de consenso político esse cenário traduz a profundidade da crise sistêmica do capitalismo, que tem nos EUA seu epicentro.
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. Estima-se que 149 torres de controle de tráfego aéreo serão fechadas, milhares de tomografias e outros exames diagnósticos considerados caros serão suspensos, mais de meio milhão de vacinas deixarão de ser aplicadas. Até papel higiênico vai sumir de repartições públicas.
. As badaladas visitas guiadas à Casa Branca estão interditadas por falta de recursos.
. Tudo isso como reflexo do impasse em Democratas e Republicanos, que não conseguiram firmar acordo sobre a redução de despesas e a elevação impostos.
. Cá com meus botões, ouso dizer que mais do que falta de consenso político esse cenário traduz a profundidade da crise sistêmica do capitalismo, que tem nos EUA seu epicentro.
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Ciência brasileira
Pesquisa
identifica substâncias no sangue que podem ajudar a diagnosticar doenças
neurodegenerativas
Da Agência Brasil
. Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) que analisou o nível de três substâncias encontradas no sangue pode ajudar a entender o processo de envelhecimento do cérebro. Ao investigar os compostos envolvidos no chamado estresse oxidativo, que desequilibra a presença de radicais livres no organismo, os pesquisadores perceberam que essa desregulação ocorre de forma mais intensa em pacientes com Alzheimer. Os resultados abrem caminho para que, no futuro, possa ser feita a identificação precoce de doenças neurodegenerativas por meio de exames de sangue.
. Atualmente,
o diagnóstico definitivo do Alzheimer é feito somente após a morte do paciente
com a análise de partes do cérebro. "Fomos atrás de marcadores [da doença]
no sangue, porque trabalhos científicos recentes já consideram o Alzheimer como
uma doença sistêmica e não exclusiva do cérebro. Então a gente acreditava que,
se esse mecanismo de estresse oxidativo estivesse presente na doença, talvez a
gente pudesse verificar ela perifericamente [no exame de sangue]",
explicou a professora Tania Marcourakis, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas
(FCF) da USP.. Em
uma primeira etapa, foram estudados três compostos presentes no sangue, cujos
níveis variam de acordo com o envelhecimento: monofosfato cíclico de guanosina
(GMP cíclico), óxido nítrico sintase (NOS) e substâncias reativas ao ácido
tiobarbitúrico (Tbars). Os pesquisadores compararam as plaquetas de três grupos
de pacientes: 37 adultos jovens (18 a 49 anos), 40 idosos saudáveis sem nenhum
tipo de demência (62 a 80 anos) e 53 idosos com Alzheimer (55 a 89 anos).
. Eles verificaram que com o avanço da idade aumenta a presença da NOS e da Tbars e ocorre uma diminuição do GMP cíclico. "Com a doença, a gente viu que a Tbars aumenta mais ainda. Vimos uma escadinha: no envelhecimento ela sobe e com a doença de Alzheimer, sobe mais ainda. E a mesma coisa ocorre com o NOS, mostrando que são processos contínuos. Já o GMP cíclico, uma vez que ele diminui no envelhecimento, continuava diminuindo na doença", expôs Marcourakis. Esse desequilíbrio leva a uma formação maior de radicais livres.
. Com objetivo de identificar se o que foi percebido no sangue também ocorre no cérebro, a pesquisa entrou em uma segunda fase com a análise do cérebro de ratos. O trabalho foi feito em parceria com o professor Cristóforo Scavone, do Departamento de Farmacologia. "Percebemos duas coisas importantes: no envelhecimento do rato acontecia a mesma coisa que no humano e a mesma coisa que a gente achava no sangue, também encontrava no cérebro. Isso foi muito importante para validar o nosso modelo: o que você analisa no sangue, está refletido no cérebro", disse a pesquisadora.
. Marcourakis destacou que os resultados ainda não podem ser utilizados como diagnóstico de doenças neurodegenerativas, mas avançam na compreensão fisiopatológicas delas. "A gente entende melhor a doença. Veja o Alzheimer, por exemplo, ele não está só no cérebro, está no corpo inteiro, a análise do sangue mostrou isso", declarou. Para apontar o quanto esses dados ajudariam no tratamento, seria necessário ampliar o estudo com populações maiores.
Leia mais sobre ciência, arte, política clicando aqui http://migre.me/dUHJr
Da Agência Brasil
. Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) que analisou o nível de três substâncias encontradas no sangue pode ajudar a entender o processo de envelhecimento do cérebro. Ao investigar os compostos envolvidos no chamado estresse oxidativo, que desequilibra a presença de radicais livres no organismo, os pesquisadores perceberam que essa desregulação ocorre de forma mais intensa em pacientes com Alzheimer. Os resultados abrem caminho para que, no futuro, possa ser feita a identificação precoce de doenças neurodegenerativas por meio de exames de sangue.
. Eles verificaram que com o avanço da idade aumenta a presença da NOS e da Tbars e ocorre uma diminuição do GMP cíclico. "Com a doença, a gente viu que a Tbars aumenta mais ainda. Vimos uma escadinha: no envelhecimento ela sobe e com a doença de Alzheimer, sobe mais ainda. E a mesma coisa ocorre com o NOS, mostrando que são processos contínuos. Já o GMP cíclico, uma vez que ele diminui no envelhecimento, continuava diminuindo na doença", expôs Marcourakis. Esse desequilíbrio leva a uma formação maior de radicais livres.
. Com objetivo de identificar se o que foi percebido no sangue também ocorre no cérebro, a pesquisa entrou em uma segunda fase com a análise do cérebro de ratos. O trabalho foi feito em parceria com o professor Cristóforo Scavone, do Departamento de Farmacologia. "Percebemos duas coisas importantes: no envelhecimento do rato acontecia a mesma coisa que no humano e a mesma coisa que a gente achava no sangue, também encontrava no cérebro. Isso foi muito importante para validar o nosso modelo: o que você analisa no sangue, está refletido no cérebro", disse a pesquisadora.
. Marcourakis destacou que os resultados ainda não podem ser utilizados como diagnóstico de doenças neurodegenerativas, mas avançam na compreensão fisiopatológicas delas. "A gente entende melhor a doença. Veja o Alzheimer, por exemplo, ele não está só no cérebro, está no corpo inteiro, a análise do sangue mostrou isso", declarou. Para apontar o quanto esses dados ajudariam no tratamento, seria necessário ampliar o estudo com populações maiores.
. Além
disso, é preciso descobrir um marcador específico de cada doença. "O
estresse oxidativo não é exclusivo do envelhecimento, nem da doença de
Alzheimer. Qualquer doença neurodegenerativa, como o Parkinson, tem o mesmo
mecanismo", explicou. Ela destacou que vários grupos de pesquisa no Brasil
e no exterior dedicam-se a estudar diferentes substância com objetivo de
descobrir formas de identificar cada vez mais no início essas doenças.
. Apesar
de não ter cura, o diagnóstico precoce do Alzheimer possibilita que os
pacientes melhorem a qualidade de vida. "Hoje, quando você faz o
diagnóstico, já tem um índice de morte de neurônio muito grande e não tem como
reverter", explicou a pesquisadora. As medicações existentes são
compensatórias. "Elas aumentam o neurotransmissor que está faltando, mas
eles continuam morrendo e chega a um ponto que o remédio não faz mais
efeito", disse. Quanto mais cedo a doença é identificada, a medicação pode
funcionar por mais tempo. "Abre-se uma janela para que se possa atuar
mais", explicou a pesquisadora.Leia mais sobre ciência, arte, política clicando aqui http://migre.me/dUHJr
Veja o programa e opine
PCdoB na TV: é preciso
avançar nas mudanças que se operam no Brasil. Veja e ouça http://migre.me/dUwJs
Sucesso
A Ciclofaixa de Turismo e Lazer confirmou ontem o seu
sucesso. Uma iniciativa simples da Prefeitura do Recife que faz bem às pessoas.
Mais direitos
. Noticia o Diário de Pernambuco que a presidenta Dilma
Rousseff já tem em mãos um decreto legislativo para ratificar a Convenção 189
da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que trata do trabalho decente
para os domésticos e iguala os direitos trabalhistas da categoria aos dos
demais trabalhadores. Com isso, eles também passam a ter direito ao PIS.
. No artigo 7º do decreto, estão 11 itens que devem constar no contrato de trabalho que os patrões e empregados terão de firmar por escrito e vão orientar a cartilha que o Ministério do Trabalho prepara para esclarecer as mudanças. Os empregadores não poderão cobrar por alimentação e acomodação dos empregados que dormem em casa, por exemplo.
. O documento será enviado ao Congresso assim que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 66/12, a PEC das Domésticas, for promulgada, o que está previsto para terça-feira. Segundo interlocutores, Dilma vai recomendar aos parlamentares a aprovação e ratificação da convenção.
. No artigo 7º do decreto, estão 11 itens que devem constar no contrato de trabalho que os patrões e empregados terão de firmar por escrito e vão orientar a cartilha que o Ministério do Trabalho prepara para esclarecer as mudanças. Os empregadores não poderão cobrar por alimentação e acomodação dos empregados que dormem em casa, por exemplo.
. O documento será enviado ao Congresso assim que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 66/12, a PEC das Domésticas, for promulgada, o que está previsto para terça-feira. Segundo interlocutores, Dilma vai recomendar aos parlamentares a aprovação e ratificação da convenção.
Uma opção que diz tudo...
. Está nos jornais: O
PSDB vai buscar nos EUA um dos estrategistas da campanha do presidente dos EUA,
Barack Obama, para ajudar a construir a candidatura do senador Aécio Neves à
Presidência da República em 2014.
. Já que faltam ao tucano a têmpera e a identidade nacionais, por que não importar a cultura e o jeito de lutar do Tio Sam?
. O escolhido, David Axelrod, é um ex-alto funcionário da Casa Branca e conselheiro político das campanhas presidenciais de Obama.
. Segundo se noticia, a escolha tem o dedo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
. Já que faltam ao tucano a têmpera e a identidade nacionais, por que não importar a cultura e o jeito de lutar do Tio Sam?
. O escolhido, David Axelrod, é um ex-alto funcionário da Casa Branca e conselheiro político das campanhas presidenciais de Obama.
. Segundo se noticia, a escolha tem o dedo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Embuste ideológico
No Vermelho, por Eduardo Bomfim:
Os sentidos do multiculturalismo
A tradução literal de tamanho disparate era a falsa conclusão de que haviam desaparecido as contradições antagônicas entre as classes sociais e de quebra extinguia-se também a existência de uma potência militar imperialista e o seu papel agressor contra os Países no planeta.
Mais que uma constatação propositalmente errônea, era a conclamação aos trabalhadores e demais camadas assalariadas e às nações que lutavam por um lugar ao sol, à mais óbvia capitulação da luta social emancipadora e da soberania nacional.
A vida demonstrou exatamente o contrário, jamais a humanidade presenciou em qualquer outra etapa da História do capitalismo uma exploração de classes com a brutalidade que assistimos nos tempos atuais e em nenhuma outra época o imperialismo, no caso o norte-americano, promoveu, com tanta impunidade, genocídios, guerras de agressão, espalhando o terror, a morte pelos continentes.
O capital financeiro desencadeou a mais violenta espoliação do mundo do trabalho gestando um modelo de civilização selvagem, da barbárie, destruindo sem o menor pudor os mais elevados valores construídos pela humanidade.
Acobertados por uma mídia hegemonizada em escala global e em cada País, o capital financeiro, os Estados Unidos da América, trataram de impor aos assalariados, às nações, a sua própria agenda, o multiculturalismo.
Cujo sentido é fomentar a ideia de que já não se trata de priorizar a luta pela soberania nacional e a emancipação social, substituindo-as por causas fragmentárias, setoriais, algumas auto justificáveis, com o intuito de sustar a construção de projetos estratégicos de autonomia dos Países, promover o diversionismo, fragilizar a luta pela emancipação do mundo do trabalho.
A demonização de Hugo Chávez, da luta do povo venezuelano, tem essa marca de um “mau exemplo” aos povos latino-americanos porque ali se forjou uma unidade popular e um forte sentimento de luta pela soberania dessa nação sul-americana.
Sem os quais, inclusive no Brasil, os avanços serão passíveis de retrocesso, a consciência política esmaecida, a mobilização popular precária, a hegemonia conquistada incompleta, efêmera, temporária.
Os sentidos do multiculturalismo
Durante o auge da doutrina neoliberal na
década de noventa, Francis Fukuyama, teórico oficial da Nova Ordem mundial recém-imposta
aos povos, profetizava, com a soberba típica dos poderosos, que a História
tinha acabado.
A tradução literal de tamanho disparate era a falsa conclusão de que haviam desaparecido as contradições antagônicas entre as classes sociais e de quebra extinguia-se também a existência de uma potência militar imperialista e o seu papel agressor contra os Países no planeta.
Mais que uma constatação propositalmente errônea, era a conclamação aos trabalhadores e demais camadas assalariadas e às nações que lutavam por um lugar ao sol, à mais óbvia capitulação da luta social emancipadora e da soberania nacional.
A vida demonstrou exatamente o contrário, jamais a humanidade presenciou em qualquer outra etapa da História do capitalismo uma exploração de classes com a brutalidade que assistimos nos tempos atuais e em nenhuma outra época o imperialismo, no caso o norte-americano, promoveu, com tanta impunidade, genocídios, guerras de agressão, espalhando o terror, a morte pelos continentes.
O capital financeiro desencadeou a mais violenta espoliação do mundo do trabalho gestando um modelo de civilização selvagem, da barbárie, destruindo sem o menor pudor os mais elevados valores construídos pela humanidade.
Acobertados por uma mídia hegemonizada em escala global e em cada País, o capital financeiro, os Estados Unidos da América, trataram de impor aos assalariados, às nações, a sua própria agenda, o multiculturalismo.
Cujo sentido é fomentar a ideia de que já não se trata de priorizar a luta pela soberania nacional e a emancipação social, substituindo-as por causas fragmentárias, setoriais, algumas auto justificáveis, com o intuito de sustar a construção de projetos estratégicos de autonomia dos Países, promover o diversionismo, fragilizar a luta pela emancipação do mundo do trabalho.
A demonização de Hugo Chávez, da luta do povo venezuelano, tem essa marca de um “mau exemplo” aos povos latino-americanos porque ali se forjou uma unidade popular e um forte sentimento de luta pela soberania dessa nação sul-americana.
Sem os quais, inclusive no Brasil, os avanços serão passíveis de retrocesso, a consciência política esmaecida, a mobilização popular precária, a hegemonia conquistada incompleta, efêmera, temporária.
Sábado poético
O
sábado é de Aldir Blanc: “Eu, hoje, me embriagando/De whisky com guaraná/Ouvi
tua voz murmurando:/— São dois pra lá, dois pra cá.”
Dominação e preconceito
No
Vermelho:
As empregadas e a escravidão
Urariano Mota
Por caminhos tortos, Joaquim Nabuco teve uma
das suas iluminações quando escreveu: "A escravidão permanecerá por muito
tempo como a característica nacional do Brasil”.
Leia o artigo na íntegra http://migre.me/dUb48
As empregadas e a escravidão
Urariano Mota
Sim, por caminhos tortos, porque depois de
uma frase tão magnífica, de gênio do futuro, Joaquim Nabuco sem pausa
continuou, num encanto que esconde a crueldade:
“Ela (a escravidão) espalhou por nossas vastas solidões uma grande suavidade; seu contato foi a primeira forma que recebeu a natureza virgem do país, e foi a que ele guardou; ela povoou-o como se fosse uma religião natural e viva, com os seus mitos, suas legendas, seus encantamentos; insuflou-lhe sua alma infantil, suas tristezas sem pesar, suas lágrimas sem amargor...”.
Penso na primeira frase de Nabuco, a da escravidão como característica do Brasil, nestes dias em que o Congresso dá um primeiro passo para a superação da herança maldita. Não quero falar aqui sobre as conquistas legais para as empregadas domésticas, da nova lei sobre a qual os jornais tanto têm falado como num aviso: “patroas, cuidado, domésticas agora têm direitos”. Falo e penso nas empregadas que vi e tenho visto no Recife e em São Paulo. No aeroporto de Guarulhos eu vi Danielle Winits, a famosa atriz da Globo, muito envolvida com o seu notebook, concentradíssima, enquanto o filhinho de cabelos louros berrava. Para quê? A sua empregada, vestida em odioso e engomado uniforme, aquele que anuncia “sou de outra classe”, cuidava para que a perdida beleza da atriz não fosse importunada. Tão natural... os fãs de telenovelas não viam nada de mais na mucama no aeroporto, pois faziam gracinhas para o bobinho lindinho.
“Ela (a escravidão) espalhou por nossas vastas solidões uma grande suavidade; seu contato foi a primeira forma que recebeu a natureza virgem do país, e foi a que ele guardou; ela povoou-o como se fosse uma religião natural e viva, com os seus mitos, suas legendas, seus encantamentos; insuflou-lhe sua alma infantil, suas tristezas sem pesar, suas lágrimas sem amargor...”.
Penso na primeira frase de Nabuco, a da escravidão como característica do Brasil, nestes dias em que o Congresso dá um primeiro passo para a superação da herança maldita. Não quero falar aqui sobre as conquistas legais para as empregadas domésticas, da nova lei sobre a qual os jornais tanto têm falado como num aviso: “patroas, cuidado, domésticas agora têm direitos”. Falo e penso nas empregadas que vi e tenho visto no Recife e em São Paulo. No aeroporto de Guarulhos eu vi Danielle Winits, a famosa atriz da Globo, muito envolvida com o seu notebook, concentradíssima, enquanto o filhinho de cabelos louros berrava. Para quê? A sua empregada, vestida em odioso e engomado uniforme, aquele que anuncia “sou de outra classe”, cuidava para que a perdida beleza da atriz não fosse importunada. Tão natural... os fãs de telenovelas não viam nada de mais na mucama no aeroporto, pois faziam gracinhas para o bobinho lindinho.
Leia o artigo na íntegra http://migre.me/dUb48
29 março 2013
Conjuntura econômica
XII
Análise Ceplan revela dados da economia em Pernambuco
. O ano de 2012 foi positivo para a Economia dos três principais Estados do Nordeste. O Produto Interno Bruto (PIB) apresentou crescimento real de 2,3% em Pernambuco, de 3,1% na Bahia e de 3,7% no Ceará. Índices bem acima do aumento do PIB nacional no ano passado, de 0,90%. Estas são algumas constatações da XII Análise Ceplan, um estudo de conjuntura econômica apresentado hoje, no Recife, pelos economistas da Ceplan Consultoria Econômica e Planejamento. O estudo, que trata ainda da economia nacional e internacional, trouxe um Informe Especial sobre Saneamento em Pernambuco.
. Comparando com a Economia Internacional, os Estados nordestinos revelam comportamento similar aos dos países emergentes que, em 2012, tiveram um aumento de 5.1% no seu PIB, contra 1,3% dos países de economias avançadas, segundo relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI). Na Zona do Euro, o FMI mostra ainda que o ano passado ainda foi de taxas negativas. Na Itália, o PIB sofreu uma redução de 2,1% e na Espanha, de 1,4%, reflexo do declínio de suas atividades produtivas, segundo o economista e diretor da Ceplan, Leonardo Guimarães. Neste contexto, o crescimento da economia brasileira em 0,9%,embora tímido em comparação com os demais, junta-se discretamente à melhoria de condições econômicas para os emergentes, para onde convergiram fortes injeções de capital.
. Leia o texto na íntegra http://migre.me/dTXOT
. O ano de 2012 foi positivo para a Economia dos três principais Estados do Nordeste. O Produto Interno Bruto (PIB) apresentou crescimento real de 2,3% em Pernambuco, de 3,1% na Bahia e de 3,7% no Ceará. Índices bem acima do aumento do PIB nacional no ano passado, de 0,90%. Estas são algumas constatações da XII Análise Ceplan, um estudo de conjuntura econômica apresentado hoje, no Recife, pelos economistas da Ceplan Consultoria Econômica e Planejamento. O estudo, que trata ainda da economia nacional e internacional, trouxe um Informe Especial sobre Saneamento em Pernambuco.
. Comparando com a Economia Internacional, os Estados nordestinos revelam comportamento similar aos dos países emergentes que, em 2012, tiveram um aumento de 5.1% no seu PIB, contra 1,3% dos países de economias avançadas, segundo relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI). Na Zona do Euro, o FMI mostra ainda que o ano passado ainda foi de taxas negativas. Na Itália, o PIB sofreu uma redução de 2,1% e na Espanha, de 1,4%, reflexo do declínio de suas atividades produtivas, segundo o economista e diretor da Ceplan, Leonardo Guimarães. Neste contexto, o crescimento da economia brasileira em 0,9%,embora tímido em comparação com os demais, junta-se discretamente à melhoria de condições econômicas para os emergentes, para onde convergiram fortes injeções de capital.
. Leia o texto na íntegra http://migre.me/dTXOT
Inovação pro sustentabilidade
Ciência Hoje Online:
Concreto colorido ecoeficiente
Estudantes do curso de Engenharia Civil da Universidade Federal do Paraná criam material resistente e de baixo custo, além de ambientalmente correto. O feito é relatado na seção ‘Futuro cientista’ da CH de março.
. Nem todo concreto é igual. Para a indústria da construção, o material ideal é aquele que equilibra alta resistência e baixo custo. Recentemente um trio de estudantes de engenharia civil da Universidade Federal do Paraná (UFPR) conseguiu dosar na medida certa essas características em uma fórmula inédita que, além de tudo, é ambientalmente correta.
. A equipe, orientada pelo engenheiro Marcelo Medeiros, ficou em primeiro lugar na última edição do concurso de concreto colorido ecoeficiente, realizado pela Indústria Brasileira do Concreto no fim de 2012 em Maceió.
. O nome da competição revela outro aspecto que desafiou os alunos: incorporar à fórmula do material pigmentos, que geralmente diminuem sua resistência. Mas a maior dificuldade enfrentada pelos estudantes foi reduzir a quantidade de aglomerantes usados na composição do produto.
. Leia a matéria na íntegra http://migre.me/dTXhd
Concreto colorido ecoeficiente
Estudantes do curso de Engenharia Civil da Universidade Federal do Paraná criam material resistente e de baixo custo, além de ambientalmente correto. O feito é relatado na seção ‘Futuro cientista’ da CH de março.
. Nem todo concreto é igual. Para a indústria da construção, o material ideal é aquele que equilibra alta resistência e baixo custo. Recentemente um trio de estudantes de engenharia civil da Universidade Federal do Paraná (UFPR) conseguiu dosar na medida certa essas características em uma fórmula inédita que, além de tudo, é ambientalmente correta.
. A equipe, orientada pelo engenheiro Marcelo Medeiros, ficou em primeiro lugar na última edição do concurso de concreto colorido ecoeficiente, realizado pela Indústria Brasileira do Concreto no fim de 2012 em Maceió.
. O nome da competição revela outro aspecto que desafiou os alunos: incorporar à fórmula do material pigmentos, que geralmente diminuem sua resistência. Mas a maior dificuldade enfrentada pelos estudantes foi reduzir a quantidade de aglomerantes usados na composição do produto.
. Leia a matéria na íntegra http://migre.me/dTXhd
Na contra-mão da História
Por que a direita perde no Brasil?
Emir Sader, no Blog do Emir
Emir Sader, no Blog do Emir
. A direita esgotou suas distintas
modalidades de governo – ditadura militar, governos neoliberais – entre 1964 e
2002, ficou esvaziada de alternativas e tem que ver, passivamente, governos
pós-neoliberais derrotá-la – de 2002 a 2010, muito provavelmente 2014,
completando, pelo menos, 16 anos fora do governo.
. Por que isso acontece? Em primeiro lugar, porque se equivoca nos diagnósticos dos problemas brasileiros e coloca em prática soluções equivocadas, sem capacidade de fazer autocritica e emendar seus caminhos.
. Por que isso acontece? Em primeiro lugar, porque se equivoca nos diagnósticos dos problemas brasileiros e coloca em prática soluções equivocadas, sem capacidade de fazer autocritica e emendar seus caminhos.
.
Prévio ao golpe de 1964, o diagnóstico se voltava contra “a subversão”,
acusando complôs internacionais que buscaria implantar no Brasil “o comunismo”.
O Estadão, por exemplo, chamava, nos seus vetustos editoriais, o moderado
governo Jango de governo “petebo-castro-comunista”.
. Daí que o centro do regime militar foi a repressão, para extirpar todos os vírus da subversão, limpando o organismo brasileiro dos elementos infiltrados. Nasceu de um golpe apoiado consensualmente pelo bloco dominante – grande empresariado, imprensa, Igreja católica, governo dos EUA, FFAA.
. Leia o artigo na íntegra http://migre.me/dTWyg
. Daí que o centro do regime militar foi a repressão, para extirpar todos os vírus da subversão, limpando o organismo brasileiro dos elementos infiltrados. Nasceu de um golpe apoiado consensualmente pelo bloco dominante – grande empresariado, imprensa, Igreja católica, governo dos EUA, FFAA.
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Sustentabilidade pela inovação tecnológica
Jornal
do Commercio:
Jovem faz resto de obra virar energia
. Um jovem pobre, filho de pai agricultor, oriundo do Sertão de Pernambuco, aluno da rede pública a vida inteira e que entrou na Universidade de Pernambuco (UPE) pelo sistema de cotas superou 101 projetos de instituições de ensino de todo o Brasil e venceu o 5º Prêmio Odebrecht para o Desenvolvimento Sustentável.
. O trabalho de Humberto da Silva Santos, 21 anos, estudante de engenharia mecânica industrial orientado pelo professor Sérgio Peres Ramos, consiste no aproveitamento de resíduos de biomassa da construção civil para geração de combustíveis sólidos e gasosos. Transforma o que seria lixo em lenha e energia.
. O universitário conta que o projeto foi pensado porque o setor de construção civil gera, por dia, em torno de 180 a 240 toneladas de madeira (biomassa). A maior parte dos resíduos é descartada e vai parar nos lixões e aterros, enquanto apenas uma parcela menor é reaproveitada por padarias e pizzarias. O material jogado fora polui o ambiente e sua decomposição pode demorar mais de 10 anos. “Nosso objetivo era transformar essa madeira sem uso em combustível sólido e, em seguida, gasoso”, diz.
. Foi no Laboratório de Combustíveis e Energia (Policom) da UPE que professor e aluno desenvolveram os procedimentos chamados de pelletização e gaseificação. O processo se inicia com a trituração da madeira. O pó resultante é prensado até que ganha a forma de um cilindro, com cerca de 5 cm, chamado de pellet. O combustível sólido constituído pode ser utilizado em fornalhas e tem uma série de vantagens em relação à madeira nativa: menor custo logístico, melhor condição de armazenamento, menor umidade e maior poder calorífico – a lenha tem energia de 14 a 16MJ/Kg, enquanto o pellet possui de 18 a 20MJ/Kg. “É algo que pode e deve ser adotado, sobretudo em áreas sujeitas à desertificação, pois você evita o corte de árvores”, enfatiza Humberto. O principal benefício é que se trata de uma energia verde, que não polui o meio ambiente. “É uma energia 100% limpa e sustentável. Todo combustível gera gás carbônico, mas, nesse caso, é carbono zero, porque ele é absorvido pelas plantas”, explica o professor.
Jovem faz resto de obra virar energia
. Um jovem pobre, filho de pai agricultor, oriundo do Sertão de Pernambuco, aluno da rede pública a vida inteira e que entrou na Universidade de Pernambuco (UPE) pelo sistema de cotas superou 101 projetos de instituições de ensino de todo o Brasil e venceu o 5º Prêmio Odebrecht para o Desenvolvimento Sustentável.
. O trabalho de Humberto da Silva Santos, 21 anos, estudante de engenharia mecânica industrial orientado pelo professor Sérgio Peres Ramos, consiste no aproveitamento de resíduos de biomassa da construção civil para geração de combustíveis sólidos e gasosos. Transforma o que seria lixo em lenha e energia.
. O universitário conta que o projeto foi pensado porque o setor de construção civil gera, por dia, em torno de 180 a 240 toneladas de madeira (biomassa). A maior parte dos resíduos é descartada e vai parar nos lixões e aterros, enquanto apenas uma parcela menor é reaproveitada por padarias e pizzarias. O material jogado fora polui o ambiente e sua decomposição pode demorar mais de 10 anos. “Nosso objetivo era transformar essa madeira sem uso em combustível sólido e, em seguida, gasoso”, diz.
. Foi no Laboratório de Combustíveis e Energia (Policom) da UPE que professor e aluno desenvolveram os procedimentos chamados de pelletização e gaseificação. O processo se inicia com a trituração da madeira. O pó resultante é prensado até que ganha a forma de um cilindro, com cerca de 5 cm, chamado de pellet. O combustível sólido constituído pode ser utilizado em fornalhas e tem uma série de vantagens em relação à madeira nativa: menor custo logístico, melhor condição de armazenamento, menor umidade e maior poder calorífico – a lenha tem energia de 14 a 16MJ/Kg, enquanto o pellet possui de 18 a 20MJ/Kg. “É algo que pode e deve ser adotado, sobretudo em áreas sujeitas à desertificação, pois você evita o corte de árvores”, enfatiza Humberto. O principal benefício é que se trata de uma energia verde, que não polui o meio ambiente. “É uma energia 100% limpa e sustentável. Todo combustível gera gás carbônico, mas, nesse caso, é carbono zero, porque ele é absorvido pelas plantas”, explica o professor.
"PEC das domésticas"
As dores do parto de uma
conquista
Luciano Siqueira
Publicado no Blog da Folha e no Jornal da Besta Fubana
Luciano Siqueira
Publicado no Blog da Folha e no Jornal da Besta Fubana
O
Senado aprovou anteontem, em segundo turno, a proposta de emenda à Constituição
(PEC) que estende aos empregados domésticos todos os direitos dos demais
trabalhadores regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
A
Emenda assegura a esse segmento profissional direitos vários, como o
recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e indenização em
caso de demissão sem justa causa (que ainda deverá ser regulamentada através de
lei complementar).
Tem
mais. Também empregados que trabalham em residências - faxineiras, jardineiros,
cozinheiras e babás, etc. – adquirem o direito à jornada máxima de trabalho
estabelecida em oito horas diárias e 44 horas semanais. Fazem jus a horas
extras de 50% a mais que o valor da hora normal, quando o serviço prestado
exceder a jornada básica; e a adicional noturno de 20%, no caso de o trabalho
ocorrer após as 22h.
Estima-se
que 6,6 milhões de trabalhadores domésticos no Brasil são beneficiados, dos
quais 92,6% mulheres.
Entretanto,
como historicamente acontece quando trabalhadores alcançam vitória dessa
natureza, vem à tona toda uma gama de preconceitos e manifestações de
resistência da parte de quem se vê obrigado a tratar melhor seus empregados,
sobretudo na parte que concerne à remuneração. Danuza Leão, cronista de
costumes da elite, escreveu na Folha de S. Paulo que dificilmente esses
direitos resultarão em benefício real. Segundo ela, as donas de casa
encontrarão enormes dificuldades de adaptar suas rotinas de vida às novas
exigências trabalhistas. Nessa mesma linha, ressoam comentários de
“especialistas” na matéria e mesmo palpites de quem não entende do assunto, mas
gostaria de preservar a relação com seus empregados domésticos com resquícios
da escravatura. Arguem, inclusive, com o risco da disseminação informalidade,
como se informais não fossem as relações de trabalho hoje largamente
predominantes nessa categoria.
Mas
o fato é que ocorre uma vitória importante, que se se soma e se coaduna com o
tempo em que vivemos em nosso País, em que o crescimento econômico se dá com
inclusão social e valorização do trabalho. A despeito do travamento das
atividades econômicas em 2012, cuja expressão mais marcante é a variação
positiva do PIB em apenas 0,9%, o ambiente social e político é de progresso, em
contraste com o que se verifica nos EUA, Japão e Europa, aonde a crise
estrutural do sistema conduz em seu bojo a regressão de direitos e a exclusão
de milhões de trabalhadores.
Que
este seja mais um bom sinal e que possamos seguir adiante neste desafiante ano
de 2013.
Pelo emprego
. O governo cogita de adiar a esperada
elevação do IPI para automóveis a partir de abril.
. A intenção é manter a produção aquecida e conter a inflação. De quebra, sustentar o nível de oferta de emprego.
. A intenção é manter a produção aquecida e conter a inflação. De quebra, sustentar o nível de oferta de emprego.
Das verdades parciais
“Nada se emenda bem
nos livros confusos, mas tudo se pode meter nos livros omissos.” (Machado de
Assis, em “Dom Casmurro”).
Bom dia, Mário Quintana
Presença
É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas,
teu perfil exato e que, apenas, levemente, o vento
das horas ponha um frêmito em teus cabelos...
É preciso que a tua ausência trescale
sutilmente, no ar, a trevo machucado,
as folhas de alecrim desde há muito guardadas
não se sabe por quem nalgum móvel antigo...
Mas é preciso, também, que seja como abrir uma janela
e respirar-te, azul e luminosa, no ar.
É preciso a saudade para eu sentir
como sinto - em mim - a presença misteriosa da vida...
Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista
que nunca te pareces com o teu retrato...
E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te.
É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas,
teu perfil exato e que, apenas, levemente, o vento
das horas ponha um frêmito em teus cabelos...
É preciso que a tua ausência trescale
sutilmente, no ar, a trevo machucado,
as folhas de alecrim desde há muito guardadas
não se sabe por quem nalgum móvel antigo...
Mas é preciso, também, que seja como abrir uma janela
e respirar-te, azul e luminosa, no ar.
É preciso a saudade para eu sentir
como sinto - em mim - a presença misteriosa da vida...
Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista
que nunca te pareces com o teu retrato...
E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te.
Poesia e bola rolando
Carta Maior:
João Cabral de Melo Neto e o futebol
Por Ney Costa Santos
Leia o artigo na íntegra http://migre.me/dTB4E
João Cabral de Melo Neto e o futebol
Por Ney Costa Santos
O poeta
pernambucano João Cabral de Melo Neto, um dos grandes da poesia brasileira,
gostava de futebol e chegou a jogar como meio de campo no juvenil do Santa
Cruz, onde foi campeão em 1935.
Sua poesia era a das coisas em si. O que o interessava era aquilo de dentro, o interno, o miolo das coisas e, assim falando, falava do mundo, daquilo que nele observava e vivia.
Embora dissesse que o seu interesse por futebol tenha durado dos oito anos até a adolescência, os poemas sobre esse assunto em sua obra revelam o olhar agudo de quem vê o jogo por dentro e não se fixa tão somente às suas exterioridades: o espetáculo, o rumor das torcidas, a plasticidade das jogadas, a fantasia criativa de um gol raro ou decisivo.
No livro Museu de Tudo, publicado em 1975, há quatro poemas sobre o futebol: O torcedor do América F.C.; Ademir da Guia; Ademir Menezes; O Futebol Brasileiro evocado da Europa.
No poema sobre o torcedor do América de Recife, tradicional clube pernambucano ainda em atividade, Cabral desvenda o gosto raro daquele torcedor que não convive com as vitórias, que torce pelo time pequeno nos estádios vazios.
Sua poesia era a das coisas em si. O que o interessava era aquilo de dentro, o interno, o miolo das coisas e, assim falando, falava do mundo, daquilo que nele observava e vivia.
Embora dissesse que o seu interesse por futebol tenha durado dos oito anos até a adolescência, os poemas sobre esse assunto em sua obra revelam o olhar agudo de quem vê o jogo por dentro e não se fixa tão somente às suas exterioridades: o espetáculo, o rumor das torcidas, a plasticidade das jogadas, a fantasia criativa de um gol raro ou decisivo.
No livro Museu de Tudo, publicado em 1975, há quatro poemas sobre o futebol: O torcedor do América F.C.; Ademir da Guia; Ademir Menezes; O Futebol Brasileiro evocado da Europa.
No poema sobre o torcedor do América de Recife, tradicional clube pernambucano ainda em atividade, Cabral desvenda o gosto raro daquele torcedor que não convive com as vitórias, que torce pelo time pequeno nos estádios vazios.
Leia o artigo na íntegra http://migre.me/dTB4E
Quebra de braços com a usura
Portal
da Fundação Maurício Grabois:
Dilma enfrenta a pátria rentista: mídia uiva
Por Saul Leblon
A crise mundial instaurou a hora da verdade nessa endogamia entre o circuito do dinheiro e o da notícia. Trata-se de uma crise dos próprios fundamentos daquilo que o conservadorismo entende como sendo ‘os interesses dos mercados’. Que a mídia equipara aos de toda a sociedade.
. Uma dia de estupefação e revolta no circuito formado pelos professores banqueiros, os consultores e a mídia que os vocaliza.
. Na reunião dos Brics, na África do Sul, nesta 4ª feira, a presidenta Dilma afirmou que não elevará a ração dos juros reivindicada pelos batalhões rentistas, a pretexto de combater a inflação.
. A reação instantânea das sirenes evidencia a cepa de origem a unir o conjunto à afinada ciranda de interesses que arrasta US$ 600 trilhões em derivativos pelo planeta. . Equivale a dez voltas seguidas no PIB da Terra.
. Trinta e cinco vezes o movimento das bolsas mundiais.
. Os anéis soturnos desse garrote reúnem – e exercem – um poder de extorsão planetária, capaz de paralisar governos e asfixiar nações.
. Gente que prefere blindar automóveis a investir em infraestrutura. O Brasil tem a maior frota de carros blindados do mundo. E uns R$ 500 bi estocados em fundos de curto prazo; fora o saldo em paraísos fiscais. Carros blindados, dinheiro parado, paraísos fiscais e urgências de investimento formam a determinação mais geral da luta política em nosso tempo.
. Em Chipre, como lembra o correspondente de Carta Maior em Londres, Marcelo Justo, o capital a juros compunha uma bocarra equivalente a 67 bilhões de euros, uns US$ 90 bilhões de dólares. Três vezes o PIB. De um país com população menor que a de Campinas. A fome pantagruélica desse organismo requeria rações diárias indisponíveis no ambiente retraído da crise mundial.
. A gula que quebrou Chipre é a mesma que já havia quebrado a Espanha, Portugal, Irlanda, Islândia e alquebrado o mercado financeiro dos EUA.
. Leia o texto na íntegra http://migre.me/dTAjC
Dilma enfrenta a pátria rentista: mídia uiva
Por Saul Leblon
A crise mundial instaurou a hora da verdade nessa endogamia entre o circuito do dinheiro e o da notícia. Trata-se de uma crise dos próprios fundamentos daquilo que o conservadorismo entende como sendo ‘os interesses dos mercados’. Que a mídia equipara aos de toda a sociedade.
. Uma dia de estupefação e revolta no circuito formado pelos professores banqueiros, os consultores e a mídia que os vocaliza.
. Na reunião dos Brics, na África do Sul, nesta 4ª feira, a presidenta Dilma afirmou que não elevará a ração dos juros reivindicada pelos batalhões rentistas, a pretexto de combater a inflação.
. A reação instantânea das sirenes evidencia a cepa de origem a unir o conjunto à afinada ciranda de interesses que arrasta US$ 600 trilhões em derivativos pelo planeta. . Equivale a dez voltas seguidas no PIB da Terra.
. Trinta e cinco vezes o movimento das bolsas mundiais.
. Os anéis soturnos desse garrote reúnem – e exercem – um poder de extorsão planetária, capaz de paralisar governos e asfixiar nações.
. Gente que prefere blindar automóveis a investir em infraestrutura. O Brasil tem a maior frota de carros blindados do mundo. E uns R$ 500 bi estocados em fundos de curto prazo; fora o saldo em paraísos fiscais. Carros blindados, dinheiro parado, paraísos fiscais e urgências de investimento formam a determinação mais geral da luta política em nosso tempo.
. Em Chipre, como lembra o correspondente de Carta Maior em Londres, Marcelo Justo, o capital a juros compunha uma bocarra equivalente a 67 bilhões de euros, uns US$ 90 bilhões de dólares. Três vezes o PIB. De um país com população menor que a de Campinas. A fome pantagruélica desse organismo requeria rações diárias indisponíveis no ambiente retraído da crise mundial.
. A gula que quebrou Chipre é a mesma que já havia quebrado a Espanha, Portugal, Irlanda, Islândia e alquebrado o mercado financeiro dos EUA.
. Leia o texto na íntegra http://migre.me/dTAjC
Saudade
A sexta-feira é de José Almino: “A saudade,/bem se
sabe,/mora num poço/perdido/nesses instantes/repetidos...”
Tudo a ver com a reforma urbana
No Blog do
Sorrentino:
Metrópole, Estado e Capital: o urbano na atual etapa da ordem capitalista
Como entender a mudança ou não do papel do urbano nesta nova etapa de expansão do capitalismo brasileiro? Partindo desse questionamento o INCT – Observatório das Metrópoles deu início ao ciclo de debates “Metrópole, Estado e Capital” com o objetivo de interpretar as transformações vividas pelas metrópoles brasileiras no século XXI e oferecer a análise mais completa sobre a evolução urbana do Brasil nos últimos 30 anos (1980-2010). O primeiro debate contou com a participação do professor Carlos Eduardo Martins que apresentou os resultados do seu livro “Globalização, dependência e Neoliberalismo na América Latina”. (por Flávio Vilar).
. O ciclo de debates “Metrópole, Estado e Capital: o urbano na atual etapa da ordem capitalista no Brasil. Mudanças? Fundamentos teóricos” é mais uma das ações que o Observatório das Metrópoles vem realizando em 2013 a fim de produzir um estudo comparativo sobre as 15 principais regiões metropolitanas do país, relacionando as mudanças econômicas, sociais e políticas às dinâmicas urbanas nacionais, regionais e locais. Vinculado ao Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT), o projeto tem como objetivo oferecer uma análise mais completa sobre a evolução urbana brasileira, servindo assim de subsídio para a elaboração de políticas públicas nas grandes cidades e para o debate sobre o papel metropolitano no desenvolvimento nacional.
. Leia mais http://migre.me/dTxFd
Metrópole, Estado e Capital: o urbano na atual etapa da ordem capitalista
Como entender a mudança ou não do papel do urbano nesta nova etapa de expansão do capitalismo brasileiro? Partindo desse questionamento o INCT – Observatório das Metrópoles deu início ao ciclo de debates “Metrópole, Estado e Capital” com o objetivo de interpretar as transformações vividas pelas metrópoles brasileiras no século XXI e oferecer a análise mais completa sobre a evolução urbana do Brasil nos últimos 30 anos (1980-2010). O primeiro debate contou com a participação do professor Carlos Eduardo Martins que apresentou os resultados do seu livro “Globalização, dependência e Neoliberalismo na América Latina”. (por Flávio Vilar).
. O ciclo de debates “Metrópole, Estado e Capital: o urbano na atual etapa da ordem capitalista no Brasil. Mudanças? Fundamentos teóricos” é mais uma das ações que o Observatório das Metrópoles vem realizando em 2013 a fim de produzir um estudo comparativo sobre as 15 principais regiões metropolitanas do país, relacionando as mudanças econômicas, sociais e políticas às dinâmicas urbanas nacionais, regionais e locais. Vinculado ao Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT), o projeto tem como objetivo oferecer uma análise mais completa sobre a evolução urbana brasileira, servindo assim de subsídio para a elaboração de políticas públicas nas grandes cidades e para o debate sobre o papel metropolitano no desenvolvimento nacional.
. Leia mais http://migre.me/dTxFd
28 março 2013
Repatriação em meio à crise global
No caminho da volta, fugindo
da crise
Luciano Siqueira
Publicado no Blog de Jamildo (Jornal do Commercio Online)
Estatísticas não oficiais indicam que na atual onda imigratória (gente de muitos países veem ao Brasil atraída pelos bons ventos da economia), 65% dos imigrantes são brasileiros que retornaram ao país, “imigrantes internacionais de retorno”. Em 2000, eles eram 61% do total de imigrantes – portanto, o número tem se ampliado. Dos que vêm dos EUA, são 84,2%; do Japão, 89,1% e de Portugal, a 77%.
Luciano Siqueira
O dado é significativo: nos últimos cinco anos,
aproximadamente 300 mil brasileiros que haviam
emigrado retornaram ao Brasil.
Significativo duplamente: porque a
crise econômica global dá mostras de que continuará se prolongando por muito
tempo; e porque a realidade brasileira
destoa do que se vê hoje nos EUA, Japão e Europa – para melhor, combinando
crescimento com inserção social.
O Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty,
considerando dados de 2007 a 2012, estima que 2,5 milhões de brasileiros vivem
fora do país, incluindo os que se encontram em situação ilegal. Em geral daqui
saíram em busca de oportunidade de trabalho, em tempo de retração da economia e
ausência de qualquer perspectiva.
Estatísticas não oficiais indicam que na atual onda imigratória (gente de muitos países veem ao Brasil atraída pelos bons ventos da economia), 65% dos imigrantes são brasileiros que retornaram ao país, “imigrantes internacionais de retorno”. Em 2000, eles eram 61% do total de imigrantes – portanto, o número tem se ampliado. Dos que vêm dos EUA, são 84,2%; do Japão, 89,1% e de Portugal, a 77%.
Mas o outro lado da moeda: a capacidade de bem
recepcionarmos os que retornam para melhorar de vida. Antes de tudo é preciso
retomar o dinamismo da economia, que em 2012 esteve em
baixa. O Produto Interno Bruto ficou em 0,9% em relação a 2011. Os
investimentos regrediram em 2012 para 18,1%, quando em 2011 representaram 19,3%
do PIB.
Em contraste, segundo o
IBGE, a despesa de consumo das famílias cresceu 3,1%, beneficiada pela elevação
de 6,7% da massa salarial dos trabalhadores (em 2012, 95% das categorias
trabalhadoras tiveram aumento real) e pelo acréscimo, em termos nominais, de
14,0% do saldo de operações de crédito do sistema financeiro com recursos
livres para as pessoas físicas. Ao que se cresce a atual taxa de desemprego
mais baixa em termos históricos, oscilando em torno 5% (tecnicamente
considerado estado de pleno emprego).
É fato que os números
iniciais de 2013 indicam que a economia cresce em ritmo pouco maior que o do
ano que passou, onde se salienta a retomada da indústria.
Mas é preciso avançar.
Mexer com condicionantes do crescimento econômico tais como o câmbio, a taxa
básica de juros, o bom uso dos bancos estatais como indutores do crescimento, o
incremento de tecnologia para impulsionar a competitividade da indústria, o
aumento da arrecadação – fatores que, bem explorados, podem assegurar o bom
ambiente econômico e social que os brasileiros que retornam e os que aqui
sempre estiveram desejam.
Leia
mais sobre ciência, arte, humor, política, economia e cultura clicando aqui http://migre.me/dUHJr
O que acalenta
A
quinta-feira é de Mariane Biggio: “...o teu suor, orvalho, chuva, estio/néctar doce que
me alimenta/pingo a pingo, unge, acalenta...”
Lula e o PCdoB
No
Vermelho:
"Não somos apenas aliados, somos companheiros", afirma Lula
. O ex-presidente Lula participou nesta segunda-feira (25) da comemoração dos 91 anos do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) ao lado de importantes lideranças políticas. Em seu discurso, Lula destacou que “não foram poucas as lutas que o partido promoveu ou apoiou” e que elas resultaram em avanços importantes para o país. Ele destacou ainda a confluência de objetivos entre o ele e o PCdoB: “não temos apenas interesses em comum – temos os mesmos compromissos de vida”.
. Leia aqui a íntegra do discurso de Lula http://migre.me/dSyYu
"Não somos apenas aliados, somos companheiros", afirma Lula
. O ex-presidente Lula participou nesta segunda-feira (25) da comemoração dos 91 anos do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) ao lado de importantes lideranças políticas. Em seu discurso, Lula destacou que “não foram poucas as lutas que o partido promoveu ou apoiou” e que elas resultaram em avanços importantes para o país. Ele destacou ainda a confluência de objetivos entre o ele e o PCdoB: “não temos apenas interesses em comum – temos os mesmos compromissos de vida”.
. Leia aqui a íntegra do discurso de Lula http://migre.me/dSyYu
27 março 2013
Onde não cabe luz...
A quarta-feira é de Jaci Bezerra: “Só cabe engano onde não
cabe luz/não vão aí vagares,/que são os meus, embora tão azuis,/mares só de
pesares.”
26 março 2013
Por amor ao Recife
. A Ciclofaixa de Turismo e Lazer, inaugurada domingo
último, funcionará todos os domingos e feriados, das 7h às 16h.
. As duas rotas, que somam 13 quilômetros, têm como ponto de encontro o Marco Zero – se somada às ciclovias já existentes, a Ciclofaixa implementada pela PCR chega a 25,5 quilômetros. Quem não tem bicicleta pode fazer o aluguel do veículo em três estações oferecidas no percurso: na Jaqueira, Recife Antigo e Pina. Cada uma delas tem 20 bicicletas. Nesse caso, é preciso que o usuário se cadastre no site do programa (www.ciclofaixarecife.com.br).
. As duas rotas, que somam 13 quilômetros, têm como ponto de encontro o Marco Zero – se somada às ciclovias já existentes, a Ciclofaixa implementada pela PCR chega a 25,5 quilômetros. Quem não tem bicicleta pode fazer o aluguel do veículo em três estações oferecidas no percurso: na Jaqueira, Recife Antigo e Pina. Cada uma delas tem 20 bicicletas. Nesse caso, é preciso que o usuário se cadastre no site do programa (www.ciclofaixarecife.com.br).
Em defesa da vida
Do portal da PCR:
Jardim Botânico requalificado em agosto
. A população do Recife ganhará um Jardim Botânico requalificado e com muito verde já em agosto de 2013. O prefeito Geraldo Julio assinou decreto liberando R$ 350 mil do orçamento do município para que a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade realize uma intervenção no local. Um dos últimos remanescentes de floresta atlântica da cidade, o Jardim Botânico será aberto também aos finais de semana após a requalificação, para que recifenses e turistas possam aproveitar o espaço por mais tempo.
. Os recursos serão investidos em obras físicas, paisagismo e aquisição de novos equipamentos. A reforma inclui diversas melhorias na estrutura física, como a substituição total da cerca em madeira e a implantação de uma sede para a Brigada Ambiental, que contará com área administrativa, vestiários, banheiros, depósitos para material apreendido e equipamentos de trabalho.
Jardim Botânico requalificado em agosto
. A população do Recife ganhará um Jardim Botânico requalificado e com muito verde já em agosto de 2013. O prefeito Geraldo Julio assinou decreto liberando R$ 350 mil do orçamento do município para que a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade realize uma intervenção no local. Um dos últimos remanescentes de floresta atlântica da cidade, o Jardim Botânico será aberto também aos finais de semana após a requalificação, para que recifenses e turistas possam aproveitar o espaço por mais tempo.
. Os recursos serão investidos em obras físicas, paisagismo e aquisição de novos equipamentos. A reforma inclui diversas melhorias na estrutura física, como a substituição total da cerca em madeira e a implantação de uma sede para a Brigada Ambiental, que contará com área administrativa, vestiários, banheiros, depósitos para material apreendido e equipamentos de trabalho.
Mão dupla
Inegável que Pernambuco
se beneficia duplamente: do apoio do governo federal e da reconhecida
competência de Eduardo e equipe.
Alto nível
Dilma e Eduardo cumpriram
o papel que lhes cabe, em Serra Talhada. Em nível elevado. Mais do que isso é futrica.
Defasagem
Estima-se em 20% o déficit
de professores nas Escolas Técnicas Federais. Um entrave à formação de mão de
obra de alta qualificação.
Conjuntura e rumo
Comitê Central anuncia 13º Congresso e divulga
temário
.O Comitê Central do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), reunido em sessão plenária neste final de semana (23 e 24 de março), anunciou a realização do 13º Congresso para o mês de novembro e deu a largada para a mobilização política, ideológica e organizativa de toda a militância comunista.
. Os dirigentes comunistas aprovaram um documento apresentando o temário do Congresso. Clique aqui para ler o documento na íntegra http://migre.me/dQCnm
.O Comitê Central do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), reunido em sessão plenária neste final de semana (23 e 24 de março), anunciou a realização do 13º Congresso para o mês de novembro e deu a largada para a mobilização política, ideológica e organizativa de toda a militância comunista.
. Os dirigentes comunistas aprovaram um documento apresentando o temário do Congresso. Clique aqui para ler o documento na íntegra http://migre.me/dQCnm
25 março 2013
Marca poética
A segunda-feira é de Cecília
Meireles: "Um poeta é sempre irmão do vento e da água: deixa seu ritmo por
onde passa."
Balanço e perspectivas
No
Vermelho:
Em reunião plenária, direção do PCdoB anuncia 13º Congresso
. A direção do Partido Comunista do Brasil, reunida no final de semana (23 e 24), anunciou a realização do 13º Congresso da organização para o mês de novembro. O balanço do período dos governos Lula e Dilma (2003-2013), as perspectivas da luta transformadora do povo brasileiro, o exame da situação internacional e do desenvolvimento das lutas dos povos, a nova luta pelo socialismo e a construção do Partido estarão entre os temas em debate. No congresso será eleita a nova direção do Partido.
. De acordo com o presidente nacional, Renato Rabelo, o Congresso do PCdoB se realizará na dinâmica e na confluência de grandes acontecimentos que condicionam significativas mudanças nas esferas internacional e nacional. “A crise estrutural do capitalismo, que se prolonga e se acentua, interage e acelera a transição que se opera nas relações de poder no mundo; na América Latina, tem sequência um ciclo histórico novo e promissor, avançando na região a construção da democracia e a superação da dependência ao imperialismo; no Brasil, completa-se a simbólica marca de uma década na qual vigora uma fértil jornada de busca e construção de uma nova etapa do desenvolvimento nacional”, disse Rabelo no informe em que abordou as questões relativas à convocação do 13º Congresso.
. Leia a matéria na íntegra http://migre.me/dPCbU
Em reunião plenária, direção do PCdoB anuncia 13º Congresso
. A direção do Partido Comunista do Brasil, reunida no final de semana (23 e 24), anunciou a realização do 13º Congresso da organização para o mês de novembro. O balanço do período dos governos Lula e Dilma (2003-2013), as perspectivas da luta transformadora do povo brasileiro, o exame da situação internacional e do desenvolvimento das lutas dos povos, a nova luta pelo socialismo e a construção do Partido estarão entre os temas em debate. No congresso será eleita a nova direção do Partido.
. De acordo com o presidente nacional, Renato Rabelo, o Congresso do PCdoB se realizará na dinâmica e na confluência de grandes acontecimentos que condicionam significativas mudanças nas esferas internacional e nacional. “A crise estrutural do capitalismo, que se prolonga e se acentua, interage e acelera a transição que se opera nas relações de poder no mundo; na América Latina, tem sequência um ciclo histórico novo e promissor, avançando na região a construção da democracia e a superação da dependência ao imperialismo; no Brasil, completa-se a simbólica marca de uma década na qual vigora uma fértil jornada de busca e construção de uma nova etapa do desenvolvimento nacional”, disse Rabelo no informe em que abordou as questões relativas à convocação do 13º Congresso.
. Leia a matéria na íntegra http://migre.me/dPCbU
24 março 2013
Plenária nacional
Retorno da reunião
da direção nacional do PCdoB, realizada em São Paulo: preparação do 13º.
Congresso do Partido e projeto eleitoral 2014.
A vida do jeito que é
Autocrítica
no túmulo
Marco Albertim, no Vermelho www.vermelho.org.br
Custa a crer que as sardas tenham sumido de
sob seus olhos; não mais que três ou quatro, mas tão vivazes quanto as pupilas
curiosas, seguindo o objeto de sua observação. As sardas marrons, avivando a
cintilação da brancura do rosto, sumiram para dar lugar à palidez fúnebre da
pele agora encolhida.
Os círios, um em cada uma das quatro extremidades do caixão, não se mostram dançantes, visto que a morte chegara para prostrar até a suspeita de seu espectro. Os cabelos... Ora... os cabelos incivis de Cíntia urdiram-se sob os cravos em volta de sua testa, de sua cabeça. Cíntia Bravo, quem diria, agora entregue aos cálculos do passivo, para logo não reagir à fome dos vermes.
No último encontro que tivemos, de olho nos meus olhos, por certo espreitando culpas no gaguejo de minhas palavras, exigiu desculpas porque eu desconfiara da inteireza de seus sentimentos.
- Como teve a coragem de se pôr atrás da porta para ouvir a conversa que eu tive com um estranho? Estranho para você, mas não para o apurado julgamento que faço dos homens que se aproximam de mim! Você se aproximou de mim com uma proposta indefinida de luta; assim mesmo eu depositei confiança em você; depositei e tirei você da apatia própria dos vacilantes que superestimam o inimigo para evitar o confronto com eles. Por quê? Responda! Você desconfiou de mim!
Como é possível ela não reagir ao juízo mais vivo que tenho de sua passagem em minha vida!? Em vez disso, deixa-se murchar sob o véu branco que puseram em seu rosto, como para dar conta da pureza que ela exorcizava em suas perorações. A mesma cruz do Cristo chagado, em frente da qual ela passou convicta da superioridade de sua crença increia, por certo se deixa murchar vendo o rosto encolhido de Cíntia Bravo. Justo num ataúde roxo, a cor que ela nunca ostentou em suas vestes tão afogueadas quanto suas ideias; roxo quase preto, não tão negro quanto as narrativas sem embaraço que fazia sobre os atos do Black Power.
- E Cassius Clay – indaguei dela para saber o que pensava sobre o pugilista negro.
- Cassius Clay não! Muhammad Ali. Tornou-se islamita por se recusar a dizer amém à ortodoxia norte-americana. Não foi ao Vietnam, não combateu os vietcongues porque os vietcongues nunca o chamaram de crioulo.
- Mas ele bateu numa jornalista indefesa...
- Oriana Fallaci resistiu ao fascismo de Mussolini. Mas perdeu-se por sua pretensa independência entre a esquerda e a direita.
- Por isso tinha que ser esmurrada pelo peso-pesado de boxe?
- Não importa. No momento em que ela o entrevistou, ela estava incorporando a ideologia dos brancos na Casa Branca.
- Cíntia Bravo! Você não está sendo dialética.
A dialética em Cíntia era um véu nada sedoso, escamoso a ponto de ferir os escaninhos da alma. Juntava a crítica ao brilho dos olhos escuros, tão brilhosos que me deixavam bêbado, sorvendo cada gota de seu discurso verboso. Inda que eu não concordasse, numa linha pequena, de seu raciocínio, não tive a coragem de me opor; não para ouvir o mesmo argumento, agora profuso e sentencioso.
São cinco horas da tarde. Logo o caixão com seu corpo será levado para a sepultura. A cova fora cavada e o coveiro não se dará conta de que a terra não só vedará a catinga que ainda se desprende do câncer que a matou; cobrirá o corpo que eu cobicei com tremura nas pálpebras e inquietação nas mãos. Ela descobriu e não poderia reagir de outro modo.
- Vamos, responda! Você desconfiou ou não de mim? Achava que eu seria mulher de me entregar a um desconhecido só porque fiquei com ele por uma hora trancada num quarto. Saiba que nem sequer nos deitamos; conversamos a um metro de distância. Ele numa cadeira e eu noutra!
- Sua dialética é tão convincente, Cíntia, que ele seria capaz de ter a sua posse mesmo sem o seu consentimento.
O caixão foi levado, seguido por um séquito de uma dezena de pessoas. Ninguém de luto porque ela nunca fora de carregar sentimentos lutuosos. Quando o coveiro pôs a derradeira pá de terra, eu disse o que todos sentíamos e não tínhamos coragem de dizer.
- Ela tinha orgulho da cor vermelha que escorria de sua bílis.
Marco Albertim, no Vermelho www.vermelho.org.br
Os círios, um em cada uma das quatro extremidades do caixão, não se mostram dançantes, visto que a morte chegara para prostrar até a suspeita de seu espectro. Os cabelos... Ora... os cabelos incivis de Cíntia urdiram-se sob os cravos em volta de sua testa, de sua cabeça. Cíntia Bravo, quem diria, agora entregue aos cálculos do passivo, para logo não reagir à fome dos vermes.
No último encontro que tivemos, de olho nos meus olhos, por certo espreitando culpas no gaguejo de minhas palavras, exigiu desculpas porque eu desconfiara da inteireza de seus sentimentos.
- Como teve a coragem de se pôr atrás da porta para ouvir a conversa que eu tive com um estranho? Estranho para você, mas não para o apurado julgamento que faço dos homens que se aproximam de mim! Você se aproximou de mim com uma proposta indefinida de luta; assim mesmo eu depositei confiança em você; depositei e tirei você da apatia própria dos vacilantes que superestimam o inimigo para evitar o confronto com eles. Por quê? Responda! Você desconfiou de mim!
Como é possível ela não reagir ao juízo mais vivo que tenho de sua passagem em minha vida!? Em vez disso, deixa-se murchar sob o véu branco que puseram em seu rosto, como para dar conta da pureza que ela exorcizava em suas perorações. A mesma cruz do Cristo chagado, em frente da qual ela passou convicta da superioridade de sua crença increia, por certo se deixa murchar vendo o rosto encolhido de Cíntia Bravo. Justo num ataúde roxo, a cor que ela nunca ostentou em suas vestes tão afogueadas quanto suas ideias; roxo quase preto, não tão negro quanto as narrativas sem embaraço que fazia sobre os atos do Black Power.
- E Cassius Clay – indaguei dela para saber o que pensava sobre o pugilista negro.
- Cassius Clay não! Muhammad Ali. Tornou-se islamita por se recusar a dizer amém à ortodoxia norte-americana. Não foi ao Vietnam, não combateu os vietcongues porque os vietcongues nunca o chamaram de crioulo.
- Mas ele bateu numa jornalista indefesa...
- Oriana Fallaci resistiu ao fascismo de Mussolini. Mas perdeu-se por sua pretensa independência entre a esquerda e a direita.
- Por isso tinha que ser esmurrada pelo peso-pesado de boxe?
- Não importa. No momento em que ela o entrevistou, ela estava incorporando a ideologia dos brancos na Casa Branca.
- Cíntia Bravo! Você não está sendo dialética.
A dialética em Cíntia era um véu nada sedoso, escamoso a ponto de ferir os escaninhos da alma. Juntava a crítica ao brilho dos olhos escuros, tão brilhosos que me deixavam bêbado, sorvendo cada gota de seu discurso verboso. Inda que eu não concordasse, numa linha pequena, de seu raciocínio, não tive a coragem de me opor; não para ouvir o mesmo argumento, agora profuso e sentencioso.
São cinco horas da tarde. Logo o caixão com seu corpo será levado para a sepultura. A cova fora cavada e o coveiro não se dará conta de que a terra não só vedará a catinga que ainda se desprende do câncer que a matou; cobrirá o corpo que eu cobicei com tremura nas pálpebras e inquietação nas mãos. Ela descobriu e não poderia reagir de outro modo.
- Vamos, responda! Você desconfiou ou não de mim? Achava que eu seria mulher de me entregar a um desconhecido só porque fiquei com ele por uma hora trancada num quarto. Saiba que nem sequer nos deitamos; conversamos a um metro de distância. Ele numa cadeira e eu noutra!
- Sua dialética é tão convincente, Cíntia, que ele seria capaz de ter a sua posse mesmo sem o seu consentimento.
O caixão foi levado, seguido por um séquito de uma dezena de pessoas. Ninguém de luto porque ela nunca fora de carregar sentimentos lutuosos. Quando o coveiro pôs a derradeira pá de terra, eu disse o que todos sentíamos e não tínhamos coragem de dizer.
- Ela tinha orgulho da cor vermelha que escorria de sua bílis.
De olho nos bancos
. O acompanhamento de custos das tarifas bancárias, individualizadas ou
contidos em pacotes oferecidos por instituições financeiras é um dos focos do Plano
Nacional de Consumo e Cidadania, lançado na semana passada pela presidenta
Dilma.
. Para que rede bancária seja transparente na cobrança de serviços.
. Faz parte da quebra de braços entre o governo e os bancos.
. Para que rede bancária seja transparente na cobrança de serviços.
. Faz parte da quebra de braços entre o governo e os bancos.