A construção coletiva das idéias é uma das mais fascinantes experiências humanas. Pressupõe um diálogo sincero, permanente, em cima dos fatos. Neste espaço, diariamente, compartilhamos com você nossa compreensão sobre as coisas da luta e da vida. Participe. Opine. [Artigos assinados expressam a opinião dos seus autores].
31 outubro 2015
Marina à direita
Em sua recente passagem pelo Recife, a ex-candidata derrotada à presidência da República Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, disse mais uma bobagem: "Em 2008 muitos países fizeram o seu dever de casa, o Brasil, não." O tal dever de casa a que se refere é exatamente o enfrentamento da crise mundial segundo o figurino neoliberal, conforme os ditames do mercado financeiro internacional: regressão de direitos, desemprego, ultraconcentração da produção, da riqueza e da renda, queda da massa salarial e assim por diante - como fizeram Portugal, Alitalia e outros, sem entretanto se livrarem da crise. Isto em contraposição às medidas anti-cíclicas adotadas por Lula e Dilma, que implicaram a valorização do salário mínimo e o crescimento da massa salarial dos trabalhadores, o estímulo ao consumo, a facilitação do crédito, a redução tributária parcial e temporária de setores essenciais da indústria - que no conjunto mantiveram, até o final do ano passado, o bom nível da atividade econômica e o índice de emprego satisfatório. Marina faz coro com a direita ou se posiciona mesmo à direita?
Ciclo tendencioso
Isso se repete sempre. A mídia monopolista alardeia diariamente os males da economia, numa abordagem absolutamente unilateral. Em seguida, contrata pesquisas para aferir expectativas da população em geral, assim como de segmentos empresariais. Põe em manchetes, enfim, mais uma vez, a queda de confiança no desempenho da economia. Daqui a menos de um mês, o ciclo se repete. Não é análise da realidade, é propaganda política. A mídia não informa, faz oposição.
29 outubro 2015
Petrobras eficiente
Produção de petróleo do pré-sal triplica em menos de três anos
O histórico de exploração da Petrobras no mar desde a década de 70
possibilitou o sucesso na exploração do pré-sal
A produção de
poços de petróleo do pré-sal triplicou em menos de três anos, informou
a diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Solange Guedes. “A
Petrobras atingiu uma combinação única de custos, produtividade e eficiência.
Como consequência, um portfólio muito competitivo”, ressaltou a diretora
durante a Offshore Tecnology Conference Brasil (OTC), no Rio de Janeiro.
Solange Guedes
afirmou que o tempo de construção dos poços do pré-sal desde 2010 teve uma
redução de mais de 50% e destacou a alta produtividade dos poços do pré-sal.
A experiência
adquirida ao longo da exploração e do desenvolvimento offshore (no
mar) foi determinante para que a empresa tenha atingido a marca de 1
milhão de barris de óleo equivalente por dia no pré-sal, obtida em
setembro. O histórico de exploração marítima da
Petrobras desde a década de 70 possibilitou o sucesso na exploração do
pré-sal.
O campo de
Libra, na região do pré-sal na Bacia de Santos, teve quatro poços perfurados
até agora e o primeiro teste de longa duração ocorrerá em 2017.
“A primeira
fase do desenvolvimento da produção se concentrará na área nordeste de Libra. O
primeiro teste de longa duração está previsto para o primeiro trimestre de 2017
e o projeto-piloto para 2020”, disse a gerente executiva da Petrobras para a
área de Libra, Anelise Lara.
Anelise
ressaltou a importância das sociedades de profissionais na disseminação de
conhecimento para as novas gerações de técnicos da indústria de óleo e gás
e elogiou a atuação integrada da equipe multidisciplinar de projetos de
Libra, que inclui colaboradores das cinco empresas participantes do consórcio
que atua na área, formado pelas empresas Shell, Total, CNPC, CNOOC e Petrobras.
Fonte:
Portal Brasil com informações da Agência Brasil
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Um brinde na cozinha
Bruno Albertim estreia programa de gastronomia na TV Jornal
Jornal do Commercio
Há três anos, entre 2011 e 2013, o jornalista Bruno
Albertim percorreu cerca de 15 mil quilômetros entre capitais e lugarejos quase
fora do mapa do Nordeste. O objetivo geral era entender como a comida participa
das noções de identidade dos nordestinos. Resultando num calhamaço de cerca de
600 páginas de relatórios de pesquisa para o Museu do Homem do Nordeste -
Fundaj, com previsão ainda indefinida de publicação em livro, parte desse
material foi publicado nos cadernos especiais Nordeste – Identidade Comestível,
pelo Jornal do Commercio. Na ocasião, pela primeira vez, uma série de
reportagens ligadas ao universo da comida ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo, o
mais importante da imprensa brasileira. “Apesar de já ter até dirigido alguns
documentários, eu era um jornalista muito feliz atuando prioritariamente nos
meios impressos quando, nas viagens, descobri realidades com uma densidade tão
grande de informações - visuais e orais - que comecei a ter muita vontade de
tratar da gastronomia e da culinária, meus temas preferenciais de investigação,
no vídeo”, diz Albertim, crítico de gastronomia do JC.
No próximo sábado, pontualmente às 13h20, o affair
do jornalista com a TV ganha corpo no programa Frigideira de Bruno Albertim. O
projeto é uma parceria entre a produtora 485 filmes, uma das referências do
mercado publicitário e de audiovisual do Nordeste, e a TV Jornal - SBT. “Há uns
anos, propus a ideia a ele e finalmente decidimos que íamos fazer um programa
de gastronomia para a TV. Eu pensava num reality mostrando a vida de um
jornalista. Bruno não achava tão interessante assim mostrar apenas os
bastidores de seu trabalho, mas confiou e topou. Depois de muitas horas de
gravações, edições, idas e vindas, chegamos num formato bacana. O programa não
é 100% reality, não é 100% jornalístico, não é 100% culinária, mas ele é 100%
Bruno Albertim”, diz Mário Rios, diretor do programa e da produtora. A
supervisão geral é de Beatriz Ivo, diretora de Conteúdo da TV e da Rádio
Jornal, que acolheu o projeto com entusiasmo. “Esse programa tem a linguagem da
nova televisão contemporânea”, diz.
O programa é e não é, como diz o diretor, apenas
centrado na atuação do jornalista. “É claro que, num programa semanal de meia
hora, não teríamos fôlego para fazer o que se faz em documentários que levam
até anos de produção, mas nossa ideia é mais do que simplesmente ensinar formas
de preparar pratos e despertar apetites, o que, sim, também vamos fazer: é
mostrar como a comida faz parte do cotidiano, das relações de afeto, da
identidade, da cultura das pessoas”, diz Albertim, autor de livros como Recife
Guia Prático Histórico e Sentimental da Cozinha de Tradição.
Para a primeira temporada, o público pode
acompanhar Bruno visitando localidades do Sertão e do Agreste, além da Região
Metropolitana do Recife. “Em alguns episódios, mostramos receitas e
ingredientes nos seus ambientes originais os levamos para o ambiente dos chefs,
para mostrar como a cozinha popular e tradicional pode ter versões nos
ambientes da alta gastronomia. Não gravamos em estúdio, mas nos lugares onde a
comida acontece”, diz o jornalista. "No blog do programa, que estreia
hoje, os leitores poderão assistir aos episódios e ler algumas receitas
relacionadas".
Frigideira
de Bruno Albertim – estreia sábado, às 13h20, na TV Jornal/SBT
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Flexibilidade tática
Sem manual de instruções
Luciano Siqueira, no portal Vermelho
“Mas a vida, a vida, a vida,/a vida só é possível/reinventada”, ensina
Cecília Meireles. Entretanto, muita gente gostaria de ter um “manual de
instruções” com fórmulas prontas para cada nova situação, tamanha a
perplexidade que experimenta diante do evolver multifacetado da vida.
Na política, a gente se depara com grupos e indivíduos
que teimam em arengar com a maldita realidade concreta, que muda a todo
instante.
Seja na tentativa de repetir modelos que deram certo em outra
conjuntura, seja na persistência de posições adotadas antes e que agora já não
dão conta dos novos desafios.
Do ponto de vista estratégico, o PCdoB, já faz tempo, livrou-se do
esquematismo (que ainda persiste no movimento internacional), que se traduz na
crença em “modelos” experimentados em países que alcançaram o socialismo –
ainda que evidente seja a imensa diferença entre realidades sociais e épocas.
Do ponto de vista tático, idem. Desde a década de sessenta do século
passado, os comunistas brasileiros vêm acumulando expressivo saber teórico e
político mediante a abordagem da luta com “as quatro patas fincadas na
realidade”, como diria Pleckhanov.
Mas tanto em nossas fileiras, como entre aliados à esquerda, verifica-se
o apego a certas posições como uma espécie de norma pétrea.
O conturbado cenário nacional fornece o caldo de cultura para tanto.
O pensamento mediano há que reconhecer que, a despeito de
divergências acerca dos rumos que o Brasil deve tomar a defesa da democracia –
consubstanciada na preservação do mandato da presidenta Dilma – é hoje o “x” do
problema.
Porém há como que uma névoa, alimentada pela estreiteza e pelo
sectarismo, que impede certas corrente políticas de perceberem isso.
Muitos confundem o ajuste fiscal, por exemplo, cujos fundamentos se
inspiram na macropolítica econômica de cunho neoliberal, como se fora ‘a política’
de governo da presidenta Dilma, e não uma manobra temporária, destinada a
equilibrar as contas públicas.
Daí as bandeiras específicas de cada movimento e segmento social –
em geral legítimas – passarem a ser erguidas em primeiro plano, subestimando a
luta maior.
O mesmo se ensaia nos preparativos para as eleições municipais de
2016.
Para alguns, difícil é navegar no mar revolto que é a multiplicidade
de alianças concertadas nos planos nacional, estadual e municipal, aparentemente
antagônicas.
Aqui e acolá, ouve-se a recusa a coalizão com partidos que não têm a
mesma posição sobre a questão nacional, mesmo que o preço a ser pago seja o
isolamento.
De aliados à esquerda, a repetição do discurso pronunciado no pleito
de 2014, como se ali houvesse sido lavrado um Livro Sagrado a ser obedecido a
qualquer custo.
Aos que buscam um padrão de desenvolvimento do País que nos encaminhe
à emancipação civilizatória através do socialismo, cabe o descortino tático e a
busca do acúmulo de forças conforme a realidade permite.
O Programa Socialista é o guia, sem um manual de instruções que nos
livre da análise da situação concreta e da astúcia tática.
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Chapas próprias do PCdoB
Em tempo de crise, o estranhamento e a perplexidade envolvem
parcelas expressivas da população, semeando o desencanto com a política. Reagir
é preciso. O PCdoB afirma-se como um fortim da resistência – em favor da
democracia e dos direitos do povo. Destaca em sua agenda, mirando o pleito
municipal de 2016, a formação de chapa
própria para vereador@s, composta por mulheres e homens de luta, de mãos
limpas, movid@s pela justeza da causa que abraçam. De braços abertos para
receber os que desejam ingressar agora no Partido e disputar uma cadeira na
Câmara Municipal.
Jogo sujo
Ataques a Lula atingem as conquistas do povo brasileiro
Editorial do Vermelho
Incomodada há exatamente um ano com a quarta derrota seguida numa
eleição presidencial, a oposição direitista não dá tréguas à presidenta Dilma
e, ao mesmo tempo, promove uma verdadeira campanha de desconstrução da imagem
do ex-presidente Lula.
A trama oposicionista não tem escrúpulos e ocorre de forma articulada
com a mídia, que lhe dá ampla repercussão. À tentativa de vincular o
ex-presidente às investigações da Polícia Federal e à acusação de haver tirado
proveito pessoal através de lobby em favor de empresas brasileiras no exterior,
soma-se atos de pura e simples difamação com a utilização de bonecos detratores
que circulam nas capitais e em algumas cidades brasileiras.
Lula é alvo de ataques desde que ocupava a Presidência da República. O
auge foi em 2005 através do chamado “mensalão” e o intuito era impedir sua
reeleição em 2006, interrompendo, ainda nos primeiros anos, o ciclo de
desenvolvimento econômico e inclusão social que agora completa 13 anos.
Ao encerrar o período de oito anos como presidente da República em 2010,
Lula ostentava 87% de aprovação popular. O índice é um recorde mundial mantido
até hoje e supera a aprovação de personagens históricos como Mandela, que
deixou o governo com 82% de aprovação, Roosevelt, com 66%, e De Gaulle, com
55%. Por outro lado Fernando Henrique Cardoso saiu do governo com apenas 26%.
Para a elite brasileira é inaceitável um operário ter chegado a tal ponto,
ainda mais sendo um retirante nordestino, que sequer concluiu o ensino
fundamental.
Além do carisma e da trajetória pessoal, Lula carrega outros fatores que
fizeram dele a maior liderança popular de nossa história. A retomada do
desenvolvimento, com geração de emprego e aumento real de salários; a
implantação de programas sociais como o Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida,
Prouni, Fies e Pronatec; o maior protagonismo internacional do Brasil e sua
integração com os países da América Latina e do Hemisfério Sul, são algumas das
razões que selaram a identificação da maioria da população com o ex-presidente.
A questão, portanto, não é apenas sujar a imagem de Lula perante a
população, mas atingir programas e ações do seu governo que mudaram a cara do
Brasil. Daí se explica a tentativa de reduzir cerca de um terço do orçamento do
Bolsa Família para 2016, de impedir a ampliação dos recursos para saúde através
da CPMF, de inviabilizar medidas do governo para superar a crise econômica e de
fomentar a intolerância de parcelas da sociedade contra os beneficiários dos
programas sociais. Faz parte do “quanto pior, melhor” que pode levar a
população a identificar na oposição, embalada por um discurso de suposta
mudança, uma saída para suas dificuldades.
Neste sentido é alvissareiro o fato de que a Frente Brasil Popular,
integrada pelos partidos e organizações mais avançadas da sociedade brasileira,
esteja convocando uma grande marcha em Brasília no próximo dia 13 de novembro.
Um novo momento da batalha política começa a se anunciar e o protagonismo do
movimento social, aliado a uma intensa ação política no plano institucional e a
uma postura aguerrida da presidenta Dilma, são fatores determinantes para
desarmar a trama golpista, o Brasil superar o momento difícil, retomar o
desenvolvimento, promover as necessárias reformas estruturais e avançar nas
conquistas.
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28 outubro 2015
Bartyra Soares
Ontem à noite, após o lançamento do sétimo livro de poeamas
de Cida Pedrosa, ‘Claranã’ – um sucesso -, foi à solenidade de posse na
Academia Pernambucana de Letras da poeta e contista Bartira
Soares. Bartira
ostenta uma obra de fôlego, em estilo próprio, em que combina o primor estético
com a emoção. Este é um dos seus mais belos poemas:
Hora rubra
Pelas copas das árvores o sol
arrasta-se minguante para os caminhos
do oeste. Súbito um pássaro de asas
atrevidas fende o fio do tempo
e cai vertiginoso no íntimo da tarde .
Recolho em mim os escombros
dessa hora rubra e deixo que a agonia
dessa paisagem talhe em minha face
um rio e um ricto de sinuosas revelações.
Crise econômica requer solução política
Outro "cerco ao monetário". Já é isso?
Elias Jabbour,
no Blog do Renato
Seria
interessante nesta altura dos acontecimentos uma derrocada do ministro Levy e a
implementação de uma agenda centrada na reversão do aperto monetário? O que é
mais importante hoje, retomar o crescimento ou aplacar a inflação? Nenhuma
destas questões tem resposta na economia. A resposta é política e Joaquim Levy,
gostem ou não, é parte de um governo sob fogo cerrado. A queda de Levy seria
uma tragédia que pode levar o governo à lona. Ser radical não é o que parece
ser e sim ir à raiz das coisas, mas também ter capacidade de visão de conjunto.
É essa uma das diferenças entre ser de esquerda e ser esquerdista, sendo a
última variável chave em qualquer cálculo político do campo conservador. O
economicismo é conservador, por excelência.
Particularmente
não gosto de aperto monetário, altas taxas de juros, grandes superávits
primários ou coisas do tipo. Mas as regras do jogo são claras há mais de 20
anos pela via de uma ordem institucional que prevê ajustes fiscais cíclicos e
duras punições para quem sai do script. As punições são mais duras quando se
intenta em compensar o monetário pelo fiscal, seguido pelo cerco ao próprio
“monetário” ensaiado a partir de 2012. Conforme previsto para qualquer um com
algum conhecimento em Economia Política, a resposta do “cerco ao monetário”
combinado com pleno emprego foi a greve de investimentos por parte de um
empresariado de dupla face (industrial e financeiro) combinada com o banditismo
dos oligopsônios/monopsônios ajustando preços da cesta básica, sempre para
cima. O crescimento desejado não veio e a duplicidade institucional (Plano Real
x Nova Matriz Macroeconômica) atingiu em cheio o sistema de formação de preços.
A inflação pode derrubar Dilma da mesma forma que derrubou João Goulart.
Por mais que
gestos de repúdio à atual política monetária guardem ótimas intenções, o que
mais o inferno quer hoje é uma cesta completa deste tipo de intenções. Pedir a
cabeça do ministro quando se percebe que é isso o que mais deseja a oposição é
um ato de irresponsabilidade política imperdoável. Acreditar que a retomada do
crescimento, dentro das institucionalidades do 1994/1999, vai ocorrer de forma
rápida e límpida pela queda abrupta de juros é prova de, no mínimo, uma
ingenuidade nada impressionante. A chance de o governo respirar está na
retomada de um espaço fiscal mínimo que só pode ocorrer quando a inflação
atingir o centro da meta. O jogo é esse, pois somente assim o aperto monetário
poderá ser afrouxado e os gastos do governo poderá retomar alguma trajetória de
alta.
Não se trata do
prospecto de um conservador e sim de alguém que está refletindo a partir de
condições institucionais dadas e consolidadas e que tem clareza da distância
entre suas vontades e percepção da incapacidade destas vontades pautar o
movimento de rotação do planeta. Uma forma de vaticinar que a principalidade da
luta política hoje não está na política monetária. Está longe disso. No
imediato a sobrevivência desta rica experiência política de um governo popular
e democrático reside na manutenção deste governo e na recuperação, urgente, de
um espaço fiscal e de um ambiente mínimo de debate não sobre variáveis de
macrodinâmica. E sim, sobre os pressupostos institucionais que sustentam os
ciclos de ajuste que nos atormentarão até o “fim dos tempos” com direito a um governo
ultraconservador e com força política suficiente para reverter as conquistas da
Constituinte de 1988. Ou mesmo a retomada suicida de outro “cerco ao monetário”
com as mesmas consequências das observadas hoje.
O golpismo,
historicamente, e em todo canto do mundo alimenta-se – num primeiro momento –
nos acertos do campo político popular. Uma resposta à perda de controle sobre
os trabalhadores em decorrência do pleno emprego (Kalecki). No segundo momento
o combustível ao golpismo encontra-se em nossos próprios erros. Erros
decorrentes do completo desconhecimento das formas de funcionamento das leis
econômicas, da separação entre economia e política, da não percepção do
movimento e caráter das classes dominantes, do voluntarismo imediatista, de
pareceres e abaixo-assinados de acadêmicos ditos progressistas, da
superestimação de nossa força e do binômio encerrado no desprezo à história e
da negação de variáveis estratégicas (redundando num sectarismo movimentista).
Incrível como todos estes elementos estão presentes na atual quadra histórica
de nosso país!
Não faço aqui
nenhum apelo de caráter puramente político. Trata-se de um apelo à inteligência
das pessoas. A dialética desconhecida e a velocidade com que as peças no jogo
de xadrez se movimentam nos obriga a variações táticas diárias, na busca – por
exemplo – de uma queda da taxa de juros com vistas a formação de um espaço
fiscal urgente e alguma paz no Congresso Nacional. Traduzindo assim certa
intimidade entre política e economia.
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Se a direita vencesse
A vingança apocalíptica
Rogério
Cezar de Cerqueira Leite, em seu Blog
Hoje estão
em consonância no Brasil forças extremas da sociedade, que em tempos mais
serenos ficariam em campos opostos. O PSDB abraça os descontentes chantagistas
do PMDB, enquanto o vampiresco Eduardo Cunha e sua horda de zumbis dão beijocas
no sanguinário deputado Carlos Sampaio.
Hoje a
reacionária alta burguesia paulista faz afagos na pelega Força Sindical,
enquanto a elite janota do Rio de Janeiro se aconchega aos plebeus da zona
norte.
Hoje dão as
mãos o direitista ªO Estado de S. Pauloº, a minha querida quase
imparcial Folha, o oportunista ªO Globoº e a histérica revista ªVejaº.
Hoje se alinham para panelaços a população alienada e a estudantada militante.
Tudo isso
porque elegeram um inimigo comum, o PT, e sua representante mítica, Dilma
Rousseff. Ah, como é reconfortante encontrar um bode expiatório, alguém que,
como Cristo, acolha todas as culpas, embora a contragosto. Ah, como é gostoso
ter um inimigo comum.
É pena que a
presidente Dilma Rousseff seja tão obstinada, tão voluntariosa. É pena que seja
ela tão patriota, tão irredutivelmente profissional. Pois, o que aconteceria se
inopinadamente esse inimigo comum fosse removido?
Apenas por
razões de ordem acadêmica, vamos supor que a presidente Dilma decidisse
abdicar. Vocês já imaginaram a balbúrdia que se instalaria no Brasil? Sem um
inimigo comum, um bode expiatório geral? Como iriam comportar-se esses atores
tão individualistas, tão egocêntricos da política nacional?
Imaginemos
apenas que, se não para manter sua dignidade, mas apenas por macabra vingança,
a presidente Dilma Rousseff resolvesse passar umas longas e merecidas férias em
Côte d’Azur, na França.
José Serra
mandaria mísseis “exocets” e outros petardos para Belo Horizonte. Eduardo Cunha
mandaria seu exército pentecostal aniquilar o estarrecido Michel Temer, que,
acossado de todos os lados e sem a têmpera de uma Dilma, não resistiria muito
até desmoronar.
A mídia,
confusa, já não saberia a quem hostilizar. Eduardo Cunha? José Serra? Fernando
Henrique Cardoso? O PMDB, acostumado a aderir ao mais forte, ficaria sem
orientação, sem rumo.
Os ‘pit
bulls’ da oposição (Rodrigo Maia, Carlos Sampaio, Álvaro Dias, Aloysio Nunes
Ferreira), viciados e sem ter a quem morder, passariam a se mastigar entre si
ou passariam a atacar outros aliados? E quem governaria essa Câmara prenhe de
cobiças e de extorsões?
FHC disse
que é inoportuno o impeachment da presidente Dilma porque não há lideranças
adequadas. Talvez o que ele queira dizer é que haja muitos candidatos medíocres
para a substituição de Dilma. Com isso, agride seus correligionários Serra e
Aécio Neves e outros opositores dos demais partidos, antes mesmo de qualquer
processo de impedimento da presidente.
Ah, que pena
que Dilma não é vingativa. Que pena, mas que sorte!
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A juventude fala
Em defesa do Brasil e da democracia
Por Renan Alencar, no site da UJS
Nesta segunda (26) faz um ano da reeleição da presidenta Dilma. De lá para cá, bastante coisa aconteceu. Foi a oitava eleição desde a redemocratização, a sétima pelo voto direto. Vale a lembrança para que possamos reconhecer o quão recente é a nossa democracia, para que mantenhamos firmes o desafio de defendê-la.
Nesta segunda (26) faz um ano da reeleição da presidenta Dilma. De lá para cá, bastante coisa aconteceu. Foi a oitava eleição desde a redemocratização, a sétima pelo voto direto. Vale a lembrança para que possamos reconhecer o quão recente é a nossa democracia, para que mantenhamos firmes o desafio de defendê-la.
Recomendo a leitura do marcante discurso de Ulysses Guimarães, então
presidente da Assembleia Nacional Constituinte, na ocasião da promulgação da
Constituição Democrática de 1988. Esse discurso deveria ser entregue a todos
parlamentares e lido novamente em plenário nos tempos atuais.
A eleição presidencial de 2014 foi histórica por diversos fatores. Seria
a primeira vez na história que a mesma coalizão partidária seria eleita para a
Presidência da República para o quarto mandato consecutivo. O seu resultado foi
o mais acirrado da história, foi assim também ao longo de todo o pleito. Após a
morte de Eduardo Campos, as eleições que pareciam até então tranquilas e de
resultado supostamente previsível, passaram a ser uma montanha russa. O
antagonismo entre os programas e o acirramento nas pesquisas fizeram com que o
debate político ganhasse força. A autonomia do Banco Central foi um desses
temas, debatido amplamente pelos candidatos e pela sociedade. Foi assim também
com os temas ligados à juventude. Se, em 2010, o debate sobre aborto e drogas
era a abordado por um viés de criminalização dos jovens, em 2014, entraram na
roda a criminalização da LGBTfobia e o fim dos autos de resistência.
A participação social também foi um ponto alto, o engajamento tanto nas
redes sociais como nas ruas foi algo impressionante. Entre a juventude, esse
elemento chamou bastante atenção. No segundo turno, houve diversas mobilizações
nas universidades e nos grandes centros urbanos: debates, atos políticos,
passeatas, atividades culturais, com envolvimento de artistas e intelectuais.
Hoje, mais um vez, necessitamos resgatar a politização e a participação social,
para fazer frente a essa avalanche conservadora que assola o nosso país. Nós da
UJS empunhamos em todo o Brasil uma campanha com o mote: “Renovar a Esperança”,
o principal desafio era – e ainda é – mobilizar a juventude em torno da
reeleição da presidenta Dilma e em prol do aprofundamento das mudanças. Esses
desafios seguem atuais, seja pela tentativa golpista de interrupção do mandato
da presidenta ou pelo desafio de avançar nas transformações.
Outro fator que cabe registro são as eleições parlamentares para a
Câmara Federal. Foi eleito o parlamento mais conservador desde 1964. Diminuíram
as representações de parlamentares ligados a movimentos sociais, sindicais,
educacionais e cresceram os números de parlamentares ligados a setores
empresariais, igrejas e agentes de segurança. Fato que culminaria, mais tarde,
com uma avalanche de pautas conservadoras: redução da maioridade penal,
terceirização, ataques à Petrobrás e ao Regime de Partilha, Estatuto da
Família, Estatuto do Desarmamento e a tentativa de impeachment da presidenta
Dilma. Todas elas impulsionadas com a assunção de Eduardo Cunha na presidência
da Câmara dos Deputados. Cunha tem perdido apoio político, social e
legitimidade para liderar essa onda conservadora, que tem como um dos seus
principais objetivos demover a presidenta Dilma Rousseff da Presidência da República.
Com a comprovação das denúncias da existência das contas sonegadas em paraísos
fiscais na Suíça, Cunha precisa ser afastado da presidência da Câmara e
julgado.
Sobre o papel da grande mídia no processo eleitoral também cabe
avaliação. Altamente parcial, operou em favor da derrota da candidatura de
Dilma. Foi uma grande campanha de desinformação, que teve seu cume na semana do
segundo turno, com a capa da revista Veja, atitude que gerou repulsa de
diversos setores da sociedade. Nós da UJS realizamos um ato em frente à Editora
Abril, com o objetivo de denunciar a manipulação das informações, visando de
maneira desesperada influenciar o resultado das eleições. O ato ganhou
relevância nacional e disseminou a palavra de ordem #VejaMente. O papel das redes
sociais foi decisivo, não fossem elas talvez não tivéssemos ganho as eleições.
Desde que o resultado das eleições foi proclamado, a direita nucleada no
PSDB e no DEM, tem procurado escusas para não reconhecê-lo. Primeiro foi a
recontagem de votos, depois a aprovação das contas de campanha da presidenta,
depois o tema das chamadas pedaladas fiscais. Tudo em nome de não reconhecer a
derrota. Vi outro dia nas redes sociais: “Já tem panetone na prateleira e o
PSDB ainda não aceitou o resultado das eleições”.
Vivemos o momento mais difícil, do ponto de vista político e econômico
desde a eleição de Lula em 2002. A combinação de uma aguda crise política com
dificuldades na economia, resultam na baixa aprovação e apoio social do
governo. Mas esse momento não pode ser, nem de longe, comparado a outras crises
vividas pelo Brasil. Vale ressaltar pontos importantes de um ano para cá, como
os maiores acordos comerciais da história do Brasil, firmados com China e
Estados Unidos, respectivamente, as maiores potências econômicas do planeta. A
inauguração da histórica obra de transposição do Rio São Francisco, o papel do
governo no combate ao Projeto de Lei 4330 das terceirizações e da redução da
maioridade penal. Além da manutenção dos principais programas sociais.
É importante resgatar medidas relevantes implantadas ao longo do
primeiro mandato da presidenta Dilma, no sentido de preservar a economia
brasileira e ampliar os direitos sociais. A ampliação cavalar de alguns
programas sociais, tais como: o FIES, o Bolsa Família – que após uma grande
ofensiva na ampliação dos cadastros, retirou o Brasil do mapa da fome -, o
Minha Casa Minha Vida, seja do ponto de vista do número de famílias (que ao
contrário do que alguns querem, não precisa da figura do homem para ser reconhecida
como tal) atendidas ou pela facilitação ao crédito. Pela criação de novos
programas, como o PRONATEC e o Ciência Sem Fronteiras, deixando em desuso o
termo apagão de mão-de-obra. E pela adoção de novas medidas, como as
desonerações a setores da indústria, a redução no preço da energia elétrica, e
a redução ao menor patamar histórico da taxa Selic. Essa última cabe ainda mais
destaque, pois tentou-se com isso enfrentar uma das heranças do período FHC, o
tal tripé macroeconômico, baseado em regime de metas de inflação, sustentados
com a taxa Selic nas alturas, controle nas contas públicas e superávit primário
alto para ‘honrar’ com as dívidas públicas e câmbio flutuante. A redução na
taxa Selic foi uma declaração de guerra ao poderoso sistema financeiro. Nos
faltou fôlego! A crise internacional não abrandou e a situação econômica se
agravou no Brasil. O inimigo é poderosíssimo.
Pagamos hoje o preço de não ter enfrentado temas estratégicos como as
Reformas Democráticas e Estruturantes, como é o caso de uma Reforma Política
que ponha fim no financiamento empresarial, combata a corrupção e outras
distorções, da necessária Reforma Tributária progressiva, Reformas no Sistema
Educacional e de Saúde, a Reforma Agrária e a Democratização da Mídia. Outro
gargalo importante foi não ter aproveitado o dito super-ciclo das commodities,
para desenvolver e diversificar a economia brasileira. Hoje, com a crise
econômica mundial e a queda dos preços principalmente do petróleo, do minério
de ferro e da soja, nos vemos em situação de dificuldades e sem novos meios
para enfrentar o momento difícil no mundo.
#RespeiteOMeuVoto - Segue um trecho do discurso de Ulysses Guimarães na promulgação da
Constituição de 1988: “A Constituição certamente não é perfeita. Ela própria o
confessa ao admitir a reforma. Quanto a ela, discordar, sim. Divergir, sim.
Descumprir, jamais. Afrontá-la, nunca. Traidor da Constituição é traidor da
Pátria!”. Certamente, o momento de amplas mobilizações sociais, que pediam o
fim da Ditadura Militar e a redemocratização, teve influência na elaboração da
Carta Magna de 1988. É necessário respeitar a Constituição, respeitar a
democracia, respeitar os mais de 54,5 milhões de votos escrutinados há um ano
atrás. Que desencarnem os que defenderam o Golpe de 64 e a Ditadura, que
desencarnem os que defenderam a escravidão, que desencarnem os Udenistas, que
se faça valer a vontade popular. Que possamos conquistar um novo tempo.
É necessário unir o povo! Temos nos empenhado para construir a Frente
Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo, para colocar o povo nas ruas e lutar
pelo Brasil que sonhamos. A participação social e popular é fundamental e
decisiva. Mobilizar o povo uma vez mais, em defesa da democracia, da retomada
do desenvolvimento, em defesa da Petrobrás, em prol de reformas estruturantes e
contra a escalada conservadora. Que os ricos paguem pela crise econômica!
Queremos mais direitos e que sejam taxadas as grandes fortunas, as grandes
heranças, os lucros dos bancos e os lucros das transnacionais.
Viva o Brasil, Viva a Democracia!
* Renan Alencar é presidente da União da Juventude Socialista.
* Renan Alencar é presidente da União da Juventude Socialista.
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27 outubro 2015
Bom dia, Alceu Valença
O tempo
O tempo se dilata
Como um fio,
Cordão elástico caminho,
Estrada que nos transporta.
A gente segue o tempo e ninguém nota.
Seus caminhos suas rotas
Por onde o tempo seguiu.
Depois quer viver tudo que viu,
Vai bater na mesma porta
De onde um dia saiu.
Como um fio,
Cordão elástico caminho,
Estrada que nos transporta.
A gente segue o tempo e ninguém nota.
Seus caminhos suas rotas
Por onde o tempo seguiu.
Depois quer viver tudo que viu,
Vai bater na mesma porta
De onde um dia saiu.
Indústria aeronáutica
Soberania tecnológica
Aldo Rebelo, no Vermelho
A ratificação da compra de 36 aviões de caça Gripen NG, que o governo
brasileiro celebrou esta semana na Suécia, dá sequência a uma política de
receber a tecnologia junto com a mercadoria. Ao Brasil já não satisfaz comprar
equipamentos de alto valor agregado encapsulados numa caixa-preta. No caso dos
caças suecos, assim como em outros contratos recentes, todo o processo de
produção será assimilado a partir da fabricação de aviões em Gavião Peixoto
(SP).
Se antes nos limitávamos a mandar pilotos aprenderem a conduzir os
aparelhos, hoje despachamos engenheiros que participam integralmente do
processo de produção e 46 deles já trabalham nos galpões da fábrica Saab. Uma
das razões para o Brasil escolher o Gripen, entre outros aviões de caça
igualmente adequados às nossas necessidades de defesa do espaço aéreo, foi que
os demais já estão prontos, enquanto a aeronave sueca evolui para uma nova
geração, e podemos participar da concepção à construção, até introduzindo
especificações de nosso interesse.
Toda uma cadeia produtiva se integra e desdobra em torno de um projeto
industrial dessa magnitude.
Empresas nacionais recebem e geram tecnologia e formam mão-de-obra
especializada, adquirindo conhecimento transferível a outros setores e
artefatos. Isso já acontece em parcerias com a Alemanha e no Programa de
Desenvolvimento de Submarinos, com participação da França, compartilhado em tal
amplitude que em pouco tempo poderemos projetá-los e fabricá-los sem colaboração
estrangeira.
A indústria aeronáutica é um setor cuja soberania podemos ampliar,
porque temos sólida tradição, que começou com Bartolomeu de Gusmão, criador do
balão, passa por Santos Dumont, inventor do avião, e se consolidou com os
institutos tecnológicos estatais que engendraram a Avibras e a Embraer. Hoje,
exportamos tanto jatos de passageiros como turboélices militares, projetando o
País num acirrado campo de alta tecnologia, antes restrito a meia dúzia de
países.
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Impasses do mundo e do Brasil
Crise mundial chega ao oitavo ano e não dá sinais de diminuir
No portal Vermelho, por Joana Rozowykwiat
A crise mundial foi debatida no seminário Crise Mundial do Capitalismo e
Desafios do Desenvolvimento Brasileiro, promovido nesta segunda-feira (26) pela
Fundação Maurício Grabois, em São Paulo
Na abertura do seminário Crise Mundial do Capitalismo e Desafios do
Desenvolvimento Brasileiro, a deputada Luciana Santos, presidenta nacional do
PCdoB, ressaltou os aspectos internos e externos da crise e apontou medidas
para que o país volte a crescer.
O evento, promovido pela Fundação Maurício Grabois, contou, na primeira
mesa de debates, com as presenças dos economistas Luiz Gonzaga Belluzzo e
Agenor Silva Junior. Eles analisaram as tendências da situação econômica
mundial.
Ao abrir o seminário, Luciana Santos ressaltou que a crise mundial chega
a seu oitavo ano, atingindo em grande medida os países em desenvolvimento e
desenvolvidos, agravando a desigualdade social e elevando as taxas de
desemprego. “Dados da OIT prognosticam que nos próximos quatro anos o mundo
terá 11 milhões de desempregados a mais. Assim, em 2019, 219 milhões de
trabalhadores não terão emprego”, citou.
Segundo ela, o núcleo do problema está na lógica financeira, rentista,
que segue no comando dos Estados nacionais da maioria dos países, sobretudo do
centro capitalista. “De ‘posse’ desses Estados, aplica políticas para
salvaguardar os ganhos fabulosos dos conglomerados financeiros e jogar o ônus
da crise sobre os ombros dos povos, dos trabalhadores”, disse Luciana.
Ao tratar dos aspectos internos da crise, a parlamentar destacou o
impacto das investigações da Operação Lava Jato na economia e criticou a tática
da oposição para instaurar a instabilidade, apostando no “quanto pior, melhor”,
gerando “forte clima de tensão e dificultando a adoção de medidas que possam
contribuir com o enfrentamento da crise”. Para ela, a oposição “busca criar um
ambiente hostil a qualquer investidor, fortalecendo o ambiente de volatilidade,
incerteza institucional, como meio de criar um ambiente de caos”.
A dirigente comunista reconheceu a existência de erros na condução da
política econômica, a exemplo da manutenção de elevadas taxas de juros. E
defendeu que os problemas na economia e na política decorrem também do fato de
o país não ter conseguido avançar em reformas estruturantes. Ao mencionar
vários dados relativos à economia, Luciana lamentou o fato de que, pela
primeira vez, a participação da indústria no PIB estará aquém dos dois dígitos
– aproximadamente 9% em 2015.
A dirigente do PCdoB lembrou que desde o início da crise, o Brasil
utilizou variadas medidas anticíclicas para proteger o emprego e a renda, mas,
sem as reformas estruturais, avaliou, elas não dão conta desta missão.
Luciana defendeu que é preciso discutir o conteúdo do ajuste promovido
pelo governo, nesse cenário de crise. “Em primeiro lugar, o ajuste deve ser
temporário, e, em segundo, ele deve estar dirigido ao andar de cima, a quem tem
gordura, a quem pode pagar pela crise, ou seja, os bancos, o mercado
financeiro, setores que somente têm aumentado os ganhos”, disse.
A deputada enumerou uma série de medidas defendidas pelo PCdoB, como a
tributação das grandes fortunas e heranças, a realização de uma reforma
tributária progressiva e a redução da taxa de juros. Segundo ela, é preciso
falar do pós-ajuste, para criar um outro clima, e investir na retomada do
crescimento, entre elas, em uma política industrial, avançar no programa de
exportação brasileiro e mudar a política de metas fiscais estabelecendo bandas
a serem cumpridas em um período maior.
Tendências da crise mundial do
capitalismo - Na primeira
mesa de debates do seminário, o consultor financeiro Agenor Silva Junior fez
uma intervenção sobre desenvolvimento e crise na era da hegemonia das finanças.
Segundo ele, o crescimento do mercado financeiro e de capitais, nos últimos
anos, acentua a hegemonia do capital financeiro sobre o desenvolvimento
econômico e político.
“O mercado de capitais cresceu significativamente nos últimos anos.
Estimativas indicam seu tamanho em cerca de US$300 trilhões, se considerarmos
os depósitos bancários (CDB etc), dívidas públicas e privadas e mercado
acionário, não se considerando os mercados de derivativos”, citou, ressaltando
que este valor representa hoje mais de quatro vezes o PIB mundial.
Mostrando vários gráficos, o economista destacou que movimentos nos
mercados de capitais afetam todo o ciclo do capital produtivo. “Empresas sem
acesso ao mercado de capitais sofrem restrições ao investimento; economias
nacionais estão submissas aos movimentos dos mercados globais; instituições
“multilaterais” e as Agências de Risco, embora desmoralizadas do ponto de vista
de suas previsões, ainda jogam papel central nos fluxos de capitais”, enumerou.
Luiz Gonzaga Belluzzo, segundo expositor da mesa, destacou no atual
cenário o fenômeno de novas tecnologias, a divisão internacional do trabalho
intraempresas, a dispersão espacial da produção e a centralização do controle
pela finança. Nesse ambiente, avalia, a relação de trabalho capitalista começa
a desaparecer e o trabalho perde cada vez mais importância na geração de valor.
Isso, sinalizou, levará o capital a se confrontar consigo mesmo. Segundo ele, a
economia capitalista chegará então a um impasse.
De acordo com Belluzzo, a rede da economia global está concentrada em
147 instituições, sendo que, destas, são mais ou menos 30 instituições
financeiras, que através de propriedade cruzada e de participação nas várias
empresas produtivas, têm o controle desse sistema. Segundo ele, há um conflito
latente entre essa configuração financeira produtiva e a preservação da
soberania dos Estados nacionais.
O economista então falou sobre o Acordo de Associação Transpacífico
(TPP), recentemente firmado por 12 países. “O TTP foi apresentado pela imprensa
brasileira como sendo algo formidável de que o Brasil ficou de fora. Mas o TTP
é o seguinte: aplica-se sobretudo à propriedade intelectual e investimento. Não
é um tratado de livre comércio. Trata-se de fato de uma tentativa que reflete
essa reconfiguração da economia global, no sentido de se desvencilhar das
regulações nacionais. Você cria a possibilidade de uma empresa localizada em
Nebraska, submetida à legislação daquele estado dos EUA para controlar por
exemplo a emissão de poluentes, poder recorrer a uma corte arbitral fora dos
Estados Unidos, para que aquela controvérsia seja dirimida”, criticou.
Isso já ocorreu, lembrou ele, com a indústria dos cigarros no Uruguai
que não pode, devido a uma legislação semelhante, impor a obrigação dos maços
de cigarro trazerem alertas sanitários contra o uso do fumo. Isso, alertou
Belluzzo, para proteger os lucros previstos, e que correriam riscos, se aquela
legislação fosse seguida.
Na segunda mesa do seminário, os economistas Lécio Morais e Eduardo
Magnani discutiram os desafios do crescimento no Brasil. O presidente da
Fundação Maurício Grabois, Adalberto Monteiro, e diretor de Estudos e Pesquisas
da entidade, Aloísio Sérgio Barroso, coordenaram os debates.
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Amizade não se terceiriza
Repito o que já registrei aqui antes: Me disseram agora que ainda há
"amig@s" aqui no Facebook que pensam que alguém (assessoria) cuida das
minhas postagens e comentários. Então, vale repetir: e-mail, Twitter,
Facebook, WhatsApp e Instagram para mim são pessoais e intransferíveis.
Ninguém me substitui, sequer sabe as senhas de aceso. Diálogo não se
"terceiriza". Comigo não. Jamais
26 outubro 2015
Todos têm uma origem comum
O ridículo racismo
VAurélio Molina*, no Jornal do Commercio
O racismo internacional, também conhecido como Movimento Eugênico, ganhou “ares de Ciência” com Francis Galton quando, utilizando a noção mendeliana de hereditariedade e a teoria evolucionista de Darwin, passou a defender (com grande sucesso, no final do século XIX e início do XX) que as questões socioeconômicas da Inglaterra, particularmente a diferença entre as classes sociais, podiam ser explicadas pela melhor “qualidade genética” de sua elite. Rapidamente o dito “racismo científico”, utilizando-se também do Darwinismo Social (que defende a existência e naturalidade da dominação dos mais inaptos pelos mais aptos) que, como uma epidemia altamente contagiosa, tomou conta de toda a “sociedade civilizada”, inclusive da maioria do meio acadêmico, passando a justificar a barbárie da exploração do homem pelo homem e muitos dos massacres e genocídios da história humana. Ainda hoje esse gigantesco e pernicioso “ovo de serpente” continua frutificando em diversos segmentos da sociedade, inclusive na implementação de políticas sociais e econômicas que aumentam exclusões e aviltam a dignidade humana. Aliás, as diferentes correntes racistas (de todas as partes do globo) sempre criam um mito para justificar seus preconceitos e práticas segregacionistas: “Arianos”, “Filhos do Sol”, “Eleitos de Deus”, “Descendentes dos Helênicos”, “Povo Escolhido”, “Supremacia Branca”, “Filhos de Odin”, “Filhos do Céu”, etc. Em verdade, essas perigosas historinhas da carochinha são inumeráveis. Até recentemente muitos chineses não aceitavam que descendiam do Homo Sapiens, mas sim de algum outro tipo de “hominídeo superior”. Entretanto, os racistas esquecem (talvez o vocábulo adequado seja “desconhecem”) que as verdades científicas são sempre provisórias. É muito mais “estar” verdade científica do que “ser” verdade científica. Olvidaram que, no Universo, tudo muda, incluindo as ditas veracidades científicas. Esta é uma das belezas da Ciência. Através do ceticismo e criticismo científico ela está sempre “se questionando” e procurando novas respostas que, por sua vez, gerarão novas maravilhosas e desafiadoras perguntas, sempre exigindo provas de qualidade (a melhor possível em determinado momento cronológico). É importante frisar que, assim como “uma andorinha só não faz verão”, apenas uma única pesquisa científica (mesmo que seja de qualidade e realizada por pesquisadores independentes e sem conflito de interesses) “não faz verdade científica provisória”. E o que nos diz atualmente a Ciência sobre a temática em tela? Vários estudos arqueológicos, linguísticos e genéticos das últimas décadas reforçam a ideia de que todos os atuais habitantes deste planeta descendem de um diminuto grupo de africanos que parecem ter sido um dos poucos grupos de hominídeos (no caso, homo sapiens) sobreviventes de alguma das inúmeras catástrofes planetárias que fazem parte da história da nossa nave mãe. E que se espalharam por todos os continentes, acerca de 60-100 mil anos, fato esse que contribuiu até mesmo para o desaparecimento de outros hominídeos, incluindo aí os nossos famosos “primos” Neandertais. O irônico nesta história é que a mesma genética (via estudos das genéticas populacionais utilizando a análise do DNA mitocondrial), que foi instrumento de argumentação racista, agora ajuda na derrubada dos mitos infantis dos racistas. Em síntese, o racismo é irmão gêmeo da ignorância e siamês do cientificismo (a perigosa pseudociência). E, infelizmente para os racistas de todos os matizes e credos, todos “vovôs e vovós ancestrais” da atual população mundial eram negros e viviam na África. Portanto, já é tempo dos racistas deixarem de serem ridículos (e merecedores de pena) e começarem a respeitar a “nossa” grande família humana e a nossa fascinante e complexa história aqui neste “grão de areia galáctico”, conhecido como planeta Terra, no beiral da linda Via Láctea, nos confins deste incomensurável e maravilhoso Universo. ps: dedicado ao senegalês Ngale Ndiaye, vendedor de bijuterias, que no dia 9/9/2015, foi vítima de racismo e xenofobia por parte de uma moradora de Londrina (PR) que, além de lhe arremessar uma banana, o agrediu fisicamente e o chamou de macaco, preto e ladrão.
* Ph.D. e membro das Academias Pernambucanas de Ciências e de Medicina
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Ousada aventura estética
. O novo livro da poeta Cida Pedrosa,
nossa querida secretária do Meio Ambiente e Sustentabilidade do Recife,
'Claranã', editado pela Confraria do Vento, expressa o vigor e a leveza de
sempre, em ousada experiência estética. Como diz Cida, "viajo pelo cordel
e por gêneros de cantoria. Gloso motes de grandes mestres da poesia, me
embrenho pelos sons da minha ancestralidade, me reencontro com o Sertão que
nunca saiu de mim."
. Lançamento nesta terça-feira
próxima, 27, às 19h, na Torre Malakoff.
. Você vai gostar.
Coerência e coragem
Natural
que em período conturbado como o que vivemos, no mundo e no Brasil, instalem-se
o conflito e a dispersão no terreno das ideias, arrastando em certa medida os
partidos políticos. Todos passam, por assim dizer, pelo crivo da realidade
concreta, vendo a consistência programática e descortino tático à prova. Uns se
perdem e se deixam levar pela onda momentânea, outros aprofundam seu caráter
reacionário. O PCdoB se destaca por manter sua coerência política e pela
coragem em arrostar as dificuldades com clareza e altivez.
Bom dia, Maximiniano Campos
Nascer de novo
Quero
viver
|
novamente
|
outra
vida.
|
A que vivi
|
teve
muitos fracassos
|
e derrotas
sofri.
|
Nascer de
novo
|
e ser
alegre e ser feliz.
|
Voltar a
um mundo cheirando
|
a jasmim,
com a madrugada
|
iluminando
tudo,
|
rompendo
as trevas
|
do
princípio ao fim.
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|
Crise e possibilidades
Sem ilusões, é possível alcançar um novo momento político
Renato Rabelo, em seu blog
No saldo
desses últimos dez meses chegamos a uma situação de grande turbulência e
desordem política no Brasil. O consórcio oposicionista, com gradação
diferenciada, tenta imputar a responsabilidade de todos os males à presidenta
da República, Dilma Rousseff. O Governo, por sua vez, está enfrentando uma dura
realidade objetiva no plano internacional, em que a grande crise econômica
sistêmica do capitalismo atinge o país em cheio. Ao mesmo tempo, internamente,
o país vive o fim de um ciclo, que exige uma transição para nova etapa de
desenvolvimento nacional. Nesta complexa encruzilhada, o Governo — empenhado na
busca de nova construção econômica e política — pode cometer erros ou
equívocos.
De forma mais
precisa, o governo Dilma responde a outro contexto mais complexo ainda e
desafiador, que está além dos dez primeiros anos a partir de 2003.
Na verdade, tem prevalecido da parte da presidenta da República dedicação e
inteira responsabilidade na busca da superação da crise política e econômica.
Honesta e sincera, ela tem dado provas da sua obstinação para conhecer a
realidade concreta, a fim de abrir caminho para uma nova etapa de
desenvolvimento para o país, estando comprometida com a orientação de mais
democracia, mais soberania e mais progresso social.
Nesse período,
a maioria da elite conservadora demonstrou seu inconformismo com o resultado da
eleição presidencial de 2014. Sublinho: tem sido da inteira responsabilidade da
oposição, a instrumentalização da crise, a exacerbação da situação econômica,
incitando a desconfiança, explorando o descontentamento de certas camadas da
população e levando-as à exasperação, principalmente ao ataque à presidenta da
República, ao PT e, crescentemente, ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Isso ocorre,
sobretudo, a partir de seus setores mais recalcitrantes da Câmara dos Deputados
e do Senado e do ostensivo papel oposicionista da maioria da “grande” mídia, do
próprio presidente do PSDB, de movimentos fascitóides, baseados em camadas
médias abastadas.
A oposição
anti-Dilma procurou infundir uma grande quimera no seio da população — através
da mídia dominante — que destituindo a presidenta Dilma, surgiria um governo
com legitimidade e tudo se resolveria. Assim, nesse tempo se dedicaram de todas
as formas à conspiração golpista, em criar maneiras de burlar a Constituição,
em desnaturar as conquistas democráticas. Movidos pela intolerância política e
cegos pela ânsia e pelo açodamento em destituir a presidenta da República, uma
liderança desse campo – Paulinho da Força — confessou: “achamos que era muito
fácil tirar Dilma do poder”. O aventureirismo, a farsa embutida na sua maior
consigna – o moralismo, mas em verdade, sem moral – e uma ação política que
demonstra seus verdadeiros intentos aplicados na prática do “quanto pior,
melhor”.
Em síntese, a
oposição efetivamente não tem apresentado nenhuma alternativa, nenhum projeto
para o país. Sua alternativa se fixou em criar arbitrariamente um
“terceiro-turno”, compreendendo apenas descaracterizar a democracia e
desconstruir não só o governo Dilma, mas o próprio país. Fazem tudo pela sua
volta ao centro do poder, seguindo à risca a ideologia clássica lacerdista do
“vale tudo, sim, pelo poder”.
Na recorrência do movimento golpista, essa oposição age em pleno conciliábulo
com o presidente da Câmara dos Deputados, chegando ao limite de definir um rito
próprio para abertura do processo de impeachment, antidemocrático e sem
consistência constitucional.
Possibilidades
de um novo momento político - Na terceira semana de outubro entra em
cena o STF, numa ação rápida e responsável, deferindo liminares provocadas por
deputados do PCdoB e do PT para impedir o rito imposto. Barrou-se assim, no
campo jurídico, a manobra golpista. Numa demonstração acintosa e petulante dos
golpistas, estes ainda tentaram esquivar-se da decisão do Supremo.
No próprio
jogo de “novo pedido” de abertura do processo de impeachment já transpareceu a
farsa. Ele é repetitivo, porquanto os fatos arrolados são os mesmos e a
justificativa fundamental é a mesma do pedido original. A emenda introduzida é
ainda pior que o arrazoado, uma aberração jurídica: pede condenação por um
suposto delito a acontecer.
Agora, eis que
o próprio Eduardo Cunha, que está no centro de pesadas acusações da
Procuradoria Geral da República, num recuo indicativo, afirma que “o fato de
ter a pedalada, por si só, não significa que isso seja razão para pedido de
impeachment”. Tal situação expõe a que patamar atingiu a exasperada ação
oposicionista: desconstrutiva para a nação e sua ordem institucional.
Assim, no
momento certo, em resguardo do Estado democrático de direito, a legalidade é
reposta pelo STF no convulsionado curso político. Abre-se, desse modo, o
cenário para novo momento político. Esta e outras decisões substanciais,
recentes, da Suprema Corte, podem ser providenciais para se alcançar a
normalidade política, nesta hora em que tanto se exige para repor o caminho do
crescimento econômico do país.
Compondo esse
novo momento, destaca-se o volume crescente de manifestações do pensamento
jurídico mais representativo e independente do país e de personalidades
progressistas, questionando e condenando a leviandade como está sendo tratado o
tema do impedimento da presidenta da República. Sobretudo enfatizando que, sem
prova de crime de responsabilidade cometido diretamente pela presidenta no
exercício de seu mandato, esse intento é um “flagelo à Democracia brasileira e
um escárnio à Constituição”. E ressalte-se, o pronunciamento com justa
propriedade por parte do Ministro do STF, Luís Roberto Barroso, ao afirmar que
“temos que decidir se somos uma grande nação ou uma ‘republiqueta’”.
Por sua vez, o
movimento social e de esquerda se organiza na Frente Brasil Popular,
enfatizando a luta contra o golpismo. E — numa ação mais expansiva — setores
representativos da própria elite conservadora se opõem ao impeachment.
Esse novo momento se completa pela atuação presente e crescente da presidenta
Dilma, com os seus pronunciamentos mais afirmativos. Sobretudo, pela primeira
vez focados em desnudar a trama golpista, a presidenta sai em defesa e
manutenção dos programas sociais, dos propósitos do governo e a ativação de
diálogos recentes com os partidos políticos de sua base, governadores e
prefeitos, centrais sindicais e movimentos sociais.
O sentido da
recomposição e reorganização do Governo - Mas o ponto
alto do protagonismo da presidenta foi seu empenho direto, com o apoio ativo do
ex-presidente Lula, na recomposição e reorganização do seu governo, tendo em
vista a formação de uma maioria parlamentar no Senado e, sobretudo na Câmara
dos Deputados, considerando principalmente, o papel singular do PMDB nas
condições atuais.
Resultante
dessa jornada e de sua determinação, a presidenta anunciou no segundo dia de
outubro a atual reforma ministerial, que desanuviou o clima político na relação
governo-base e permitiu mudanças que podem reforçar a base no Congresso
Nacional. No entanto, ainda se exige esforço para sua complementação, sabendo
ser impossível conseguir uma convergência completa.
Em suma, mais
proveitoso seria prever qual a tendência atual que pode resultar das marchas e
contramarchas da crise em evolução.
O curso
político — desde o começo de outubro — acentuou o crescimento de manifestações
mais amplas contrárias ao impeachment, a intervenção do STF repôs termos da
legalidade, a reforma ministerial vai criando novo clima e o próprio disparate
jurídico que permeia o pedido de impedimento apresentado — leva de forma
convergente ao esvaziamento do impeachment.
Embora as
fontes de complicação e instabilidade da crise persistam, esses últimos
acontecimentos geram condições para fertilizar novo momento, que permita certa
normalidade política, imprescindível para resolver ao mesmo tempo a
instabilidade econômica. Enfim, não se deve ter ilusões: a luta é prolongada e
contínua, os golpistas continuam entrincheirados, a Operação Lava-Jato produz
incertezas, a situação econômica continua imponderável. A luta segue e os
desafios devem ser enfrentados pela ampla unidade das forças, democráticas,
populares e progressistas.
Leia
mais sobre temas da atualidade: http://migre.me/kMGFDFormação militante
Programa Socialista e noções sobre o marxismo-leninismo na internet
Portal da Fundação Maurício
Grabois
O CPS - Curso do Programa Socialista - e CIM - e o Curso de Iniciação
ao Marxismo-Leninismo - terão novas turmas com início no próximo dia 05 de
novembro.
Dando
continuidade ao trabalho de formação teórica de filiados (as), militantes e ao
público em geral interessado em conhecer o Programa Socialita do PCdoB e os
elementos fundamentais do Marxismo-Leninismo, a Escola João Amazonas iniciará
novas turmas para os dois cursos no próximo dia 05 de novembro através da
Plataforma de Ensino a Distância.
O CPS pode ser
feito por qualquer camarada que tenha participado das atividades presenciais,
organizadas pelos comitês municipais e estaduais do PCdoB como forma de
aprofundar o estudo sobre o Programa Socialista e por quem ainda não participou
de nenhum curso do Partido. O CIM segue os mesmos critérios e para realizá-lo é
preciso fazer uma breve avaliação que tem como base os conhecimentos adquiridos
com a realização do CPS.
Os dois
cursos, integrados e gratuítos, fazem parte do Nível I de formação da
Escola Nacional João Amazonas e ao final de cada um o internauta poderá
imprimir os respectivos certificados. Ao final do CIM, os (as) camaradas
filiados (as) e militantes do PCdoB podem se inscrever para a realização da
etapa preparatória ao curso Nìvel II - Conceitos Básicos do Marxismo-Leninismo
- cuja fase presencial é organizada pelos Comitês Estaduais do Partido.
Para acessar
Plataforma de Ensino a Distância e a solicitar a senha de acesso basta entrar
em http://escolapcdob.org.br
Leia mais sobre temas
da atualidade: http://migre.me/kMGFD
Inclusão
Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), de
2003 a 2012 o número de passageiros em voos nacionais passou de 29 para 88,5
milhões, o que represente um aumento de 204%. Tal crescimento esteve conectado
também ao crescimento da renda e do emprego nesse período.
Malandragem tucana
FHC sabia de tudo
Carta Capital
Em livro de memórias, FHC diz ter sido informado
por Benjamin Steinbruch de escândalo na estatal em 1996
Em entrevista à revista alemã Capital,
publicada em agosto deste ano, o ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso afirmou que o escândalo de propinas
em contratos da Petrobras havia começado no governo Lula. Mas
Narciso só acha feio o que não é espelho.
No livro Diários da Presidência – volume 1,
a ser lançado em 29 de outubro, FHC assume que tinha conhecimento de um esquema
de corrupção na estatal em seu primeiro mandato e nada fez para interrompê-lo.
Em seu livro de memórias, o ex-presidente revela
ter sido alertado em 1996 sobre um escândalo na Petrobras em um almoço com Benjamin Steinbruch,
dono da Companhia Siderúrgica Nacional e indicado pelo tucano para o Conselho
da estatal.
“Eu queria ouvi-lo sobre a Petrobras.
Ele me disse que a Petrobras é um escândalo. Quem manobra tudo e manda mesmo é
Orlando Galvão Filho, embora Joel Rennó tenha autoridade sobre Orlando Galvão.”
Em 1996, Rennó era presidente da estatal e Galvão
Filho o presidente da BR Distribuidora. O tucano registrou ainda “que todos os
diretores da Petrobras são os mesmos do conselho de administração” e sugeriu a
existência de um jogo de cartas marcadas nas decisões da empresa. “São sete
diretores e sete membros do conselho. Uma coisa completamente descabida.”
Embora tenha afirmado que havia necessidade de
“intervenção” na Petrobras, FHC preferiu não interferir. “O problema é que eu
não quero mexer antes da aprovação da lei de regulamentação do petróleo pelo
Congresso.”
Esta, sim, é uma informação que mereceria dos
jornalões da mídia nativa uma manchete, espaço sempre reservado apenas a
acusações contra Dilma e Lula. Os petistas só foram acusados em delações
premiadas e não há provas materiais contra eles. Por outro lado, o diário de
FHC deixa claro: ele sabia de tudo.
Leia mais sobre
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