Na entrevista ao Jornal do Commércio em que “acusa“ Paulo Câmara de tê-lo apoiado no governo,Temer se coloca claramente — mesmo consciente da sua imagem negativa — no papel de cabo eleitoral da oposição em Pernambuco.
A construção coletiva das idéias é uma das mais fascinantes experiências humanas. Pressupõe um diálogo sincero, permanente, em cima dos fatos. Neste espaço, diariamente, compartilhamos com você nossa compreensão sobre as coisas da luta e da vida. Participe. Opine. [Artigos assinados expressam a opinião dos seus autores].
30 agosto 2018
29 agosto 2018
Embate acirrado
Mais na mídia do que
nas ruas
Luciano Siqueira, no Blog de Jamildo/portal ne10
Enfim, a campanha
eletrônica consolida sua primazia em relação à mobilização de rua. Do chamado
horário gratuito às entrevistas, sabatinas e debates na TV e no rádio,
incluindo repercussão através das redes sociais, trava-se intenso embate em
toda parte.
Em âmbito nacional e
nos estados.
Já não são as grandes
manifestações públicas — passeatas, comícios — que dão tom da campanha
eleitoral.
A campanha à
reeleição do governador Flávio Dino, do Maranhão, ainda é uma das poucas
exceções.
A presença dos
candidatos nas ruas serve principalmente para produzir imagens que possam ter
ressonância e aderência quando difundidas através das diversas mídias.
Numa campanha de
tempo encurtado em relação aos pleitos passados, vale tudo para fixar a imagem
dos candidatos e ideias força sobre o que propõem realizar, uma vez eleitos
presidente ou governador.
Porém no meio do
caminho há empecilhos que concorrem menos para esclarecer e mais para
confundir. Ou, no mínimo, para manter o debate num nível superficial,
insatisfatório.
Talvez o exemplo mais
emblemático esteja nas entrevistas de 30 minutos, com candidatos à presidência
da República, realizadas pelos apresentadores do Jornal Nacional, da Rede
Globo.
Embora abordem
questões relevantes — saída para a crise fiscal, enfrentamento do desemprego e
da violência criminal ou mesmo a posição em relação a questões hoje epidérmicas
na sociedade brasileira, a igualdade e a identidade de gênero, por exemplo —,
repete-se o cortejo de “pegadinhas“ destinadas a constranger o entrevistado.
Isso em detrimento da explicitação de ideias programáticas.
Nos debates na TV e
no rádio já realizados, envolvendo candidatos à presidência e a governador, as regras
muito rígidas e a imposição de tempo excessivamente curto para respostas dos
candidatos os constrangem à tentativa de deixar apenas boa impressão, através
de frases de efeito ou de um gesto mais agressivo.
De toda forma, a
exposição midiática do embate eleitoral, com todas essas limitações, rapidamente
reduzirá em muito o fastio de expressiva parcela do eleitorado em relação às
eleições.
A maioria votará sim,
pois há uma percepção difusa e algo imprecisa por parte da maioria da população
de que, apesar de todas as frustrações, será através do voto que a situação
poderá mudar.
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Vontade do povo
Lula tem a
preferência de 54 milhões de eleitores já no primeiro turno
Portal Vermelho
Segundo o Ibope e
o Datafolha de Minas, se as eleições fossem hoje Lula teria por volta de 54
milhões de votos, o que seria a maior votação já registrada em primeiro turno
para presidente da República desde a redemocratização do país.
Não é apenas o
Nordeste que garante a liderança folgada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT) nas pesquisas de intenção de voto para as eleições deste ano. O
detalhamento da primeira rodada do Ibope pelo país mostra que Lula vence seus
oponentes em todas as regiões e em 23 dos 27 estados, sendo quatro deles em
situação de empate técnico com o segundo colocado. Para Minas Gerais, o
levantamento usou os números do Datafolha, já que o Ibope ainda não divulgou
pesquisa para o estado.
A eleição que mais se aproxima desse número é a de 2010, quando Dilma Rousseff (PT) obteve 47 milhões de votos no primeiro turno. Depois vem o próprio Lula, concorrendo à reeleição em 2006, com 46 milhões. Em 2002, Lula teve 39 milhões. Em 1994 e 1998, FHC obteve 34 e 35 milhões respectivamente. E em 1989, Fernando Collor terminou o primeiro turno na liderança com 20 milhões de votos.
Por regiões, os números também impressionam. No Nordeste, segundo o Ibope, Lula vence em todos os estados e teria hoje 22 milhões de votos – o equivalente a quase 58% dos votos totais da região. No Sudeste, Lula vence nos quatro estados, alcançando hoje 19 milhões de votos.
No Sul, são mais 5,5 milhões, com Lula vencendo em dois dos três estados (Rio Grande do Sul e Paraná). No Norte, outros 5 milhões, com liderança em quatro dos sete estados (Pará, Amazonas, Tocantins e Amapá). E no Centro-Oeste Lula teria hoje 3 milhões de votos, com vitória em três das quatro unidades (Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul).
Veja abaixo os números de Lula por estado:
NORDESTE
PI – 65% – 1,5 MILHÃO
MA – 63% – 2,8 MILHÕES
PE – 62% – 3,8 MILHÕES
PB – 57% – 1,6 MILHÃO
CE – 56% – 3,5 MILHÕES
SE – 56% – 900 MIL
BA – 55% – 5,6 MILHÕES
RN – 53% – 1,2 MILHÃO
AL – 53% – 1 MILHÃO
SUDESTE
MG (Datafolha) – 41% – 6,4 MILHÕES
ES – 32% – 860 MIL
RJ – 29% – 3,6 MILHÕES
SP – 26% – 8,5 MILHÕES
SUL
RS – 32% – 2.6 MILHÕES
PR – 24% – 1,9 MILHÃO
SC – 20% – 1 MILHÃO
NORTE
TO – 47% – 500 MIL
PA – 42% – 2,3 MILHÕES
AM – 41% – 1 MILHÃO
AP – 35% – 200 MIL
RO – 29% – 300 MIL
AC – 25% – 136 MIL
RR – 21% – 60 MIL
CENTRO-OESTE
MT – 40% – 900 MIL
MS – 31% – 500 MIL
GO – 29% – 1,2 MILHÃO
DF – 21% – 400 MIL
Fonte: Lula.com.br
A eleição que mais se aproxima desse número é a de 2010, quando Dilma Rousseff (PT) obteve 47 milhões de votos no primeiro turno. Depois vem o próprio Lula, concorrendo à reeleição em 2006, com 46 milhões. Em 2002, Lula teve 39 milhões. Em 1994 e 1998, FHC obteve 34 e 35 milhões respectivamente. E em 1989, Fernando Collor terminou o primeiro turno na liderança com 20 milhões de votos.
Por regiões, os números também impressionam. No Nordeste, segundo o Ibope, Lula vence em todos os estados e teria hoje 22 milhões de votos – o equivalente a quase 58% dos votos totais da região. No Sudeste, Lula vence nos quatro estados, alcançando hoje 19 milhões de votos.
No Sul, são mais 5,5 milhões, com Lula vencendo em dois dos três estados (Rio Grande do Sul e Paraná). No Norte, outros 5 milhões, com liderança em quatro dos sete estados (Pará, Amazonas, Tocantins e Amapá). E no Centro-Oeste Lula teria hoje 3 milhões de votos, com vitória em três das quatro unidades (Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul).
Veja abaixo os números de Lula por estado:
NORDESTE
PI – 65% – 1,5 MILHÃO
MA – 63% – 2,8 MILHÕES
PE – 62% – 3,8 MILHÕES
PB – 57% – 1,6 MILHÃO
CE – 56% – 3,5 MILHÕES
SE – 56% – 900 MIL
BA – 55% – 5,6 MILHÕES
RN – 53% – 1,2 MILHÃO
AL – 53% – 1 MILHÃO
SUDESTE
MG (Datafolha) – 41% – 6,4 MILHÕES
ES – 32% – 860 MIL
RJ – 29% – 3,6 MILHÕES
SP – 26% – 8,5 MILHÕES
SUL
RS – 32% – 2.6 MILHÕES
PR – 24% – 1,9 MILHÃO
SC – 20% – 1 MILHÃO
NORTE
TO – 47% – 500 MIL
PA – 42% – 2,3 MILHÕES
AM – 41% – 1 MILHÃO
AP – 35% – 200 MIL
RO – 29% – 300 MIL
AC – 25% – 136 MIL
RR – 21% – 60 MIL
CENTRO-OESTE
MT – 40% – 900 MIL
MS – 31% – 500 MIL
GO – 29% – 1,2 MILHÃO
DF – 21% – 400 MIL
Fonte: Lula.com.br
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28 agosto 2018
Precários
Apresentadores do Jornal Nacional fazer uma entrevista ridícula com Jair Bolsonaro. Gastam o tempo com questões secundárias e omitem perguntas sobre propostas programáticas do candidato à presidência da República. Mas, assim mesmo, levam o entrevistado a revelar o seu discurso ultra direitista.
27 agosto 2018
Possibilidades e ameaças
Xadrez
da candidatura Lula-Haddad e os golpes possíveis
Luis Nassif, Jornal GGN
Nosso jogo de xadrez das eleições está sob a influência das seguintes
variáveis:
1.
As
expectativas em relação ao 2º turno. Quanto mais fraco Geraldo Alckmin, maior a
probabilidade de uma nova etapa do golpe, com tentativas de inviabilizar não
apenas a chapa Lula/Fernando Haddad como do próprio Bolsonaro.
2.
Por outro
lado, há uma desmoralização cada vez maior das manobras jurídicos-ilegais. Hoje
em dia está claro para a parte bem informada da opinião pública os arreglos
entre a cúpula do Judiciário, o TRF4 e a PGR (Procuradoria Geral da República).
3.
O fator
Bolsonaro continua sendo a ameaça maior, devido à sua influência na base do
Ministério Público Federal e em parte do poder econômico.
Vamos analisar por partes.
Peça 1 - As expectativas nas próximas eleições - Todas as indicações até agora apontam para a baixa probabilidade da
candidatura Geraldo Alckmin alçar voo.
Vamos a algumas simulações em relação às últimas pesquisas, com recorte
regional, comparando com as eleições de 2014.
As eleições presidenciais no Sudeste - Em 2014 o Sudeste deu o maior contingente de votos para Aécio Neves
contra Dilma Rousseff. Mantidos os mesmos percentuais de votos de 2014, o eixo
Alckmin-Bolsonaro receberia do Sudeste uma vantagem de 5 milhões de votos, 6,6
milhões a mais vindos de São Paulo e compensando com folga 1,1 milhão a menos
no Rio de Janeiro e 454 mil a menos de Minas Gerais. No 2º turno, Dilma recebeu
do Sudeste o equivalente a 20 milhões de votos.
Só no 1º turno, Lula receberia 19,4 milhões, quase o mesmo que Dilma no
2º. Levando em conta os votos válidos, Lula tem 43% contra 24% de Bolsonaro,
16% de Geraldo Alckmin, 9% de Marina Silva e 9% de Ciro Gomes.
Supondo
que todos os votos de Bolsonaro fossem para Alckmin (ou vice-versa) e a direita
ainda herdasse 60% dos votos de Ciro Gomes e Marina Silva, ainda assim os dois
lados sairiam empatados no Sudeste.
Nas eleições
de 2014, o Sudeste deu 5 milhões de votos a mais para Aécio. Na quadra atual,
haveria empate técnico.
Os
votos no Nordeste
Tomando-se
por base as últimas pesquisas, tomando-se por base apenas o 1º turno, Lula
sairia do Nordeste com 23,5 milhões de votos contra 4,7 milhões da soma de
Alckmin e Bolsonaro.
Supondo-se que 60% dos votos de Ciro e Marina sejam para Bolsonaro-
Alckmin, ainda assim a vantagem de Lula-Haddad seria de 24,9 milhões de votos
contra 6,8 milhões dos votos somados de ambos.
Em
2014, o Nordeste deu uma vantagem de 17 milhões a Dilma. Na quadra atual, a
vantagem poderia chegar a 18 milhões.
Nesse balanço Sudeste + Nordeste, tem-se o seguinte quadro:
1.
Nas eleições
de 2014, Dilma saiu com uma vantagem de 11,8 milhões de votos sobre Aécio.
2.
Pelas
projeções acima, Lula-Haddad sairiam com uma vantagem de 17,8 milhões.
Incluindo o Sul
O jogo passa a se concentrar então no Sul e no Norte-Centro Oeste.
No Sul, há mudança de cenário. Lula-Alckmin acumula 5,8 milhões, contra
4,3 milhões de Bolsonaro, 2 milhões de Álvaro Dias, 1 milhão de Ciro e Marina e
meros 860 mil de Alckmin.
Se
todos os votos de Marina, Ciro e Álvaro fossem ou para Alckmin ou Bolsonaro,
ainda assim haveria um empate técnico. Em 2014, o Sul deu uma vantagem de 3,3
milhões para Aécio Neves.
Juntando
as regiões
Supondo
que 60% dos votos de Marina e Ciro fossem ou para Alckmin ou Bolsonaro, o
quadro nacional ficaria assim: uma vantagem de 17,8 milhões para Lula-Haddad,
contra 8,3 milhões para Dilma em relação a Aécio.
A
transferência de Lula para Haddad
Vamos
a uma simulação realista: metade dos votos de Marina e Ciro para cada lado e
Lula transferindo 80% de seus votos para Haddad. Nesse caso, a vantagem de
Lula-Haddad seria de 8,1 milhões de votos no 2º turno.
m
outra simulação, supondo que 60% dos votos de Marina e Ciro migrem para a chapa
anti-PT. A transferência de votos de Lula para Haddad teria que ser superior a
72% para garantir sua vitória.
Conclusão
Em
condições normais de voo, Lula levaria no 1º turno e há uma boa probabilidade
de Haddad levar no 2º turno.
Acontece
que o golpe tem como foco quase exclusivamente o PT. Gastando a bala de prata
no PT, não haveria condições políticas de cassar a candidatura de Bolsonaro.
Caso o golpe avance, interditando a chapa completa do PT, há a possibilidade
concreta de vitória de Bolsonaro sobre Alckmin no 2º turno.
Peça 2 – o novo tempo do golpe
O
golpe chegou a uma encruzilhada. Pode ser que se atravesse o Rubicão, deixando
de lado qualquer veleidade de dourar a pílula com pitadas de formalismo. Mas a
perda de controle da tropa está produzindo um desgaste crescente na corporação.
Principalmente quando fica clara a influência do MBL e de Bolsonaro sobre a
primeira instância dos Ministérios Públicos – o federal e os estaduais.
Aqui,
as últimas ofensivas de procuradores, intimando professores de universidades,
em função do curso sobre o Golpe, ou, como no caso mais grave, o Procurador
Marco Aurélio Dutra Aydos, de Santa Catarina, denunciando e pedindo a prisão do
reitor da UFSC por não ter impedido manifestações no campus contra a Operação
que levou ao suicídio do reitor Cancellier.
Esse
deslumbramento irresponsável está ajudando a virar o fio, a expor o monstro que
se criou, reforçando as tentativas de controle futuro do MPF e a aprovação da
Lei contra Abuso de Poder, qualquer que seja o próximo presidente da República
– com exceção obviamente de Bolsonaro. E não há manifestações da PGR e do CNMP
(Conselho Nacional do Ministério Público) contra atitudes que comprometem
profundamente a imagem do MPF como um todo.
Esses esbirros autoritários, mais a manifestação do Comitê de Direitos
Humanos da ONU, trazem um novo componente para o jogo, especialmente com o fim
da gestão da inacreditável Ministra Carmen Lúcia na presidência do STF.
Próximo presidente, Dias Toffoli tem demonstrado uma iniciativa louvável
de perseguir um mínimo de coesão no tribunal. Por outro lado, sua posse trará
Carmen Lúcia para a 2ª Turma – que, até agora, tem sido uma voz isolada contra
o arbítrio.
Por outro lado, está ficando cada vez mais nítido, para a parte mais
influente da opinião pública, o oportunismo e a hipocrisia de personagens que
pegaram carona nas operações policiais. É o caso de
Luís Roberto Barroso.
Verborrágico em defesa do Estado mínimo, e do empreendedorismo, votou a
favor do reajuste de 19% para os Ministros do Supremo, trazendo atrás de si
todos os reajustes do Judiciário. Apanhado na contradição, explica que não aprovou:
o Supremo não deu aumento, o Supremo não tem competência para dar aumento, e
tudo o que o Supremo fez foi prever no orçamento a possibilidade de o Congresso
vir a dar o aumento, se ele entender que deve dar". Entenderam?
De novo: “Meu voto foi pensando em que não se deveria impedir
uma categoria de reivindicar, mas não foi um voto no sentido de que eu ache que
deva dar aumento”. Continuam não entendendo?
Não ficou nisso. Semana passada jogou para a plateia, sustentado
que “publicar salários de juízes é questão de transparência”.
Ocorre que, valendo-se da visibilidade de Ministro do STF, Barroso vem
construindo uma bem-sucedida carreira da palestrante profissional, que deve lhe
render bem mais do que o salário de Ministro do STF. E mantém os ganhos como
palestrante em sigilo, desobedecendo um preceito de que não pode haver sigilo
bancário ou fiscal para funcionário público.
Está em suas mãos julgar a autorização para Lula se candidatar ou não. A
reprovação cada vez maior dos círculos jurídicos internacionais às jogadas
políticas do golpe, certamente será um fator de constrangimento para Barroso.
Menos pelos princípios, mais pela vaidade.
Peça 3 – a resultante final
É impossível qualquer certeza sobre o que ocorrerá nas próximas semanas.
O fato do golpe ter se escancarado traz duas possibilidades antagônicas:
1.
Inibir
futuras jogadas.
2.
Rasgar a
fantasia definitivamente.
A própria ameaça Bolsonaro traz um ingrediente relevante para uma
pactuação entre os setores civilizados do país.
Dias desses Steven Levitsky, professor de Harvard e autor do livro “Como
as democracias morrem” dizia de sua surpresa ao conversar com grandes
empresários brasileiros e sentir, neles, apoio a Bolsonaro. Graças à
irresponsabilidade dos grupos de mídia, com seu antipetismo desvairado, o vírus
da besta foi inoculado não apenas na classe média, mas nas corporações públicas
e em parte do empresariado.
Nunca se chegou tão perto de momentos tão decisivos para a história do
país. Nas próximas semanas se saberá se haverá espaço para algum pacto
civilizatório ou o país mergulhará nas trevas de vez.
Para ler a matéria no original,
com tabelas ilustrativas clique aqui https://bit.ly/2MCYK7m
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26 agosto 2018
Decadente
Sport perde mais uma, Santa e Cruz e Náutico permanecem na série C. É o nível precário do atual futebol pernambucano. Deplorável.
24 agosto 2018
Inexpressivo
A irrelevância de FHC foi a maior perda para o
liberalismo brasileiro
Luis
Nassif, Jornal GGN
O liberalismo brasileiro esbarrou em dois muros intransponíveis. O primeiro deles, o fenômeno Lula que explode em 2008 casando as políticas sociais anteriores com uma visão integrada de nação, contemplando a diplomacia, o papel da defesa, das políticas industriais e das formas de interação com as políticas sociais.
O segundo muro
foi o destino ter jogado o neoliberalismo brasileiro nas mãos de Fernando
Henrique Cardoso, provavelmente o mais desinteressado presidente da história
moderna do país. FHC saiu do governo desmoralizado não apenas entre as classes
populares, mas entre a elite econômica paulista.
Mas as
circunstâncias políticas colocaram a máquina de propaganda para recriar a
imagem pública dele, como um contraponto a Lula. Não adiantou. Faltou grandeza
a FHC como presidente e, mais ainda, como ex-presidente. Não encarnou nem as
virtudes públicas, nem as pessoais. Como, por exemplo, manifestar solidariedade
a um companheiro de caminhada democrática, como foi o caso de Lula.om todas as ressalvas que se pudesse fazer a eles, Mário Covas, Itamar, até
José Sarney nos momentos mais dramáticos da vida nacional, eram figuras
presentes. Quando o mensalão ameaçava provocar desequilíbrios relevantes na
vida política nacional, Itamar, Sarney, Fernando Collor, todos assumiram suas
responsabilidades, como ex-mandatários, com manifestações públicas em defesa da
democracia. Menos FHC.
Nem a idade
incutiu-lhe generosidade, responsabilidade institucional com o país. Tornou-se
um político e um intelectual irrelevante.
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Sem sectarismo
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23 agosto 2018
Divisor de águas
Sua Excelência o Eleitor
Luciano Siqueira, no portal Vermelho
Agora que a batalha eleitoral começou pra valer, ganham maior destaque as pesquisas e a interpretação de cada uma delas, ao gosto e conforme as pretensões de cada litigante.
Há tese para tudo.
Inclusive para quem não passou de 2% de intenção de votos e para quem, como candidato tucano Geraldo Alckmin — alçado à condição de homem da confiança do super poderoso mercado —, que ansiosamente tenta chegar aos dois dígitos e volta suas baterias contra o concorrente da extrema direita, o ex-capitão Jair Bolsonaro, na dianteira.
“Quando começarem as inserções na TV, as tendências se alterarão“, dizem alguns.
Pode ser. Porém não exclusivamente por isso e talvez não de maneira determinante.
Há uma variável que todos consideram, mas alguns fazem de conta que não — as condições concretas de existência da grande maioria da população, pioradas gravemente em dois anos de governo golpista de Michel Temer.
Essa variável coloca no pódio, dentre os muitos fatores que poderão contribuir para o desenlace do primeiro turno, Sua Excelência o Eleitor, cuja capacidade de discernimento é subestimada, tanto pelos candidatos comprometidos com agenda ultraliberal, como por “analistas“ de diversos matizes que ocupam espaço diuturnamente na grande mídia monopolizada.
Tudo bem, alguém poderá argumentar que foi justamente aliança entre a maioria parlamentar reacionária (que emergiu das urnas há quatro anos) e o complexo mediático que anulou a quarta vitória consecutiva do povo nas eleições presidenciais, afastando do poder a presidenta Dilma Rousseff.
Estariam essas forças aptas a seguir adiante no golpe e evitar a “ameaça“ de uma vitória de Fernando Haddad ou Ciro Gomes, e a partir daí a interrupção da agenda tocada pelo governo Temer?
Eis o nó cego difícil de desatar.
Como já reconheceu em público um ilustre economista das hostes tucanas, essa agenda — a seu ver inegociável — não passa pelas urnas.
Pois é exatamente este o conteúdo da contenda que pode dividir claramente (com a ajuda TV, sim) os campos no primeiro turno, dando ensejo a que o candidato da aliança PT-PCdoB (Lula ou Haddad com Manuela vice) passe ao segundo turno. Ou Ciro Gomes (PDT).
O tempo de campanha é muito curto, comparado aos pleitos passados, e é urgente lastrear a campanha Lula ou Haddad com mensagem esclarecedora e compreensível pela maioria dos eleitores.
Num eventual segundo turno, alargando a frente oposicionista o mais amplamente possível, quem sabe possamos conquistar a quinta vitória do povo brasileiro.
Luciano Siqueira, no portal Vermelho
Agora que a batalha eleitoral começou pra valer, ganham maior destaque as pesquisas e a interpretação de cada uma delas, ao gosto e conforme as pretensões de cada litigante.
Há tese para tudo.
Inclusive para quem não passou de 2% de intenção de votos e para quem, como candidato tucano Geraldo Alckmin — alçado à condição de homem da confiança do super poderoso mercado —, que ansiosamente tenta chegar aos dois dígitos e volta suas baterias contra o concorrente da extrema direita, o ex-capitão Jair Bolsonaro, na dianteira.
“Quando começarem as inserções na TV, as tendências se alterarão“, dizem alguns.
Pode ser. Porém não exclusivamente por isso e talvez não de maneira determinante.
Há uma variável que todos consideram, mas alguns fazem de conta que não — as condições concretas de existência da grande maioria da população, pioradas gravemente em dois anos de governo golpista de Michel Temer.
Essa variável coloca no pódio, dentre os muitos fatores que poderão contribuir para o desenlace do primeiro turno, Sua Excelência o Eleitor, cuja capacidade de discernimento é subestimada, tanto pelos candidatos comprometidos com agenda ultraliberal, como por “analistas“ de diversos matizes que ocupam espaço diuturnamente na grande mídia monopolizada.
Tudo bem, alguém poderá argumentar que foi justamente aliança entre a maioria parlamentar reacionária (que emergiu das urnas há quatro anos) e o complexo mediático que anulou a quarta vitória consecutiva do povo nas eleições presidenciais, afastando do poder a presidenta Dilma Rousseff.
Estariam essas forças aptas a seguir adiante no golpe e evitar a “ameaça“ de uma vitória de Fernando Haddad ou Ciro Gomes, e a partir daí a interrupção da agenda tocada pelo governo Temer?
Eis o nó cego difícil de desatar.
Como já reconheceu em público um ilustre economista das hostes tucanas, essa agenda — a seu ver inegociável — não passa pelas urnas.
Pois é exatamente este o conteúdo da contenda que pode dividir claramente (com a ajuda TV, sim) os campos no primeiro turno, dando ensejo a que o candidato da aliança PT-PCdoB (Lula ou Haddad com Manuela vice) passe ao segundo turno. Ou Ciro Gomes (PDT).
O tempo de campanha é muito curto, comparado aos pleitos passados, e é urgente lastrear a campanha Lula ou Haddad com mensagem esclarecedora e compreensível pela maioria dos eleitores.
Num eventual segundo turno, alargando a frente oposicionista o mais amplamente possível, quem sabe possamos conquistar a quinta vitória do povo brasileiro.
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22 agosto 2018
O fator tempo
Tem muito jogo a ser jogado
Luciano Siqueira, no Blog de Jamildo/portal ne10
Verdade que em todas as pesquisas o percentual de eleitores tendente a votar nulo ou branco ou se ausentar das eleições é ainda altíssimo, reflexo do desencanto e da desesperança.
Luciano Siqueira, no Blog de Jamildo/portal ne10
Verdade que em todas as pesquisas o percentual de eleitores tendente a votar nulo ou branco ou se ausentar das eleições é ainda altíssimo, reflexo do desencanto e da desesperança.
Também é verdade que a campanha
agora é muito curta e a variável tempo ganhou dimensão sem precedentes.
Para Geraldo Alckmin, candidato
tucano à presidência, o tempo o faz perder o sono porque terá que subtrair
diariamente preciosos pontos nas intenções de voto em concorrentes do seu
campo, sobretudo de Jair Bolsonaro e Marina Silva.
Daí a importância do tempo de
exposição na TV e no rádio, que conquistou via alianças com partidos do chamado
centrão.
Principalmente os spots a serem
inseridos na programação normal da TV.
Mas há outros fatores igualmente
importantes, alguns até que podem ser decisivos, tanto para despertarem o
interesse da imensa parcela do eleitorado ainda equidistante, como para mudar o
desenho das intenções de voto.
A análise dos dados de pesquisas
há que considerar isso. Tanto em relação à disputa nacional como nos estados.
Em todas as pesquisas, por
exemplo, o fator Lula continua preponderante. O ex-presidente lidera em todos
os cenários quando incluído entre os concorrentes e enseja a disputa pelo seu
espólio, quando substituído pelo companheiro de partido Haddad.
Na disputa nacional, que candidato
situado à esquerda se credenciará a um provável segundo turno — Ciro Gomes ou
Fernando Haddad (a se confirmar o impedimento de Lula)?
Depende.
Ciro, em empreitada solo (o PDT
não conquistou alianças), terá que rapidamente subtrair eleitores tanto de
Marina (que provavelmente se desidratará bastante no curso da campanha), como
de Haddad, do qual terá que se diferenciar sem queimar pontes para uma
composição em seguida.
Semelhante situação é encarada
pelos candidatos do centro-direita, Alckmin e Marina. Precisam ultrapassar o
ex-capitão da extrema direita.
Também há uma variável que segue
se alimentando que nem fogo de monturo: as consequências objetivas da agenda do
governo Temer e a insatisfação popular que gera.
Muitos são os candidatos que fogem
como o Diabo foge da cruz de qualquer identificação com o governo, e não
conseguem.
Caso de Alckmin e Meirelles, em
plano nacional.
Nos estados, inúmeros — a exemplo
dos dois senadores da chapa de oposição em Pernambuco, encabeçada pelo
candidato a governador Armando Monteiro, ex-ministros de Temer, Mendonça Filho
e Bruno Araujo.
Em suma, no campo real da batalha,
sensibilizar o eleitorado e ganhar posições se diferenciando de adversários e
concorrentes é ingente desafio.
Ponto para a tática política e a
capacidade de mobilização da sociedade, para muito além de artifícios
midiáticos e da pirotecnia.
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21 agosto 2018
Depende
'Três em cada quatro deputados e senadores são candidatos à reeleição, diminuindo a chance de uma renovação no Poder Legislativo', registra a Folha de S. Paulo. [A renovação depende mesmo é do crescimento das lutas populares e democráticas, que historicamente revelam novos líderes].
Dados e análises
Pesquisas eleitorais, amor e ódio
Luciano Siqueira, no Blog da Folha
O falecido vereador Liberato Costa Junior costumava desafiar quem em algum momento da vida havia presenciado o enterro de um anão ou sido abordado por um pesquisador do Ibope.
Luciano Siqueira, no Blog da Folha
O falecido vereador Liberato Costa Junior costumava desafiar quem em algum momento da vida havia presenciado o enterro de um anão ou sido abordado por um pesquisador do Ibope.
Em geral a resposta era negativa,
ao que o velho Liba concluía:
- Pesquisa eleitoral acredito apenas na que faço,
andando pela cidade!
Mas não cabe alimentar descrédito em
relação aos institutos de pesquisa.
O fato é que as pesquisas cumprem
um papel relevante no evolver das batalhas eleitorais. E provocam emoções
variadas.
Embora seja quase unânime a
percepção de que nas últimas décadas a metodologia empregada pelos diversos
institutos tenha se aperfeiçoado, e assim as convertem em instrumento realmente
útil, o seu uso nem sempre se faz de modo racional.
Frequentemente há duas análises
dos dados de pesquisas: uma para consumo interno dos comandos das campanhas, a
outra para divulgação ampla.
Ora convergem entre si, ora são
díspares – quando os números são negativos para quem os avalia.
A comemoração antecipada de
índices vantajosos é sempre um risco, pois revelam apenas tendências
influenciadas fortemente pelo momento da luta.
Quando se dá uma reversão,
administrar a tendência à queda não é fácil, quando não impossível.
Agora que a campanha começa,
diversos institutos divulgam os números de suas sondagens. Aos analistas, cabe
avaliar cada uma conforme a metodologia usada, a data em que os questionários foram
aplicados, a natureza das perguntas formuladas.
Ao leigo, que apenas se informa
pelo noticiário, não é fácil entender com clareza o que se passa. A mídia não
faz a análise criteriosa e fria, toma partido e acentua este ou aquele detalhe
em favor dos seus candidatos preferidos.
Hoje cedo ouvi no rádio
conjecturas sobre a última pesquisa Ibope para a presidência da República em
que, de modo tendencioso e evidentemente partidarizado, comentaristas
examinavam os índices de intenção de voto em Lula e, na hipótese da negação
judicial de sua candidatura, ao seu substituo, Haddad.
A conclusão apressada era de que
Lula não conseguiria transferir as intenções de voto em percentuais elevados.
Isto ainda muito antes mesmo da
repercussão do hipotético impedimento do ex-presidente junto ao eleitorado e da
divulgação mais ampla do nome do seu substituto.
Tal como os dirigentes partidários
e estrategistas de campanha, analistas midiáticos sabem muito bem que as
tendências reveladas nas pesquisas são sujeitas a fatos marcantes durante a
peleja e qualquer afirmação assim tão categórica corre sério risco de morte súbita.
Leia mais sobre temas da atualidade: https://bit.ly/2Jl5xwF e acesse o canal ‘Luciano Siqueira opina’, no YouTube https://bit.ly/2ssRlvd
Boquirroto
Até onde irá um candidato à presidência da República que diariamente corrige suas próprias palavras por causa das bobagens e dos absurdos que diz?
20 agosto 2018
Tendências
Lula continua
liderando e com maior fidelidade dos eleitores
Jornal GGN
Mesmo após
135 dias preso na sede da Polícia Federal de Curitiba, o ex-presidente Lula
segue na liderança da disputa à Presidência da República. De acordo com a
pesquisa CNT/MDA divulgada nesta segunda (20), o líder petista tem 20,7% das
intenções de voto espontânea e 37,3% quando os nomes dos candidatos são
indicados.
Os eleitores
de Lula também demonstram que em sua maioria são fieis ao ex-presidente: 82,3%
disseram que não irão mudar o seu voto, e apenas 17,7% consideraram que a
escolha poderá ser modificada.
Transferência
de votos de Lula - Mas,
curiosamente, quando é apresentado o cenário de que Lula possa ser impedido de
participar das eleições, a transferência de votos é feita a diversos
candidatos, não somente a Fernando Haddad. Dos 37,3% que disseram votar em
Lula, quase a metade, 17,3%, votará em Haddad.
Marina Silva,
da Rede, é a segunda maior beneficiária do impedimento de Lula, e obtém uma
transferência de 11,9% dos 37,3% de eleitores do ex-presidente. Ciro Gomes, do
PDT, fica com 9,6%.
Fidelidade
de eleitores - Já entre os
eleitores de Bolsonaro, que somaram pela pesquisa 18,8% das intenções totais
quando as opções de candidatos são apresentadas, quase um terço deles disse que
seu voto poderá mudar.
Marina
Silva, o tucano Geraldo Alckmin e Ciro Gomes são os que menos possuem
fidelidade de eleitores: os que admitem que seu voto pode mudar são de 60%
daqueles que afirmaram votar neles.
Pergunta
espontânea - No primeiro
cenário da pesquisa para a eleição presidencial 2018 da CNT, quando a pergunta
não oferece as opções de candidatos, Lula obteve a liderança de 20,7% das
intenções, Jair Bolsonaro (PSL) aparece em segundo com 15,1% e, com maior
diferença e distância, Geraldo Alckmin (PSDB) é o terceiro com 1,7%.
Ciro detém
neste primeiro cenário 1,5% das intenções, Alvaro Dias com 1,3% e Marina Silva
1,1%. Ainda nesta situação, quando o entrevistado é que tem que afirmar
espontaneamente o nome de quem irá votar, os outros votos somam 1,4%. Os que
votam branco e nulo são 18,1%.
Cenários
mais claros em pergunta estimulada - Ainda, a
pesquisa mostra que quando não são apresentados os nomes dos candidatos, o
número de indecisos é alto: 39%. Já quando as opções são oferecidas e o
entrevista tem que escolher entre elas, cai para 8,8% aqueles que permanecem
sem saber em quem votar.
A vitória de
Lula também é fortalecida quando os nomes são oferecidos: neste caso, o petista
conquista 37,3% das intenções, aumentando a diferença de Jair Bolsonaro, que
fica estagnado em 18,8%. Marina Silva é a terceira, com 5,6% das intenções e
Alckmin aparece com 4,9%, não muito distante de Ciro Gomes, com 4,1% dos
eleitores.
Alvaro Dias
(Podemos) tem 2,7% das intenções, Guilhermo Boulos (PSOL) com 0,9%, João Amoêdo
(Novo) soma 0,8%, o indicado a sucessor de Temer, Henrique Meirelles (MDB) com
apenas 0,8%, Cabo Daciolo (Patriota) tem 0,4%, Vera Lúcia (PSTU) com 0,3%, João
Goulart Filho (PPL) com 0,1 e José Maria Eymael (DC) tem 0,0%.
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Programa
Lula e Manuela querem reforma de Estado e mais
investimento
Portal Vermelho
Representante da
chapa encabeçada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Manuela
D’Ávila (PCdoB) defendeu uma reforma do Estado, nesta segunda (20), em sabatina
da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib). Para
ela, é preciso pensar um novo pacto, que viabilize controle e combate à
corrupção, mas sem impor entraves aos investimentos. Sua coligação propõe ainda
a criação de um fundo de investimento em infraestrutura.
De acordo com Manuela, as medidas de ajuste adotadas pelo
último governo – que incluíram cortes drásticos no investimento público –
emitem sinais contraditórios e não tiveram resultados exitosos para a
recuperação da economia.
Como exemplo, ela citou a Emenda Constitucional 96, que implantou o teto de gastos. “É um instrumento constitucional de proibição de investimentos. O resultado disso foi a melhora do deficit? Não. Foi o agravamento. Porque, se o governo investe menos, arrecada menos. Esse ciclo precisa ser cortado”, disse.
Na sua avaliação, há uma ofensiva política contra algumas medidas adotadas na gestão anterior, como a utilização do BNDES como indutor de desenvolvimento, fornecendo crédito de longo prazo com taxa de juros especiais.
“Precisamos recompor a capacidade de investimento do Estado. Nossa coligação propõe que a gente possa refletir sobre a construção do fundo de financiamento de infraestrutura, com o uso de uma pequena parcela das reservas internacionais”, propôs.
Manuela detalhou que o fundo utilizaria aproximadamente 10% das reservas internacionais acumuladas durante as gestões petistas, mais recursos privados e do BNDES. O montante inicial poderia chegar a R$100 bilhões e a prioridade seria a retomada de sete mil obras de infraestrutura que estão paradas no país, muitas delas relacionadas ainda à Copa de 2014.
Reforma de Estado - Para a atual deputada estadual, que será companheira de chapa de Lula, assim que a situação eleitoral do petista estiver resolvida pela Justiça, o Brasil terá que fazer o debate sobre uma reforma do Estado. Segundo ela, não há para isso um projeto pronto, mas reflexões sobre o conjunto de gargalos para que os investimentos públicos e privados possam acontecer no país, com lisura, mas também com a rapidez necessária.
“Desde a Constituição de 1988 e com as melhores intenções, criamos estruturas de combate e controle à corrupção, legislações para impedir determinadas práticas no poder público. Mas a vida real nos mostrou que não tivemos êxito no combate inicial à corrupção”, constatou. E, ao mesmo tempo, completou, essas mesmas estruturas se tornam dificultadores para a realização de investimentos.
“Precisamos ter um ambiente de controle absoluto. É evidente que é importante punir os atos de corrupção, mas o ideal é viver num país em que tenhamos menos atos de corrupção na origem. E preciso imaginar como criar estruturas que combatam a corrupção na origem, mas que não sejam obstáculo permanente aos investimentos públicos e privados”, disse.
A parlamentar apontou que o Estado brasileiro tem um conjunto de amarras aos investimentos, algo que precisa ser superado. “Se eu sentar numa plateia de cientistas, eles dirão que há cada vez mais receio de pesquisar no Brasil. Está na prisão hoje o almirante Othon [Luiz Pinheiro da Silva], um dos que mais pesquisaram sobre energia nuclear no Brasil. Os agentes públicos têm receio de avançar em licenciamentos ambientais, por exemplo, em função das responsabilidades individuais que assumem perante o Estado brasileiro”, citou.
Ela lembrou que o governo do PT criou a Empresa de Planejamento e Logística – EPL, que pode ser, num novo governo encabeçado pelo partido, um espaço reformulado para facilitação de investimentos públicos e privados.
Combater a corrupção sem travar os investimentos - “Os escândalos de corrupção aconteceram e acontecem em grandes obras de infraestrutura há muitos anos. Temos que pensar em como garantir que não aconteçam mais. Os americanos por exemplo, defendem estruturas de accountability, de transparência com participação social”, afirmou.
De acordo com Manuela, no Brasil, contudo, ao combater a corrupção, paralisam-se os investimentos. “Para irmos ao futuro temos que fazer uma nova equação, a equação de controle da corrupção, sem tratar os que investem como se criminosos fossem. Investir no Brasil não pode ser uma prática criminosa. Investir em infraestrutura tem que ser visto como aquilo que pode nos permitir ter um projeto de nação. Os países desenvolvidos não deixariam que suas grandes empresas quebrassem durante as investigações”, comparou.
Ela destacou que é necessário reduzir os entraves para os investimentos no país. “Há espaços que deliberam simultaneamente, há um rito que leva muito tempo, criado com o objetivo do controle e do combate à corrupção. Mas tivemos êxito? Não. É hora de pensarmos outro caminho. Precisamos pensar num novo pacto de Estado brasileiro, como ele funcionará para atrair investimentos privados e ter capacidade de fazer os públicos com maior velocidade, com rigor no controle e no combate à corrupção.”
Em defesa da indústria - Questionada sobre o papel da indústria, que vem perdendo espaço no Produto Interno Brasileiro, Manuela ressaltou que isso está relacionado de diversas maneiras aos investimentos públicos. E a política de cortes atual, portanto, prejudica o setor produtivo.
“A produção de ciência básica, por exemplo, acontece hoje sobretudo na universidade pública. Portanto, o debate sobre financiamento da educação pública de nível superior não pode ser desconectado do debate da indústria brasileira. Essa é uma das contradições que vejo no ar”, sublinhou.
Segundo a deputada, é preciso pensar, no país, em dois tipos de indústria – nas oportunidades geradas pela revolução tecnológica, ou seja, na indústria 4.0, mas, num país na etapa de desenvolvimento atual em que está o Brasil, não se pode abrir mão da indústria tradicional e de investimentos em infraestrutura.
Manuela defendeu ainda a importância de mecanismos de empréstimo, como o BNDES. “Sempre me pergunto qual país que se conhece no mundo que funcione sem um banco como o BNDES. Mas a política adotada agora é o desmonte dessa estrutura”, criticou, indicando que o tema do crédito e da ampliação do consumo são fundamentais para o país sair da crise.
Como exemplo, ela citou a Emenda Constitucional 96, que implantou o teto de gastos. “É um instrumento constitucional de proibição de investimentos. O resultado disso foi a melhora do deficit? Não. Foi o agravamento. Porque, se o governo investe menos, arrecada menos. Esse ciclo precisa ser cortado”, disse.
Na sua avaliação, há uma ofensiva política contra algumas medidas adotadas na gestão anterior, como a utilização do BNDES como indutor de desenvolvimento, fornecendo crédito de longo prazo com taxa de juros especiais.
“Precisamos recompor a capacidade de investimento do Estado. Nossa coligação propõe que a gente possa refletir sobre a construção do fundo de financiamento de infraestrutura, com o uso de uma pequena parcela das reservas internacionais”, propôs.
Manuela detalhou que o fundo utilizaria aproximadamente 10% das reservas internacionais acumuladas durante as gestões petistas, mais recursos privados e do BNDES. O montante inicial poderia chegar a R$100 bilhões e a prioridade seria a retomada de sete mil obras de infraestrutura que estão paradas no país, muitas delas relacionadas ainda à Copa de 2014.
Reforma de Estado - Para a atual deputada estadual, que será companheira de chapa de Lula, assim que a situação eleitoral do petista estiver resolvida pela Justiça, o Brasil terá que fazer o debate sobre uma reforma do Estado. Segundo ela, não há para isso um projeto pronto, mas reflexões sobre o conjunto de gargalos para que os investimentos públicos e privados possam acontecer no país, com lisura, mas também com a rapidez necessária.
“Desde a Constituição de 1988 e com as melhores intenções, criamos estruturas de combate e controle à corrupção, legislações para impedir determinadas práticas no poder público. Mas a vida real nos mostrou que não tivemos êxito no combate inicial à corrupção”, constatou. E, ao mesmo tempo, completou, essas mesmas estruturas se tornam dificultadores para a realização de investimentos.
“Precisamos ter um ambiente de controle absoluto. É evidente que é importante punir os atos de corrupção, mas o ideal é viver num país em que tenhamos menos atos de corrupção na origem. E preciso imaginar como criar estruturas que combatam a corrupção na origem, mas que não sejam obstáculo permanente aos investimentos públicos e privados”, disse.
A parlamentar apontou que o Estado brasileiro tem um conjunto de amarras aos investimentos, algo que precisa ser superado. “Se eu sentar numa plateia de cientistas, eles dirão que há cada vez mais receio de pesquisar no Brasil. Está na prisão hoje o almirante Othon [Luiz Pinheiro da Silva], um dos que mais pesquisaram sobre energia nuclear no Brasil. Os agentes públicos têm receio de avançar em licenciamentos ambientais, por exemplo, em função das responsabilidades individuais que assumem perante o Estado brasileiro”, citou.
Ela lembrou que o governo do PT criou a Empresa de Planejamento e Logística – EPL, que pode ser, num novo governo encabeçado pelo partido, um espaço reformulado para facilitação de investimentos públicos e privados.
Combater a corrupção sem travar os investimentos - “Os escândalos de corrupção aconteceram e acontecem em grandes obras de infraestrutura há muitos anos. Temos que pensar em como garantir que não aconteçam mais. Os americanos por exemplo, defendem estruturas de accountability, de transparência com participação social”, afirmou.
De acordo com Manuela, no Brasil, contudo, ao combater a corrupção, paralisam-se os investimentos. “Para irmos ao futuro temos que fazer uma nova equação, a equação de controle da corrupção, sem tratar os que investem como se criminosos fossem. Investir no Brasil não pode ser uma prática criminosa. Investir em infraestrutura tem que ser visto como aquilo que pode nos permitir ter um projeto de nação. Os países desenvolvidos não deixariam que suas grandes empresas quebrassem durante as investigações”, comparou.
Ela destacou que é necessário reduzir os entraves para os investimentos no país. “Há espaços que deliberam simultaneamente, há um rito que leva muito tempo, criado com o objetivo do controle e do combate à corrupção. Mas tivemos êxito? Não. É hora de pensarmos outro caminho. Precisamos pensar num novo pacto de Estado brasileiro, como ele funcionará para atrair investimentos privados e ter capacidade de fazer os públicos com maior velocidade, com rigor no controle e no combate à corrupção.”
Em defesa da indústria - Questionada sobre o papel da indústria, que vem perdendo espaço no Produto Interno Brasileiro, Manuela ressaltou que isso está relacionado de diversas maneiras aos investimentos públicos. E a política de cortes atual, portanto, prejudica o setor produtivo.
“A produção de ciência básica, por exemplo, acontece hoje sobretudo na universidade pública. Portanto, o debate sobre financiamento da educação pública de nível superior não pode ser desconectado do debate da indústria brasileira. Essa é uma das contradições que vejo no ar”, sublinhou.
Segundo a deputada, é preciso pensar, no país, em dois tipos de indústria – nas oportunidades geradas pela revolução tecnológica, ou seja, na indústria 4.0, mas, num país na etapa de desenvolvimento atual em que está o Brasil, não se pode abrir mão da indústria tradicional e de investimentos em infraestrutura.
Manuela defendeu ainda a importância de mecanismos de empréstimo, como o BNDES. “Sempre me pergunto qual país que se conhece no mundo que funcione sem um banco como o BNDES. Mas a política adotada agora é o desmonte dessa estrutura”, criticou, indicando que o tema do crédito e da ampliação do consumo são fundamentais para o país sair da crise.
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