07 julho 2023

Para onde vai o futebol brasileiro?

Futebol brasileiro é espelho de país confuso e dividido

Esporte mais popular vive em contradições, dentro e fora de campo
Tostão/Folha de S. Paulo



O futebol brasileiro vive em contradições, espelho de um país confuso, dividido e contraditório.

Ao mesmo tempo que o Brasil forma um enorme número de bons e ótimos jogadores, espalhados por seu território e pelo mundo, a seleção carece de atletas especiais para algumas posições.

Ao mesmo tempo que muitas equipes brasileiras são modernas, pressionam em todo o campo, com muita intensidade para recuperar a bola, trocam passes desde a defesa e alternam em um mesmo jogo o domínio da bola com as jogadas em velocidade, outros times, bem diferentes, possuem um estilo tradicional, ultrapassado, com muitos espaços entre os setores, com zagueiros colados à grande área e com excesso de bolas longas e cruzamentos para o gol.

Ao mesmo tempo que existem treinadores bastante atualizados, científicos, que querem aprender todos os dias, há os que acham que sabem tudo, que adoram dizer "de futebol eu entendo", como se a vida caminhasse para trás.

Ao mesmo tempo que os estádios no Brasil estão lotados, com belíssimas festas das torcidas, há péssimos gramados, como os do Mineirão e do Maracanã, excesso de jogos e partidas tumultuadas. Os árbitros são fracos e acomodados, dependentes do VAR. Chame o VAR!
 

Ao mesmo tempo que João Martins, membro da comissão técnica do Palmeiras, critica, com razão, um grave erro do árbitro por não ter expulsado no início da partida o jogador do Athletico-PR, o que poderia ter mudado a história do jogo, ele não pode fazer acusações sem provas, levianas, paranoicas, de que no Brasil o sistema não quer que os times que trabalhem de maneira melhor ganhem duas vezes o Brasileirão.

Ao mesmo tempo que são realizadas no Brasil belas e bem jogadas partidas, ocorrem também péssimos teatros, como diz o auxiliar João Martins. São teatros bélicos, grosseiros e com a participação de alguns treinadores, como Abel Ferreira.

 

Ao mesmo tempo que a maioria dos treinadores trata os árbitros e auxiliares com respeito, Felipão foi expulso durante a partida contra o América por agressivas reclamações. O treinador acusou sem provas o juiz de outras condutas contra o Atlético-MG e afirmou que os árbitros apitam os jogos do Galo já com um cartão, vindo de cima, para punir Hulk. Pior, Felipão, após a expulsão, chamou o arbitro de safado. Ele e Hulk foram expulsos e vão prejudicar o Atlético-MG.

O Atlético-MG piorou com Felipão. O América foi superior ao Galo mesmo quando perdia por 2 a 0. O América, por ter desempenhos melhores que os resultados, tem esperanças de que possa sair da zona de rebaixamento e de eliminar o Corinthians pela Copa do Brasil.

Corinthians piorou com Luxemburgo. Levou um baile coletivo do Bragantino, dirigido por Pedro Caixinha. Foi uma partida didática, para ser ensinada na faculdade, uma aula sobre as diferenças entre o futebol moderno e o ultrapassado.

Os treinadores portugueses, valorizados em todo o mundo, são na média extremamente científicos, acadêmicos, e colaboram com a evolução do futebol brasileiro e mundial.

Nesta quarta-feira (5), pela Copa do Brasil, não será um clássico entre o São Paulo de Dorival Júnior e o Palmeiras de Abel Ferreira, como gostam de dizer. Os treinadores são fundamentais, mas eles não são as estrelas do espetáculo nem podem ser excessivamente narcisistas e se achar mais importantes do que são, uma das razões das posturas agressivas de alguns técnicos contra os árbitros. O ser humano precisa ter consciência de sua insignificância.

"Sou ex muita coisa, mas ex-forrozeiro, não" https://tinyurl.com/2zbl7xtk

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