04 agosto 2016

O fator Cunha

Em tese, uma coisa não deveria estar relacionada com a outra, estritamente falando. Mas está. Apesar do papel decisivo que o então presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha cumpriu no encaminhamento do impeachment, fazendo-se assim uma peça chave na trama do golpe. Porém ao se v, logo foi reduzido à condição de aliado incômodo — tanto para o interino Michel Temer, como para a maioria parlamentar que tenta afastar definitivamente a presidenta Dilma. Agora, está em curso uma manobra para postergar a votação em plenário sobre a cassação de Cunha para depois da decisão do Senado sobre impeachment. O próprio Michel Temer estaria no comando dessa articulação, acenando com a hipótese de posteriormente não se ter o quórum necessário para derrotar definitivamente Cunha é assim salvando o seu mandato. O ex-presidente da Câmara, por seu turno, como sempre, combina a manobra com ama chantagem (estaria preparando um dossiê incriminando muita gente em atos de corrupção, incluindo o presidente interino. É briga de cachorro grande em curral de porcos.

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