22 março 2024

Minha opinião

Unidade e luta sempre*
Luciano Siqueira


É preciso construir um arco-íris vivo e ativo, não uma mistura descolorida e anódina. Eis um princípio tático comprovadamente válido em qualquer circunstância.

Como no ambiente da ampla e diversificada frente política e social que se ajuntou para vencer o último pleito presidencial e dá base ao presidente Lula para governar.

A convergência em torno da agenda da reconstrução nacional há que ser cultivada a todo instante. Na operação administrativa e na expressão pública do governo.

Concomitantemente, há um terreno igualmente fértil e desafiador: o constante debate no interior do governo, que repercute junto aos segmentos sociais mais atentos, em torno de alternativas nem sempre convergentes para o enfrentamento dos inúmeros desafios em pauta.

Por exemplo, o enfrentamento dos condicionantes macroeconômicos que incidem praticamente sobre todas as ações relevantes do governo e contempla poderosos interesses internos e externos, inclusive parcialmente representados na coalizão governista.

Superá-los é necessário - porém não é nada simples a adoção de alternativas técnicas concretas, nem a operação política correspondente.

Tudo, ou quase tudo, passa pelo parlamento. E a correlação de forças na Câmara e no Senado segue muito adversa. Implica em acordos complexos no conteúdo e desgastantes na prática.

O novo arcabouço fiscal, por exemplo, alvo de penosa negociação entre o governo e as duas casas legislativas, resultou em quase nada além de uma maior racionalidade na cobrança de tributos. 

A esquerda personificada no governo na própria figura do presidente Lula, do seu partido e aliados mais próximos, cabe um exercício hábil e consequente da equação unidade e luta.

Na literatura revolucionária, certamente é na obra “Esquerdismo”, doença infantil do comunismo, de Lênin, que essa questão terá sido abordada com inequívoca propriedade.

O líder da revolução russa assevera que antes, durante e depois da conquista do poder a força política hegemônica celebrou um sem número de acordos, inclusive com segmentos momentaneamente subtraídos das hostes tzaristras ultraconservadoras, todos indispensáveis ao avanço do movimento. 

Porém sem se diluir jamais. Feito o óleo e a água.

Essa anotação tem tudo a ver com o imenso desafio que é ajudar o governo Lula a dar certo. Uma empreitada que caminha já no segundo ano e requer a todo instante o debate de ideias consequente. 

*Texto da minha coluna semanal no portal Vermelho

Leia também: Golpe militar de 1964: a palavra do PCdoB https://tinyurl.com/5xus8559

5 comentários:

  1. Anônimo9:56 AM

    Concordo com vc, Luciano. Análise bem lúcida. Gostaria de saber o autor do livro que vc citou. Bom dia!

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  2. Anônimo9:56 AM

    Concordo e creio num caminho e em ações corretas, cada vez mais positivas para o povo brasileiro e os estrangeiros que aqui trabalham visitam e vivem

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  3. Anônimo10:11 AM

    É verdade Camarada Luciano, um grande desafio para o Governo Lula da Certo. Precisamos unir forças para apoiar o Governo do presidente Lulaaaaaaa

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  4. Anônimo10:46 AM

    Rever a Comunicação dos Governos Do PT é Urgente! Que Lula venha ao Recife aprender a fazer isto com @joaocampos . Muito bom e coerente o seu Artigo, como sempre, desde 1900 e antigamente.

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  5. Anônimo4:38 PM

    Muito claro e cristalino sua opinião embasada nos conceitos e profundidade da análise do grand líder Lênin sobre governabilidade e avanços sociais.

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