09 agosto 2006

A leveza poética de Cecília Meireles


Guerra é guerra - e a luta eleitoral, nas condições do Brasil hoje, é mesmo uma guerra de muitas trincheiras. É preciso estar atento a tudo, não subestimar nenhum detalhe. Pelejar com firmeza, determinação e coragem.

Porém a poesia é sempre necessária. Para que não percamos jamais a sensibilidade que recolhe a emoção do olhar, o calor do aperto de mão e a solidariedade que nos chega muitas vezes através de uma simples sugestão de como agir em tal ou qual situação (partindo do eleitor aparentemente menos informado).

Com a palavra, então, Cecília Meireles:

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Meu coração tombou na vida
tal qual uma estrela ferida
pela flecha de um caçador.

Meu coração, feito de chama,
em lugar de sangue, derrama
um longo rio de esplendor.

Os caminhos do mundo, agora,
ficam semeados de aurora,
não sei o que germinarão.

Não sei que dias singulares
cobrirão as terras e os mares,
nascidos do meu coração.

Um comentário:

  1. Anônimo1:47 PM

    Belíssimo! Acho o máximo sua forma de falar de política, vida, miséria e outros temas, com poesia, essa sua marca registrada, Luciano. Parabéns!

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