10 agosto 2006

Lula já seria imbatível hoje?

Leia, analise, reflita. Apesar da dianteira de Lula nas pesquisas, não seria uma temeridade considerar que hoje o presidente já seria imbatível?

Parece cada vez mais difícil derrotar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na eleição presidencial, dizem especialistas, depois que novas pesquisas mostraram vantagem ainda maior do petista sobre o principal adversário, o tucano Geraldo Alckmin. Mas a divulgação deste tipo de opinião, apesar de soar como uma notícia alvissareira, é o tipo de discurso que Lula e a coordenação de sua campanha querem evitar. Temem que o clima de “já ganhou” desmobilize a militância e abra o flanco para novas investidas dos adversários.

Duas pesquisas apuradas no início do mês e divulgadas na terça-feira apontaram que Lula tinha vantagem entre 23 e 28 pontos percentuais sobre Alckmin. Anteriormente, o candidato à reeleição estava 16 pontos à frente. Lula agora teria maioria confortável dos votos para evitar o segundo turno.

"As pesquisas são uma surpresa e um desapontamento", disse o deputado tucano Gustavo Fruet (PR). As sondagens indicaram um retrocesso para a campanha do ex-governador de São Paulo, cujas intenções de voto recuaram apesar das expectativas de que sua candidatura ganharia impulso.

"A corrida está quase terminada, será muito difícil para Alckmin reverter isso", afirmou Ricardo Ribeiro, analista político da consultoria MCM, em São Paulo.

Analistas dizem que a queda de 7,5 pontos de Alckmin na pesquisa CNT/Sensus se deve parcialmente ao avanço da senadora Heloísa Helena (PSOL-AL), cujas intenções de voto subiram de 5,4 para 9,3 por cento. De acordo com o Datafolha, ela foi de 10 para 12 por cento da preferência dos eleitores, dentro da margem de erro.

A senadora, que foi expulsa do PT por criticar reformas propostas pelo governo, era considerada uma ameaça maior a Lula do que a Alckmin. No entanto, as pesquisas mostraram que Heloísa Helena ganha mais terreno entre os eleitores mais bem educados e de maior renda que apoiariam o tucano.

Segundo analistas, enquanto Lula colhe frutos do avanço real do salário mínimo e do crescimento econômico, Alckmin perde muitos eleitores indecisos e "votos de protesto" que tinha atraído na televisão.

Apesar da forte presença na televisão em junho, a queda de Alckmin se deve, em parte, ao fato de ter conseguido divulgar seu nome mas não ter conquistado eleitores fiéis.

Para Chris Garman, analista político da consultoria Eurasia Group, em Nova York, a onda de violência em São Paulo no mês passado pode ter afetado a imagem de Alckmin como governador eficiente.

O tucano está convencido de que pode se recuperar porque tem 42 por cento mais de tempo de televisão do que Lula na propaganda eleitoral gratuita, que terá início dia 15. O tempo de cada candidato é concedido de acordo com o tamanho da bancada da sua aliança no Congresso."A corrida ainda não acabou", disse Fruet.

A televisão é a única forma de atingir a maioria dos 125 milhões de eleitores e boa parte dos analistas acredita que essa exposição pode dar uma ajuda a um candidato numa disputa apertada, mas não determina o resultado de uma eleição.

A TV não reverteu nenhuma das três eleições anteriores, diz a Arko Advice, consultoria de Brasília. "Depender apenas da campanha no rádio e na TV não é suficiente para vencer", escreveu a consultoria em um relatório desta semana.

A campanha televisiva nas próximas semanas deve ajudar Alckmin e prejudicar Heloísa Helena, que tem apenas 10 por cento do tempo de televisão do tucano, mas não será suficiente para ameaçar Lula, segundo Garman.

"Seja no primeiro ou no segundo turno, Lula deve vencer. As pessoas estão numa situação melhor do que há quatro anos e isso é difícil de superar", disse o analista.

Veja matéria completa no portal Vermelho (www.vermelho.org.br).

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