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01 agosto 2006
Um roteiro soberano para a política externa
Livro de Samuel Pinheiro Guimarães, secretário-geral do Itamaraty, explicita a política internacional do governo, articula-a com os impasses internos e traça roteiro para superação das vulnerabilidades externas do Brasil. A direita vai odiar.
Quem quiser conhecer mais a fundo as estratégias do Brasil no cenário internacional, nestes dias em que o Mercosul se reforça com a adesão da Venezuela e possível ingresso da Bolívia e de Cuba, não pode perder o volume que acaba de chegar às boas casas do ramo. Trata-se de “Desafios brasileiros na era dos gigantes” (Editora Contraponto, 456 páginas, R$ 50), do embaixador Samuel Pinheiro Guimarães. É um detalhado volume sobre os impasses do desenvolvimento brasileiro no conturbado cenário internacional pós-queda do muro de Berlim. Apesar de não ser um documento oficial, a peça é importante por revelar as idéias do segundo homem da área externa do governo. Pelo conteúdo e pelos rumos que aponta, em matéria de fortalecimento da ação do Estado e da independência nacional, é também um manual do antitucanês na gestão dos negócios públicos.
O livro é também um contundente libelo contra o neoliberalismo e as políticas de livre movimentação de capitais, desregulamentação e abertura comercial. Com base nisso, ataca as políticas de dependência tecnológica e suas dramáticas conseqüências no nível de emprego e direitos trabalhistas. “Durante o período que se inicia em 1990, o Brasil foi convencido de que, na era da globalização, o que valia era o capital, sua eficiência e sua competitividade, que a preocupação com o emprego (...) era antiquada e desnecessária, enquanto que o Estado e a soberania seriam relíquias de um passado ruim. Na base de tudo, estaria o capital – sem pátria, abundante, progressista e capaz de tudo resolver -, desde que fosse tratado sem distinções e que não se colocassem restrições aos seus movimentos de ingresso e de saída”.
Veja matéria na Agência Carta Maior www.cartamaior.com.br.
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