04 setembro 2006

Ibope: detalhes e um gráfico revelador


No blog de Alon Feuerwerker (www.blogdoalon.blogspot.com):

Se você gosta de fuçar em pesquisas, a do Ibope divulgada ontem pela TV Globo está aqui para download. Você verá que o respiro de Geraldo Alckmin aconteceu principalmente por causa da recuperação de votos em segmentos mais permeáveis ao tucano (Sul, maior renda e instrução). Alckmin continua sem penetrar no eleitorado de Lula. Vejam, por exemplo, o gráfico acima (retirado do relatório do Ibope; clique para ampliar). Há uma estabilidade espantosa no share de Luiz Inácio Lula da Silva no Nordeste.

Atenção a um trecho do relatório do Ibope:

"Por representarem uma proporção menor de eleitores, do que o Sudeste e Nordeste, os resultados das regiões Norte/Centro-Oeste e Sul estão sujeitos a maiores margens de erro amostral e, portanto, as variações entre rodadas devem ser analisadas com maior cautela.
De qualquer maneira, conforme ilustram os gráficos abaixo [neste blog, acima], as predisposições eleitorais parecem muito mais estáveis no Nordeste e Sudeste, enquanto observa-se quedas e subidas mais significativas especialmente junto ao eleitorado do Sul do país."

Bem, vale para as regiões e também para qualquer outro tipo de segmentação. Por exemplo, o grupo que ganha mais de 10 salários mínimos (R$ 3.500,00) representa menos de 5% da amostra. Seria interessante o Ibope dizer qual é a margem de erro nesse subgrupo. Deve ser bem alta. Os institutos e veículos costumam informar sobre as variações de intenção de voto dentro de subgrupos da amostra sem esclarecer que, nesse caso, as margens de erro são muito maiores. Tiram-se conclusões de oscilações estatísticas que podem não significar rigorosamente nada. Mas é preciso fazer justiça ao Ibope, pelo menos neste caso: é a primeira vez que vejo um instituto fazer essa advertência publicamente.

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