Parece que na luta eleitoral há uma lei objetiva: quando as coisas devem dar certo, dão mesmo. Ou seja: quando uma campanha começa errada, não há força humana que a conserte; e, em contrapartida, quando o vento sopra a favor, como se diz no futebol de várzea, até as falhas e as insuficiências contribuem para o êxito.
Claro que nada é tão simples assim, uma campanha vitoriosa (ou derrotada) pode ser analisada dessa forma. O êxito, assim como o fracasso, resulta de um somatório de variáveis que se entrecruzam e convergem numa determinada direção. Nenhuma variável pode ser absolutizada.
O comentário pode parecer bizantino para você que acaba de acessar nosso blog. Cabe, então, justificar. É que os jornais locais já começam a registrar em pequenas notas nas colunas frases de efeito de alguns “especialistas”, marqueteiros inclusive, destinadas a explicar (em alguns casos justificar) o resultado que se prenuncia para o domingo próximo, na sucessão estadual. Uma das explicações, por exemplo, para o fracasso da candidatura do governador Mendonça Filho estaria na errônea tática de desconstruir a candidatura do ex-ministro Humberto Costa, do PT, permitindo que fosse ao segundo turno o deputado Eduardo Campos, do PSB. O contrário talvez fosse melhor para Mendonça. Teria havido, assim um erro de cálculo. Mas há um cálculo que inexplicavelmente não botam nessa conta. Durante todo o primeiro turno, o somatório das intenções de voto em Humberto e Eduardo sempre foi superior ao alcançado por Mendonça. Natural esperar que no segundo turno as oposições unidas levassem vantagem. Não é óbvio? Mas os que não querem enxergar o óbvio tentam mesmo é ocultar o fracasso da União por Pernambuco, cujo ciclo de domínio no estado já se exaurira mesmo antes de iniciada a campanha eleitoral.
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