25 novembro 2006

Lula faz apelo: quer que PT volte a ser "exemplo para o país"


Na Folha Online: Em mensagem dirigida ao Diretório Nacional do PT, órgão máximo do partido, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo neste sábado ao exigir que a sigla, crivada de denúncias durante seu primeiro mandato, volte a ser exemplo ao país.

Ele também defendeu o governo de coalizão, mas disse não ter pressa para nomeações. "Eu cansei de fazer reunião com políticos que diziam para mim: você tudo bem, Lula, mas o PT acabou. E o PT ressurge das eleições tão ou mais forte do que era antes das eleições", disse Lula para a platéia de integrantes do alto escalão do partido reunida em um hotel de São Paulo.

Sem enumerar erros, Lula admitiu que, se o PT não os tivesse cometido, "chegaríamos muito mais fortes (ao segundo mandato)".

"Não aceitem esta bobagem de provocação de que o PT vai ser menor no governo", afirmou o presidente durante a reunião deste sábado.

PT passou por escândalos como o do mensalão, que custou a baixa de integrantes importantes dos quadros de direção do governo entre 2005 e 2006, enfrentou o caso dos dólares encontrados na cueca de um assessor e ainda a tentativa de compra de um dossiê que envolveria tucanos com a máfia dos sanguessugas.

"Agora, prestem atenção numa coisa, que é quase um apelo que eu faço a vocês. O PT tem que voltar a ser o exemplo deste país", completou.

Mandou recado ainda aos que pregaram sua saída do partido. "Como posso sair do PT se o PT não sai de mim?"

Sobre o espaço que o PT terá no segundo mandato, se maior ou menor que o de partidos que aderiram à coalizão, como o PMDB, Lula disse que é assunto para discutir mais adiante. "Não tenho pressa em escolher ministros." Mas criticou o grande número de porta-vozes que falam sobre o tema pela legenda e recomendou que apenas os líderes tenham essa atitude.
Lula afirmou ainda que o papel da oposição é importante para a democracia, mas criticou a aprovação do 13o para o Bolsa Família no Senado. Ele disse que é possível construir uma boa relação com o Congresso por meio da conversas e de reuniões.

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