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11 novembro 2006
Marcelino Freire: Nova negritude
Na Bravo! Online: Eleito autor revelação na Festa Literária Internacional de Parati em 2004, o escritor Marcelino Freire, contudo, já tinha feito barulho com livros como Angu de Sangue (2000) e Eraodito (2002). Em 2005, lançou Contos Negreiros, com textos que fazem uma releitura moderna do preconceito e do racismo. A seguir, sua visão do tema adaptada ao mundo literário brasileiro:
Existe muito preconceito da crítica?
Existe muito preconceito de boa parte da crítica e muita preguiça e acomodação. Mas não quero, aqui, saber dessa regra “dominante”. Mais vale ressaltar figuras como o João Alexandre Barbosa. Foi ele quem primeiro provou do meu Angu de Sangue e acabou indicando o prato a um montão de gente. Quem gostou, gostou.
Quem são os “negros” da literatura brasileira hoje?
São aqueles escritores, verdadeiros, que vivem numa pindaíba danada. Escravos da literatura é o que são. Sem dinheiro para o aluguel, para a cerveja. Talentosos, mas que não se vêem “livres” dessa maldição. Melhor assim, que estejam presos a ela, então.
E os senhores de engenho, quem são?
Conheço uma casa-grande que está cheia deles. Lá, na Academia Brasileira de Letras. Bufam, tomam chá e, salvo alguns poucos, olham pela janela a verdadeira literatura passar. Eu sempre me pergunto o que efetivamente a ABL faz pela literatura no Brasil, me diga. Nadica de nadica. Assim não pode ser. Um dia a senzala toda vai se revoltar. Eu, branco que sou, tô pronto para me misturar. E saravá!
Gostei dessa análise de Marcelino Freire. Viva a boa literatura! Liberdade para o bem do Brasil. Luta e ternura sempre! Um abraço Luciano.
ResponderExcluirKleyse