04 fevereiro 2007

Bom dia, Marcelo Mário de Melo


A medida da poesia


a Jaci Bezerra


Não quero a poesia
das coisas repletas.
Não quero a estrela
que some no ar.

Não gosto
da camisa apertada
saindo da calça
e amarrando acenos.

Não curto
a camisa de espantalho
derramando-se no corpo
e sugerindo outro dono.

Quero uma camisa
passando um pouco
dos ombros
que me deixe vestido e livre
para me espreguiçar
e me exaltar
para dar abraços
e braçadas na vida.

Procuro uma poesia
na medida da minha camisa.

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