Liberalismo com reserva de mercado e dinheiro público
Como era de se prever, vai forte a grita contra o plano de Luiz Inácio Lula da Silva de criar uma rede nacional de comunicação, com tevê e rádio estatais. Você sabe que eu sou a favor dessa proposta do Lula. Ela vai ajudar o Brasil a ter mais liberdade de imprensa. Haverá os veículos privados, que divulgarão, como já fazem hoje, o que os seus proprietários acharem importante divulgar. E haverá a rede do governo, que vai produzir um jornalismo de viés governamental. A competição entre os dois sistemas será saudável. Sempre que o jornalismo estatal quiser esconder algo desagradável (para o governo), essa manobra será dificultada pelos veículos privados de comunicação, que não deixarão de dar a notícia. E sempre que o governo achar que o sistema privado está deliberadamente distorcendo ou ocultando a verdade, a comunicação estatal poderá informar as coisas de um outro jeito, da maneira que o governo deseja. Com o tempo, quem fugir muito da realidade vai acabar se desmoralizando. O que também vai ser bom. Tomara que Lula resista a essa onda contra a rede estatal de comunicação. A onda embute, na minha modesta opinião, uma boa dose de farisaísmo. Os que se opõem ao projeto apresentam dois argumentos principais. O primeiro é um suposto caráter antidemocrático da idéia. Eu não concordo com essa crítica. Antidemocrático seria o governo se meter nos negócios e na linha editorial das empresas privadas de comunicação. Tenho defendido aqui, à exaustão, que a liberdade de imprensa deve ser completa e absoluta. Você que acompanha este blog sabe, também, que aqui não xingo a imprensa nem me meto a dar aulas a respeito do que ela deveria ou não veicular. Nem faço juízo de valor a respeito das intenções últimas de quem produz o noticiário nos diversos jornais, revistas, tevês e rádios. Nos pitacos que dou de vez em quando, procuro exercitar a serenidade. É por causa dessas minhas convicções democráticas que eu fico incomodado quando alguém vem dizer que o governo não deve ter o direito de fazer o seu próprio jornalismo.
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