21 março 2007

Aquecimento da economia?


No Valor Econômico:
Demanda sustenta uma forte expansão do crédito
A demanda por crédito disparou no início de 2007, ao contrário de anos anteriores, quando os primeiros meses sempre foram fracos. As operações de financiamento de veículos e de crédito consignado para pessoas físicas são os destaques. Mas as empresas também estão tomando recursos, acompanhando a expansão da atividade no primeiro bimestre.
.Segundo a Associação nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento, a carteira de veículos atingiu R$ 60 bilhões em fevereiro, com crescimento de 27% em 12 meses, e a do consignado chegou a R$ 50 bilhões, com alta 49%. O financiamento de veículos representa quase 35% do volume de crédito dos bancos, e o consignado, 30%.
.No Banco do Brasil, que responde por 16,5% do mercado brasileiro de crédito, o ritmo dos negócios surpreende. "O crescimento está além do que foi nos anos anteriores, tanto para pessoas físicas quanto jurídicas", afirma o presidente, Antônio Francisco de Lima Neto. Em veículos, o avanço já é de 30%.
.A Caixa Econômica Federal registrou crescimento de 15% no crédito rotativo neste período e o financiamento ao consumidor, 35% em 12 meses. Na Losango, braço de crédito para a baixa renda do HSBC, o financiamento ao consumo cresceu 22% em janeiro, puxado por consignado, veículos e cartões, informa o presidente, Henrique Fraya.
.O crédito imobiliário também começou o ano aquecido. O segmento foi o que mais avançou em janeiro, 2,6%, ainda de acordo com os dados do BC, e os novos negócios já cresceram 67% neste ano em relação ao primeiro bimestre de 2006, segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
.No Banco Votorantim, a demanda por crédito é forte entre pessoas físicas e empresas médias, informa o vice-presidente, Milton Roberto Pereira. Para o diretor-executivo do Bradesco, Ademir Cossiello, a perspectiva de expansão econômica anima a demanda. Os repasses do BNDES começaram o ano com muita força, diz.
. Dados do Banco Central confirmam a tendência. O crédito para pessoas físicas em janeiro avançou 2,8% nos bancos públicos e 1,8% nos privados. No ano passado, o crescimento médio mensal foi de 1,6%.

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