23 março 2007

DESTAQUE DO DIA

O que há com as mudanças no cálculo do PIB?

Suponhamos que você, tanto quanto esse modesto escriba, não seja economista nem técnico afeito à matéria. Mas tenha também o natural interesse em saber o que há com as anunciadas mudanças no cálculo do PIB (Produto Interno Bruto). Afinal, pelas novas regras, o Brasil passa a figurar como a 10ª. economia do mundo.

Bom ou ruim? Depende. É sempre bom saber que estamos crescendo. Porém é preciso saber a favor de quem. E, no caso, saber se estamos crescendo de verdade ou a novidade não passa de artifícios estatísticos.

Cotejando na imprensa o muito que se tem escrito sobre o assunto, e lendo o editorial do Vermelho (
www.vermelho.org.br), a gente fica com a impressão de que a coisa não é leviana. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já vinha trabalhando há cinco anos na reformulação das contas nacionais. Acrescentou novas pesquisas de produção e consumo e redefiniu o peso específico de vários segmentos até então dimensionados conforme a estrutura produtiva de 1985 – ou seja, 22 anos atrás, quando fizera o último senso econômico do país.

Os resultados atuais tomam 2000 como referência.

Procedimentos como o adotado pelo IBGE foram adotados por países como os Estados Unidos, a República Popular da China, a Espanha e a Austrália.

Como resultado, agora, o PIB brasileiro de 2005 que era estimado em 2,3% passou a 2,9%. Os números relativos a 2004, 2003 e 2002 também foram alterados, subindo ligeiramente. O mês mo aconteceu para o ano de 2000, ficando inalterado apenas 2001.

A recolocação do Brasil em melhor posição no ranking mundial, superando a Índia, Austrália, Holanda e Coréia do Sul, terá alguma serventia se estimular o governo a acelerar de fato o crescimento, ultrapassando os entraves ao pleno êxito do PAC.

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