No Vermelho:
Monteiro Lobato
por Eduardo Bomfim
Monteiro Lobato nasceu em Taubaté, São Paulo, há 125 anos atrás, em 1882, e faleceu em 1948. São Paulo e todo o Brasil comemoram este mês o seu nascimento. Através de traços regionalistas, mostrou toda a sua indignação com as desigualdades sociais, a sociedade oligárquica da primeira República, no início do século 20. Demonstrou intensa preocupação com o desenvolvimento do país.
Ardoroso defensor da ciência como instrumento da modernização e do progresso nacional, foi um nacionalista que sempre acreditou no Brasil, em suas potencialidades. Sua vasta produção inclui a literatura infanto-juvenil, onde procura inspirar as futuras gerações no amor pelo país, sua cultura, identidades e o meio ambiente.
Em “O Poço do Visconde”, uma mistura de ficção e realidade, o tema é a defesa das reservas do petróleo brasileiro. Mas foi na literatura para crianças e adolescentes que Monteiro Lobato atinge o seu ponto mais elevado, incutindo em várias gerações, inclusive as atuais, a fantasia e a realidade, os mitos e as verdades, o inconsciente e o consciente da identidade nacional.
Encantou e inspira as gerações que se sucedem através do incrível “Sítio do Pica-pau amarelo”. O livro, que virou uma série de televisão com grande audiência, é magia pura, sem, no entanto, deixar de ser uma generalizada representação dos sentidos e das inúmeras faces do Brasil.
O Sítio do Pica-pau amarelo deveria ser a nossa Disneylândia, com a diferença de que nele, aflora através do realismo, além da sublimação, do encanto, o pensar o país, a transmissão de valores sociais e morais elevados, a generosidade e o espírito coletivo, e a individualidade dos personagens.
Trata-se de um clássico que deveria ser reconhecido em todo o mundo, com os seus diversos personagens, como o Saci Pererê, a boneca Emília que representa o mundo dos adultos em um fantasiado mundo juvenil. A tia Benta, de todos nós, o sabugo de milho que se transmuta no Visconde de Sabugosa.
O Sítio do Pica-pau amarelo deveria ser leitura consciente nas escolas pelo que nos arrebata, em lugar dos desenhos animados enlatados que nada nos indicam, salvo a apologia da violência gratuita, do individualismo inóspito.
A obra de Monteiro Lobato é vasta, tanto na literatura de ação, da polêmica, quanto no descortinar do infinito universo de probabilidades aos jovens.
Luciano:
ResponderExcluirValeu a transcrição desse artigo muito oportuno, precisamos enaltecer a figura de Monteiro Lobato, um dos maiores escritores que nosso país já teve.
Fernando