Exclusivismo altera relações entre o PCdoB e o PT
“Aliança, para os comunistas, é uma categoria política superior”, costuma salientar o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, referindo-se à importância da leadade entre aliados, ao cumprimento de acordos, ao equilíbrio na disputa de posições.
E tem sido o mesmo Renato Rabelo que, abordado pela imprensa em diferentes ocasiões, não tem se furtado a revelar as dificuldades atuais no relacionamento entre o PCdoB e o PT, partidos que caminham juntos na cena política do país desde 1989 e se consideram aliados estratégicos.
As dificuldades decorrem do forte viés exclusivista do PT, presente tanto no governo federal, como em uma das principais centrais sindicais do país, a CUT.
No plano político-institucional, o crescente exclusivismo petista, associado a uma tendência ao centro manifestada pela priorização das relações com o PMDB (“neo-lulistas” principalmente) compeliu o PCdoB à formação do Bloco de Esquerda na Câmara dos Deputados, juntamente com PSB, PDT, PMN, PAN, PHS e PRB.
Na esfera sindical, os comunistas e sindicalistas independentes à frente de importantes organizações, consideram a hipótese da formação de uma outra central sindical, de natureza classista.
Em ambos os casos não há ruptura das relações entre o PCdoB e o PT. Há, sim, uma alteração significativa no perfil das alianças partidárias no seio da coalizão que apóia o governo do presidente Lula. O Bloco de Esquerda procura fazer o contraponto ao rolo compressor PT-PMDB, tendo como mote a disputa de posições quanto aos rumos da economia e do governo como um todo, agora também com possível rebatimento na esfera sindical.
A pergunta que emerge é: haverá ou não reflexo dessa flexão no perfil das alianças no pleito municipal de 2008? Provavelmente sim, embora não de maneira mecânica e esquemática. Realidades políticas locais determinam, em alguns casos, a prevalência das relações entre o PCdoB e o PT, exatamente onde os dois partidos convivem harmonicamente.
O PT já teve tempo demais para aprender a ser mais civilizado nas relações com os demais partidos, mas insite nessas coisas negativas. Para os petistas, o mundo gira em torno deles, isso é muito errado.
ResponderExcluirAna Paula