Do boletim Em Questão:
Beneficiários do Bolsa Família gastam mais com alimentação e vestuário
. Pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) revela que os beneficiários do Programa Bolsa Família estão gastando mais com alimentação, educação e vestuário infantil. O estudo, encomendado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), avaliou o impacto do programa nas despesas com saúde, educação, transportes, vestuário, além da freqüência e evasão escolar, a taxa de ocupação e o poder de barganha das mulheres nas decisões domésticas. Foram analisados 15 mil domicílios de 269 municípios do País.
. Os resultados mostram que as famílias em situação de extrema pobreza - com renda per capita de até R$ 50 - gastam com alimentação R$ 388,22/ano a mais que aquelas não incluídas no programa, um ganho de 35%. Já na região Norte/Centro-Oeste essa diferença é de R$ 588,01. Nos domicílios em situação de pobreza (renda per capita de até R$ 100) os gastos com alimentos superam em R$ 278,12 por ano em comparação com os não beneficiários do Bolsa Família. No Nordeste, as despesas anuais com alimentação nessa mesma faixa de renda aumentaram R$ 322,12 em favor dos que recebem o benefício.
. Outro resultado significativo diz respeito aos gastos com vestuário infantil. Houve diferença de R$ 31,94 nas despesas anuais em domicílios com renda de até R$ 50 por pessoa. Nas regiões Norte/Centro-Oeste e Nordeste as famílias gastaram mais R$ 25,54 e R$ 25,23 que aquelas não beneficiárias do Bolsa Família. Educação e Trabalho
. O estudo indica que a freqüência escolar entre crianças pobres de 7 a 14 anos atendidas pelo programa é 3,6 pontos percentuais superior em comparação com as que não recebem o benefício. Na região Nordeste essa diferença é ainda maior: 7,1 pontos percentuais. A evasão escolar é também menor no caso dos beneficiários do Bolsa Família. Nas famílias pobres, a evasão é de 1,8 ponto percentual menor em relação aos lares não incluídos no programa. Foi constatado ainda que a ocupação dos adultos atendidos pelo programa é maior em comparação com os não beneficiários. Nas famílias em situação de extrema pobreza a taxa de ocupação verificada é 3,1 pontos percentuais superior e nos domicílios pobres essa diferença é de 2,6 pontos percentuais.
. Conforme a secretária de Renda de Cidadania do MDS, Rosani Cunha, além do aumento da freqüência e da diminuição da evasão escolar é importante que haja uma preocupação com o ganho na qualidade da educação dessas crianças atendidas pelo Bolsa Família. Para tanto, o governo está elaborando uma integração com o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) para melhorar a qualidade do ensino oferecido a esses estudantes.
. O estudo foi realizado em novembro de 2005, época em que o programa beneficiava 8,7 milhões de famílias. Hoje o Bolsa Família atende a 11 milhões de famílias em todos os municípios brasileiros. A pesquisa será repetida a cada dois anos para se ter uma avaliação cada vez mais completa e fidedigna do impacto do programa nas famílias beneficiárias.
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