DESTAQUE DO DIA

“Cada coisa a seu tempo”

Essa expressão, muito popular entre nós brasileiros, parece orientar os governantes chineses na implementação do ousado projeto de desenvolvimento do país.

Aqui se vê ousadia em tudo. Desde a concepção teórica do socialismo conforme as peculiaridades da China, passando pela formulação da atual etapa primária da transição ao socialismo que implica num rápido desenvolvimento das forças produtivas, até o enfrentamento de questões como o equilíbrio entre o crescimento e a preservação ambiental e a redução das desigualdades entre a população urbana (de melhor formação e com acesso a um mercado de trabalho que exige, mas remunera o suficiente para satisfazer as necessidades básicas das famílias) e a população rural, ainda vinculada a um cortejo de dificuldades e de atraso cultural e técnico.

Aqui em Guangzhou, onde cuidamos do protocolo de irmanamento com o Recife, a ser assinado pelo prefeito João Paulo em novembro próximo, temos debatido o assunto com autoridades governamentais, como o vice-prefeito Gan Xin e o diretor executivo do Distrito Industrial de Huadu, Wujinnxiang. Eles parecem muito seguros desse rumo.

Ousadia também deve ser o termo para caracterizar o fantástico esforço de formação e capacitação de recursos humanos. Só nesta cidade há 30 universidades públicas.

Visitamos uma delas, a Guangdon University of Foreign Studies, dedicada ao ensino de línguas e comércio exterior, com 30 mil alunos e 1 mil professores. O vice-presidente e professor de tradução simultânea Zhong Weihe manifestou interesse em firmar convênio de cooperação com a Universidade Federal de Pernambuco para o ensino da língua portuguesa falada e escrita no Brasil e o mandarim. Um curso especifico de língua portuguesa está sendo implantado.

Nossas universidades devem interagir como parte do estreitamento das relações do Brasil com a China, diz ele.

Com toda razão. Brasil e China, cada um a seu modo, têm grandes papéis a cumprir no cenário mundial e devem aprofundar suas relações políticas, diplomáticas, comerciais e culturais. Para o benefício mútuo.
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