Jamildo Melo, em seu Blog, recomenda a leitura dessa entrevista de Ricardo Kotscho no site www.jornalirismo.com.br: "O JORNALISMO PERDEU O CONTATO COM A REALIDADE", DIZ RICARDO KOTSCHO. Também recomendamos. Veja esses trechos:
. De manhã já se decide qual vai ser o jornal do dia seguinte. Ficou tudo industrial.
"E tem as teses das redações, os editores, os caras da redação têm uma tese de manhã e, no dia seguinte, é a manchete do jornal. E o repórter tem que justificar aquela tese, ele vai caçar aspas (no jargão jornalístico, coletar depoimentos, falas de autoridades e de entrevistados de maneira geral). A função do repórter hoje, quando vai para a rua, é esta: caçar aspas. Ou por telefone. Antes, era o contrário: a informação chegava da rua para a redação, e o repórter circulava por vários ambientes, lugares, então levava informações para a redação. Hoje, não. O repórter chega na redação, os caras já decidiram o que é importante, o que está acontecendo. Que é baseado no que já tinha saído na Internet, no jornal do dia, no telejornal etc. Então vira um círculo vicioso. "
. É aquele negócio de ter Brasília demais e Brasil de menos na nossa imprensa.
"Um exemplo que vi agora, recente, foi o do bagre do Lula. Que o Lula falou que não pode fazer hidrelétrica no rio Madeira por causa do bagre, aquilo do Ibama de que se fizer hidrelétrica vai matar o bagre. Essas coisas do Lula. Quer dizer, só por causa do bagre nós não vamos fazer hidrelétrica? Aí O GLOBO mandou um repórter lá na região para contar a história do bagre e ouvir a população do lugar. A questão da transposição do rio São Francisco, que é uma coisa da vida real, não é uma coisa do governo, de esquerda ou direita, tem que falar com o povo de lá para saber o que acha. Não o que o senador, o deputado, o ACM (senador Antônio Carlos Magalhães, DEM-BA) acham, é o que o povo lá acha."
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