O “paradoxo das CPIs”
Tudo bem que o relatório parcial da CPI do Apagão Aéreo do Senado, aprovado ontem, apresentou algumas obviedades.
A deficiência técnica de equipamentos, a falta de recursos, a subestimação do crescimento do tráfego aéreo e a autorização de linhas aéreas acima da capacidade da infra-estrutura aeronáutica do país são problemas indicados como algumas das causas da crise.
Tanto a CPI do Senado com a da Câmara carecem de integrantes identificados como “estrelas” do parlamento, que embora tenham alguns de reconhecida competência, em geral primam pela pirotecnia, pela retórica pouco apegada ao tema investigado. Daí o fracasso da maioria das CPIs.
Muitos dos mais competentes perdem a capacidade de produzir porque se deixam inebriar pelas câmeras e microfones da cobertura jornalística. Terminam rendendo muito menos do que o desejável.
Se essas duas CPIs – a do Senado e a da Câmara – produzirem mesmo conclusões objetivas, ainda que quase óbvias, ficará a lição: que as próximas tenham composição semelhante.
Assim estaremos presenciando o surgimento de algo novo na política brasileira: o “paradoxo das CPIs”.
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