14 julho 2007

A dialética da mudança

No Vermelho, por Eduardo Bomfim:
O Velho e o Novo

As situações podem ser diferentes, os temas mudam, os argumentos são diversos, mas a batalha entre o novo que surge e o velho que insiste em conservar-se será permanente pelos tempos afora. Entendo que do antigo há coisas, argumentos, fatos, que subsistirão porque são fundamentos ou contribuições valiosas para a humanidade ou um país.

A necessidade da renovação, a superação do que é atrasado, caduco, trata-se de uma necessidade imperiosa, batendo à porta das formações sociais, das estruturas econômicas, jurídicas ou políticas em determinados períodos históricos.

Nem sempre o que é novo será inevitavelmente um avanço para os povos ou uma nação. Às vezes são contrabandos inseridos nas ondas dessas novas formações que se tornam imprescindíveis. Mas o conflito dos fenômenos sociais encontra-se sempre entre o velho, que superado, insiste em permanecer, e o novo, que pelos novos fatores do desenvolvimento humano, necessita ocupar o seu espaço. E assim caminha a humanidade, como no título do famoso filme.

Esta é a realidade atual no mundo e no Brasil. Ao iniciar o novo milênio, a Organização das Nações Unidas, a ONU, traçou uma meta de reduzir significativamente a fome até o ano 2015. Naquele momento, o número de pessoas subnutridas nos países periféricos era de 800 milhões de almas penadas.

Segundo a FAO, órgão da mesma ONU que trata dos programas citados, em 2005 a quantidade de seres humanos esfomeados elevou-se para 857 milhões de pessoas. Na África, na maioria dos países, a situação é de uma verdadeira pandemia. Cresceu, por outro lado, e em escala mundial, a concentração da renda em mãos de uma minoria.

Proliferam as guerras regionais, a luta pelo poder e acumulação da riqueza. Há uma escalada de invasões das nações pelo império do norte em busca de riquezas estratégicas, como o petróleo, gerando desespero, sectarismo e terror.

No Brasil, grupos financistas ortodoxos, dominam a macro-economia, influenciam o Banco Central, impedem um salto ao desenvolvimento com mais justiça social. Na política, conservadores sustentam uma legislação ultrapassada, escandalosa, impedindo uma reforma democrática, participativa, avançada, que represente amplos segmentos da sociedade. Trata-se da luta intensa entre o novo e as arcaicas estruturas de poder.

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