18 agosto 2007

A crise e o Brasil

No Vermelho, por Eduardo Bomfim
Tempos Complexos
Não há a menor dúvida que no quesito da macroeconomia, o Brasil deu passos significativos em relação ao passado. Na realidade, as bases essenciais para a estabilidade das nossas contas, comparadas aos recentes governos anteriores, principalmente na era FHC, são outras.
Políticas públicas compensatórias retiraram da pobreza absoluta milhões de brasileiros. Setores estratégicos da economia, inclusive entre as estatais, receberam uma injeção de capital, possibilitando a retomada de áreas produtivas estagnadas.

As privatizações de empresas do Estado nacional, em sua maioria através de moedas podres, conduzidas pela doutrina neoliberal do “Estado mínimo”, foram estancadas.Em relação à política externa, o país retoma uma estratégia independente e avançada, ao lado dos países emergentes, fortalecendo o Mercosul e estabelecendo pontes de cooperação com outras nações como a Índia, África do Sul, China etc.

Manifestou solidariedade aos povos submetidos à agressão militar ou cerco diplomático pelo Império do Norte e seus aliados incondicionais. O regime republicano e as liberdades democráticas encontram-se em plena vigência e em tranqüilidade. Existe um avanço, tímido, do nível de crescimento econômico, em relação às necessidades de um país como o nosso.

No entanto, considerando a sistemática oposição de caráter nefasto, conservador, reacionário, de grande parte da mídia hegemônica nacional, torna-se importante um balanço do quadro geral da realidade em nosso país.

Apesar dos aspectos econômicos citados, o nível de crescimento encontra-se muito aquém das exigências do aumento da geração de empregos e do impulso relativo ao setor produtivo interno.

A tendência ortodoxa da área monetarista oficial, dificulta a possibilidade do salto na produção de riquezas no país, beneficiando o capital volátil e parasitário, através das altas taxas de juros adotadas.

Nas últimas semanas, uma crise de liquidez de gigantescas proporções atingiu quase todo o mundo, favorecendo os grandes jogadores nesse cassino global.

É impossível afirmar que, cedo ou tarde, não seremos afetados gravemente por um tsunami especulativo, levando a bancarrota às reservas do país, provocando uma séria crise multilateral. É imperioso mudar a orientação conservadora dos fundamentos da economia brasileira.

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