09 agosto 2007

DESTAQUE DESTA QUINTA-FEIRA

O nó da reforma política

Diz-se com razão que a maioria conservadora do Congresso só rompe tabus quando seus interesses imediatos batem à porta. Senadores e deputados certamente se sentem pressionados pela instabilidade que vivem suas bases de sustentação, no caso representadas pelos vinte mil vereadores e cinco mil prefeitos que, em maior ou menor grau, lidam com o fenômeno da mudança de legenda em seus municípios – e que, às vésperas de mais um pleito, carecem de regras seguras sobre a fidelidade partidária.

De outra parte, o disciplinamento da captação e utilização de recursos financeiros para as campanhas eleitorais também emerge como urgente. Isto porque, questões doutrinárias à parte, aí reside uma fonte permanente de instabilidade que afeta a grande maioria, tão tênue é a fronteira entre a contribuição legítima e transparente e a relação de promiscuidade entre empresas privadas e candidatos, parlamentares e governantes.

Bastariam esses dois problemas para estimular os congressistas a avançarem na reforma política e eleitoral. Mas isso não ocorre, conforme se constatou ontem na Câmara dos Deputados. Segundo o líder do PCdoB, deputado Renildo Calheiros, continua muito difícil o consenso, tanto quanto a formação de uma maioria consistente e apta a iniciar o processo de votação.

Falta, portanto, uma vontade política majoritária para dotar o processo eleitoral de regras minimamente sensatas e destinadas a garantir a transparência de que a sociedade se ressente. Um nó difícil de desatar.

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