“Partido único” e direita forçam a barra
Se você que nos lê nesse instante for dos que se opõem ao governo Lula de modo consciente e sincero haverá de concordar que não é certo o que vêm fazendo oposicionistas à direita e a grande mídia (o “partido único” que age em uníssono numa mesma direção).
Que se combata o governo, tudo bem. Num regime democrático, a oposição é um direito e uma necessidade. Do conflito de idéias se amadurecem as percepções sobre o que acontece no Brasil e no mundo. E a população, se atenta, tem acesso ao âmago das questões em debate.
Mas forçar a barra nos argumentos e distorcer o fatos é um desserviço à democracia, além de não lograr aderência na opinião pública.
Hoje pela manhã uma comentarista de radio, apresentada como “cientista política”, soltou essa pérola: “qualquer que seja o resultado do processo contra o ex-ministro José Dirceu e os demais acusados de envolvimento no tal mensalão, será ruim para o governo Lula”. Segundo iluminada analista, se o ex-ministro for condenado, será negativo justamente por isso – trata-se de um ex-auxiliar direto do presidente. Se for absolvido, será ruim também porque então Dirceu percorrerá o país em busca de assinaturas para a sua desejada anistia – e aí, “roubará espaço no noticiário, ofuscando o presidente da República” (sic).
Parece a declaração daquele deputado afoito na exploração eleitoreira do desastre de Congonhas: “Até prova em contrário, o culpado é o presidente Lula!”
Ou essa gente muda o discurso e leva a sério as coisas do país, ou vai continuar amargando a decepção dos índices de popularidade do presidente nas pesquisas.
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