17 agosto 2007

Menos capital especulativo

No Valor Econômico:
Turbulências tiram do país capital externo especulativo
A maior parte do capital especulativo já deixou o país, na avaliação do governo federal. Mas ainda há US$ 41 bilhões em recursos de investidores estrangeiros aplicados em ações e títulos públicos que continuarão a alimentar as turbulências no mercado financeiro.
Desde maio, após os primeiros sinais de problemas nos mercados, os investidores estrangeiros já vinham desmontando posições no Brasil. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), a posição dos investidores internacionais em dólar caiu de US$ 17,826 bilhões para US$ 1,328 bilhões, de maio a agosto.

Os bancos também fizeram uma redução drástica nas captações de curtíssimo prazo, que estavam financiando operações de arbitragem entre as altas taxas de juros domésticas e no exterior. A posição vendida dos bancos em câmbio passou de US$ 15,790 bilhões para US$ 2,740 bilhões entre maio e julho. A legislação mais dura imposta em junho pelo Banco Central, restringindo o risco, reduziu a preocupante especulação de algumas instituições financeiras no mercado.

Estrangeiros também aplicaram fortemente em títulos públicos. O fluxo líquido de investimentos, de fevereiro de 2006 até agora, é de US$ 23,554 bilhões, sobretudo em papéis de longo prazo. Esse capital pode sair. O governo conta, porém, com pressões apenas localizadas nesse segmento. O mercado secundário continua pouco líquido, mas o perfil dos investidores mudou. A isenção do Imposto de Renda atraiu investidores institucionais estrangeiros, interessados em aplicações de prazos mais longos. Os investidores nacionais, por sua vez, passaram a comprar com mais apetite. A volatilidade desses papéis tem sido bem mais baixa do que foi em 2006.

Para o governo, o cenário mais provável, com 70% de chances, é um longo período de instabilidade, com subidas e descidas no mercado, mas sem conseqüências permanentes para a economia.

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