No Vermelho, por Eduardo Bomfim:
A retórica democrática
Dizia o filósofo Sêneca, que nada é tão prejudicial à sabedoria como a excessiva sagacidade. Em outras palavras, na linguagem popular, aquele que se pretende mais astuto que os outros semelhantes, termina sendo desmascarado. Assim tem sido a versão hegemônica das elites que controlam, atualmente, as finanças internacionais. No mundo e no Brasil.
Um insuspeito cientista político norte-americano, declarou recentemente, em entrevista na grande mídia televisiva, que o surgimento, a expansão de governos progressistas na América Latina, a exemplo do Brasil, Argentina, Venezuela, Bolívia, Equador, Uruguai e recentemente a Nicarágua, deve-se essencialmente a dois fatores.
A ressaca de décadas das políticas neoliberais nas Américas, e o crescente, tresloucado, envolvimento militar dos EUA no Afeganistão, Iraque, na Palestina, e recentemente, as ameaças contra o Irã. As pesquisas atualizadas de opinião pública nos Estados Unidos da América, revelam que a sociedade encontra-se esgotada de tanta ação bélica.
O cientista percebeu, igualmente, que os discursos oficiais do governo Bush contra o terrorismo, eram, na verdade, uma cortina de fumaça para esconder a corrida pelo domínio do petróleo naquela região.
Conseguiram transformar o ex-aliado Osama Bin Laden, no sujeito mais inteligente do planeta, capaz de evadir-se dos serviços secretos mais eficientes do mundo ocidental, da tecnologia de ponta que detecta, via satélite, até uma formiga inimiga percorrendo alguma rua na mais remota cidade da Terra. É quase inacreditável.
Retornando ao assunto sobre os financistas milhardários, que controlam a economia mundial sem aplicar um centavo em algum investimento produtivo que gere emprego e renda, encontramos nesse liberalismo turbinado pela tecnologia de ponta, o instrumento poderosamente eficaz de dominação, imposição de estratégias econômicas, desestabilização de governos razoavelmente patrióticos, que defendem os interesses nacionais.
Com muita persistência e a sensibilidade popular, os governos contrários aos ditames dos EUA e desse capital rentista, conseguem resistir às investidas golpistas sistemáticas. É o que acontece em toda a América Latina e no Brasil. Há uma sólida aliança da grande mídia nacional com o mundo das finanças especulativas.
A retórica pseudodemocrática da grande mídia conservadora, íntima dessas finanças, é a principal forma, atual, da intervenção imperial nas Américas.
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