10 novembro 2007

Nossa coluna de toda quinta-feira no portal Vermelho

Vale a pena porque o ideal não é pequeno

Aniversário da Revolução de Outubro. Debates, entrevistas, documentários. Reportagens especiais, como a que o Jornal do Commercio (do Recife) publica em série, desde domingo, e que inclui hoje, ao estilo pingue-pongue, breves entrevistas desse amigo de vocês e do ex-deputado Roberto Freire (estão transcritas em nosso blog www.lucianosiqueira.blogspot.com). Uma pergunta que permeia tudo: terá valido a pena?

Parodiando Fernando Pessoa (“Tudo vale a pena/quando a alma não é pequena”) e sem querer simplificar a discussão, mas indo na essência da questão: a resposta é sim. Valeu e está valendo a pena – porque o ideal não é pequeno; é justo, cientificamente fundamentado, objetivamente necessário e viável.

A dúvida de muitos é porque, como se sabe, ocorreu o retrocesso na ex-União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e nos países do Leste Europeu. O sistema que chegou a abranger um quarto da população da Terra sobrevive, hoje, com características peculiares a cada país e de acordo com a atual situação mundial, na China, Coréia do Sul, Vietnã e Cuba. Seria a comprovação da superioridade do capitalismo sobre o socialismo?

Se fosse, quase dois terços da população mundial não estariam hoje condenados à exclusão do sistema produtivo. O mundo não estaria sob tensão permanente e guerras. A liberdade e os direitos dos povos não estariam tão sufocados.

Demais, numa perspectiva histórica mais larga, constata-se que o capitalismo levou cerca de três séculos para suplantar o feudalismo. Temos, então, mais de duzentos anos de lambujem. As experiências socialistas fracassadas o foram por erros de concepção e de condução que esbarraram em novos e gigantescos desafios do processo de construção da nova sociedade não devidamente compreendidos. Tudo era novo, não havia experiências anteriores que servissem de referência prática. Entretanto, basta que se anote que em quarenta anos de edificação socialista, a velha Rússia, e depois a URSS, experimentou uma elevação do padrão de vida material e espiritual sem precedentes na História da Humanidade.

Cabe hoje - e é o que partidos como o PCdoB e mais de uma centena de organizações políticas semelhantes de todo o mundo fazem – aprender com as lições do passado, encarar o presente e o futuro com discernimento e ousadia teórica e político-prática e prosseguir a luta pelo ideal mais avançado já concebido pela sociedade humana.

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