Foto: Jean Paul Nacivet
Chuva de caju
Com te chamas, pequena chuva inconstante e breve?
Como te chamas, dize, chuva simples e leve.
Tereza? Maria?
Entra, invade a casa, molha o chão.
Molha a mesa e os livros.
Sei de onde vens, sei por onde andaste.
Vens dos subúrbios distantes, dos sítios aromáticos.
Onde as mangueiras florescem, onde há cajus e mangabas,
Onde os coqueiros se aprumam nos baldes dos viveiros
E em noites de lua cheia passam rondando os maruins.
Lama viva, espírito do ar noturno do mangue.
Invade a casa, molha o chão.
Muito me agrada a tua companhia.
Porque eu te quero muito bem, doce chuva.
Quer te chames Tereza ou Maria.
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