Quem lutou a vida toda pela democracia e pelo dos direitos fundamentais do povo deixa-se impregnar, qual tatuagem na alma, de um profundo sentimento de respeito às diferenças e de tolerância. É o que ocorre entre prefeito e vice-prefeito do Recife, hoje; entre PT e PCdoB, no Recife.
Poucos conviveriam com tanta tranqüilidade diante da situação estabelecida em relação ao próximo pleito. O partido do prefeito tem pré-candidato; que é o escolhi pelo próprio prefeito. O partido do vice-prefeito tem pré-candidato, justamente o vice-prefeito. O prefeito comanda o governo, com a liberdade de compor a equipe como bem entenda – e tem procurado acentuar a pluralidade da equipe. Faz parte dessa pluralidade a presença do PCdoB no comando da autarquia Sanear (de saneamento), do IASC e da Secretaria da Assistência Social. E assim há de permanecer, por vontade do prefeito.
Isto quer dizer que o prefeito confia na seriedade na competência e na isenção dos militantes do PCdoB que dirigem as citadas estruturas de governo. Sabe que nenhum deles fará, sob hipótese alguma, dos postos que ocupam instrumento de proselitismo eleitoral. Estes, por seu turno, se esmeram no esforço de corresponder à confiança do prefeito.
A conduta de João Paulo não é de agora. Vem desde o primeiro ano do primeiro governo, em 2001. De maneira espontânea, antecipou-se ao pleito de 2002 e anunciou perante toda a equipe que a todos estava assegurado o democrático direito de escolha entre Lula, Garotinho e Ciro Gomes, então candidatos à presidência da República, sem que diferentes opções viesse a significar mudanças na equipe de governo. “A nossa unidade em torno do projeto político-administrativo para a cidade estará mantida”, assinalou o prefeito na ocasião.
Essa conduta de João Paulo engrandece mais ainda a sua biografia de homem público. E merece o reconhecimento de todos nós.
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