Coluna semanal no portal Vermelho:
Como o ar que a gente respira
Luciano Siqueira
Tempo de reformas, tempo de debate. O debate é necessário para que reformas democráticas se viabilizem mediadas pela pressão popular. Assim pensam as Fundações Perseu Abramo, Maurício Grabois, Leonel Brizola-Alberto Pasqualini, João Mangabeira e Republicana Brasileira, que promoveram ontem, no auditório Freitas Nobre da Câmara dos Deputados, em Brasília, o seminário Reformas por um Brasil mais justo (onde esse amigo de vocês discorreu sobre a reforma urbana).
De reforma urbana vamos falar aqui muitas vezes. Por ora permitam sublinhar uma questão que se insere na reforma urbana e no projeto nacional de desenvolvimento tanto quanto o ar que você respira – a questão ambiental.
Desenvolvimento econômico, com distribuição de renda e valorização do trabalho não pode dispensar a componente da sustentabilidade ambiental. FHC e sua turma relegavam a questão, daí porque achataram os investimentos públicos em saneamento básico a quase zero.
E nem precisa argumentar muito, basta mencionar as implicações econômicas dos agravos ao ambiente produzidos pelas fenomenais ocupações ilegais dos territórios urbanos por gente carente de moradia. Ou ainda o comprometimento dos nossos mananciais hídricos pondo em risco a vida dos cidadãos e também atividades econômicas cujo lócus natural se situa nas cidades.
O caso é sério – e requer envolvimento de todos nós; dos nossos partidos, dos sindicatos, das organizações comunitárias e juvenis; do empresariado esclarecido; das igrejas, das associações sócio-culturais e esportivas, do mundo acadêmico, da comunidade técnica, de artistas e intelectuais.
O PCdoB está fazendo a sua parte. Realizou recentemente um encontro nacional sobre o tema e apresentou uma “plataforma ambiental” cientificamente fundamentada e politicamente viável (leia no site Partido Vivo www.pcdob.org.br). Nela se incluem a afirmação do papel do Estado no exercício dos mecanismos de aplicação da legislação ambiental; a defesa do etanol, do biodiesel e da energia nuclear como alternativas de matriz energética mais limpa; políticas de tratamento adequado dos resíduos sólidos e coleta seletiva do lixo e criação de mecanismos de gestão ambiental como o ICMS ecológico.
É a luta imediata por um futuro progressista e saudável.
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