07 novembro 2008

Fusão ou incorporação?

No Vermelho, Editorial:
. A ''fusão'' dos bancos Itaú e Unibanco foi saudada por membros do governo, líderes da oposição de direita e também pela mídia hegemônica. Todos afirmam que a operação revela que o sistema financeiro nacional está sólido, imune à crise capitalista, e que o novo megabanco reforçará as posições do Brasil no mercado mundial. Será? No mínimo, seria necessária mais cautela diante de uma fusão que concentra ainda mais os capitais, preocupa os clientes e apavora os bancários.
. Na prática, não houve uma fusão, mas sim uma incorporação. O Itaú comprou o Unibanco. Os donos dos primeiro ficarão com 66% da empresa-holding que controlará o novo banco. Além disso, a bilionária operação envolve a participação do capital estrangeiro. Parte das ações do Itaú já pertence ao Bank of America e o Unibanco mantém antigos vínculos com o Manhattan Bank, atual Morgan-Chase, e com o Citibank. Os três foram duramente afetados pela crise nos EUA.
. De concreto, a ''fusão'' resulta num maior poder monopolista. O país terá somente quatro grandes bancos privados (Itaú-Unibanco, Bradesco e dois estrangeiros, Santander e HSBC), além de dois públicos. O monopólio no setor, que já era enorme, ficou ainda maior. Até os analistas do deus-mercado sabem que quanto maior a concentração, menor a concorrência, e maiores os lucros dos banqueiros. As instituições públicas ficaram ainda mais vulneráveis diante do poder privado.
. Leia o texto completo http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=46262

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