Como em casa,
na intimidade das coisas conhecidas,
não desisto
de assim andar a vida
a abraçar as flores descobertas.
Como em casa,
qualquer fogão aquece
e meu sorriso nato, mesmo ingênuo,
não esquece,
as verdades andam pelas ruas.
Como em casa,
pouco importa o frio e o quente,
a mesma alma gozosa ou penitente,
se completa nas cobertas
de almas singelas, almas ardentes.
Como em casa,
festejo o mundo,
o doce, o amargo e o permanente,
mesmo que aturdido com o efêmero,
soletre versos incontidos de loucura.
Como em casa,
trajo blusa de algodão roto, puído,
bandeira de almejada intimidade,
e, com pés desnudos em piso frio,
nego-me a estranhar o outro, os arrepios.
Como em casa
movido sou, a eternidade
se quando me catalogam de bondade
digo comigo que se enganam,
apenas sou, uma alma nua passeando.
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