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O possível papel de proteínas do sistema imune na seleção de parceiros em humanos
. O sistema imune foi evolutivamente moldado para a defesa de nosso organismo contra a invasão de agentes estranhos como vírus e bactérias e para impedir o desenvolvimento de doenças como o câncer. Ele é capaz de distinguir entre as moléculas do indivíduo e aquelas estranhas ao seu organismo. Sua atuação depende em grande parte do complexo principal de histocompatibilidade, mais conhecido a partir de sua abreviatura inglesa MHC.
. O MHC é uma região cromossômica que ocorre em todos os vertebrados mandibulados e que tem dezenas de genes envolvidos na imunidade inata e adaptativa. Esses genes são ativados em resposta à presença de elementos “estranhos” ao organismo do indivíduo (proteínas, polissacarídeos e lipossacarídeos que não são normalmente encontrados ali). Esses elementos estranhos, conhecidos como antígenos ou imunógenos, são capazes de ativar uma reação de defesa do organismo — a reação imune.
Seleção sexual e MHC - Por outro lado, algumas pesquisas chamaram a atenção para uma associação surpreendente (e controversa!) entre o MHC e a biologia de seus portadores. Segundo esses estudos, os genes do MHC podem estar sujeitos a um processo de seleção sexual, que influenciaria as preferências de acasalamento de seus portadores e proporcionaria a geração de uma prole mais resistente imunologicamente.
. Casal de faisões da espécie Phasianus colchicus. Estudos mostram que essas aves tendem a preferir parceiros que possuam alelos específicos do MHC. Em populações de espécies como o faisão, os indivíduos parecem selecionar parceiros que possuam alelos específicos do MHC. Nesse caso, a maioria dos indivíduos apresentará preferências similares na escolha de parceiros e esse comportamento pode gerar, após algum tempo, uma uniformidade em relação a esses genes nessa população. Para traçar um equivalente com a espécie humana, seria como se todas as mulheres se relacionassem apenas com homens parecidos com o Brad Pitt. Em outras espécies, pesquisas mostram que os indivíduos selecionam parceiros que apresentam MHCs similares aos seus próprios — pardais são um exemplo. Já em camundongos, os casais são formados preferencialmente por indivíduos que possuem MHCs diferentes. Nesse caso, haverá uma maior gama de escolha para as populações analisadas.
. Leia o texto na íntegra http://cienciahoje.uol.com.br/146609
(Ilustração: tela de Picasso).
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