04 julho 2009

Honduras: uma opinião consistente

No Vermelho, por Eduardo Bomfim:
Ópera Bufa

O recente golpe de Estado em Honduras é um fato que deve ser repelido por todos os segmentos políticos e sociais, principalmente das Américas, independente de convicções ideológicas, bastando para isso que se professe a democracia como valor irrevogável.

Principalmente quando os acontecimentos revelam a existência de uma quartelada conduzida por oligarquias daquele País que se sentiram ameaçadas em seus privilégios com a eleição democrática do presidente Zelaya, apeado do poder essa semana.

O que se percebe é que os golpistas analisaram muito mal a atual conjuntura da sua nação e principalmente a situação internacional e apostaram na tradição de sucessivas intervenções caudilhescas que definiram os rumos da sofrida América Central durante os últimos cem anos.

Tradição essa que se espalhou em muitos períodos pela América do Sul, sem falar em outros continentes como a África que continua penando até os dias atuais com regimes autoritários em diversos países, quando governantes corruptos, marionetes de interesses estrangeiros, ainda transformam a bela e excepcional África em um continente manchado de sangue.

Esse mesmo continente que os especialistas internacionais definem como o grande celeiro do mundo no futuro bem próximo, porque ele reúne todas as condições para o cultivo diversificado de várias espécies de alimentos em larga escala, sob condições climáticas e de solo extremamente favoráveis.

Isso sem falar em seu potencial de industrialização, sustentado em excepcionais reservas de matérias primas, além da produção de petróleo, diamantes e outros produtos de primeiríssima grandeza. Mas isso é outro assunto.

Quanto à América Central e especificamente Honduras, o erro de cálculo dos golpistas foi eles próprios acreditarem no fato de que a proximidade com os EUA, portanto uma região geopoliticamente estratégica, poderia favorecer um movimento reacionário de essência corrupta.

A indignação internacional foi imediata. Os governos latino-americanos foram consequentes, o presidente dos EUA, Barack Obama, posicionou-se com firmeza e a ONU condenou os golpistas.

Trata-se de uma ópera bufa odiosa que nos atormentou, os latino- americanos, durante todo o século vinte e deve ser duramente condenada.

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