13 agosto 2009

Bom dia, Waldir Pedrosa Amorim

Água do Tempo

O tempo
é rio
é água.
O que me faz breve.

Assim, oceano.
Assim, correnteza.
O tempo me batiza,
engolfa
a lanugem
de minh’alma pubescente,
amalgama-me em um vaso usado, fendido,
aberto em ferida.

Assim, senescente.
Assim, velho.
Batiza-me de sábio,
por espernear contido.
Não dá conta,
de que tomado por resiliente,
sou areia lavada de rios,
conchas ocas de oceanos.

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