01 agosto 2009

Cyl Gallindo na Academia Pernambucana de Letras

Jornal do Commercio:
Cyl Gallindo imortal
. O escritor foi eleito ontem à tarde, como candidato único, por 31 votantes. Ele passa a ocupar a cadeira do jurista Pinto Ferreira“Desde que nasci” – Foi com essas palavras que o jornalista e escritor Cyl Gallindo descreveu a antiguidade do seu desejo de ingressar na imortalidade da Academia Pernambucana de Letras, o que aconteceu ontem à tarde, quando foi eleito como candidato único à instituição, com 31 votos. Ele passará a ocupar a cadeira de número 6, do jurista Pinto Ferreira, falecido em abril.
. Ansioso quanto ao resultado, esperou sua divulgação no Restaurante Papa Capim, próximo à sede da instituição. “Aqui é perto da Academia e todo mundo gostou da ideia de passar por aqui e falar comigo. É um lugar onde posso esperar com calma e receber os amigos. Não é aconselhável estar na Academia enquanto é realizada a contagem dos votos”, disse.
. Todos os imortais procurados pela reportagem do JC enfatizaram a dedicação integral de Cyl Gallindo à literatura – “Todo tipo de arte me interessa muito, seja música, literatura, cinema, escultura, teatro, gosto de todas elas e faço tudo o que posso para difundir a cultura. A minha vida inteira foi dedicada a isso, a divulgar a arte. Literatura não é profissão que a gente escolhe, é um dom”, ressaltou o novo imortal.
. “Tive o prazer de organizar com ele a antologia de contos Panorâmica do Conto em Pernambuco. A sua entrada na Academia Pernambucana, que teve o meu apoio, engrandece mais ainda essa instituição centenária”, afirmou Antonio Campos. Para Raimundo Carrero, o novo imortal é “Um homem das letras, sua vida inteira foi dedicada à literatura”. A antropóloga Fátima Quintas realçou que o perfil de Cyl como um “batalhador das letras vai ser um grande ganho para a Academia”.
. Em conversa com o JC, Cyl Gallindo revelou que esta foi a primeira vez que insistiu até o fim numa eleição da Academia. Sempre desistia no meio do caminho, por causa de algum amigo. Na primeira vez, tirou sua candidatura assim que soube que Marly Mota, viúva de Mauro Mota, queria uma vaga na APL. “Eu retirei meu nome na hora, porque ela é viúva do grande Mauro e Marly é Marly, uma escritora, uma artista, não queria entrar em concorrência”, ressaltou.
. Após Marly, Cyl desistiu de concorrer contra Amaury Medeiros, Alvacir Raposo e Antonio Campos. Desistiu tanto, que fez uma promessa: “Da próxima vez, seja quem for, eu vou assumir a candidatura até o fim”. E seguiu, tanto que ninguém se arriscou a entrar na concorrência.
Desde criança, que Cyl Gallindo se arrisca na prosa e na poesia – “Eu não tenho vergonha de nenhum dos meus trabalhos. Até mesmo quando algo é muito antigo e infantil, não acho ruim, porque era assim que eu estava quando escrevi. A gente tem de ser honesto com as várias fases da vida”. Sua literatura tem, sobretudo, um olhar social: “O mundo é das pessoas, por isso acredito que o futuro da humanidade é o socialismo. Não aquele socialismo radical, mas um voltado à responder às nossas necessidades mais básicas”.
. Entre seus principais trabalhos, ele destaca o livro de contos O morto coberto de razão e a organização que fez, em 1968, do livro Agenda poética do Recife, título que ajudou a divulgar a ascendente Geração 65, com prefácio de Joaquim Cardozo. Ano passado, organizou a Panorâmica do Conto em Pernambuco, para o Instituto Maximiano Campos. Prepara para 2010 o lançamento do seu primeiro romance, cujo título ainda está sendo definido.

Um comentário:

  1. Este novo Imortal, é muito especial para mim. Admiro muito o seu trabalho e a sua dedicação. Parabéns Cyl Gallindo.

    sua Querida Carol...

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