10 outubro 2009

Desenvolvimento socialmente justo

No Vermelho, por Eduardo Bomfim:
Os desafios

Os números que nos foram apresentados sobre os índices de desenvolvimento humano, IDH, do Brasil revelam os paradoxos de uma nação que alcança rapidamente taxas elevadas de crescimento econômico e ao mesmo tempo ainda carrega em sua estrutura social elementos incontestáveis de injustiças para com o seu povo.

Ninguém mais duvida que ao permanecer a tendência atual de crescimento econômico o País chegará em menos de uma década à condição de quinta potência entre as nações do mundo.

Com um território de dimensão continental, privilegiado por extraordinários recursos energéticos naturais, além das possibilidades de gerar outras fontes alternativas de energia infinita o Brasil reúne todas as possibilidades exigidas a qualquer nação para que haja um grande salto ao futuro sem precisar apelar ao ufanismo delirante.

Possui gigantescas extensões de terra para consolidar a sua marca de um dos principais celeiros de alimentos do mundo sem necessidade de destruir a maior reserva natural do planeta que é a floresta amazônica, tão cobiçada, como sempre foi, por algumas potências da atualidade.

Contém em sua base industrial, científica e tecnológica as premissas essenciais para desenvolver e modernizar o parque industrial, de tal maneira que poderá competir com seus produtos no mercado internacional com relativa facilidade.

É capaz de enfrentar uma crise econômica global recorrendo ao seu grande mercado interno como foi atualmente sobejamente comprovado. Além disso, fala uma só língua e é parte de seu processo civilizacional o sentimento de um povo unido, crítico e coberto de alma patriótica, sem inclinações de xenofobia ou expansionismo.

O Brasil é tão grande e são tão imensas as suas possibilidades que tudo por aqui aparenta ser exagerado. É o que se apresenta, por exemplo, nas manifestações culturais as mais diversas e sincréticas ao mesmo tempo.

De tal maneira que ouvi de um uruguaio a observação de que no Brasil as manifestações culturais são tantas que em cada bairro de qualquer cidade média existe uma profusão de artes tal que se tem a sensação de que borbulha cultura do chão.

Mas sem uma revolução nas áreas da educação e saúde o povo brasileiro não terá condições de enfrentar esse desafio histórico. Além da necessidade de emprego decente para dezenas de milhões que vivem na pobreza. Os nossos males possuem a dimensão das nossas possibilidades.

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