A hora e a vez das idéias
Luciano Siqueira
Cada coisa a seu tempo, orienta a sabedoria popular. Pois está chegando o tempo das conversações entre partidos políticos tendo em vista o pleito do ano vindouro.
Em plano nacional, em ambos os lados – notadamente nas duas coalizões mais fortes, na oposição e no governo -, as démarches ganham corpo. A ministra Dilma promove jantares com próceres partidários da base de sustentação do atual governo. E nas hostes demo-tucanas se debate o impasse da escolha da candidatura à presidência, aparentemente engessada pela relutância do governador paulista José Serra e pela permanência de Aécio neves, governador de Minas Gerais, no banco de reservas.
Estabeleceu-se tacitamente que cá na província os entendimentos devem ser deflagrados a partir da confirmação do interesse do governador Eduardo Campos disputar a reeleição; e, de outra parte, de uma tomada de posição do senador Jarbas Vasconcelos, instado por correligionários a entrar na disputa e aparentemente desmotivado para tanto.
Tudo bem. Que assim seja. Mas é inegável que a discussão, melhor dizendo, as especulações ganham os jornais. De um lado e do outro, em torno de nomes e do formato das chapas majoritárias. Seja pela incontinência verbal de alguns, seja pela impaciência de outros.
Nessas circunstâncias, cabe perguntar: estaria o carro posto adiante dos bois? Por que não apresentar idéias em torno das quais se justifiquem candidaturas e alianças? Supõe-se que partido A ou partido B pretendam indicar quadros seus para a chapa majoritária em razão não apenas por disporem de nomes considerados competitivos, mas sobretudo motivados por idéias.
No caso de uma recandidatura de Eduardo Campos, que propõem os possíveis candidatos ao Senado além do apoio ao programa de governo ora em implementação em Pernambuco? O país vive uma situação impar em sua história recente, progride na superação dos efeitos da crise global e ensaia passos consistentes na direção de um novo projeto nacional de desenvolvimento. Que pensam a respeito os pretendentes a uma cadeira na Câmara Alta?
Idênticas perguntas se devem fazer aos postulantes da oposição liderada pela dupla demo-tucana.
Moral da história: chegou o momento das idéias, senhores – para que as conversações entre partidos, prestes a se iniciar, se façam consistentes e de teor compreensível pelo principal interessado, o eleitor.
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